Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP Fisiologia do impulso nervoso 1. INTRODUÇÃO Condução do estímulo nervoso Sinapse elétrica: - Sincronização: movimento cardíaco e movimentos peristálticos - Ocorre mais rapidamente do que as sinapses químicas -Junções comunicantes (músculo cardíaco e liso visceral) Sinapse química - Liberação de neurotransmissores - Retardo sináptico – 0,5 ms - Neurônio pré-ganglionar e neurônio pós- ganglionar (sináptico) 2. MECANISMO 1- Ocorre a despolarização da membrana 2- Abertura dos canais de cálcio que permitem a entrada do mesmo para dentro do neurônio 3- O cálcio se associa e estimula as vesículas sinápticas a se ligarem a membrana plasmática do neurônio pré-sináptico (fusão: membrana + vesícula) 4- Acontece a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica 5- O neurotransmissor se associa ao sitio de ligação do canal iônio, promovendo a abertura do mesmo 6- Assim, ocorre a passagem dos íons de Na+ (entrada no neurônio pós sináptico) despolarizando a membrana e criando um potencial pós-sináptico, gerando um impulso nervoso 3. POTENCIAIS PÓS-SINÁPTICOS PPSE - Neurotransmissor despolariza a membrana pós-sináptica - Estimula o neurônio - Leva a membrana para mais próximo do limiar excitatório - Célula torna-se mais excitável Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP - L-glutamato (L-glu) PPSI - Neurotransmissor hiperpolariza a membrana pós-sináptica - Inibe o neurônio - Interior da membrana mais negativo - Geração de potencial torna-se mais difícil - Torna o limiar mais afastado do que no repouso - Alfa-aminobutírico (GABA) Cada tipo de receptor possui um ou mais neurotransmissores ligando-se aos seus sítios específicos - Ligação do neurotransmissor > Abertura do canal iônico - Geração de potencial pós sináptico (PPSE ou PPSI) PPSE (Potencial Pós-Sináptico Excitatório) - Influxo de Na+ > efluxo de Ca2 - Torma o interior da célula pós-sináptica menos negativo (despolarização) - Limiar de -65 mV (potencial neuronal de repouso) para -45 mV PPSI (Potencial Pós-Sináptico Inibitório) - Influxo de Cl- ou aumento do efluxo de íons positivos -Torna o interior da célula pós-sináptica mais negativo (hiperpolarização) - Limiar de -65 mV (potencial neuronal de repouso para -95Mv Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP Em suma, o estímulo aferente excita neurônios motores agonistas através de EPSPs e inibe os antagonistas através de IPSPs mediados por interneurônios. Esta inervação é denominada inervação recíproca 4. RECEPTORES Receptores ionotrópicos - Sítio de ligação do neurotransmissor e o canal iônico são componentes da mesma proteína - Se associa diretamente com o canal iônico - Efeito rápido Receptores metabotrópicos - Sítio de ligação do neurotransmissor e o canal iônico são de proteínas diferentes. Acoplado a um canal iônico separado pela proteína G - Abre o canal iônio indiretamente – frequentemente, há a presença de 2º mensageiro para modificar a excitabilidade do neurônio pós-sinaptico - Efeito mais demorado Efeitos pós sinápticos diferentes para o mesmo neurotransmissor: Acetilcolina (ACh) – Vasoconstrição nos brônquios e vasodilatação no coração Ligação a receptores ionôtrópicos contendo canais de Ca2+ (coração) • Geração de PPSE na célula pós-sináptica – Sinapse Excitatória Ligação a receptores metabotrópicos acoplados à ptna G, abrindo os canais de K+ (brônquios) Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP • Geração de PPSI na célula pós- sináptica – Sinapse Inibitória 5. TRANSPORTE NO AXÔNIO - Endocitose realizada no neurônio - Proteínas e organelas são transportadas ao longo do axônio 1- Vesículas saem do corpo celular (reticulo endoplasmático) 2- Através de vesículas que vão surgir a partir do Complexo de Golgi, os neurotransmissores precisam ser transportados até a estrutura terminal do neurônio 3- Os microtúbulos realizam o transporte das vesículas ate o bulbo (corpo terminal) do neurônio 4- Após isso ocorre o processo do impulso nervoso Além disso, existem proteínas também são responsáveis pelo transporte das vesículas que contém os neurotransmissores a) Cinesína - Movimenta-se em direção a extremidade (+) dos microtúbulos (transporte anterógrado). - Cerca de 100 diferentes cinesinas em humanos - O transporte é específico porque cada vesícula possui sua cinesina b) Dineína - Movimentam-se em direção a da extremidade (-). (transporte retrógrado) As proteínas se associam aos microtúbulos realizando o transporte das vesículas Transporte anterógrado: Corpo celular para terminal axônico Transporte retrógrado: Terminal axônico para corpo celular – núcleo do neurônio (reciclagem dos neurotransmissores) 6. TRANSPORTE DE ORGANELAS - Neurônios com metros de comprimento precisam ter moléculas transportadas para o axônio Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP - Vesículas secretoras vindas do Golgi são transportadas ao longo dos mictrotúbulos (polimerizados pelos centríolos) aos axônios - A polimerização dos microtúbulos ocorre na extremidade + e a despolarização ocorre na extremidade – 7. O INFLUXO DE CA2+ DESENCADEIA A LIBERAÇÃO DE NEUROTRANSMISSORES A exocitose dos neurotransmissores nas vesículas sinápticas difere dos outros processos em dois pontos críticos 1) A secreção esta associada à chegada do potencial de ação no terminal do axônio 2) As vesiculas sinápticas são recicladas localmente A despolarização da membrana citoplasmática não pode por si só, causar a fusão das vesículas com a membrana plasmática (há a necessidade da entrada do Ca2+ V- SARE (proteína existente na membrana da vesícula) interage com o complexo T- SNARE e SNAP25 (proteínas existentes na superfície da membrana receptora da célula) O SNAP25 faz a ligação entre o V-SARE e T-SNARE A fusão da membrana da vesícula com a membrana do neurônio faz ocorrer a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica O influxo de Ca2+ provocado pela fase de despolarização do impulso nervoso desencadeia a exocitose do neurotransmissor a partir das vesículas sinápticas O Ca2+ ao adentrar a célula, se liga a Sinaptotagmina que por sua vez, ao ser ativada vai ativar a SNAP25, que realizará a associação de V-SNARE com T-SNARE 8. PATOLOGIAS ASSOCIADAS À COMPRESSAO DOS NERVOS Síndrome do Desfiladeiro Torácico - Os nervos e alguns vasos sanguíneos do plexo braquial são comprimidos na região da clavícula e da 1ª costela Sindrome do Túnel do Carpo - Compressão do nervo mediano Catharina Gusmão 20.2 - EBMSP Ao serem comprimidos, os nervos acabam tendo sua capacidade de realizar o transporte das vesículas com os neurotransmissores pelas cinesinas através dos microtúbulos em direção ao bulbo terminal do axônio reduzida. 9. TOXINA BOTULÍNICA É comumente utilizada em cirurgias reparadoras estéticas (botox) É capaz de clivar (inibir) a SNAP25, impedindo assim a ligação entre T-SNARE e V- SNARE. Dessa forma, acaba não havendo a junção da membrana da vesícula com a membrana pré-sinaptica, e consequentemente não há a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. Assim, mo músculo não ocorrerá a contração em resposta da sinapse neuromuscular Por isso, muitos usuários perdem os movimentos de expressão do músculo da face onde a substância é injetada. O botulismo infantil esta associado a ingestão de alimentos contaminados (como mel e enlatados amassados) que pode ocasionar em fraqueza muscular, baba excessiva, etc. podendo ser confundindo com o comportamento normal da criança, podendo levar ate a paradas cardiorrespiratórias.
Compartilhar