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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESENHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUARULHOS - SP 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 ELEMENTOS DA ARTES VISUAIS ............................................................ 4 
2.1 O ponto: ................................................................................................... 4 
2.2 Linha: ....................................................................................................... 7 
2.3 A Forma ................................................................................................. 12 
2.4 Plano e Superfície ................................................................................. 14 
2.5 Textura .................................................................................................. 16 
2.6 A Cor ..................................................................................................... 21 
2.7 Volume .................................................................................................. 26 
3 SOBRE O DESENHO DE OBSERVAÇÃO ............................................... 28 
3.1 Exercitando o olhar ................................................................................ 29 
3.2 Desenho de observação e cérebro direito ............................................. 29 
3.3 As etapas a serem seguidas ................................................................. 31 
3.4 O que o desenho de observação pode proporcionar? ........................... 32 
4 ARTE FIGURATIVA E ARTE ABSTRATA ................................................ 33 
4.1 Arte Figurativa ....................................................................................... 33 
4.2 Principais características da arte figurativa ........................................... 34 
4.3 Movimentos Figurativos ......................................................................... 34 
4.4 Gêneros de Arte Figurativa .................................................................... 34 
4.5 O que é arte abstrata ............................................................................. 36 
4.6 Características da arte abstrata ............................................................. 37 
4.7 Tipos de arte abstrata ............................................................................ 37 
4.8 Arte abstrata no Brasil ........................................................................... 39 
4.9 Artistas na arte abstrata ......................................................................... 39 
5 NOÇÕES INICIAIS DE DESENHO GEOMÉTRICO ................................. 41 
 
 
 
6 O ESTEREÓTIPO GRÁFICO E A SUA INFLUÊNCIA NO DESENHO DA 
CRIANÇA 51 
6.1 A importância do ensino de arte ............................................................ 51 
6.2 Fases do desenvolvimento do desenho da criança ............................... 52 
6.3 A imitação e a cópia .............................................................................. 54 
6.4 Estereótipo ............................................................................................ 56 
7 O percurso do desenho livre de estereótipos ............................................ 58 
7.1 A didática da Arte consiste em apreciar, produzir e refletir .................... 60 
8 ESTUDO DE DESENHO: PERSPECTIVA ............................................... 62 
8.1 Elementos da perspectiva: .................................................................... 62 
8.2 Linha do horizonte: ................................................................................ 63 
8.3 Ponto de vista: ....................................................................................... 63 
8.4 Ponto de fuga: ....................................................................................... 64 
8.5 Linhas de fuga: ...................................................................................... 64 
9 TIPOS DE PERSPECTIVA ....................................................................... 65 
9.1 Perspectiva paralela (1PF) .................................................................... 65 
9.2 Perspectiva obliqua (2PF) ..................................................................... 66 
9.3 Perspectiva aérea (3PF) ........................................................................ 67 
9.4 Perspectiva de esgoto (3PF) ................................................................. 68 
10 ANATOMIA DA FIGURA HUMANA: MODELO VIVO ............................ 68 
11 GRAFISMO............................................................................................ 72 
11.1 Grafismo indígena .............................................................................. 75 
12 A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO ATUAL ........................... 78 
12.1 Prática pedagógica da atualidade ...................................................... 79 
13 BIBLIOGRAFIA BÁSICA ........................................................................ 82 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 ELEMENTOS DA ARTES VISUAIS 
É compreendido como linguagem visual os tipos de comunicação que se dão 
através de imagens e símbolos. Os elementos visuais constituem a substância básica 
daquilo que vemos, são a matéria-prima de toda informação visual. Entretanto, esses 
elementos isolados não representam nada, não tem significados preestabelecidos, 
nada definem antes de entrarem num contexto formal. 
 De acordo com o estudo de vários autores, podem-se identificar como 
principais elementos visuais: o ponto, a linha, a forma, o plano, a textura, e a cor. 
2.1 O ponto: 
O ponto é o elemento básico da geometria, através do qual se originam todas 
as outras formas geométricas. 
Ponto é o lugar onde duas linhas se cruzam. 
Ponto é um sinal sem dimensões, deixado na superfície. 
Ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente 
mínima (DONDIS, 1997). 
Considera-se como ponto qualquer elemento que funcione como forte centro 
de atração visual dentro de um esquema estrutural, seja numa composição ou num 
objeto (FORTES, 2001). 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
2.2 Linha: 
Linha é a trajetória definida pelo movimento de um ponto no espaço; 
Linha é um conjunto de pontos que se sucedem uns aos outros, numa 
sequência infinita; 
Linha é o elemento visual que mostra direcionamentos, delimita e insinua 
formas, cria texturas, carrega em si a ideia de movimento. 
 
Classificação 
 
Alguns autores classificam as linhas simplesmente como físicas, geométricas 
e geométricas gráficas. (DONDIS, 1997). 
 
 Físicas – são aquelas que podem ser enxergadas pelo homem no meio 
ambiente. Ex.: fios de lã, barbantes, rachaduras de pisos, fios elétricos 
etc. 
 Geométricas – apresentamcomprimento ilimitado não possuindo altura 
e espessura, sendo apresentadas através da imaginação de cada um de 
nós quando observamos a natureza. 
 Geométricas gráficas – são linhas desenhadas numa superfície, sendo 
concretizadas quando colocamos a ponta de qualquer material gráfico 
sobre uma superfície e o movemos seguindo uma direção. 
 
Em artes Visuais, estudaremos as linhas geométricas gráficas que são 
classificadas quanto ao formato em Simples e Complexas. 
As linhas simples podem ser retas ou curvas. Observe: 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
Utilização das linhas nas artes visuais 
 
As linhas nascem do poder de abstração da mente humana, uma vez que não 
há linhas corpóreas no espaço natural. Elas só se tornam fato físico quando são 
representadas pela mão humana. 
 Independentemente de onde seja utilizada, a linha é o instrumento fundamental 
da pré-visualização, ou seja, ela é o meio de apresentar em forma palpável, concreta, 
 
9 
 
aquilo que só existe na imaginação. 
 Nas artes visuais, a linha é o elemento essencial do desenho, seja ele feito à 
mão livre ou por intermédio de instrumentos. (DONDIS, 1997). 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Segundo Arnheim (1994), as linhas apresentam-se basicamente de 3 modos 
diferentes nas artes visuais: 
 
 
 
 Linhas objeto - visualizadas como objetos visuais independentes. A própria 
linha é uma imagem. 
 
 Linhas de contorno - obtidas quando envolvem uma área qualquer criando 
um objeto visual. 
 Linhas hachuradas – são formadas por grupo composto de linhas muito 
próximas criando um padrão global simples, os quais se combinam para formar 
uma superfície coerente. Hachurar é usar um grupo de linhas para sombrear 
ou insinuar texturas. Quanto mais próximas as linhas, mais densa a hachura e 
mais escuras as sombras. Quanto mais distantes as linhas, menos densa a 
hachura e menos escuras as sombras. As linhas da hachura podem ter 
comprimentos e formas diferentes. 
 
Significados expressos pelas linhas 
 
A linha pode assumir formas muito diversas para expressar uma grande 
variedade de estados de espírito, uma vez que reflete a intenção do artista, seus 
sentimentos e emoções e principalmente sua visão de mundo. (DONDIS, 1997). 
 Quando predomina uma direção, a linha possui uma tensão que pode ser 
associada a determinado sentimento ou sensação. Exemplos: 
 
 
12 
 
 
2.3 A Forma 
Forma é o aspecto exterior dos objetos reais, imaginários ou representados. A 
linha descreve uma forma, ou seja, uma linha que se fecha dá origem a uma forma. 
Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. 
 
Formas básicas 
 
Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. 
Cada uma das formas básicas tem suas características específicas, e a cada uma se 
atribui uma grande quantidade de significados, alguns por associação, outros por 
vinculação arbitrária, e outros, ainda, através de nossas próprias percepções 
psicológicas e fisiológicas. Ao quadrado se associam: enfado, honestidade, retidão e 
esmero; ao triângulo: ação, conflito, tensão; ao círculo: infinitude, calidez, proteção.
 Todas as formas básicas são figuras planas e simples, fundamentais, que 
podem ser descritas e construídas verbalmente ou visualmente. (FORTES, 2001). 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
2.4 Plano e Superfície 
 
 
15 
 
 O plano é uma superfície sem ondulações, de extensão infinita, ou seja, uma 
superfície plana que se estende infinitamente em todas as direções possíveis. Temos 
a noção de um plano quando imaginamos uma superfície plana ilimitada e sem 
espessura. 
Pense numa folha de papel prolongada infinitamente em todas as direções, 
desprezando a sua espessura. 
 A representação do plano será feita através de uma figura que sugere a ideia 
de uma parte dele. Também nesse caso, fica por nossa conta imaginar que essa 
superfície se estende indefinidamente em todas as direções possíveis. Os planos são 
denominados por letras minúsculas do alfabeto grego: alfa (α), beta (β), gama (γ), 
delta (δ) etc. 
 
 
 
Superfície é a extensão que delimita no espaço um corpo considerável, 
segundo a largura e a altura, sem levar em conta a profundidade. É o suporte onde o 
artista criará sua composição. (FORTES, 2001). 
 
 
 
16 
 
 
2.5 Textura 
Textura, nas artes plásticas, é o elemento visual que expressa a qualidade tátil 
das superfícies dos objetos (DONDIS, 1997). A palavra textura tem origem no ato de 
tecer. Existem várias classificações para a textura, segundo diferentes autores que 
tratam do assunto. Para começar, ela pode ser classificada como natural – quando 
encontrada na natureza – ou artificial - quando produzida pelo ser humano (simula 
texturas naturais ou cria novas texturas). A textura natural de alguns animais, como o 
camaleão, pode ser modificada quando ele simula outra cor de pele. O homem 
também simula texturas naturais em suas vestimentas (como é o caso dos soldados 
camuflados). As texturas podem também ser divididas em visuais (óticas) e táteis. 
A textura visual ou ótica possui apenas qualidades óticas. Ela simula as 
texturas táteis. Ex.: Uma pintura que crie o efeito da maciez de uma pétala de rosa, 
ou o pelo do cachorrinho. A textura tátil possui tanto qualidades visuais quanto táteis. 
Existe textura tátil em todas as superfícies, e esta, nós podemos realmente sentir 
através do toque ou do contato com nossa pele. 
 Quanto à forma de apresentação a textura pode ser geométrica ou orgânica. 
 
17 
 
Nas artes gráficas pode ser reproduzida através de desenhos, pinturas, impressões, 
fotografia, etc. Podemos representar as texturas em forma de trama de sinais, pontos, 
traços, manchas com os quais se realizam as mais variadas atividades gráficas e 
artísticas (DONDIS, 1997). Exemplos: 
 
 
 
A textura é tão importante quanto a forma, tamanho, cor, etc. Existem várias 
técnicas para se criar texturas nas artes plásticas. O pintor, por exemplo, utiliza uma 
infinidade de técnicas para reproduzir ou criar a ilusão de textura tátil da vida real em 
suas obras. 
Entre as técnicas mais conhecidas estão a tinta diluída e o empasto (uso livre 
de grossas camadas de tinta para dar efeito de relevo). Outra técnica conhecida é a 
frotagem. A palavra “Frottage” é de origem francesa - frotter, que significa “esfregar”. 
Consiste em colocar uma folha de papel sobre uma superfície áspera, que contém 
alguma textura, e esfregá-la, pressionando-a com um bastão de giz de cera, por 
exemplo, para que a textura apareça na folha. No campo da arte, essa técnica foi 
usada pela primeira vez pelo pintor, desenhista, escultor e escritor alemão Max Ernest 
(1891 – 1976), um dos fundadores do movimento “Dada” e posteriormente um dos 
grandes nomes do Surrealismo. (DONDIS, 1997). 
Os abstracionistas utilizam uma grande variedade de técnicas como a colagem 
com pedaços de jornais e materiais “expressivos” como madeira, papelão, barbante, 
areia, pedaços de pano etc. 
 
18 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
Os artistas recorrem às texturas para: 
 
 Traduzir visivelmente o sentido de volume e os efeitos de superfície; 
 Representar graficamente o claro e o escuro, a luz e a sombra. 
 
Na escultura os artistas utilizam texturas diferentes conforme os padrões 
estéticos do período ou movimento artístico a que pertencem. No Renascimento 
observamos texturas lisas e suaves, enquanto que no Impressionismo percebemos 
superfícies inacabadas como nas obras de Rodin. 
Além das artes visuais a textura ocorre também em diferentes espaços da vida. 
No cotidiano nós a observamos nos utensílios domésticos, nas roupas, nos calçados, 
nos papéis, nos vidros, na decoração de interiores, etc. A tecnologia favoreceu a 
criação de uma variedade muito grandede texturas. A tinta de parede, por exemplo, 
é encontrada em diversos tipos e para as mais diversas aplicações. Essas por si só já 
permitem efeitos de texturização. (FORTES, 2001). 
 
21 
 
2.6 A Cor 
A cor é o elemento visual caracterizado pela sensação provocada pela luz 
sobre o órgão da visão, isto é, sobre nossos olhos. O pigmento é o que dá cor a tudo 
o que é material. 
Ao falarmos de cores, temos duas linhas de pensamento distintas: a Cor-Luz e 
a Cor-Pigmento. 
A Cor-Luz pode ser observada através dos raios luminosos. Cor-luz é a própria 
luz que pode se decompor em muitas cores. A luz branca contém todas as cores. 
No caso da Cor-Pigmento, a luz é que, refletida pelo material, faz com que o olho 
humano perceba esse estímulo como cor. Os pigmentos podem ser divididos em dois 
grupos diferentes: os transparentes e os opacos. 
As cores pigmento transparentes são mais utilizadas nas artes gráficas, nas 
impressoras coloridas entre outros meios de produção. 
As cores pigmento opacas são geralmente utilizadas nas artes plásticas, são 
mais populares, portanto, são mais conhecidas pelos estudantes da escola básica. 
Os dois extremos da classificação das cores são: o branco, ausência total de 
cor, também conhecida como “luz pura”; e o preto, ausência total de luz, o que faz 
com que não se reflita nenhuma cor. 
 Essas duas cores, portanto, não são exatamente cores, mas características da 
luz, que convencionamos chamar de cor. 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
Nomenclatura das cores 
 
Tanto a cor-luz quanto a cor-pigmento, seja ela transparente ou opaca se divide 
em: 
 
 Cores primárias - aquelas consideradas puras, que não se fragmentam. 
 Cores secundárias - obtidas através da mistura em partes iguais de duas 
cores primárias. 
 Cores terciárias - são obtidas pela mistura de uma primária com uma 
secundária ou a partir das primárias em proporções desiguais. 
 Cores neutras - o preto e o branco, embora sejam considerados como 
ausência e totalidade das cores-luz respectivamente, no entendimento 
das cores-pigmento são também conhecidas, juntamente com o cinza, 
como cores neutras. Não aparecem no círculo cromático. 
 
 
 
26 
 
2.7 Volume 
Na linguagem artística, volume é o espaço ocupado por um corpo de três 
dimensões, isto é, com três medidas, que são altura, largura e profundidade, também 
chamado de tridimensional. 
A expressão artística que melhor se identifica com o volume é a escultura. 
Observando uma escultura ou uma estátua fica fácil perceber que ela tem volume, 
pois é tridimensional. Podemos perceber o seu volume não só pela visão como 
também pelo tato. 
Mas como perceber o volume do desenho e da pintura? 
Pois bem. Essas formas de linguagem artística são executadas em planos 
bidimensionais, isto é, com duas dimensões, largura e altura, como o papel e a tela. 
É aí que o artista usa recursos gráficos para preencher a forma e dar noção de volume. 
Para isso o artista pode usar elemento visuais como pontos, linhas, cores, e 
criar efeitos de luz e sombra. 
Observe as obras abaixo e perceba como os artistas usaram os elementos 
visuais para criar volume nas imagens: 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3 SOBRE O DESENHO DE OBSERVAÇÃO 
Pouco praticado no desenho da imprensa, o desenho da observação consiste 
em reproduzir de maneira mais realista um determinado assunto. 
Não é, de modo algum, uma questão de interpretação, de imaginação, de 
criação… é uma arte difícil, porque requer um certo domínio dos conceitos básicos de 
desenho, mas também um treinamento pessoal sobre como alguém usa os seus 
sentidos. 
Um retrato mais verdadeiro que a natureza, é possível? Foto ou desenho? A 
diferença é pequena e ainda é um desenho! 
Quando olhamos um bom desenho de observação, chegamos a dizer: “É 
incrível, parece uma foto!”. 
Para chegar a essa fase, é imperativo trabalhar em seu desenho e dominar o 
gesto. Em um desenho de observação bem-sucedido, encontramos: 
 A perspectiva, 
 Respeito pela proporção, 
 Texturas e materiais, 
 Sombras e luz, 
 A finura das características, 
 O cuidado dos detalhes. 
 
 
https://www.superprof.com.br/blog/ilustracoes-diferentes-maneiras/
 
29 
 
3.1 Exercitando o olhar 
Para fazer um desenho de observação, deve-se considerar que a mão é uma 
extensão dos olhos. Devemos desenhar apenas o que vemos. Para conseguir isso, é 
óbvio que é preciso ter o modelo diante de si mesmo. O olhar faz vai e volta entre a 
folha branca e o objeto a ser desenhado. 
Antes de começar a desenhar a primeira linha de seu desenho, é importante 
fazer alguns minutos de reflexão para visualizar seu modelo em sua totalidade antes 
de observar todos os detalhes. (COLI, 2002). 
 
 
Fonte:www.superprof.com.br 
3.2 Desenho de observação e cérebro direito 
Costuma-se dizer que, para desenhar de maneira realista, é preciso chamar a 
atenção do cérebro direito. O que é isso? Qual a diferença entre cérebro direito e 
esquerdo? A explicação é bem simples. 
 O cérebro esquerdo é o cérebro analítico. Essa é a parte relacionada ao 
raciocínio, lógica, 
 O cérebro direito gerencia. Isso afeta a criatividade, o humor, mas 
também, e é o que nos interessa, a percepção das formas no espaço. 
 
Essa teoria foi desenvolvida por Betty Edwards em seu livro “Desenhar graças 
ao cérebro direito”. 
 
30 
 
A boa notícia? Essas habilidades não são inatas. Elas são trabalhadas. 
Portanto, é possível praticar para promover o desenvolvimento do cérebro direito. 
À primeira vista, você acha que o cérebro esquerdo, lógico e racional, seria 
mais relevante aqui para o desenho da observação? Isso está longe de ser verdade… 
pelo contrário, o hemisfério esquerdo tende a distorcer a realidade percebida. (COLI, 
2002). 
 
 
Fonte:www.superprof.com.br 
Vamos pegar o exemplo de crianças, cujas habilidades de observação ainda 
não estão muito desenvolvidas… 
Diante de um modelo, eles não desenham o que veem, mas o que eles sabem 
e, especialmente, a representação que compõem. Eles vão desenhar quatro rodas 
para um carro, mesmo que eles apenas vejam duas porque, como sabemos, um carro 
tem quatro rodas. É um pouco a mesma coisa com nosso cérebro esquerdo! 
Muito influenciado pelas experiências pessoais e o conhecimento de cada 
indivíduo, o cérebro esquerdo vai analisar a percepção visual e o desenho não será 
fiel à realidade, mas sim a uma lógica. O cérebro direito vai perceber de forma realista 
as formas. (COLI, 2002). 
 
 
31 
 
Concretamente, para aprender a extrair de uma observação, é essencial dar 
uma nova olhada nas coisas. Para esquecer tudo o que aprendemos, todos nossos 
“preconceitos” para se concentrar apenas na forma a ser reproduzida. 
Para treinar, é preciso muito pouco material: uma folha, um lápis, um carvão ou 
tinta. Não há necessidade de cavalete, pintura, pincéis… concentre-se primeiro na 
precisão do esboço. (COLI, 2002). 
3.3 As etapas a serem seguidas 
O desenho da observação é realizado em várias etapas. Isso sempre é feito 
em uma ordem específica: 
 O esboço geral do objeto a desenhar, 
 Os detalhes observados. 
 
Um desenho de observação deve, de fato, respeitar perfeitamente um quadro, 
as proporções do objeto desenhado e as perspectivas. Portanto, devemos primeiro 
entender os elementos a serem incluídos no desenho como um todo. Quando o 
primeiro esboço é desenhado dessa maneira, nos perguntamos se cada elemento 
está de acordo com as observações: posicionamento, tamanho, orientação… 
 
 
Fonte:www.superprof.com.br 
 
32 
 
3.4 O que o desenho de observação pode proporcionar? 
O desenho de observação é um exercício muito interessante, mesmo para um 
desenhista amador. Permite desenvolver efetivamente certas qualidades e 
habilidades. De acordo com Deleuse e Guattari (2010, p. 10), o desenhistadeve: 
 Dominar os seus gestos, 
 Desenvolver seu senso de observação, 
 Promover habilidades de concentração, 
 Relaxar, 
 Aproveitar o momento. 
 
Uma ilustração do coração humano é indispensável para estudantes de 
medicina, sabia? O desenho de observação também é útil no campo da saúde. 
 
 
Fonte: youtube.com 
 
É também uma atividade que pode ser particularmente útil no cotidiano como 
no trabalho. O desenho de observação é o cerne de muitos campos profissionais, tais 
como: 
 
 
33 
 
 Ciência, 
 Ilustração e gráficos, 
 O design, 
 A arquitetura, 
 O desenho de audiência ou a realização de retratos durante os 
julgamentos, 
 O desenho de caricatura, 
 Design industrial, 
 O desenho técnico, 
 Ilustração médica, 
 
As habilidades adquiridas durante seu curso de desenho são numerosas e 
podem ser transpostas em muitos campos, mais ou menos artísticos. (FISCHER, 
2002). 
Antes de dominar a arte do desenho, você terá que passar por muitas horas de 
prática. O desenho da observação é muito importante para treinar e torna possível 
abordar todos os estilos de desenho mais facilmente. 
Para descobrir em detalhes a arte do desenho, não hesite em experimentar 
outras técnicas de desenho (lápis, pastel, aquarela, pintura a óleo, guache, software 
de desenho…). Isso tornará mais fácil encontrar seu caminho e seu estilo. 
 
4 ARTE FIGURATIVA E ARTE ABSTRATA 
4.1 Arte Figurativa 
A “Arte Figurativa” também conhecida como “Figurativismo”, diferentemente 
da “Arte Abstrata” (abstracionismo) é um estilo artístico das artes visuais (pintura, 
escultura, gravura, etc.), pautado na representação das formas, seja de seres 
humanos, objetos, animais, paisagens, dentre outros. 
A origem da arte figurativa remonta séculos de existência humana. As pinturas 
rupestres já indicavam a necessidade do homem de expressar emoções, sentimentos 
e de “copiar” e reproduzir figuras da natureza. (FISCHER, 2002). 
http://www.eudesenho.com/
https://www.superprof.com.br/blog/trabalho-na-usina-com-ilustracoes/
https://www.superprof.com.br/aulas/desenho/sao-paulo/
 
34 
 
Durante séculos, a arte visual esteve muito influenciada pelo estilo figurativista 
(realista ou estilizado). No entanto, começou a apresentar declínio no início do século 
XX, com o advento das vanguardas artísticas europeias, da arte moderna e 
contemporânea. (FISCHER, 2002). 
Nesse sentido, o abstracionismo trouxe à tona uma nova forma de expressar a 
arte que não fosse por meio de representações miméticas da realidade. 
4.2 Principais características da arte figurativa 
 Arte representativa; 
 Arte realista e estilizada; 
 Uso de formas da natureza (imitação); 
 Verossimilhança. 
4.3 Movimentos Figurativos 
Muitos movimentos de arte são figurativos e podem surgir de duas maneiras: 
 
 Artes realistas: representações mais fiéis da realidade, tais quais o 
renascimento, barroco e o realismo. 
 Artes estilizadas: menor preocupação com os traços individualizadores 
e a verossimilhança, como no impressionismo e expressionismo. 
4.4 Gêneros de Arte Figurativa 
Segundo a temática desenvolvida numa obra figurativa, ela pode ser: 
 Pintura Religiosa: gênero figurativo muito antigo, de forma que muitas 
culturas possuem obras com representação de temas religiosos, desde 
vida de santos, milagres, dentre outros. (FISCHER, 2002). 
 Pintura de Gênero: esse tipo de arte figurativa ganhou força no século 
XVI com a arte barroca, preocupada em representar cenas do cotidiano, 
seja de mulheres, realizando seus afazeres domésticos, cuidando dos 
filhos; ou dos homens realizando seus trabalhos. 
 
35 
 
 Pintura Histórica: gênero figurativo surgido no século XVII, focado na 
representação de temas e/ou acontecimentos históricos. 
 Pintura Mitológica: gênero figurativo voltado para a representação de 
seres ou acontecimentos mitológicos. 
 Retrato: um dos mais populares gêneros da arte figurativa, os retratos 
fazem parte da história da arte desde a antiguidade com o intuito 
principal de individualizar uma pessoa ou um grupo (amigos, família, 
etc.). 
 Paisagem: gênero disseminado a partir do século XV com o advento da 
arte renascentista, e tal qual o retrato, a paisagem é considerada um dos 
mais populares. A arte figurativa de paisagem propõe apresentar um 
local seja no campo ou na cidade. 
 Natureza-morta: gênero surgido no século XVI e muito difundido desde 
então, é baseado na representação de objetos inanimados, por exemplo, 
um vaso de flores, uma fruteira com frutas, um animal morto, etc. 
 Marinha: gênero que surgiu no século XVI nos países baixos, representa 
a arte figurativa relacionada ao mar e aos assuntos marinhos no geral, 
desde paisagens marítimas, barcos, pescadores, dentre outros. 
(FISCHER, 2002). 
 
 
Fonte: clodoaldomartins.com.br 
 
36 
 
4.5 O que é arte abstrata 
A arte abstrata é um movimento das artes plásticas que tem como 
característica mais marcante a representação das formas de maneira não real. 
Na arte abstrata a representação das imagens é distanciada da realidade. Nas 
obras desse período a forma e a representação da realidade são menos importantes 
do que a capacidade de a obra permitir interpretações diversas em relação a 
sentimentos e emoções. 
O movimento é considerado uma forma de oposição em relação aos 
movimentos da vanguarda europeia, principalmente ao realismo, tanto na pintura 
como na escultura e na gravura. Surgiu na Europa no século XIX e o pintor 
russo Wassily Kandinsky é considerado o primeiro representante desse movimento. 
(FISCHER, 2002). 
Mistura influências do movimento cubista, expressionista e futurista. O 
movimento também ficou conhecido como abstracionismo, arte "não 
representacional", abstração geométrica ou arte "não representacional". 
 
 
Fonte: significados.com.br 
 
37 
 
4.6 Características da arte abstrata 
Como o abstracionismo não tem compromisso em representar a realidade, uma 
das suas características mais marcantes é ser um contraponto ao conceito de arte 
realista. Assim, as obras são mais conceituais e se afastam do que era conhecido 
como arte clássica. 
As obras podem ter elementos relacionados à emoção ou à intuição, como uma 
forma de liberdade de expressão do artista, sem necessidade de representação de 
uma figura e sem comprometimento em transmitir a realidade. Em muitas obras a 
representação é de um sentimento. 
Por ser assim, outra característica da arte abstrata é a liberdade, tanto para o 
artista quanto para o público, que tem liberdade para apreciar e interpretar a obra, 
sem compromissos com a realidade. 
O uso de formas geométricas, linhas retas e curvas e muitas cores também é 
bastante presente, principalmente na pintura. As formas são mais simples e o 
contraste, entre as cores, luzes e sombras é muito usado. 
Por ter essas características irreais e distantes da realidade, a arte abstrata 
também permite que sejam feitas muitas interpretações diferentes sobre o sentido das 
obras. (FERREIRA, 2014). 
4.7 Tipos de arte abstrata 
A arte abstrata é dividida em dois tipos diferentes, também chamados de 
vertentes: abstracionismo geométrico e abstracionismo informal. 
 
Abstracionismo geométrico 
 
A arte abstrata geométrica teve uma grande influência do movimento cubista e 
do futurista, com o uso de formas geométricas e com uma característica mais racional 
e dura nas representações. As linhas e as cores são usadas para representar e formar 
figuras geométricas. 
 
 
 
 
38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstracionismo informal 
 
A arte abstrata informal tem características diferentes. O abstracionismo 
informa foi muito influenciado pelo movimento expressionista. 
A arte produzida nessa vertente tem como características a presença 
de elementos mais sentimentais, além de mais liberdade na forma de expressão 
artística. 
Na arte abstrata informal, aocontrário do que acontece na geométrica, as cores 
e as formas usadas representam o universo interno de emoções, sentimentos ou 
sensações. (FERREIRA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: www.docente.ifrn.edu.br 
4.8 Arte abstrata no Brasil 
A arte abstrata surgiu no Brasil nos anos 50, principalmente pela influência dos 
pintores Antônio Bandeira e Cícero Dias, que, depois de viverem na 
Europa, trouxeram o abstracionismo para o Brasil. (FERREIRA, 2014). 
O movimento se firmou no país na década seguinte, principalmente a partir 
da realização das edições Bienal de São Paulo, ao longo dos anos 60. 
4.9 Artistas na arte abstrata 
Muitos artistas se destacaram na produção artística abstrata, especialmente na 
pintura, nas esculturas e nas artes plásticas. Veja alguns dos principais nomes: 
 Wassily Kandinsky (pintura), 
 Paul Klee (pintura), 
 Piet Mondrian (pintura), 
 Henry Moore (escultura), 
 
40 
 
 Jackson Pollock (pintura), 
 Jorge Oteiza (escultura), 
 Tomie Ohtake (pintura, escultura e gravura), 
 Eric Aho (pintura). 
 
 
Fonte: www.docente.ifrn.edu.br 
No Brasil se destacaram como artistas abstracionistas: 
 Hélio Oiticica (pintura, escultura e artes plásticas) 
 Cícero Dias (pintura), 
 Antônio Bandeira (pintura), 
 Lygia Clark (pintura e escultura), 
 Waldemar Cordeiro (artes plásticas), 
 Iberê Camargo (pintura e gravura). 
 
 
41 
 
 
Fonte: www.docente.ifrn.edu.br 
 
5 NOÇÕES INICIAIS DE DESENHO GEOMÉTRICO 
O desenho é a maneira de expressar graficamente a FORMA de determinado 
objeto. 
Todas as coisas que conhecemos, seja na Natureza ou na Arquitetura, 
apresentam-se a partir de formas geométricas (FERREIRA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
Geometria significa (em grego) medida da terra. 
 
 Geo = Terra 
 Metria = medida 
 
Os elementos fundamentais da Geometria são: 
 
 PONTO – não tem dimensão. 
 LINHA – tem apenas uma dimensão; 
 PLANO – tem duas dimensões; 
 SÓLIDO – tem 03 (três) dimensões. 
 
O PONTO é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não 
tem comprimento, nem largura, nem altura. 
 
 É determinado pelo cruzamento de duas linhas. 
 Representado por um simples ponto e pela letra MAIÚSCULA. 
 
 
 
 
44 
 
 
 
A LINHA é o deslocamento contínuo de um ponto, ou a sucessão de pontos. 
 
 É representada por uma letra MINÚSCULA. 
 
O PLANO é um objeto geométrico infinito com duas dimensões (SUPERFÍCIE). 
 
 É representado por uma letra grega: π, σ, ϐ, μ, α, entre outras. 
 
 
 
O SÓLIDO é uma região do espaço delimitada por planos ou superfícies. 
 Apresenta volume (três dimensões). 
 
 
 
 
45 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS LINHAS quanto à forma: 
 
Linhas sinuosas – é formada apenas por linhas CURVAS IRREGULARES e 
sentidos diferentes. 
 
 
 
 
Linhas curvas – quando o deslocamento do ponto muda a direção do traçado. 
 
 
 
Linhas mistas – é formada de segmentos de retas e curvas unidas numa 
sequência sem interrupção. 
 
 
 
 
46 
 
Linhas poligonal ou quebrada – é formada por linhas retas e muda de direção 
de pedaço em pedaço. 
 
 
 
Linhas retas – quando a trajetória do ponto “p” segue sempre a mesma 
direção. 
 
 
 
Linhas onduladas – é formada por linhas curvas REGULARES (raios 
constantes). 
 
 
 
 
Inclinadas – possui uma angulação diferente de 0°, 90° e 180°. 
 
 Geralmente são construídas com o auxílio dos esquadros de 60° e 45°. 
 
 
47 
 
 
 
Horizontal – possui angulação de 0° e 180°. 
 
 Geralmente são construídas com o auxílio da régua paralela ou régua T. 
 
 
 
Quanto à posição no espaço: 
 
 Vertical – possui angulação de 90°. 
 
Geralmente são construídas com o auxílio dos esquadros. 
 
Quanto à posição relativa: 
 
 Paralelas – duas ou mais linhas são paralelas quando conservam a 
MESMA DISTÂNCIA ao longo de seus prolongamentos. 
 
 
 
 
48 
 
 Perpendiculares – duas linhas são perpendiculares quando formam 
entre si ângulos de 90°. 
 
 
 Oblíquas – linhas Oblíquas são linhas inclinadas, ou seja, possui uma 
angulação diferente de 0° , 90° , 180° e 270°. 
 
 
 
Quanto à definição: 
 
 Linha reta – é aquela que não possui início e fim. 
 Linha semirreta – é aquela que possui início, mas não possui fim. 
 Segmento de reta – é aquela que possui início e fim. 
 
 
 
49 
 
 
 
 
Reta suporte – é aquela que contém o segmento de reta. 
 
 
 
Segmentos colineares – diz haver segmentos colineares quando uma Reta 
suporte possui vários segmentos. 
 
 
 
 
Segmentos congruentes – são segmentos que possuem a mesma medida. 
(IGUAIS) 
 
 
50 
 
 
 
Segmentos consecutivos – são segmentos dispostos em sequência onde a 
extremidade do primeiro segmento é o início do segmento seguinte. 
 
 
 
Segmentos adjacentes – são segmentos colineares e consecutivos. 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
6 O ESTEREÓTIPO GRÁFICO E A SUA INFLUÊNCIA NO DESENHO DA 
CRIANÇA 
6.1 A importância do ensino de arte 
Segundo Fusari e Ferraz (2011), as aulas de arte são importantes pelo fato de 
a escola ser o espaço onde a criança desenvolve sua potencialidade criadora, suas 
fantasias, sua imaginação e percepção e precisa de espaço e condições para aflorar 
essas potencialidades. 
[...] é a importância devida à função indispensável que arte ocupa na vida das 
pessoas e na sociedade desde os primórdios da civilização o que torna um 
dos fatores essenciais de humanização. É fundamental entender que a arte 
se constitui de modos específicos de manifestação de atividade criativa dos 
seres humanos, ao interagirem com o mundo em que vivem, ao se 
conhecerem, e ao conhecê-lo. (FUSARI e FERRAZ, 2011, p.18) 
 
A arte nos possibilita o entendimento de quem somos e como nos construímos 
como seres humanos. 
As diretrizes e Curriculares da Educação Básica estabelecem como um dos 
princípios norteadores do Ensino da Arte o princípio estético onde deverá estar 
envolvido o trabalho com a sensibilidade, a criatividade, o estímulo a diversidade de 
 
52 
 
manifestações artísticas e culturais. Aborda também alguns efeitos da massificação 
da indústria cultural nas produções artísticas como: perda da expressividade; 
empobrecimento do trabalhador criador; redução da experimentação; 
empobrecimento do conhecimento, dando-se a entender que a massificação da 
Indústria cultural está tornando todos do mesmo “tipo”. 
 Essas questões nos levam a tentar compreender como se dá o 
desenvolvimento da criança, conhecer os estágios do desenho infantil, em investigar 
o porquê do desinteresse pelo desenho e a dificuldade em se trabalhar arte no Ensino 
Fundamental. Com isso teremos como tirar proveito da cópia, da imitação e do uso de 
estereótipos comuns entre os alunos, tornando-os ponto de partida para o uso 
consciente em favor do desenvolvimento criativo dos alunos. (ALMEIDA, 2014). 
 
 
Fonte: sodetalhe.com 
6.2 Fases do desenvolvimento do desenho da criança 
A dificuldade em identificar o desenvolvimento e os estágios do desenho infantil 
torna insignificante o universo em que a criança se situa, o que empobrece as ações 
com essa linguagem. 
 
53 
 
 Derdyk (1989) relata que as primeiras representações da criança são rabiscos 
comandados pela “estesia”, ela rabisca pelo prazer de rabiscar. Quando a criança 
desenha ela experimenta novas estruturas de movimento, vivencia novos limites, vai 
tomando conhecimento do espaço e incorporando nele formas e conceitos como se 
ela, “a criança”, fosse o papel, e o corpo a ponta do lápis, que vai desenhando nela 
todos os conceitos para seu desenvolvimento nervoso motor e biológico. 
No seu fazer a criança vai se firmando no gesto e vai percebendo a relação da 
mão com olho e o cérebro. Ela não exatamente controla o seu desenho, mas vai 
identificando formas e novas imagensem seus rabiscos que vão surgindo. Então, o 
olho passa também a comandar o fazer. 
Conforme se desenvolve, a criança percebe as funções de cada parte de seu 
corpo e o ato de desenhar vai adquirindo também novas possibilidades, assumindo o 
campo da realidade como num jogo. Desenhar torna-se uma brincadeira e tanto a 
brincadeira, o jogo ou o desenho desenvolvem dois aspectos: o operacional e o 
imaginário. 
A criança não entende o espaço da mesma maneira que os adultos. O espaço 
é em torno dela, representa todos os lugares simultaneamente, para perto ou longe 
de si, independendo se gosta ou não do que está representando. É comum uma figura 
bem maior que outras. Começam a surgir os conceitos, pois a criança passa a 
processar a percepção dando a forma ao sentido físico e moral das coisas. A reação 
enquanto desenha é individual, algumas falam, cantam, murmuram; e outras 
simplesmente desenham em silêncio. Geralmente a criança interpreta e atribuem 
histórias expondo e revelando seus sentimentos quanto ao resultado de seu projeto, 
da cena representada. Ela exercita seu pensamento narrando de uma forma mais 
elaborada e criativa do que o próprio desenho que pode corresponder ou não a que 
ela desenhou. 
Smolka (2010, p.105), quando fala do desenho, cita Vygotsky: “Desenhar é um 
tipo predominante na primeira Infância. A medida que a criança cresce entra no 
período da alfabetização é comum seu desapontamento e frieza com relação ao 
desenho, abandonando o ato de desenhar”. 
 
 
54 
 
 
Fonte: novaescola.org.br 
6.3 A imitação e a cópia 
Segundo Derdyk (1989), a utilização de cópias e desenhos estereotipados não 
é uma forma de ensino inteligente e não considera a criança um ser cognitivo. Tira da 
criança o poder de escolha, de decisão sobre o que interessa a ela. Ao fornecer um 
material para a criança ilustrar, completar, copiar, o professor e ela já sabem onde vão 
chegar, o resultado é obvio, ninguém pensa, ninguém toma decisão, ninguém reflete 
sobre novas situações. As dúvidas e incertezas são necessárias para a tomada de 
decisões e para o desenvolvimento do poder de criação do aluno. A cópia leva à 
estereotipia podando o ato criador da criança. 
Com o surgimento da TV, por exemplo, a criança ficou dependente a domicílio 
e exposta ao consumo, convivendo com um repertório de clichês e estereótipos, pois 
os desenhos animados parecem mais reais do que realmente ela vê e passa a 
reconhecer esses desenhos como verdadeiros, representando-os da mesma maneira 
de como estão presentes nos livros e nos desenhos da TV, repetindo e copiando 
incansavelmente. 
As técnicas utilizadas para alfabetizar as crianças, a maneira como se manejam 
os materiais da escrita, a utilização do espaço, o traçado de números e letras, a 
direção que se deve obedecer, da esquerda para a direita, de cima para baixo, 
interfere no desenho. A escrita exige um controle motor que acaba interferindo na 
 
55 
 
maneira como se desenha fazendo desaparecer borrões, manchas, rabiscos e erros. 
Não é a criança mais quem decide, e sim o processo de alfabetização. 
A criança imita as ações dos adultos em suas brincadeiras, jogos, repetindo e 
simulando situações para se afirmar e se identificar. São estímulos que não quer dizer 
falta de criatividade, mas é o desejo de criar uma identidade e adentrar no mundo dos 
adultos. Sendo a imitação e a cópia distintas, a cópia torna opressora e não amplia o 
conhecimento da criança, simplesmente é vazio de conteúdo enquanto a imitação dá-
lhe a oportunidade de recriar, reinventar e reconstruir significados. (DERDYK, 1989). 
As crianças podem imitar uma variedade de ações que vão muito além dos 
limites de suas próprias capacidades. Numa atividade coletiva ou sob 
orientação de adultos, usando a imitação, as crianças são capazes de fazer 
muito mais coisas. Esse fato, que parece ter pouco significado em si mesmo, 
é de fundamental importância na medida em que demanda uma interação 
radical de toda doutrina que trata da relação entre aprendizado e 
desenvolvimento em crianças. (VYGOTSKY, 1989, p. 100). 
 
Quando a criança é “adestrada” para a escrita ela aprende a representar 
símbolos da esquerda para a direita e de cima para baixo. O gesto de riscar 
involuntário, prazeroso para riscar, se aventurar em desenhos torna-se restrito, se a 
alfabetização fosse mais livre e a arte melhor utilizada nas séries iniciais, o processo 
de criação seria facilitado. Aliás, a arte poderia auxiliar o professor nos processos de 
alfabetização, ainda que fosse utilizada apenas como recurso e não como produção 
de conhecimento. Cabe ao professor descobrir qual a técnica e como amparar as 
necessidades de intervenção na expressão do aluno. (VIANNA, 2000). 
É na escola que se encontram os estereótipos, lá a criança passa a “amar” os 
desenhos estereotipados e a copiar os mesmos. São desenhos utilizados por 
professores para deixar a Escola mais atrativa e mais agradável não percebendo a 
grande ilusão em relação ao desenvolvimento da criança. Segundo Vianna (2000), as 
crianças passam a desenhar estereótipos para que seus desenhos sejam aceitos 
pelos professores e pelos colegas. 
O desenho é materialização do pensamento, onde as imagens que ficam na 
memória, o que observamos e o que imaginamos torna-se um campo enorme de 
possibilidades de criação. Através do olhar percebemos as imagens e as 
materializamos pelo desenho, pela pintura, pela escultura, pela escrita, pela dança, 
etc., encontramo-nos bombardeados por imagens, são tantas em nossa volta que não 
 
56 
 
prestamos mais atenção em nada. A criança quando desenha, observa atentamente, 
esse olhar retém em sua memória o que ela observa. Aqui interferem o tempo e o 
espaço, os quais fazem parte do desenho: presente, passado e futuro que podemos 
relacionar com o desenho de observação, imaginação e memória. Desenhar é colocar 
em diálogo o interior com o exterior, é intuição, é necessidade de construir, inventar, 
reelaborar, imitar. (SMOLKA, 2010). 
 Para Vygotsky, os fatores emocionais e os intelectuais são essenciais na 
criação humana. O interior e o exterior do ser humano geram anseios, vontades, 
necessidades que se concretizam na criação humana, fatores determinantes para a 
compreensão do processo criativo. A relação entre a imaginação e a realidade é o que 
contribui para a criação artística. Tudo o que o homem cria, o que ele imagina está 
relacionado à sua realidade podendo assim utilizar de sua imaginação para 
materializar novas possibilidades criativas. 
6.4 Estereótipo 
Para compreendermos a utilização dos estereótipos precisamos buscar sua 
origem na história. A palavra estereótipo vem do grego stereos e typos compondo 
"impressão sólida". A palavra nasceu no mundo da impressão e refere-se à placa 
metálica criada para a impressão em si. Pi Ching no ano 1.000 inventou um processo 
de impressão adotada mais tarde pelos europeus e denominada estereotipia. Hoje, os 
termos significam todos do mesmo “tipo”, igual, parecido, cópia, etc. É o desenho que 
inibe toda manifestação de criatividade e desenvolvimento da criança. 
O estereótipo é a repetição, fora de toda a magia, de todo entusiasmo: como 
se fosse natural, como se por milagre, essa imagem que retorna fosse a cada 
vez, adequada por razões diferentes, como se imitar pudesse deixar de ser 
sentido como uma imitação. Imagem sem cerimônia que pretende a 
consistência e ignora sua própria insistência. (VIANNA, 2012). 
 
O termo “Estereótipo” tornou-se negativo devido a ascensão da burguesia, que 
condenada à falta de ideias inovadoras, incentivava a valorização do individualismo. 
A Sociologia retomou o termo para designar classes sociais e diferentes grupos: sul 
americano, latino, judeus, negros, homo fóbicos, punks, etc. O uso de estereótipos 
apresenta um conjunto de significado cultural também, os costumes, a língua, as 
 
57 
 
crenças, lugares, rotinas decada região trata-se de fórmulas iguais e todas tidas e 
aceitas como verdades. Os estereótipos pressupõem características de indivíduos, 
como a aparência, condições financeiras, comportamento, sexualidade e etc., 
tornando-se preconceituoso, pois muitas vezes rotula as pessoas causando impacto 
negativo sobre elas. 
No desenho o uso de estereótipos também é negativo, pois, desenhar é 
essencial na formação do aluno. Para isso necessita de uma riqueza imensa de 
imagens e um ambiente fértil a novas ideias. Os desenhos estereotipados são 
inibidores de criatividade. A escola utilizando estereótipos autoriza a criança a repetir 
fórmulas sem precisar se arriscar em sonhar, encontrar novas soluções, ela apenas 
aperfeiçoa técnicas sem pensar ou refletir sobre a função de sua representação. 
A imagem, seja da arte ou da cultura, é um testemunho antropológico. Por 
sua natureza e pelo modo como permite interações, produz formas de 
comunicação que podem, ou não, corresponder a experiências simbólicas, 
trocas Inter semióticas entre sujeitos, construção de sentidos e significados 
coletivos. Mas, para que ela traduza valores humanos, precisa contextualizar-
se na vida desses sujeitos, torna-se mediadora entre o seu imaginário e o 
imaginário social, como algo inserido na sua cultura, na sua vida. É preciso 
que se trabalhe sobre a imagem como um valor e uma forma de 
conhecimento, unindo o cognitivo ao efetivo e ambos às formas vinculares de 
comunhão com a cultura, para que a sensibilidade oriente um agir criador e 
transformador. (DUTRA, 2011, p.111) 
 
Portanto, não tem sentido o uso de estereótipo como algo correto, pois, tira a 
poética do fazer, a imaginação, a emoção e a razão impedindo de desenvolver a 
função imaginante do aluno, a necessidade de promover a relação entre o racional e 
a sensibilidade como necessidade humana dialogando com o homem e o mundo. 
 
 
58 
 
 
Fonte: desabafosocial.com.br 
 
7 O PERCURSO DO DESENHO LIVRE DE ESTEREÓTIPOS 
Para que os alunos percebam o valor de seus trabalhos e deixem de lado 
figuras-padrão, é preciso mostrar que não existe uma única forma de representar um 
objeto. 
Cena comum na maioria das turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental: 
quando convidados a desenhar, os alunos dizem que não sabem e algumas vezes até 
se recusam a começar a atividade. Quando desenham, acabam entregando trabalhos 
que apenas reproduzem modelos prontos: se traçam uma casa, por exemplo, eles 
todos usam a mesma forma. É difícil até descobrir qual desenho foi feito por 
quem. (ALMEIDA, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
Fonte: https://br.freepik.com/ 
Paula Regina de Vargas, professora da EMEF Adolfo Schüler, em Montenegro, 
localizada cerca de 50 quilômetros de Porto Alegre, desenvolveu um projeto para 
acabar com o mito do "não sei desenhar". Seu trabalho lhe rendeu o Prêmio Victor 
Civita - Educador Nota 10. Segundo a selecionadora de Arte, Rosa Iavelberg, Paula 
Regina mereceu o título porque enfrentou o medo de desenhar dos estudantes e 
orientou o trabalho com experiências de aprendizagens significativas. 
Para compreender a razão desse problema tão comum, é preciso saber um 
pouco sobre como se desenvolve o percurso das crianças no desenho. A princípio, 
quando elas começam a fazer seus primeiros traços, as produções se parecem com 
o que se convencionou chamar de boneco girino, uma figura humana constituída por 
um círculo de onde sai um traço representando o tronco, dois riscos para os braços e 
outros dois para as pernas. Depois, entre 5 e 8 anos, essa imagem incorpora cada 
vez mais detalhes, conforme os pequenos refinam seu esquema corporal e ganham 
um repertório de imagens ao ver desenhos de sua cultura e dos próprios colegas. 
 É nessa fase também que elas começam a perceber o desenho como uma 
representação do real e se interessam em registrar no papel algo que seja 
reconhecido pelos outros. Ao mesmo tempo, estão aprendendo a escrever e 
descobrem que as letras dizem algo (e têm uma forma correta para transmitir a 
 
60 
 
mensagem). É justamente aí que as crianças começam a afirmar que não sabem 
como desenhar. (ALMEIDA, 2014). 
 Mas, afinal, por que isso acontece? O fato pode ser resultado de comparação dos 
próprios desenhos com os dos colegas e também a percepção de haver uma distância 
entre suas intenções ao desenhar e a capacidade de realização. Segundo Karen 
Amar, professora da Escola da Vila, em São Paulo, “É como se eles dissessem: ‘Me 
ensine, por favor, porque eu preciso saber como representar exatamente o que estou 
pensando'". 
 Essa frustração leva as crianças tentarem criar imagens perfeitas. Daí o primeiro 
motivo das mesmas reproduzirem estereótipos, repetindo padrões, como uma forma 
segura de se expressar. O segundo se dá pelo fato de grande parte das imagens com 
que os pequenos têm contato ser ilustrativa e passar mensagens claras. Ao folhear 
um livro, por exemplo, eles conseguem deduzir que parte da história é contada com 
ilustrações. Mas com suas próprias produções não costuma funcionar bem assim! Os 
adultos perguntam o que o desenho mostra antes mesmo de tentar entendê-lo. É 
possível ainda que a criança tenha sofrido julgamentos negativos sobre suas 
atividades, ficando com sua confiança abalada para desenhar. Isso ocorre quando ele 
não contou com referências de alguém que valide ou oriente seus trabalhos. 
 E, afinal, o que é o desenho? É uma das expressões mais contundentes e 
reconhecidas da cultura humana, um vasto campo de conhecimento. Ainda assim, o 
que é saber desenhar? É fazer alguém em proporção? É rabiscar? É reproduzir? Na 
verdade, é tudo isso: essa arte tem muitos campos de linguagem. O chargista, por 
exemplo, não necessariamente sabe como desenhar um quadro de paisagem. Fica 
claro então que cada autor desenvolve mais uma linguagem. Por isso, o mais 
importante é fazer as crianças experimentarem - e não se prenderem a uma só 
técnica. (ALMEIDA, 2014). 
7.1 A didática da Arte consiste em apreciar, produzir e refletir 
“Mais que aprender a linguagem, os alunos precisam conhecê-la e se relacionar 
com ela. A escola não deve ensinar o desenho para eles, mas investir para que 
desenvolvam o próprio percurso", diz Fernando Chuí, professor do Colégio 
Arquidiocesano, em São Paulo, e doutorando em Educação, com foco na importância 
 
61 
 
do erro para o ensino de Arte. 
 Existem vários códigos e procedimentos com que os estudantes precisam entrar 
em contato para compreender a linguagem do desenho. É preciso saber, por exemplo, 
que é possível utilizar uma linha para distinguir uma figura do fundo. Como representar 
movimento, luz e sombra ou uma mão, uma boca ou ainda o ambiente interno de uma 
sala em perspectiva? É preciso fazer mais do que desenhar para aprender a fazer 
isso. As respostas para essas questões são adquiridas através da aprendizagem de 
saberes construídos por outros desenhistas e que serão recriados pelo aluno. Ou seja, 
por meio da apreciação. Ter contato com diversos artistas e suas produções, 
linguagens e técnicas é valioso para as crianças. 
A apreciação garante modelos variados e dá elementos para que a criança 
desenvolva seu percurso criador, uma vez que ninguém cria do nada, pois a 
criatividade está ligada aos conhecimentos que temos. De acordo com Chuí: “As 
crianças precisam conhecer produções variadas de adultos para poder se identificar. 
Às vezes, a temática dos desenhos é o que as surpreende. Em outras, é a variedade 
de técnicas e materiais utilizados”. Ao dar à criança a possibilidade de ter contato com 
a linguagem, ela ganha repertório visual e com isso encontra sentido para suas 
próprias produções. O importante é que ela identifique a variedade de possibilidades 
e que cada artista desenha de um jeito próprio (ALMEIDA, 2014). 
 Outra maneira fundamental para levar as crianças a perceberem o valor dospróprios desenhos e abandonarem os estereótipos é propor a observação de objetos 
e paisagens. As formas e cores presentes na natureza são muito variadas e isso pode 
ajudar a expandir o conceito de representação. Não existe, por exemplo, apenas um 
tipo de árvore ou de pedra. Observar essas variações (e algumas vezes tentar 
reproduzir os detalhes vistos) é um aprendizado e tanto. 
 Por último, os estudantes também precisam produzir. Essa é a etapa seguinte à 
apreciação e à observação. A criança deve ser convidada a experimentar os 
procedimentos utilizados pelos artistas. Não se trata de copiar. O objetivo é testar a 
técnica e ver se gosta, analisar que espaços e formas foram criados e depois fazer de 
novo. “Tentar sem a obrigatoriedade de ter um produto final perfeito”, é o que 
recomenda Karen. 
Portanto, o papel do professor é validar a produção das crianças. Isso é 
possível encaminhando-as a apreciar artistas renomados e mostrando como alguns 
 
62 
 
deles até se espelharam em produções feitas por gente pequena para criar suas 
obras. 
 Além disso, o professor deve incentivar sempre o quanto a linguagem do 
desenho é variada e orientar o percurso da criança, possibilitando o contato e a 
produção com diferentes técnicas e modelos. 
 Piet Mondrian (1872-1944) e Tarsila do Amaral (1886-1973), por exemplo, 
empregaram técnicas e linguagens diferentes para representar uma árvore - um 
elemento próximo ao universo das crianças da classe e um dos mais estereotipados 
nos desenhos delas. 
Em outro momento, o professor deve propor a observação das variadas formas 
presentes na natureza (os tipos de folhas, flores, galhos, caules etc.). Depois, propor 
que a criança tente desenhar árvores variando as formas e linguagens e utilizando o 
que haviam conhecido em suas próprias produções. 
 Realizar um trabalho que inclua essas três situações (apreciar, produzir e 
observar) faz com que cada aluno evolua dentro de seus conhecimentos e de suas 
vontades enquanto produtor de arte. Para alguns, os modelos são fundamentais. Para 
outros, é a prática. Outros precisam tanto observar quanto reproduzir. O fato é que só 
assim os estudantes vão conseguir se aproximar dessa linguagem tão importante da 
nossa cultura e se relacionar com ela de maneira autônoma. (ALMEIDA, 2014). 
 
8 ESTUDO DE DESENHO: PERSPECTIVA 
8.1 Elementos da perspectiva: 
Linha do horizonte, ponto de vista, ponto de fuga e linhas de fuga - são os 
quatro elementos da perspectiva que determinam o nível e o ângulo visual do 
espectador no contexto do desenho. Para um estudo básico sobre perspectiva é 
necessário conhecê-los e saber o modo correto de sua aplicação. Por isso, além de 
identificar visualmente cada um deles, faremos uma descrição sobre seu significado 
e função no desenho a partir das demonstrações ilustrativas a seguir. 
 
63 
 
8.2 Linha do horizonte: 
É o elemento da construção em perspectiva que representa o nível dos olhos 
do observador (linha horizontal pontilhada (LH). 
 
 
Numa paisagem é a linha do horizonte que separa o Céu e a Terra. Vista ao 
longe, ela está na base das montanhas e risca horizontalmente o nível do mar. 
8.3 Ponto de vista: 
Na representação gráfica da perspectiva é comum o ponto de vista ser 
identificado por uma linha vertical perpendicular à linha do horizonte (PV). O ponto de 
vista revela-se exatamente no cruzamento dessas duas linhas. 
 
 
 
64 
 
 
Dependendo do ângulo visual de observação do motivo, a linha vertical que 
localiza o ponto de vista pode situar-se centralizada na cena compositiva ou num de 
seus lados, esquerdo ou direito. 
8.4 Ponto de fuga: 
É o ponto localizado na linha do horizonte, para onde todas as linhas paralelas 
convergem, quando vistas em perspectiva (PF). 
 
 
 
Em alguns tipos de perspectiva são necessários dois ou mais pontos de fuga. 
Em situações como estas poderão ter pontos tanto na linha do horizonte quanto na 
linha vertical do ponto de vista. Em alguns casos é possível o ponto ficar fora tanto da 
linha do horizonte quanto do ponto de vista. 
8.5 Linhas de fuga: 
São as linhas imaginárias que descrevem o efeito da perspectiva convergindo 
para o ponto de fuga (linhas convergentes pontilhadas). É o afunilamento dessas 
linhas em direção ao ponto que geram a sensação visual de profundidade das faces 
em escorço dos objetos em perspectiva. 
 
 
65 
 
 
 
 
 
O uso dos elementos da perspectiva, em conjunto, permite a elaboração de 
esquemas gráficos necessários para desenhar objetos contextualizados em 
ambientes ou paisagens sem distorção estrutural. Veremos a base destes recursos 
gráficos conhecendo sobre os diferentes tipos de visualização em perspectiva. 
 
9 TIPOS DE PERSPECTIVA 
Dependendo da posição ou do nível visual em que um objeto esteja em relação 
ao observador, a sua representação em perspectiva pode ser aplicada com um, dois 
ou três pontos de fuga denominada respectivamente de perspectiva paralela, oblíqua 
ou aérea. (ALMEIDA, 2014). Veja a seguir sobre cada uma dessas perspectivas com 
o auxílio ilustrativo de um cubo em vários exemplos. 
9.1 Perspectiva paralela (1PF) 
No desenho em perspectiva paralela, as linhas de fuga deslocam-se apenas 
para um ponto (PF). Objetos nessa situação apresentam sua face frontal paralela ao 
observador tanto os que estão localizados a sua frente (cubo B) quanto a sua 
esquerda (cubo A) ou a direita (cubo C). 
 
66 
 
 Um detalhe a ser observado é que na perspectiva paralela o ponto de vista (PV, 
linha pontilhada vertical) localiza-se representado em posição perpendicular a linha 
do horizonte situado tão próximo ao ponto de fuga que parece estar sobre ele (PF). 
 
 
9.2 Perspectiva obliqua (2PF) 
Quando um o objeto fica em posição oblíqua, ou seja, com uma de suas arestas 
voltada para o observador, suas linhas de fuga deslocam-se para dois pontos (PF1 e 
PF2). Em casos como este, como pode ser visualizado na ilustração do cubo a direita, 
observe que nenhuma linha na estrutura do objeto foi representada na posição 
horizontal. Quando não são verticais é porque deslocam-se para um dos pontos de 
fuga. (ALMEIDA, 2014). 
 
 
67 
 
 
 
Em relação ao ponto de vista (PV), sua representação na linha do horizonte 
está centralizada entre os dois pontos de fuga (PF1 e PF2). E estes, por sua vez, 
devem estar o mais distante possível um do outro para evitar erros no desenho como 
veremos na demonstração passo a passo específica sobre o cubo em perspectiva 
oblíqua. 
9.3 Perspectiva aérea (3PF) 
Quando observamos um objeto em posição oblíqua a partir de um nível visual 
bastante alto, para melhor representá-lo tridimensionalmente, é necessário o uso de 
três pontos de fuga. Dois deles ficam na linha do horizonte e o terceiro é representado 
na vertical do ponto de vista. Em circunstâncias como estas raramente visualizamos 
a existência de linhas horizontais ou verticais na estrutura do objeto. Todas são 
convergentes e deslocam-se para um dos três pontos de fuga. (ALMEIDA, 2014). 
 
 
 
68 
 
Quanto ao ponto de vista (PV), este obedece aos mesmos critérios da 
perspectiva oblíqua. Permanece representado num ponto central entre os pontos de 
fuga PF1 e PF2 na linha do horizonte (LH). (ALMEIDA, 2014). 
9.4 Perspectiva de esgoto (3PF) 
A perspectiva de esgoto tem as mesmas características da perspectiva aérea 
enquanto representação com três pontos de fuga. A principal diferença está no nível 
visual muito baixo do observador tornando-a oposta no modo de visualização 
alterando, portanto, a localização do terceiro ponto de fuga (PF3). Nesse novo 
contexto ele é representado acima da linha do horizonte. Veja o exemplo ilustrativo. 
 
 
 
10 ANATOMIA DA FIGURA HUMANA: MODELO VIVO 
O chamado “modelo-vivo” são as produções artísticas que tem por objeto o 
estudo direto da figura humana, quase sempre nua. É importanteesclarecer que o 
termo não se refere a um gênero isolado da pintura, mas à etapa final e mais 
importante de um método de aprendizado formalizado em academias de arte na 
Europa, a partir da segunda metade do século XVII e preservado intacto por muitas 
delas até o século XIX. Tendo como herança o interesse por uma cultura artística 
focada na representação do homem e de seus feitos, o método previa que, ao lado de 
 
69 
 
outras disciplinas, tais como: história e literatura, anatomia e fisiologia das paixões, os 
estudantes incluíssem desde o início em seus estudos práticos a produção de cópias 
das gravuras de obras célebres dos mestres, prosseguissem para o desenho da 
escultura e atingissem o desenho do natural – nessa fase na aplicariam os 
conhecimentos adquiridos nas etapas anteriores. 
Essas últimas produções são caracterizadas, principalmente, por desenhos 
feitos em carvão e grafite, em médios ou grande formatos, cujos modelos, sozinhos 
ou em duplas, quase sempre homens, faziam poses inspiradas na estatuária da 
Grécia clássica e na renascentista. Pouquíssimas vezes o modelo-vivo era pensado 
como a pura tradução visual do indivíduo que posava. O desafio do artista era “corrigir” 
o corpo que observava, criando uma imagem ideal e não de como ele era, num esforço 
de aperfeiçoar a natureza, como inúmeras vezes se defendeu em tratados de arte. 
Nesse período estreitou-se significativamente a relação dos desenhos ou 
pinturas de modelo-vivo com o método acadêmico de ensino artístico a tal ponto 
dessas produções tornarem-se historicamente conhecidas como “academias”, 
especialmente na França, local onde se fundou, em 1648, a Académie Royale de 
Peinture et de Sculpture [Academia Royal de Pintura e Escultura], reconhecida como 
a primeira instituição voltada exclusivamente para a formação de jovens artistas. 
Embora o termo, tratando-se de arte, já fosse muito utilizado na Itália desde o fim do 
século XVI, ele se referia, conforme informado por Nikolaus Pevsner (1902-1983), a 
uma determinada espécie muito difundida de curso de modelo-vivo produzido na casa 
de artistas ou de mecenas, de carácter ainda informal. Tanto seus criadores, no século 
XVI, quanto os comentadores do ensino acadêmico, no século XVII, visavam substituir 
a formação adquirida nos ateliês por cursos acadêmicos. Com o avanço 
proporcionado pelas primeiras academias, e continuado no decorrer do tempo por 
outras fundadas posteriormente, tanto na Europa quanto em outras partes do mundo, 
como nas Américas, por exemplo, o modelo-vivo prosseguiu sendo, até boa parte do 
século XIX, o eixo central de formação de estudantes em arte. Segundo Danto (2006), 
era essencial especialmente para os que desejassem se formar no gênero pictórico 
mais respeitado até então, o da pintura histórica. 
Durante o século XIX, duras críticas às academias questionavam a validade 
dos seus métodos e objetivos para a produção artística. Surgiram contestações sobre 
a forma das poses dos modelos-vivos e a sua ausência de “naturalidade”. Nesse 
 
70 
 
ínterim, cresceu a valorização de outros gêneros, como, por exemplo, a paisagem e a 
natureza-morta; e de outras maneiras de lidar com os objetos de uma forma menos 
“idealizada”, não excluindo, no entanto, o interesse dos artistas pela figura humana e 
pelo estudo do modelo-vivo. De acordo com Albert Boime (1933-2008), pintores como 
Edgard Degas (1834-1917), Van Gogh (1853-1890), Georges Seurat (1859-1891) e 
Henri Matisse (1869-1954), por exemplo, estenderam a prática do modelo-vivo até 
seus trabalhos da maturidade, ao mesmo tempo que produziram obras nas quais o 
homem não é a figura central. 
Em nosso país, percurso semelhante do modelo-vivo pode ser visto desde a 
fundação da sua primeira instituição oficial de arte, a Academia Imperial de Belas Artes 
(Aiba), nas primeiras décadas do século XIX, no Rio de Janeiro. Também no país ele 
se converteu desde o início em diretriz fundamental do ensino dos jovens artistas, 
embora seu ensino efetivo, ainda que inconstante, tenha sido implementado somente 
em 1834, durante a direção de Félix-Émile Taunay (1795-1881). 
Com a aprovação do curso de modelo-vivo desde 1833, Taunay empregara os 
primeiros modelos a partir de um esquema didático fundamentado nos princípios 
clássicos e adaptados, de certa forma, às dificuldades encontradas no Brasil. Entre as 
dificuldades estão: a então inexistência de modelos profissionais no país, o problema 
de encontrar homens cuja aparência fosse compatível com um ideal de beleza 
esperado (uma vez que muitos dos modelos eram escravos) e, até mesmo, a falta de 
verba para o pagamento das sessões. Somente a partir da segunda metade do século 
XIX a prática do modelo torna-se mais constante na academia, especialmente, a partir 
da gestão de Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879), entre 1854 e 1857, com o 
aumento substancial da verba anual da instituição. Diversas academias foram 
produzidas por artistas que por ela passaram nesse período até o século XX, boa 
parte delas acessíveis ainda hoje em coleções públicas, como a do Museu d. João VI, 
no Rio de Janeiro, e a da Pinacoteca do Estado de São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
 
Destacamos ainda que, também no Brasil, aqueles artistas que não 
ingressaram diretamente na Academia Imperial ou depois, durante a República, na 
Escola Nacional de Belas Artes (Enba), tenham se dedicado à utilização do modelo-
vivo; afirmação válida mesmo para os conhecidos artistas modernistas, tais como: 
Tarsila do Amaral (1886-1973), Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976) 
e Cândido Portinari (1903-1962), cujas obras são normalmente tomadas pela 
historiografia da arte brasileira como bastante divergentes da tradição acadêmica do 
país. 
 
 
 
 
72 
 
11 GRAFISMO 
Grafismo é a arte em que são mais relevantes as formas, as cores e detalhes 
do que a figura ou representação.Pode ser também uma forma mais sucinta de 
representar um objeto ou composição de objetos, contanto que os impactos de cor e 
forma façam sentido com a proposta do artista. 
A arte do grafismo é simples e exuberante das cores, criando conceitos como 
a repetição, ritmo, equilíbrio e escala. O grafismo pode mostrar uma ideia estática ou 
com a sensação de movimento. 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte
 
73 
 
 
 
 
 
74 
 
O desconhecimento sobre as culturas dos povos indígenas e a marginalização 
da pichação propõe um estudo aprofundado sobre suas particularidades e 
semelhanças no que diz respeito à manifestação cultural e formas gráficas. 
Conhecer a diversidade cultural no Brasil é também conhecer suas matrizes. 
Portanto, pensar em cultura brasileira é assimilar a presença da cultura indígena em 
nossa sociedade e como suas manifestações foram influenciando a sociedade e se 
modificando ao longo da história (RIBEIRO, 2011). 
Desta maneira, o diálogo em artes sobre cultura indígena e pichação pode ser 
estabelecido por meio das grafias. Fazendo uma conexão entre as práticas urbanas 
de símbolos com os grafismos indígenas. 
Os grafismos são estilos característicos dos elementos gráficos utilizados por 
um artista nos seus desenhos ou pinturas, ou modo pessoal de escrever, letra ou 
caligrafia (BUENO, 2007). Grupos indígenas e tribos urbanas que se manifestam por 
meio da pichação, fazem uso de características gráficas próprias para identificarem 
seus grupos na construção da imagem e de suas individualidades. 
Pensando no ponto de vista cultural, material, histórico e antropológico 
incentivando os educandos ao estudo e as práticas do grafismo indígena, na 
identificação de seus significados. 
Dentro do contexto escolar as práticas e estudos sobre a cultura indígena 
podem ser realizados através de um diálogo intercultural, que se refere à interação 
entre culturas de uma forma recíproca, favorecendo o seu convívio e integração numa 
relação baseadano respeito pela diversidade e no enriquecimento mútuo (CANDAU 
e MOREIRA, 2012). 
O estudo sobre grafismo indígena em comparativo com as tribos urbanas 
dentro dos espaços escolares é de grande importância no paralelo dos nossos 
ancestrais com a atualidade. Tribos de adolescentes disputando território e tornando 
os muros da cidade uma grande tela e tribos indígenas que procuram manter sua 
ancestralidade. Ambas as manifestações culturais fazem resistência à adversidade. 
O conhecimento sobre a chamada “arte indígena” é de um modo geral, ainda 
pequeno. Até mesmo na temática indígena a arte é de uma forma geral, relegada a 
um plano menos importante (VIDAL, 1992). O que o praticante da pichação põe em 
cena é um radical questionamento sobre o espaço urbano. Dá lugar a um ponto de 
 
75 
 
vista novo: aquele que podemos chamar de um “direito visual à cidade” (TIBURI, 
2011). 
A proposta de espaço como um “conjunto de objetos e ações” tratado por Milton 
Santos em A Natureza do Espaço se faz presente neste estudo como forma de 
pertencimento, “[...] formado por um conjunto indissociável, solidário e também 
contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados 
isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá” (SANTOS, 2009, p. 
21). 
Ainda no contexto escolar, este estudo trata do espaço por meio do 
posicionamento crítico nas diferentes relações sociais e a percepção de ser integrante 
desse espaço como agente transformador do mesmo. O estudo do espaço e a sua 
relevância são bem assinalados quando Milton Santos (2009) se vale da expressão 
anglo-saxônica place counts, o lugar tem importância, ou seja, o lugar possui um 
contexto e uma história com relevância. A busca incessante em relacionar espaço e 
sociedade e suas manifestações culturais. 
Essas definições para relacionar as grafias em suas diferentes formas culturais, 
e em especial, o grafismo indígena e a pichação que são objetos desse estudo. 
Ambas as manifestações, a indígena e a pichação, mostram a forma do 
indivíduo ver o mundo e como mostrar isso para o resto da sociedade onde vivem. 
Utilizando suportes diferentes para se manifestarem. 
O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma 
compreensão do mundo no qual é possível transformar continuamente a existência. 
11.1 Grafismo indígena 
A cultura indígena possui características próprias em cada tribo. Embora 
tenham características comuns, os indígenas não são iguais. Cada tribo possui suas 
diferenças entre cultura, organização política/social, rituais, lendas, arte, habitações, 
educação, alimentação, entre outros (VIDAL, 1992). 
A cultura indígena é baseada na oralidade; contudo, mesmo na ausência da 
escrita, uma diversidade de sinais e de outras formas gráficas cumpre o papel 
comunicativo. Pinturas corporais funcionavam como código social, cada um deles 
indicava uma situação específica (guerra, nascimento de filhos, ritos de passagem e 
 
76 
 
luto). O grafismo indígena utiliza o corpo como suporte de pintura e suas subdivisões, 
marcando etapas do ciclo da vida dos indivíduos e os diferentes eventos de que eles 
participam dividindo as aldeias em diferentes grupos (VIDAL, 1992). 
A pintura também pode ser considerada uma marca do mundo social, pois lida 
com suas diferenças internas. A pintura corporal parece ser a única elaboração 
simbólica das diferenças internas da sociedade. 
 
FIGURA – Pintura corporal Karajá baseada em elementos da natureza 
como a pele dos animais. 
 
 
As técnicas decorativas, bem como as suas simbologias encontram no corpo 
humano um dos seus suportes para a representação estética da arte plástica, que 
além de uma manifestação artística, é também um registro etnocultural (VIDAL, 1992). 
A divisão do corpo em áreas para a decoração obedece a outras regras além 
das regras formais do desenho. Trata-se de critérios como sexo, idade e atividade que 
determinam categorias sociais marcadas no corpo por esses signos visuais. No 
homem há uma divisão horizontal de ombro a ombro. O desenho do ombro, que liga 
 
77 
 
a faixa horizontal, é o desenho da tatuagem executada nos guerreiros, por ocasião da 
morte do inimigo. Marca, portanto, a atividade do sexo masculino: a guerra. Nas 
mulheres, a divisão é vertical e marca o ventre (VIDAL, 1992). 
 
 
 
A interpretação dos grafismos indígenas, ganha uma característica de 
semelhança com o objeto representado e deixa de ser apenas um sinal sem 
similaridade, uma simples convenção. Essa construção do significado é quase uma 
alfabetização visual, que se atreve a intuir sobre a forma de percepção do olhar da 
tribo sobre o mundo (VIDAL, 1992). 
A concepção de cultura como sistema simbólico, por meio do qual as 
sociedades humanas atribuem significados a sua experiência e formulam 
suas concepções, impondo ordem ao mundo, aponta para um de seus 
aspectos básicos: o caráter dinâmico da cultura. Situações históricas novas 
propiciam e, muitas vezes, exigem a formulação de novos significados ou a 
recriação de símbolos tradicionais (VIDAL, 1992, p. 290). 
 
Os elaborados sistemas de representação desempenham um papel importante. 
Atribuem significado e comunicação através das características gráficas que 
possuem. Cada símbolo em particular, cumpre seu papel na representação familiar, 
ritualística, divina, etc. E se difere em cada tribo. Mostrando a riqueza e variedade que 
os grafismos indígenas possuem (VIDAL, 1992). 
 
 
78 
 
12 A PRÁTICA PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO ATUAL 
Dentre as maiores transformações ocorridas ao longo das últimas décadas está 
o desenvolvimento tecnológico e o aperfeiçoamento de diferentes maneiras de 
pensamento acerca do saber e do processo pedagógico, estas têm influenciado 
significativamente as ações dos alunos no contexto escolar, o que tem provocado 
dificuldades e insegurança entre professores e agentes escolares resultando em 
forma de comprometimento do processo ensino-aprendizagem. Por conta disso, 
torna-se crucial a busca de uma nova reflexão no processo educativo, onde o agente 
escolar também experimente essas transformações beneficiando suas ações, 
podendo buscar outras formas didáticas e metodológicas de promoção do processo 
ensino-aprendizagem com seu aluno, sem, todavia, tornar-se mero expectador dos 
avanços estruturais de nossa sociedade, mas um instrumento de enfoque motivador 
desse processo (DANTO, 2006). 
Nossa sociedade se vê confrontada com o expressivo desenvolvimento 
ocorrendo ao seu redor, onde o desenvolvimento e as descobertas acontecem de 
forma acelerada, provocando um certo desgaste e comprometimento das ações 
voltadas para o aperfeiçoamento do ensino, fazendo da sala de aula um ambiente 
irrelevante para a consolidação do conhecimento, enfatizando a vivência social o 
requisito mais importante para a busca de aprendizado. 
Diante disso, é fácil perceber que a busca pelo conhecimento não tem sido o 
alvo de principal interesse da sociedade, pois a atualização das informações ocorre 
de forma acessível a todos os segmentos satisfazendo de modo geral aos interesses 
daqueles que as buscam. Sendo assim, a escola nesse contexto tem o desafio de 
rever suas ações e a sua responsabilidade no aprimoramento da sua prática 
educativa, sendo que, uma análise acerca de seus conceitos didático-metodológicos 
precisa ser feita urgente e constantemente, de modo a adequar sua postura 
pedagógica a contemporaneidade e assumindo sua posição de principal e mais 
importante organização na evolução dos princípios fundamentais de uma sociedade, 
cumprindo assim sua missão transformadora e idealizadora de conhecimentos 
científicos-filosóficos pautando o resultado de suas ações em saber concreto. 
 
79 
 
12.1 Prática pedagógica da atualidade 
É preciso dizer que o processo educacional nunca deixou de ser alvo de 
constantes discussões e apontamentos que motivaram sua evolução

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