Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANTIFÚNGICOS CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS • São células eucarióticas sem mobilidade • Não realizam fotossíntese • Milhares de espécies – é o reino mais abundante no nosso planeta • 50 espécies são patogênicas aos seres humanos CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A SUA FORMA: 1. LEVEDURAS Ex: Cryptococcus neoformans Eles crescem sob essa forma esférica 2. FUNGOS SEMELHANTES A LEVEDURAS Produzem estrutura similar ao micélio. O micélio é uma característica dos fungos filamentosos. Ex: Candida albicans 3. FUNGOS FILAMENTOSOS COM MICÉLIO VERDADEIRO Ex: Aspergillus fumigatus Tem uma estrutura redondinha e depois um filamento 4. FUNGOS DISMÓRFICOS Podem crescer como leveduras ou fungos filamentosos. Ex: Histoplasma capsulatum PATOGENIA DOS FUNGOS Para uma infecção fúngica acontecer é necessário alguns passos. Há um padrão para o desenvolvimento de uma infecção fúngica. É necessário a adesão do fungo à superfície, colonização dessa mesma. E aí pode acontecer o aprofundamento dessa infecção em tecidos mais profundos, inclusive chegando na circulação sistêmica. INFECÇÕES FÚNGICAS A depender da capacidade infiltrativa dessa infecção fúngica, serão classificadas de formas diferentes: • SUPERFICIAIS – atingem a camada superficial da pele Alguns exemplos de infecções superficiais: Dermatocomicoses (Tinhas) causadas pelo Trichophyton, Microsporum ou Epidermophyton Candidíase superficial • CUTÂNEAS – atingem a pele, pelos e unhas • SUBCUTÂNEAS – atingem camadas profundas da derme, tecido subcutâneo e osso • SISTÊMICAS – Quando ocorre disseminação do fungo pela corrente sanguínea - No Reino Unido, a doença fúngica sistêmica (ou “disseminada”) mais comum é a candidíase. - Em outras partes do mundo: Blastomicose, Histoplasmose, Coccidiomiocose, Paracoccidiomicose. • OPORTUNISTAS – Quando ocorre em virtude de imunossupressão, seja uma imunossupressão provocada pelo uso de medicamentos (antitumorais, corticoides, imunossupressores) ou provocada por doenças (SIDA). PACIENTES MAIS SUSCEPTÍVEIS A INFECÇÕES FÚNGICAS Alguns pacientes apresentam quadros que os tornam mais susceptíveis a infecções fúngicas. No geral, o nosso corpo ele consegue lidar bem com fungos. Nossas defesas imunes conseguem lidar bem com a presença de fungos. Porém algumas situações como: ➢ Pacientes em UTI ➢ Pacientes imunossuprimidos (quimioterapia, transplantes) ➢ Uso disseminado de antibióticos de amplo espectro ➢ Próteses → são materiais que apresentam uma superfície mais propicia a adesão e proliferação fúngica ANTIFÚNGICO IDEAL • Amplo espectro de ação contra uma variedade de fungos patogênicos • Excelente penetração no liquido cefalorraquidiano (LCR), na urina e no osso; • Baixa toxicidade farmacológica; • Apresenta múltiplas vias de administração; OBS: Não existe um antifúngico ideal, sempre um ou o outro vai ter um déficit em uma dessas características. Ou por ser um excelente antifúngico, mas que tem uma alta nefrotoxicidade; ou tem baixa nefrotoxicidade, penetra bem no LCR, tem amplo espectro, mas só é possível administrar via intravenosa. HISTÓRICO Os tratamento antifúngicos nasceram na década de 50 com 2 antifúngicos provenientes de produtos naturais: Griseofulvina e Anfotericina B. Até hoje eles são utilizados como antifúngicos. Ao longo desses anos, nós tivemos a descoberta de muitos outros antifúngicos como: Clotrimazol, Miconazol, Cetoconazol, Fluconazol, Caspofungina, entre outros. Nós podemos dizer que hoje nós temos uma terapia antifúngica que é suficiente para lidar a grande maioria dos fungos patogênicos conhecidos. Diferentemente das bactérias e dos vírus, os fungos não tem alta capacidade de criar novas cepas resistentes aos fungomicidas, eles costumam ser microrganismos mais estáveis geneticamente e isso é positivo para a terapia. AGENTES ANTIFÚNGICOS NATURAIS - Aqueles que são isolados de fungos, bactérias. • Anfotericina • Griseofulvina • Equinocandinas AGENTES ANTIFÚNGICOS SINTÉTICOS • São os AZÓIS: Cetoconazol, Fluconazol, Miconazol.... ALVOS MOLECULARES DOS ANTIFÚNGICOS QUAIS REGIÕES FÚNGICAS NÓS TEMOS PARA ALTERNATIVAS TERAPÊUTICAS? • Inibição da síntese de ergosterol → como alvo o Reticulo endoplasmático. Temos alguns representantes que conseguem DIMINUIR a produção do ergosterol. O ergosterol é um similar fungico do nosso colesterol. Nós mamiferos produzimos colesterol e o adicionamos na membrana lipidica para garantir uma maior fluidez dessa membrana, uma maior maleabilidade. Os fungos fazem a mesma coisa, só que ao inves deles inserirem o colesterol na membrana, eles inserem o ergosterol. Então, a inibição dessa molecula é um alvo fungicida. • Fuso mitótico → A Griseofulvina é um inibidor da formação do fuso mitótico. Se eu tenho um composto que consegue inibir a formação do fuso, esse fungo não se divide. Então a Griseofulvina é fungi-estática. Ela não provoca a morte fungica, ela provoca a inibição do crescimento. E aí cabe ao nosso sistema imune destruir esses fungos. • Síntese de DNA → A Flucitosina interfere na síntese do DNA. É um inibidor da sintese de ácido nucleico. Sem o material genético sendo produzido para divisão da célula, do fungo, vai faltar produto para esse fungo se dividir. Reduzindo, assim, a viabilidade fúngica. • Membrana plasmática → Temos os Polienos, como o principal representante a Anfotericina B. Eles vão agir na membrana plasmática, provocando poros nessas membranas e teremos uma perda do equilibrio hidroeletrolitico fúngico. E esse fungo vai morrer. • Parede celular → As Equinocandinas são classes que atuam na formação da parede celular. Então, a parede celulas fúngica ela precisa de uma maquinaria complexa para formar essa parede, uma parede de polimero formado por polimerização de monômeros de açúcar. E a inibição da formação desses polimeros, fragiliza a parede celular e favorece a morte do fungo. INIBIDOR DA SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLEICOS FLUCITOSINA MECANISMO DE AÇÃO: A Flucitosina ela só consegue acessar o citoplasma fúngico porque o fungo apresenta um transportador chamado CITOCINA PERMEASE. Sem a citocina permease, a Flucitosina não consegue atravessar nenhuma membrana celular em concentrações suficientes para provocar a morte fúngica. Então, essa enzima ela é ESPECIFICA de fungos. Eu tenho uma molécula da Flucitosina, ela é uma análogo da Uracila, um análogo da Timidina. Por terem uma estrutura química parecida, tem uma grande tendência desses fármacos de interagirem com alvos endógenos do seu similar químico. Então, a Flucitosina ela consegue através da Citosina Permease acessar o citoplasma fúngico. No citoplasma fúngico ela consegue fazer parte da via de produção de um material genético da Timidina, que iria, futuramente, ser incorporado ao material genético fúngico, para posterior divisão celular. A Flucitosina ela se “mete” na via de produção da Timidina. E aí ela começa a sofrer reações químicas que o precursor da Timidina sofreria. Então, A Flucitosina sofre ação da Citosina desaminase se transformando em 5-Fluoruracila, depois a enzima Uridina fosforibosil transferase transforma essa 5-floururacila em 5-fluoruracila monofosfato (5-FUMP). Depois a enzima Ribonucleotideo redutase transfora a 5-FUMP em 5-fluorodeoxiuridina monofosfato (5-FdUMP). Esta substancia é a substancia que vai interagir com uma enzima chamada Timidilato sintetase. A Timidilato sintetase é a enzima fúngica que é responsável por converter a d-oxi-uracila (dUMP) em d- oxi-timidina (dTMP) para posterior incorporação ao DNA. Ou seja, se a 5-FdUMP inibiu a ação da Timidilato sintetase, eu vou ter uma diminuição da conversão de Uracila em Timidina. E consequentediminuição da oferta de Timidina para formar uma nova fita de DNA. Então eu terei como resultado: inibição da síntese do DNA e inibição da divisão celular. No entanto, algumas etapas desse mecanismo são susceptíveis à resistência fúngica. A Citosina permease é uma etapa em que o fungo consegue rapidamente PULAR. Então, o fungo promove uma mutação na citocina permease, reduzindo a entrada de citosina no interior do fungo. Ou seja, uma concentração intracelular reduzida, o que pode levar a uma INEFITIVIDADE terapêutica. Além disso, também pode ocorrer mutações na Citosina desaminase e na Uridina fosforibosil transferase. Então, os fungos eles conseguem ser facilmente resistentes a Flucitosina. ASSOCIAÇÃO DA FLUCITOSINA COM A ANFOTERICINA B Para combater essa resistência é que atualmente praticamente não se usa mais a Flucitosina como ÚNICO medicamento. Ela é usada associada com a Anfotericina B. Na figura anterior, conseguimos vê uma bolinha verde no início, que é a Anfotericina B. Essa associação entre as 2 é muito comum, muito recomendada. A Anfotericina B ela cria poros na membrana celular do fungo e esses poros vão facilitar a entrada da Flucitosina. E por mais que o fungo provoque uma mutação na Citosina Permease, a Anfotericina B cria novos poros para que a Flucitosina entre em concentrações adequadas no citoplasma fúngico. Se o fungo mutar a Citosina desaminase e a Uridina fosforibosil transferase, o aumento da concentração de Flucitosina dentro da célula vai ser tão grande que mesmo essa baixa quantidade dessas 2 enzimas mutadas, pela quantidade grande do substrato, provocada pela entrada ocasionada pela Anfotericina B, eu também vou ter um grande fluxo desse ciclo aqui. Por isso que a associação com a Anfotericina B é fundamental para a atividade da Flucitosina. CARACTERISTICAS DA FLUCITOSINA FARMACOCINÉTICA ➢ Pode ser administrada por via oral ou por via intravenosa ➢ Excelente penetração no SNC, olhos e trato urinário ➢ Grande volume de distribuição ➢ Liga-se pouco as proteínas plasmáticas ➢ Meia vida de 3-5 horas CONTRA-INDICAÇÕES ➢ Gravidez e lactação ➢ Insuficiência renal severa ➢ Hipersensibilidade ao princípio ativo ➢ Crianças EFEITOS ADVERSOS ➢ Supressão da medula óssea (leucopenia e trombocitopenia ➢ Náuseas, vômitos e diarreia ➢ Disfunção hepática ➢ Falta de apetite ➢ Transtornos gastrointestinais PERGUNTA: Por que os efeitos adversos da Flucitosina são muito parecidos com os efeitos adversos dos antitumorais? R: Porque a Flucitosina ela também consegue inibir a sintese de DNA das nossas celulas, por esse mesmo mecanismo. INIBIDOR DA MITOSE FÚNGICA GRISEOFULVINA MECANISMO DE AÇÃO: Nós sabemos que a organização do fuso mitótico ela depende da polimerização de uma proteína chamada TUBULINA (tubulina alfa, tubulina beta). Elas formam um conglomerado, a polimerização dessas 2 proteínas dá origem à formação dos microtúbulos. A Griseofulvina ela interfere no processo de ligação entre as tubulinas. Então, a Griseofulvina interfere na polimerização da Tubulina, interrompe e prejudica a formação dos microtúbulos e consequentemente atrapalha/impede a organização do fuso mitótico. Sem a formação do fuso mitótico, eu não tenho a divisão perfeita desta célula, sem a divisão, a Griseofulvina se torna um importante fungio-estático. CARACTERÍSTICAS • O uso terapêutico da griseofulvina oral é limitado • Não é efetivo contra leveduras e contra fungos dismórficos • Acumula-se nas células precursoras de queratina e liga-se a queratinas das células diferenciadas • Na maioria das situações, a Griseofulvina parece ser fungistática. • A gente consegue encontra a Griseofulvina em crescimento da pele, dos cabelos ou das unhas livres de infecção por dermatófitos. FARMACOCINÉTICA ➢ Muito insolúvel e por isso não é um fármaco muito utilizado por via oral. ➢ É majoritariamente administrado por via intravenosa. ➢ Quando administrado por via oral, sua absorção é melhor quando administrado com alimentos gordurosos, visto que ele é muito lipossolúvel. Então você tenta propiciar uma solubilização junto com alimentos gordurosos ➢ O tratamento precisa ser muito prolongado para que os efeitos apareçam ➢ Os efeitos adversos aumentam com o consumo de álcool ➢ As doses devem ser administradas com intervalo de 6/6 horas CONTRA-INDICAÇÕES ➢ Gravidez e lactação ➢ Crianças com menos de 2 anos de idade ➢ Hipersensibilidade ➢ Indivíduos com problemas hepáticos ➢ Indivíduos com histórico de Lúpus → pacientes com doenças autoimunes, como é o caso do LES, o paciente tem um sistema imunológico mais reativo e com isso, a Griseofulvina pode estimular a resposta imune de pacientes com LES. EFEITOS ADVERSOS ➢ Sistema nervosos – letargia, visão embaçada, vertigem ➢ Cefaleia, erupção na pele e urticária ➢ Hematológicos – leucopenia, neutropenia, monocitose ➢ Insônia, síndrome alérgica, distúrbios gastrointestinais, hepatotoxicidade ➢ Interações farmacológicas com varfarina, barbitúricos, contraceptivos orais PERGUNTA: POR QUE A GRISEOFULVINA ELA PRECISA DE UM TRATAMENTO PROLONGADO PARA QUE O EFEITO FARMACOLOGICO COMECE A APARECER? R: O fato de a Griseofulvina não ser fungicida, ser majoritariamente fungistática. A Griseofulvina ela não mata o fungo, então ela depende da resposta IMUNE. E isso por si só já leva um tempo, até o sistema imune conseguir reduzir a quantidade de fungos que provoque uma melhora clínica, isso já leva um tempo. Além disso, a Griseofulvina ela atua na formação do fuso mitótico, ou seja, o fungo ele precisa estar na fase M do ciclo celular pra que a Griseofulvina atue. Então, é uma janela muito estreita para que a Griseofulvina consiga exercer o seu efeito. INIBIDORES DA SÍNTESE DO ERGOSTEROL São fármacos que atuam inibindo a indução de uma substancia fundamental para manutenção da membrana celular. A gente pode dividir os inibidores da síntese do Ergosterol em 2 subclasses, de acordo com o alvo enzimático: • INIBIDORES DA ESQUALENO-EPOXIDASE → São as Alilaminas e as Benzilaminas • INIBIDORES DA 14a – DESMETILASE → São os Azois Essas 2 enzimas elas participam do processo de produção do Ergosterol, cada uma em um momento diferente. Cada fármaco vai agir em uma enzima diferente, mas o resultado é o mesmo que a diminuição da produção do Ergosterol. BIOQUIMICA DA MEMBRANA E PAREDE CELULAR DOS FUNGOS Vemos nessa imagem que o Ergosterol é um componente da bicamada lipídica, que fica entre os fosfolipídios de membrana. Aí eu tenho os fosfolipídios e eu tenho o Ergosterol para dar uma maleabilidade maior. Aqui nessa outra imagem nós temos a via de PRODUÇÃO do Ergosterol. O início é a traves da Acetil- CoA (que é o mesmo precursor do colesterol). O Acetil-Coa é convertido em Esqualeno. O Esqualeno é convertido em Epóxido-Esqualeno pela enzima Esqualeno-Epoxidase (um dos nossos alvos farmacológicos). Depois outras reações acontecem e o Lanosterol é o substrato do nosso outro alvo farmacologico, que é a enzima 14alfa- desmetilase, até a subsequente formação do Ergosterol. Então, conseguimos ver que essas 2 enzimas elas participam da sintese do Ergosterol, da conversão do Acetil- CoA em Ergosterol – passando por diferentes intermediários. INIBIDORES DA ESQUALENO -EPOXIDASE Os principais representes são as Alilaminas e as Benzilaminas. • ALILAMINAS: representantes Terbinafina e Naftifina • BENZILAMINA: representante Butenafina Partindo aqui da nossa enzima alvo destas classes, que é a Esqualeno-Epoxidase. É a enzima que converte o Esquealeno em Epóxido-Esqualeno. CARACTERÍSTICAS TERBINAFINA FARMACOCINÉTICA ➢ É um fármaco altamente lipofílico ➢ É um fármaco tanto Fungicida como fungistática ➢ Administrado por via oral ou por via tópica➢ Liga-se fortemente às proteínas plasmáticas a 99% ➢ Meia vida de elimanção é de 300 horas – ótimo tempo de meia vida ➢ Biodisponibilidade de 40% - é baixa ➢ Os níveis plasmáticos aumentam com Cimetidina e diminuem com Rifampicina. Ou seja, a Cimetidina é um inibidor enzimatico da Terbinafina e a Rifampicina é um indutor enzimático da Terbinafina. CONTRA-INDICAÇÕES ➢ Gravidez e lactação ➢ Pacientes com insuficiencia renal ou hepática ➢ Crianças menores de 2 anos ➢ Pacientes que apresentem hipersensibilidade ao princípio ativo EFEITOS ADVERSOS ➢ Alterações do trato gastrointestinal ➢ Erupções cutâneas, prurido ➢ Dores articulares e musculares ➢ Diarreia, cefaleia, tontura ➢ Perda de apetite e paladar ➢ Hepatotoxidade, síndrome de Stevens-Johnson, neutropenia CARACTERÍSTICAS NAFTIFINA E BUTENAFINA ➢ Só disponível na forma tópica/ de cremes ➢ Mecanismo de ação similar ao da Terbinafina – atua na enzima Esqualeno-epoxidase também. ➢ Amplo espectro da atividade antifúngica ➢ Tratamento de tinha de corpo – ao tratamento de Tinhas, as dermatoses INIBIDORES DA 14ª – DESMETILASE Os AZÓIS são os principais representantes. PRINCIPAIS REPRESENTANTES • IMIDAZÓIS – fármaco que apresenta o anel imidazólico em sua estrutura. São eles: -O Miconazol: uso tópico -Oxiconazol: uso tópico -Cetoconazol: uso tópico e sistêmico. Bem absorvido por via oral e de amplo espectro (principalmente em pH ácido) -Econazol: Uso tópico • TRIAZÓIS – são mais modernos e possuem um núcleo triazólico na sua estrutura e melhora a afinidade pela enzima. São eles: - Fluconazol - Voriconazol: maior potência entre todos e amplo espectro -Ravuconazol: ensaios clínicos - Terconazol - Posaconazol: ensaios clínicos - Itraconazol MECANISMO DE AÇÃO: O efeito desses fármacos é na enzima 14alfa-ergosterol-desmetilase. Ao inibir essa enzima, inibe-se a síntese do ergosterol, desestabilizando a membrana fúngica. Deixando essa membrana mais susceptível à lise/ a quebra e morte do fungo. Aqui podemos vê outros intermediários e em que exatamente o Lanosterol é convertido pela 14alfa- desmetilase. O Lanosterol é convertido em Zimosterol pela 14alfa-desmetilase. Importante saber que os AZÓIS eles inibem a síntese do Ergosterol via inibição da enzima 14alfa-desmetilase. CETOCONAZOL • É um dos mais famosos inibidores da síntese do Ergosterol. • Ele pode ser usado tanto por via oral, como por via tópica • Ele consegue ser absorvido por via oral, tem absorção no TGI PROBLEMAS DO CETOCONAZOL • Da classe é o fármaco que provoca maior inibição do citocromo P450. É um fármaco que tem uma grande interação com uma enzima metabolizadora de outros fármacos. • Apresentam uma estreita faixa terapêutica • Ele interfere e inibe a síntese de hormônios esteroidais e gonodais. Então, utilizar Cetoconazol por muito tempo leva a inibição da síntese de hormônios esteroides produzidos por nosso organismo. Esses hormônios tem como base estrutural a molécula do colesterol, por isso faz sentido a inibição da síntese do Ergosterol, levando a inibição da produção de um precursor nosso – o colesterol e, consequentemente, o hormônio esteroidal. • Não atinge o SNC – então infecções fúngicas a nível do SNC, como meningites fúngicas, não pode usar o Cetoconazol • Rifampicina, antiácidos, antagonistas dos receptores H2 diminuem a absorção do cetoconazol • Afeta o metabolismo de outros fármacos, por afetar enzimas como a citocromo P450 • Hepatotoxicidade é rara, mas pode acontecer • Distúrbios gastrointestinais podem ocorrer • Quanto mais tempo o individuo utiliza o Cetoconazol, mais significativos são os efeitos endócrinos provocados por ele ITRACONAZOL • Pode ser administrado tanto por via oral ou intravenosa • Não penetra o liquido cefalorraquidiano • É o mais potente dos azóis (tanto dos Imidazóis como dos Triazóis) • Interage com enzimas microssomais e por isso pode provocar uma diminuição do metabolismo de outros medicamentos • Altamente lipossolúvel • Meia vida de 36 horas • Extenso metabolismo hepático • EFEITOS ADVERSOS: hepatotoxicidade, cefaleia, dor abdominal, tontura, distúrbio gastrointestinais. FLUCONAZOL • É o mais comum dos Triazóis • Pode ser administrado por via oral ou intravenosa • Excelente biodisponibilidade por via oral • Atinge concentrações elevadas no liquido cefalorraquidiano. Um paciente que se beneficiaria com esse fármaco é a meningite fúngica. Ele consegue afetar a síntese do Ergosterol em fungos que estão presentes no liquido cefalorraquidiano. • Meia vida de 25 horas • 90% são excretados inalterados na urina • É o azol que menos possui efeitos sobre as enzimas microssomais hepáticas. As enzimas microssomais elas metabolizam o fármaco. Com isso, ele é um antifúngico interessante para paciente POLIFARMÁCIA- pacientes que usam mais de 2-3 fármacos concomitantemente com o antifúngico. A chance de você provocar uma interação medicamentosa a nível de metabolização é muito baixa usando o Fluconazol e alta usando outros antifúngicos. O Fluconazol é o fármaco de escolha para tratar a meningite criptocócica INIBIDORES DA ESTABILIDADE DA MEMBRANA FUNGICA – OS POLIENOS ORIGEM: biossintetizados por fungos Os principais representantes dos antifúngicos poliênicos são: • Anfotericina B – uso parenteral • Nistatina – uso tópico • Natamicina • Candicidina Essa classe de fármacos para fazer o seu efeito de desestabilizador de membrana, eles precisam ter um lado da molécula HIDROSSOLUVEL e o outro lado da molécula LIPOSSOLUVEL. MECANISMO DE AÇÃO: Os fármacos poliênicos se intercalam na membrana plasmática, principalmente com a ajuda do Ergosterol, provocando POROS na membrana e desestabilização do equilíbrio hidroeletrolítico. ANFOTERICINA B Eu tenho aqui nessa imagem a representação da Anfotericina B. Um lado da molécula é hidrofílico e o outro lado é lipofílico. Eu preciso aqui não apenas 1 molécula de Anfotericina B, eu preciso de VÁRIAS moléculas para formar esse canal hidrofílico. (em laranja na imagem) Aproximadamente, 4 moléculas de Anfotericina B para que a água consiga de fato transpassar essa membrana. A água e os íons. Se essa organização acontecesse de forma aleatória, ia ser muito mais difícil, esse poro nunca seria formado. O que acontece é que a porção lipofílica da molécula tem uma preferencia de afinidade pelo Ergosterol. Então, nos locais onde existem Ergosterol são os locais que majoritariamente a Anfotericina B vai se lincar. Então, a probabilidade de formar esse arranjo aqui, similar a um canal, agora se torna muito maior porque esse arranjo vai ser guiado pela presença e pela fluidez do Ergosterol. COMPARANDO ANFOTERICINA B COM A NISTATINA ANFOTERICINA B • Insolúvel em água • É administrado majoritariamente por via intravenosa principalmente • Fungicida ou fungistática NISTATINA • Não sofre absorção sistêmica • Aplicado na forma tópica • Tem um efeito prioritário sobre a Candida Albicans EFEITOS ADVERSOS • Toxicidade relacionado a infusão: febre, calafrios, cefaleia, hipotensão → Principalmente os administrados por via intravenosa • Toxicidade mais lenta: insuficiência renal e anemia provoca por falta de produção de eritropoetinas. São efeitos cumulativos e dependente da dose. OBS: A ANFOTERICINA B geralmente é administrada em ambiente hospital, e consequentemente, em ambiente hospitalar o medico tem a possibilidade de pedir exames de função renal regurlarmente. Além da possibilidade, ele tem a obrigação de solicitar, quando trata-se do uso de Anfotericina B. Porque a cada 10 pacientes que usam a Anfotericina B, 8 vão ter insuficiencia renal. Ainda mais considerando que os efeitos da insuficiencia renalsão cumulativos, ou seja, o médico atraves da função renal vai conseguir observar esse efeito tóxico gradualmente. Então, ele vai acompanhar o passo a passo do aumento de creatinina, de marcadores da função renal se alterando aos poucos. E aí ele consegue ou suspender, ou trocar, ou abaixar a dose para restabelecer a função renal. INIBIDORES DA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR EQUINOCANDINAS As Equinocandinas têm como alvo farmacológico a enzima Beta 1,3- glicano- sintetase. A parede celular dos fungos compreende além de quitina e manoproteinas, a formação de polímeros de açucares. Polímeros de beta 1,6 glicano e polímeros de beta 1,3 glicano. A diferença desses 2 polímeros depende da posição de ligação dos açúcares. Quando eu tenho os polímeros formados apenas por ligação 1,3 eu tenho a formação do polímero beta 1,3-glicano. Quando eu tenho polímeros beta 1,3 e beta 1,6 significa que os monômeros de açúcar estão sendo ligados entre os carbonos 3 e carbono 1, e carbono 6 e carbono 1.... ou seja, são polímeros NÃO lineares. OU SEJA, os fungos eles possuem enzimas especificas para esse processo de polimerização, para lincar um açúcar ao outro e assim manter essa rede que vai estruturar toda a parede celular. Com a inibição dessa enzima, terá um estresse osmótico pois terá uma saída de água de forma desordenada para o citoplasma celular. Haverá lise do fungo e morte do mesmo. Então a síntese do 1,3B- glicano é necessário para manter a estrutura da parede celular dos fungos. CASPOFUNGINA • Liga-se altamente as proteínas do plasma • É metabolizada no fígado • Penetra pouco no liquido cefalorraquidiano. É uma molécula muito grande pra conseguir atravessar a barreia hematoencefálica • Meia vida de 9-10 horas → alta MICAFUNGINA • Foi aprovada para o tratamento de candidíase esofágica e para profilaxia antifúngica em receptores de transplante de células tronco hematopoiéticas (transplante de medula) TABELA COM O RESUMO DAS CLASSSES DE FÁRMACOS
Compartilhar