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Luanna Borges – Med 104 11 - SISTEMA NACIONAL DE AUDITORIA NO SUS E POLÍTICA NACIONAL DE REGULAÇÃO Entre os vários instrumentos de gestão utilizados no Sistema Único de Saúde (SUS), a regulação tem sido tratada com maior relevância. Por ser um mecanismo de equilíbrio entre oferta e demanda, a regulação busca a disponibilização de serviços e recursos assistenciais adequados às necessidades da população, garantindo um acesso de qualidade baseado nos princípios norteadores do SUS. A busca da equidade no acesso aos serviços de saúde é um objetivo explícito de muitos sistemas de saúde, no entanto, depara-se com muitas barreiras. A utilização do processo regulatório como instrumento de gestão pode se tornar um potente equalizador social do sistema de saúde para amortizar a desigualdade relacional entre os entes público e privado, além de atenuar a relação necessidade, demanda e oferta, tornando-a coerente, compatível e sem grandes distorções. A portaria GM/MS nº 1.559, de 1º de agosto de 2008, instituiu a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde – SUS. O Sistema Nacional de Auditoria (SNA) do SUS foi criado em 1993 pela Lei n.º 8.689 e regulamentado pelo Decreto n.º 1.651, de 1995. Na concepção trazida pelo SNA, auditoria é um instrumento de qualificação da gestão que visa fortalecer o SUS, por meio de recomendações e orientações ao auditado, com vista à garantia do acesso e à qualidade da atenção à saúde oferecida aos cidadãos. Essa concepção altera a dialética da produção/faturamento para a lógica da atenção aos usuários, em defesa da vida, incorporando a preocupação com o acompanhamento das ações de saúde (políticas públicas e seus determinantes sociais) e análise de seus resultados. NOÇÕES BÁSICAS DE REGULAÇÃO E AUDITORIA NO SUS - REGULAÇÃO NO SUS PACTO DE GESTÃO DIRETRIZES PARA OS PROCESSOS DE GESTÃO: 1. Descentralização compartilhada 2. Regionalização – colegiado de gestão regional 3. Blocos de Financiamento 4. Planejamento 5. Programação Pactuada e Integrada 6. Regulação 7. Participação e Controle Social 8. Gestão do Trabalho 9. Educação em Saúde ➔ Todos municípios, estados e União devem: • Desenvolver, a partir da identificação das necessidades, um processo de planejamento, regulação, programação pactuada e integrada da atenção à saúde, monitoramento e avaliação. ➔ Todos os municípios devem organizar a regulação do acesso dentro das diretrizes da regulação da atenção à saúde através dos seus complexos reguladores. Assim, no mínimo, todos os municípios devem organizar uma atenção básica resolutiva que faça solicitações padronizadas pelos protocolos, encaminhamentos responsáveis e adequados aos demais níveis de assistência Regulação - Conceitos ✓ Controle, organização do acesso dos usuários aos serviços assistenciais de média e alta complexidade, por meio das centrais de internação, consultas e exames, articuladas como complexos reguladores. Luanna Borges – Med 104 ✓ A central de regulação beneficia os gestores de Saúde ao evidenciar onde existe a maior demanda por atendimento. As informações geradas pelo sistema norteiam ações estratégicas para resolver os gargalos e diminuir as filas de espera. Regulação - Diretrizes • Superar a desarticulação e/ou a sobreposição que há entre as diversas instancias como o controle, avaliação, auditoria, Vigilância Sanitária. • Integrar as ações da regulação sobre o sistema e da regulação da atenção à saúde com as demais funções da gestão como o planejamento, financiamento, orçamento, gestão do trabalho, etc. • Implementar a regulação da atenção à saúde, com ações que incidam sobre os prestadores, públicos e privados, de modo a criar condições para uma produção mais eficiente das ações e serviços de saúde ; • Tomar a ouvidoria e os conselhos de saúde como fonte para a detecção de problemas no acesso, na qualidade, dos serviços prestados, de desperdícios, irregularidades, negligências e omissões. Política Nacional de Regulação ➔ Instituída pela Portaria GM/MS nº 1.559 de 1º de agosto de 2008. ➔ Art. 1º - Instituir a Política Nacional de Regulação do Sistema Único de Saúde - SUS, a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão, como instrumento que possibilite a plenitude das responsabilidades sanitárias assumidas pelas esferas de governo. I - Regulação de Sistemas de Saúde: tem como objeto os sistemas municipais, estaduais e nacional de saúde, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, definindo a partir dos princípios e diretrizes do SUS, macrodiretrizes para a Regulação da Atenção à Saúde e executando ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância desses sistemas; Regulação de Sistemas de Saúde: contempla as seguintes ações: I - Elaboração de decretos, normas e portarias que dizem respeito às funções de gestão; II - Planejamento, Financiamento e Fiscalização de Sistemas de Saúde; III - Controle Social e Ouvidoria em Saúde; IV - Vigilância Sanitária e Epidemiológica; V - Regulação da Saúde Suplementar; VI - Auditoria Assistencial ou Clínica; e VII - Avaliação e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Luanna Borges – Med 104 II - Regulação da Atenção à Saúde: exercida pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, conforme pactuação estabelecida no Termo de Compromisso de Gestão do Pacto pela Saúde; tem como objetivo garantir a adequada prestação de serviços à população e seu objeto é a produção das ações diretas e finais de atenção à saúde, estando, portanto, dirigida aos prestadores públicos e privados, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, definindo estratégias e macrodiretrizes para a Regulação do Acesso à Assistência e Controle da Atenção à Saúde, também denominada de Regulação Assistencial e controle da oferta de serviços executando ações de monitoramento, controle, avaliação, auditoria e vigilância da atenção e da assistência à saúde no âmbito do SUS. Regulação da Atenção à Saúde: efetivada pela contratação de serviços de saúde, controle e avaliação de serviços e da produção assistencial, regulação do acesso à assistência e auditoria assistencial contempla as seguintes ações: I - cadastramento de estabelecimentos e profissionais de saúde no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - SCNES; II - cadastramento de usuários do SUS no sistema do Cartão Nacional de Saúde - CNS; III - contratualização de serviços de saúde segundo as normas e políticas específicas deste Ministério; IV - credenciamento/habilitação para a prestação de serviços de saúde; V - elaboração e incorporação de protocolos de regulação que ordenam os fluxos assistenciais; VI - supervisão e processamento da produção ambulatorial e hospitalar; VII - Programação Pactuada e Integrada - PPI; VIII - avaliação analítica da produção; IX - avaliação de desempenho dos serviços e da gestão e de satisfação dos usuários - PNASS; X - avaliação das condições sanitárias dos estabelecimentos de saúde; XI - avaliação dos indicadores epidemiológicos e das ações e serviços de saúde nos estabelecimentos de saúde; e XII - utilização de sistemas de informação que subsidiam os cadastros, a produção e a regulação do acesso. III - Regulação do Acesso à Assistência: também denominada regulação do acesso ou regulação assistencial, tem como objetos a organização, o controle, o gerenciamento e a priorização do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do SUS, e como sujeitos seus respectivos gestores públicos, sendo estabelecida pelo complexo regulador e suas unidades operacionais e esta dimensão abrange a regulação médica, exercendo autoridade sanitária para a garantia do acesso baseada em protocolos, classificação de risco e demais critérios de priorização. Regulação do Acesso à Assistência: efetivada pela disponibilização da alternativaassistencial mais adequada à necessidade do cidadão por meio de atendimentos às urgências, consultas, leitos e outros que se fizerem necessários contempla as seguintes ações: I - regulação médica da atenção pré-hospitalar e hospitalar às urgências; II - controle dos leitos disponíveis e das agendas de consultas e procedimentos especializados; III - padronização das solicitações de procedimentos por meio dos protocolos assistenciais; e IV - o estabelecimento de referências entre unidades de diferentes níveis de complexidade, de abrangência local, intermunicipal e interestadual, segundo fluxos e protocolos pactuados. A regulação das referências intermunicipais é responsabilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do processo de construção da programação pactuada e integrada da atenção em saúde, do processo de regionalização, do desenho das redes. Política Nacional de Regulação: Regulação do Acesso à Assistência ➔ Função de gestão, através da qual se busca promover a equidade do acesso, garantindo a integralidade da assistência e permitindo ajustar a oferta assistencial disponível às necessidades imediatas do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e racional. ➔ São atribuições da regulação do acesso: I- garantir o acesso aos serviços de saúde de forma adequada; II- garantir os princípios da eqüidade e da integralidade; III-fomentar o uso e a qualificação das informações dos cadastros de usuários, estabelecimentos e profissionais de saúde; Luanna Borges – Med 104 IV - elaborar, disseminar e implantar protocolos de regulação; V - diagnosticar, adequar e orientar os fluxos da assistência VI - construir e viabilizar as grades de referência e contrareferência; VII - capacitar de forma permanente as equipes que atuarão nas unidades de saúde; VIII - subsidiar as ações de planejamento, controle, avaliação e auditoria em saúde; IX - subsidiar o processamento das informações de produção; e X - subsidiar a programação pactuada e integrada. Política Nacional de Regulação: Princípios orientadores 1. Cada prestador responde apenas a um gestor. 2. A regulação dos prestadores de serviço deve ser preferencialmente do município conforme desenho da rede de assistência pactuada na CIB, observado o Termo de Compromisso de Gestão do Pacto. 3. A regulação das referências intermunicipais é responsabilidade do gestor estadual, expressa na coordenação do processo de construção da PPI, do processo de regionalização e do desenho das redes. ➔ A área técnica da regulação do acesso será estabelecida mediante estruturas denominadas Complexos Reguladores, formados por unidades operacionais denominadas centrais de regulação, preferencialmente, descentralizadas e com um nível central de coordenação e integração. ➔ São atribuições do Complexo Regulador: I - fazer a gestão da ocupação de leitos e agendas das unidades de saúde; II - absorver ou atuar de forma integrada aos processos autorizativos; III - efetivar o controle dos limites físicos e financeiros; IV - estabelecer e executar critérios de classificação de risco; e V - executar a regulação médica do processo assistencial. ➔ O Complexo Regulador é a estrutura que operacionaliza as ações da regulação do acesso, podendo ter abrangência e estrutura pactuadas entre gestores, conforme os seguintes modelos: I - Complexo Regulador Estadual: gestão e gerência da Secretaria de Estado da Saúde, regulando o acesso às unidades de saúde sob gestão estadual e a referência interestadual e intermediando o acesso da população referenciada às unidades de saúde sob gestão municipal, no âmbito do Estado. II - Complexo Regulador Regional: a) gestão e gerência da Secretaria de Estado da Saúde, regulando o acesso às unidades de saúde sob gestão estadual e intermediando o acesso da população referenciada às unidades de saúde sob gestão municipal, no âmbito da região, e a referência interregional, no âmbito do Estado; b) gestão e gerência compartilhada entre a Secretaria de Estado da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde que compõem a região, regulando o acesso da população própria e referenciada às unidades de saúde sob gestão estadual e municipal, no âmbito da região, e a referência inter-regional, no âmbito do Estado III - Complexo Regulador Municipal: gestão e gerência da Secretaria Municipal de Saúde, regulando o acesso da população própria às unidades de saúde sob gestão municipal, no âmbito do Município, e garantindo o acesso da população referenciada, conforme pactuação. ➔ O Complexo Regulador será organizado em: I - Central de Regulação de Consultas e Exames: regula o acesso a todos os procedimentos ambulatoriais, Luanna Borges – Med 104 incluindo terapias e cirurgias ambulatoriais; II - Central de Regulação de Internações Hospitalares: regula o acesso aos leitos e aos procedimentos hospitalares eletivos e, conforme organização local, o acesso aos leitos hospitalares de urgência; e III - Central de Regulação de Urgências: regula o atendimento pré-hospitalar de urgência e, conforme organização local, o acesso aos leitos hospitalares de urgência. COMPLEXO REGULADOR ➔ Articulação e integração de centrais de urgências, centrais de internações, centrais de consultas e serviços de apoio diagnostico terapêutico ➔ Implantadas sob orientação de protocolos clínicos e linhas de cuidado previamente definidos. ➔ As centrais de regulação serão de abrangência municipal e/ou regional. CENTRAL DE URGÊNCIA ➔ Regulação inter-hospitalar e pré-hospitalar, norteados pela organização das Redes Regionais de Atenção à Saúde – RRAS. ➔ Central com funcionamento 24 horas com profissional médico que regula e prioriza os chamados ➔ O encaminhamento deve ser estabelecido mediante pactuações prévias, de acordo com a complexidade e hierarquização da rede. ➔ A central deve dispor das informações sobre as referencias de recursos especializados (grade) pactuados regionalmente e com atualização sistemática ➔ Aplicação do recurso vaga-zero em situações críticas. CENTRAL DE INTERNAÇÕES ➔ Regulação dos leitos hospitalares dos estabelecimentos de saúde vinculados ao SUS, próprios, contratados ou conveniados, norteados pela organização das Redes Regionais de Atenção à Saúde – RASS ➔ Escopo – abranger a totalidade dos leitos das diferentes clinicas ➔ Funcionamento – pode ser restrito ao período diurno, com a presença de médicos reguladores com a função de qualificar e ordenar, com equidade, as solicitações de internação eletivas e controlar a ocupação dos leitos. ➔ Nos demais períodos, a regulação poderá ser exercida pela Central de Urgência. CENTRAL AMBULATORIAL ➔ Responsável pela regulação do acesso dos pacientes às consultas especializadas e aos Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia – SADT, norteados pela organização das Redes Regionais de Atenção à Saúde – RRAS ➔ Pode funcionar no período diurno sem a presença de médico regulador, sendo necessária a definição de profissional médico de referencia ➔ Os complexos reguladores podem compor, de acordo com a necessidade do município ou região, com outras centrais especificas ➔ Relações de poder – tomada de decisão – recursos escassos ➔ Dispositivos de apoio e matriciamento – aproximação da atenção básica e especializada – regulação da atenção primária. Luanna Borges – Med 104 Regulação: NIR ➔ O Núcleo Interno de Regulação (NIR) é uma iniciativa da Coordenação-Geral de Atenção Hospitalar do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência do Ministério da Saúde (CGHOSP/DAHU/SAS/MS) e tem como objetivo orientar os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) e os dirigentes de hospitais geral e especializados para a melhor condução do processo de implantação e implementação do Núcleo Interno de Regulação (NIR), em conformidade com a legislação em vigor. ➔ O NIR é uma unidade técnico-administrativaque realiza o monitoramento do paciente, a partir de seu ingresso no hospital, sua movimentação interna e externa até a alta hospitalar. É uma estrutura ligada diretamente à direção geral do hospital e deve ser legitimada, com papel e função definidos. Sistemas de Regulação – SER E SISREG SER ➔ Consultas/ exames ➔ Internações ➔ Materno/infantil ➔ Ostomizados ➔ Regulação: normaliza – direciona • Controle: monitora – constata o Ouvidoria: registra – apura • Avaliação: mensura – reorienta o Auditoria: examina – valida Luanna Borges – Med 104 AUDITORIA NO SUS - Noções Básicas • O Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, é formado por uma grande rede de serviços e ações de saúde, organizada de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente, com direção única. • A União é representada pelo Ministério da Saúde, os Estados e o Distrito Federal pelas Secretarias Estaduais de Saúde, e os Municípios pelas Secretarias Municipais de Saúde. • O financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) é feito pelas três esferas de governo, federal, estadual e municipal, conforme determina a Constituição Federal de 1988, que estabelece as fontes de receita para custear as despesas com ações e serviços públicos de saúde. Quem Controla o SUS? ➔ O controle do SUS é exercido pelo governo e pela sociedade. • Pela sociedade, isso se dá por meio do Controle Social feito pelos Conselhos de Saúde. Estes são órgãos colegiados, compostos por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários. Atuam na formulação de estratégias que ajustem as ações e serviços ofertados e disponibilizados de acordo com as necessidades da comunidade e no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, tendo caráter deliberativo, com decisões homologadas pela esfera de governo correspondente. • No âmbito governamental esse controle é realizado por órgãos de controle interno e externo. CONTROLE INTERNO: é aquele em que o Poder Público controla suas próprias ações, objetivando assegurar a execução destas dentro dos princípios básicos da administração pública. Compreende as atividades de avaliação do cumprimento das metas, da execução dos programas de governo e dos orçamentos e de avaliação da gestão dos administradores públicos, utilizando, como instrumentos: o monitoramento, a avaliação do desempenho e auditoria. Assim, o controle interno é um controle primário, exercido por órgão que se subordina ao executor do próprio ato examinado. Controle interno: Realizado pelos técnicos das áreas de controle interno (ações de monitoramento, avaliação de desempenho e auditoria) dos entes federados que compõem o SUS e pela Controladoria Geral da União. As ações de auditoria realizadas por técnicos do SUS são de responsabilidade do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), que é formado por componentes municipais, estaduais e federal. CONTROLE EXTERNO: o controle é considerado externo quando é efetivado por um poder sobre o outro. É realizado por órgãos externos, que fiscalizam as ações da administração pública e seu funcionamento, envolve a verificação do exercício regular da competência atribuída pela lei. Controle externo: Além do controle parlamentar direto, pelo Poder Legislativo, temos o controle pelos Tribunais de Contas (da União, dos Estados e dos Municípios), e por fim o controle dos Ministérios Públicos Federal e Estaduais. O Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS), órgão integrante da estrutura da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde e componente federal do Sistema Nacional de Auditoria (SNA), exerce atividades de auditoria e fiscalização especializada no âmbito do SUS. Luanna Borges – Med 104 Auditoria A auditoria do SUS deve verificar a execução das ações e serviços de saúde quanto aos aspectos orçamentário, operacional, patrimonial, além de analisar a conformidade do gasto, bem como dos processos e resultados. Foco de atuação da auditoria do SUS ✓ Verificar se as ações e os serviços de saúde estão sendo realizados em conformidade com os padrões e os critérios estabelecidos. ✓Detectar situações de não conformidade e aprofundar na verificação e análise. ✓ Auditar as estruturas, os processos e os resultados. “A auditoria é um instrumento de gestão para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para a alocação e utilização adequada dos recursos, a garantia do acesso e a qualidade da atenção à saúde oferecida aos cidadãos.” O trabalho de auditoria no SUS é extremamente complexo, pois necessita de grande quantidade de informações que precisam ser cuidadosamente extraídas, trabalhadas e interpretadas, pois muitos interesses e responsabilidades estão em foco quando se audita a saúde. O compromisso da auditoria para o fortalecimento da gestão se estabelece na orientação ao gestor quanto à aplicação eficiente do orçamento da saúde, o qual deve refletir na melhoria dos indicadores epidemiológicos e de bem-estar social, no acesso e na humanização dos serviços. Diretrizes para atuação da auditoria do SUS ✓Capilaridade, descentralização e integração para garantir atuação em todo o território nacional, com divisão e definição de tarefas específicas de cada esfera de gestão do SUS. ✓Integração com outros órgãos das estruturas gestoras do SUS, como planejamento, monitoramento e avaliação, regulação e vigilância em saúde e outros órgãos integrantes do sistema de controle interno e externo. ✓Ênfase na mensuração do impacto das ações de saúde, na aplicação dos recursos e na satisfação do usuário. O QUE É SNA? O Sistema Nacional de Auditoria (SNA) é o conjunto de órgãos e Unidades instituídos em cada esfera de governo, sob direção do gestor local do SUS, com atribuição de realizar auditorias. O SNA foi instituído de forma descentralizada por meio de órgãos dos governos federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal pela Lei 8689/93. SNA • O Decreto nº 1.651/95 estabeleceu que a estrutura e funcionamento do SNA, no plano federal, são indicativos da organização a ser observada por estados, Distrito Federal e municípios para a consecução dos mesmos objetivos no âmbito de suas respectivas atuações. • No plano federal, o componente do SNA é o Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), unidade da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), do Ministério da Saúde. Luanna Borges – Med 104 RELAÇÃO AUDITORIA E CONSELHO DE SAÚDE Os relatórios de auditoria, emitidos pelos órgãos do SNA, subsidiam os conselheiros de saúde no desempenho do seu papel no controle social. Possibilita o acesso ao conteúdo das auditorias e o acompanhamento das recomendações feitas ao gestor do SUS. RELAÇÃO AUDITORIA E GESTORES A auditoria é, antes de tudo, uma ferramenta de apoio à gestão, buscando orientar o gestor para corrigir distorções que porventura sejam detectadas. Nesse sentido, o relatório da auditoria visa contribuir para a elaboração e/ou revisão dos instrumentos de gestão do SUS. SNA Situações recorrentes nas auditorias: - Ausência ou insuficiência no detalhamento do Plano e/ou Programação Anual de Saúde; - Relatório de Gestão incompatível com o Plano e/ou Programação Anual de Saúde; -Deficiência na qualidade da atenção e do acesso às ações e serviços de saúde; - Descumprimento das fases de execução das despesas; - Execução inadequada da legislação sobre licitação; - Aplicação incorreta dos recursos definidos nos blocos de financiamento do SUS; - Não comprovação de despesas realizadas; - Não execução orçamentária ou financeira, parcial ou total, de recursos próprios ou recebidos. ➔ O que deve ser feito para diminuir os riscos na execução das ações? • É fundamental que asações de controle estejam organizadas e estruturadas de forma que as atividades de monitoramento, avaliação de desempenho e auditoria sejam exercidas de forma sistêmica, permanente e complementar. • É importante que as recomendações emitidas pelo serviço de controle sejam consideradas como norteadoras de ajustes nos instrumentos de gestão e colocadas em prática. O acompanhamento desta providência deve ser exercido, inclusive, pelo controle social. ➔ Postura Ética do Agente Público em Atividades de Auditoria • O item X, artigo 5º da Constituição Federal brasileira, assegura a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas; como garantia para todos os brasileiros. Portanto, os auditores estão obrigados triplamente a manter o sigilo e a privacidade do que vierem a constatar ou observar pela Constituição Federal, pelo Código de Ética do Servidor Público e pelo código de ética de sua categoria profissional. ➔ Os Códigos de Ética são parâmetros fundamentais destinados a nortear a conduta profissional quanto aos aspectos: ▪ Sigilo; ▪ Evitar atos de Imperícia, imprudência ou negligência; ▪ Responsabilidade pelo ato profissional; ▪ Consentimento prévio do paciente; ▪ Elaboração do prontuário do paciente; ▪ Manuseio de prontuário; ▪ Informações do quadro clínico ao paciente
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