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CLASSIFICAÇÃO EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA - HTP ❖ PRIMÁRIO (90%): condições que afetam diretamente a tireoide; sempre com elevação do TSH ❖ CENTRAL: deficiência de TRH ou TSH; qualquer patologia/lesão do hipotálamo ou hipófise; sempre SEM bócio ❖ SUBCLÍNICO: alto TSH sem alteração dos HT; 4-8% da pop geral ❖ Resistência aos HT → mutações nos seus recept; raro ❖ HTP muito prevalente em todo o mundo → principal causa: deficiência de iodo ❖ Principal causa em áreas de aporte adequado: dças autoimunes (TH*) ❖ Média etária de diagn: 60 anos → prevalência aumenta com a idade ❖ BR: agravo + comum da tireoide ❖ Afeta 2% da população geral ❖ Prevalência de 15% em > 60 anos → aumenta com a idade ❖ 8x mais frequente em mulheres ❖ HC: prev 0,005% na pop geral ❖ Hipo congênito: 1 em cada 4.000-5.000 recém-nascidos Fatores dietéticos e geográficos + genéticos + faixa etária DÇAS TIREOIDIANAS ❖ TH → causa + comum ❖ Dça de Graves → estágio final (agressão glandular pelo processo autoimune ou mudanças no tipo predominante de anti-TSHrecep) ❖ Tireoidites subagudas (granulomatoa, linfocítica e pós parto) → geralmente transitório ❖ Tireoidite de Riedel → subst do tecido tireoidiano por fibrose ❖ Dças infilrativas (hemocromatose, sarcoidose, esclerose sistêmica, amiloidose, cistinose) TTO DO HIPERT ❖ Radioiodo → 2a causa + comum; dentro do 1° ano após tto ❖ Tireoidectomia subtotal → + tardio; até 40% em 10 anos ❖ Tionamidas em doses excessivas OUTROS FÁRMACOS ❖ Iodo em qtd excessiva ❖ Amiodarona, contrastes radiológicos, lítio (ricos em iodo) → risco + se TH, história de tireoidite, cirurgia tireoideana ou radiioiodo ❖ Interferon-α e interleucina-2 → tto de tumores malignos, hep B e C ❖ Inibidores da tirosinoquinase (-nibes) → tto de tumores RADIOTERAPIA → cabeça e pescoço; LH e LNH; uso de contrastes com iodo antes da radio HIPOT CONSUNTIVO → excesso da inativação dos HT pela D3 produzida por tumores Síndrome clínica resultante da produção ou ação deficiente dos hormônios tireoidianos, resultando em alentecimento generalizado dos processos metabólicos HIPOTIREOIDISMO HIPOTIREOIDISMO ETIOLOGIA - HCC ETIOLOGIA EM CRIANÇAS ADQUIRIDO ❖ Processo inflamaório neoplásico, infiltrativo isquêmico ou traumático que compromete a secreção da hipófise ou do hipotálamo ❖ Causas + comuns (adultos): tumores na região hipotalâmico-hipofisária e o tto cirúrgico e/ou radioterápico dessas lesões → def de TSH + outras trofinas hipofisárias ❖ Outras causas: traumatismo, necrose hipofisária pós parto (sd de Sheehan), hipofisite linfocítica e apoplexia hipofisária ❖ Crianças: craniofaringiomas ou irradiação craniana p/ disgerminoma ou neoplasias hematológicas ❖ Diminuem TSH: glicorticoides, tto com análogos da somatostatina (longo prazo), dopamina, dobutamina, bexaroteno CONGÊNITO ❖ Raro ❖ Defeitos na estimulação/síntese de TSH → genes POU1F1, PROP1 e HESX1. ❖ Mutações no gene da subunidade beta do TSH ❖ Mutação no gene do receptor tireoidiano-beta (TRb) → RGHT ❖ DG sem tratamento ou inadequado na gestação → efeito deletério sobre a hipófise fetal ❖ TH → a + comum adquirida; rara < 4 anos; + em meninas (4-8:1) ❖ Transitório → transferência placentária de antic contra TSHr, adm de iodetos/amiodarona/tionamidas na gestação ❖ Permanente sem bócio → defeitos de desenvolvimento, na biossíntese dos HT (principal) ❖ Mutações inativadores no gene do TSHr ❖ Mutações nos gene do PAX8 e TTF2 ❖ Produção excessiva da D3 por hemangiomas volumosos ou alguns tumores malignos FISIOLOGIA DA TIREOIDE MIT (monoiodotirosinas) A produção dos hormônios tireoidianos segue 4 etapas: 1. Captação do iodo 2. Oxidação do iodo 3. Organificação 4. Acoplamento transportado para o líquido coloide dentro do folículo proteína de membrana que capta o iodo circulante e leva-o para o interior da cél junto com 2 íons de sódio - Céls foliculares → produzem T3 (tri-iodotironina) e T4 (tetraiodotironina/tiroxina) - Céls parafoliculares/C → produzem calcitonina CAPTAÇÃO DO IODO Processo ativo realizado pelo cotranspotador de sódio/iodeto (NIS) nas células foliculares iodo captado é transportado da memb. basal até memb. apical pela proteína PENDRINA é oxidado pela TPO → reação dependente de cálcio, NADPH e H2O2 Iodo oxidado é ligado a carbonos em resíduos da Tg (tireoglobulina) pela TPO DIT (di-iodotirosinas) DIT + DIT = T4 MIT + DIT = T3 armazenados dentro do coloide dos folículos DEIODINASES (conversão periférica de T4 → T3) Tipo 1: fígado; grande responsável pelos níveis sistêmicos de T3. Tipo 2: hipotálamo e hipófise; T4 → T3 localmente, exercendo feedback negativo sobre a produção de TRH e TSH Tipo 3: inativa T4 em T3 reverso (rT3 → hormônio inativo) e T2 sistemicamente; expressa na placenta, protegendo o feto do excesso de HT maternos TBG → principal (80% ligados à ela); + afinidade e - capacidade de ligação Transtirretina (TTR) Albumina → - afinidade e + capacidade de ligação na circulação se ligam às proteínas transportadoras Fração livre de T3 → forma de HT que entra nas céls e se liga aos recep nucleares para exercer seus efeitos TR alfa 1: SN, CV e musculoesquelético (aumento do inotropismo e cronotropismo, dos recep beta-adrenérgicos, redução dos recep alfa-adrenérgicos) TR beta1: fígado e rim TR beta2: hipófise e hipotálamo REGULAÇÃO DA FUNÇÃO TIREOIDIANA HIPOTÁLAMO TRH (horm liberador de tireotrofina) HIPÓFISE (adeno) TSH estimula todas as etapas de síntese dos HT (captação do iodo pelo NIS, transporte pela pendrina, oxidação pela TPO e DUOX, organificação, síntese e liberação dos HT e conversão periférica de T4 para T3) + aumenta vascularização e mitogênese na treoide T3 (alça de retroalimentação negativa) D2 no hipotálamo e hipófise → mantém feedback neg TIREOIDE O X I D A Ç Ã O O R G A N I F ACOPLAMENTO TPO QUADRO CLÍNICO QUADRO CLÍNICO INFÂNCIA ❖ Astenia, letargia, sonolência, intolerância ao frio, pele seca e descamativa, voz arrastada, hiporrefelxia profunda edema facial, anemia e bradicardia ❖ Ganho ponderal modesto decorrente de retenção hídrica ❖ Muitos são oligo/assintomáticos ❖ Expressão plena → mixedema ❖ Elevação de LDL → partículas mais aterogênicas ❖ Possível hipertrigliceridemia ❖ DHGNA → + comum em hipotiireoideos ❖ HDL inalterado ou pouco baixo ❖ Revertidas com tto do hipot ❖ Hiperprolactinemia (leva ao hipogonadismo), redução de IGF-1 e IGFBP3, hiporrespnsividade do GH ❖ Cefaleia, tontura, astenia, adinamia, alterações vestibulares, parestesias, dist visuais, auditivos e cognitivos ❖ Depressão, dist bipolares ❖ + grave → coma mixedematoso ❖ Loucura mixedematosa → agitação e sintomas psicóticos ❖ Cabelos secos e quebradiços, queda de cabelo, fragilidade ungueal, madarose, edema facial ❖ Redução do débito cardíaco, hipofonese de bulhas, aumento do risco para DAC aterosclerótica, derrame pericárdico, cardiomegalia ❖ Anorexia, constipação intestinal, distensão gasosa, macroglossia, íleo paralítico (raro) ❖ Fadiga muscular, mialgia, cãibras, artralgias, sd túnel do carpo (*hipot fator de risco para intolerância às estatinas) ❖ Redução do fluxo sanguíneo renal e da TFG → aumento da Cr, AU e Mg ❖ Oligomenorreia, amenorreia, menorragia*, infertilidade ❖ Redução da libido, disfunção erétil, oligospermia ❖ Anemia normo ou macro (pelo hipot, def de Fe ou de Vit B12) ❖ Persistência da icterícia fisiológica, choro rouco, constipação intestinal, sonolência, hérnia umbilical, atraso da maturação óssea → retardo mental irreversível (sem tto) ❖ Oligo/assint → rastreamento pelo teste do pezinho ❖ Início > 2 anos: não ocorre retardo mental; baixa estatura (retardo da idade óssea + hiporresp ao GH), atraso no desenvol puberal, desempenho escolar deficiente, outros ❖ Cretinismo → hipot congênito + retardomental + baixa estatura + edema face e mãos + surdo-mudez + anormalidades de trato extra e piramidal DIAGNÓSTICO PRIMÁRIO ❖ TSH alto + T4L e T3 baixos ❖ Apenas TSH alto → hipot subclínico (T4 reduz em seguida e posteriormente o T3) ❖ TSH primeiro a se alterar → por isso o screening se faz com ele CENTRAL ❖ T4L baixo + TSH normal, baixo ou pouco elevado (< 10 mUI/ℓ) ❖ TSH com baixa atividade ❖ TSH elevado em casos de resistência a ele ❖ Def de outras trofinas hipofisárias ❖ RM de sela túrcica OBS.: 10 a 15% da secreção dos HT não depende do estímulo do TSH, logo, no HCC os sintomas tendem a ser menos intensos. HIPOT SUBCLÍNICO❖ LEVOTIROXINA OU L-TIROXINA (LT4) → dose única diária em jejum (60 min antes do desjejum ou ao deitar à noite) ❖ Jejuno principal local de absorção ❖ Dose ideal depende da idade, sexo e peso ❖ Adultos jovens (16-65 anos): 1,6 a 1,8 μg/kg ➢ M: 100 a 150 μg/dia ➢ H: 125 a 200 μg/dia ❖ Crianças e adolescentes necesitam de doses maiores ❖ Adultos jovens (< 50) → início com dose plena ❖ > 50-60 s/ dça coronariana → início com 50ug/dia, aumento gradual a cada 7 dias ❖ > 60, coronariopatas ou hipot grave e de longa duração → início com 12,5 a 25 μg/dia, aumento gradual a cada 15 dias AJUSTE DE DOSE ❖ Conforme valor de TSH após 4-8 semanas → ideal dentro da metade inf do VR (0,5-2,5 mUI/l) ❖ HCC: meta é manter T4L normal (~1,3 ng/dl) → TSH não é meta terapêutica MONITORAMENTO ❖ Menor dose ideal antigida → monitoramento a cada 6-12 meses, visando TSH e T4L normais ❖ HCC: garantir apenas T4L no valor normal ❖ Deve ser feito em caso de mudanças de peso, de meds, gravidez ou planejamento ❖ Aumento na dose de LT4 → uso de estrógenos, antidepressivos, anticonvulsivantes; cirrose ❖ Principalmente em mulheres idosos e dieta pobre em iodo ❖ Pode progredir para hipot clínico em 3-5% dos casos/ano ❖ Deve ser sempre diferenciado de insuf adrenal, hipot em tto subótimo, tto com radioiodo, recuperação de tireoidite ou da sd do eutireoideo doente, resist aos HT. ❖ Repetir TSH em 3-6 meses para confirmação → muitos casos normalizam ❖ Manutenção do TSH elevado → considerar tto SEMPRE TRATAR ❖ TSH > 10mUI/l ❖ Gestantes e mulheres pretendendo engravidar → manter TSH < 2,5 TSH < 10mUI/l ❖ Avaliar idade e QC individual → considerar em pctes com + risco de evolução p/ hipot franco, muitos fatores de risco para DCV ou sintomatologia com potencial de melhora com tto (teste terapêutico) ❖ Associação a + incidência e mortalidade por DAC em < 65 anos ❖ > 65 anos recomenda-se NÃO TRATAR Fatores preditivos ❖ TSH > 10mUI/l ❖ Autoanticorpos + ❖ Achados da USG compatível com tiroidite (hipoecogenicidade) ❖ Anteced pessoal de dças autoimunes ❖ HF de TH ❖ Anteced de tto para hipert (tionamidas ou radioiodo) ❖ Alta ingesta de iodo TRATAMENTO SD DO EUTIREOIDEO DOENTE DEFINIÇÃO DIAGNÓSTICO ❖ Alterações em provas de função tireoidiana que ocorre em pacientes com acometimentos sistêmicos graves sem doença tireoidiana ❖ Acomete 70 a 80% dos internados em UTI ❖ Mecanismo adaptativo do organismo para tentar poupar energia no paciente que se encontra gravemente doente. MECANISMOS ❖ Inibição da D1 e D2 → redução da conversão T4 em T3 → T4T e T4L pode permanecer normal ou levemente aumentada no início do quadro; redução de T3 é achado inicial ❖ Ativação da D2 do HH e do SNC → aumento da conversão T4-T3 no HH → excesso de HT local, inibindo a secreção de TRH e de TSH → indução de HCC com TSH diminuído (pcte + grave) ❖ Ativação da D3 (fígado e músculo) → aumenta inativação de T4 em T3r → queda de T3 e aumento de T3r (achado + sesível e universal) ❖ Objetivo: reduzir a ação dos HT sobre os tecidos, obtendo estado metabólico mais lento, almejando que o organismo poupe energia para o combate da doença em si, em detrimento do gasto de energia com a atividade metabólica do restante do corpo ❖ Outras mudanças: redução da leptina (importante para secreção de TRH), citocinas produzidas na sepse e na inflamação, medicamentos usados em pctes críticos - corticoide e dopamina (redução na síntese de TSH), redução dos pulsos noturnos e da atividade do TSH, redução das prot transportadoras ((desnutrição e inflamação crônica), redução da afinidade dos HT pelas prot transport (elevação de AGL no sangue, inflamação e pelas medicações usadas) ❖ TSH baixo, porém nunca suprimido, como ocorre em casos de hipert franco (geralmente entre 0,1 e 0,5 mUI/ℓ, mas sempre dosável) ❖ T3 e T4 totais e livres baixos, às custas de aumento de T3 reverso (T3r). FASE DE RECUPERAÇÃO ❖ TSH sobe (pode atingir até 20mUI/ml) ❖ Com normalização do eixo, T3 e T4T sobem e T3r vai caindo ❖ TTO com LT4 não é recomendado (exceto para casos de cardiopatia grave na fila de transplante)
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