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EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA Rana Rached HISTÓRICO • Hipócrates (460-377 A.C.) – Doença não tem origem divina. Análise de doenças com base racional, clima, ventos e água que ajudam o médico a avaliar a saúde geral dos habitantes de um determinado local. Estilo de vida e dieta influem na saúde. Seus estudos antecipam o raciocínio epidemiológico. • Galeno (201-130 A.C) – Demonstrou que veias transportavam sangue e não ar. Iniciou o controle de nascimentos e óbitos, foco no indivíduo. • Idade Média – Salvar a alma, igreja condenando as pesquisas científicas. Europa focando no indivíduo, Oriente Médio focando no coletivo: Médicos muçulmanos, baseados em princípios hipocráticos, adotam práticas e registros relacionados. • Avicena (989-1037 D.C) – Reintroduz Hipócrates e Galeno na medicina ocidental. • Averróes (1126-1198 D.C) – Precursor do higienismo. • John Graunt – Tratado sobre tabelas mortuárias, analisou nascimentos e óbitos semanais. Pai da democracia, quantificou o padrão de doenças na população londrina. Inicia-se o reconhecimento do valor dos dados coletados, base da epidemiologia moderna. • Séc XIX – Revolução industrial, êxodo rural. Epidemias de cólera, febre tifóide e febre amarela. • Pierre Louis (1787-1872) – Propôs contagem de casos. Introduz o método estatístico, pneumonia, tuberculose e febre tifóide. Sangria e aumento de letalidade. • William Farr (1807-1883) – Lei das epidemias, início com rápida ascensão e elevação lenta até o ápice, queda rápida. Doenças são mais facilmente prevenidas do que curadas, sendo o primeiro passo para a revolução da epidemiologia. • Jon Snow – Cólera e água contaminada. Traçou métodos de controle de novos surtos válidos até hoje. • Louis Pasteus (1822-1895) – Pai da bacteriologia, identificou e isolou inúmeras bactérias. Pasteurização e vacina antirrábica. Fermentação da cerveja e do leite. • Segunda Guerra Mundial – Métodos para medir a saúde física e mental das tropas, aplicação na população civil. Pós Guerra marcado por grandes inquéritos epidemiológicos. • 1950 e 1960 – Grande desenvolvimento e aperfeiçoamento de investigação epidemiológica, desenhos longitudinais de corte, ensaios clínicos controlados. Computador, matemática, banco de dados, novas técnicas analíticas multi-variadas e maior especificidade. • 1970 – Melhoria nas técnicas de coleta e análise de dados, consolidação da epidemiologia clínica. • Brasil – Oswaldo Cruz combateu a febre amarela, peste bubônica e varíola. Carlo Chagas, em 1905 controlou um surto de malária e tornou-se referência mundial no combate à doença. Em 1909, é descoberto o Trypanosoma cruzi. Em 1975, conjunto de doenças transmissíveis e seus métodos de transmissão e prevenção. DEFINIÇÃO – Estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas, e sua aplicação na prevenção e controle dos problemas de saúde. SAÚDE – Completo bem estar físico mental e social. Ausência de doença, equilíbrio mental, social, espiritual e físico. DOENÇA – Ausência de saúde, dor, padecimento. PRINCÍPIOS DO SUS – Universalidade, saúde sendo um direito a todos. Garantia de atenção à saúde, a todo e qualquer cidadão. Integralidade, as ações de saúde devem ser combinadas e voltadas para a prevenção, promoção e reabilitação. Equidade, oferecendo mais a quem precisa mais, procurando reduzir as desigualdades. Cabe ao estado assegurar este direito, independente de sexo, raça, renda, ocupação e características sociais ou pessoais. EPIDEMIOLOGIA – Aponta quem é mais propenso a adquirir e morrer destes problemas. Estuda a distribuição dos problemas de saúde em populações. Investiga as causas dos problemas. Avalia vacinas, diagnósticos, tratamentos, serviços à saúde, mudanças de comportamento. • FORMAS DA DOENÇA o Manifesta ou Clínica: Apresenta sinais e/ou sintomas clássicos de determinada doença. o Inaparente ou Sub-Clínica: Não apresenta sinal ou sintoma, ou muito poucos, apesar de estar com a doença presente revelada às vezes por exames laboratoriais. o Abortiva ou Frustra: Desaparece rapidamente após poucos sinais e/ou sintomas. o Fulminante: Leva rapidamente a óbito. • ESPECTRO DA GRAVIDADE DA DOENÇA • PERÍODOS o Incubação ou Pré-Patente: Intervalo de tempo desde a penetração do agente etiológico no hospedeiro, até o aparecimento dos sinais e sintomas da doença. o Transmissibilidade: Aquele onde o indivíduo é capaz de transmitir a doença, estando ou não com sintomas. CAUSALIDADE – Modelo antigo abrange um único agente, necessário e suficiente para causar uma doença. Modelo contemporâneo é o conceito de multicausalidade das doenças e fatores de risco. A causa de uma doença específica é o evento, condição ou característica que precede o evento doença e sem o qual a doença nao tenha ocorrido ou teria ocorrido mais tardiamente. Maioria das doenças tem fatores genéticos e ambientais envolvidos, sejam eles físicos, químicos, biológicos, psicológicos, econômicos, culturais etc... • Causa Necessária – A doença somente se desenvolve na presença da causa, ex: agente infeccioso. • Causa Suficiente – Conjunto de condições ou eventos mínimos que inevitavelmente produzem ou iniciam uma doença. • Doenças Crônico Degenerativas – Diferentes causas para uma mesma doença. • Risco – Probabilidade de que indivíduos expostos a certos fatores de risco adquiram uma determinada doença. • Fator de Proteção – Característica associada à diminuição da probabilidade de ocorrência de uma determinada doença. • Relação Causal – Associação estatística significativa, quando uma ocorrência pode ser atribuída a determinado fator ou fatores. • Relação Não Causal – Quando a ocorrência não pode ser atribuída a determinado fator ou fatores apesar de ter uma associação estatística significativa. HOSPEDEIRO – Ser vivo que oferece, em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso. Pode ser primário/definitivo (atinge a maturidade ou passa sua fase sexuada) ou intermediário/definitivo (parasita se encontra em forma assexuada ou larvária). • Resistência – Conjunto de mecanismos do organismo que servem de defesa contra invasão ou multiplicação de agentes infecciosos ou contra efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. Depende da nutrição, reação a estímulos do meio, genética, saúde geral, estresse ou imunidade. • Resistência Natural – Independe de anticorpos ou de reação específica dos organismos. Resultante de fatores intrínsecos do hospedeiro (genética, adquirida, permanente ou temporária). • Comunicante – Indivíduo que esteve em contato com um reservatório (dente, portador ou infectado) ou com ambiente contaminado, tendo a oportunidade de adquirir o agente etiológico de uma doença. • Agentes – Agentes causadores de doenças, patógenos. Podem ser biológicos (MO infecciosos, alérgenos, vacinas, antibióticos e alimentos), químicos (mercúrio, poliuretano etc) ou físicos (radiação, frio, calor, barulho, traumas etc), além de genes, poluentes químicos, etc. • Infectividade – Capacidade de certos organismos de penetrar, se desenvolver ou se multiplicar em outro hospedeiro, ocasionando uma infecção. Ex: Gripe, fungos. • Patogenicidade – Capacidade do agente, uma vez instalado, de produzir sintomas e sinais. Ex: Sarampo, poliomielite. • Virulência – Capacidade do agente de produzir efeitos graves ou fatais, produção de toxinas, multiplicação etc. Ex: Vírus da gripe e do sarampo de baixa virulência, raiva e HIV alta virulência. • Imunogenicidade – Capacidade do agente de, após a infecção, induzir a imunidade no hospedeiro. Ex: Vírus da rubéola, sarampo e caxumba alta, gripe, dengue, shiguelas e salmonelas baixa, imunidade relativa e temporária. AMBIENTE – Influencia a probabilidade e circunstâncias do contato entre hospedeiro e agente, incluindo fatores sociais, políticos e econômicos.SAZONALIDADE – Fenômeno considerado periódico (cíclico), variação sazonal de doenças com aumentos periódicos em determinadas épocas do ano, relacionados ao seu modo de transmissão. VEÍCULOS – Fontes secundárias entre o reservatório e o hospedeiro, como objetos e materiais. VETORES – Seres vivos que veiculam o agente, podendo ser mecânico (transportadores de agentes, sem multiplicação ou modificação do agente) ou biológicos (agentes desenvolvem alguma etapa do ciclo vital antes de serem disseminados ou inoculados). ENDEMIA – Ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente populações em espaços característicos e determinados, no decorrer de um longo período e que mantém uma incidência relativamente constante, permitindo variações cíclicas e sazonais. EPIDEMIA – Ocorrência em uma comunidade ou região de casos de natureza semelhante. Caracterizada por elevação inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando valores do limiar epidêmico preestabelecido. PANDEMIA – Caracterizada por uma epidemia com larga distribuição geográfica, atingindo mais de um país ou continente. Ex: Epidemia de AIDS que atingiu todos continentes, COVID-19. VARIÁVEL – Característica que varia e se deseja estudar em uma população. Se divide em qualitativa (nominal, estados e categorias ou ordinal, avaliações segundo preferência ou desempenho) ou quantitativas (discretas que são valores inteiros ou contínuas que podem assumir qualquer valor). CASO – Pessoa ou animal que apresenta características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas específicas de uma doença ou agravo. Caso suspeito se refere ao indivíduo cuja história clínica, sintomas e possível exposição sugerem que possa estar a desenvolver alguma doença específica. CONTAMINAÇÃO – Presença do agente ou fator de risco. DANO – Estrago, deterioração, danificação e risco à saúde. RISCO – Probabilidade de ocorrência de um dano, de um resultado desfavorável ou indesejado. Os fatores de risco são os componentes que podem levar à doença ou contribuir para o risco de adoecimento e manutenção dos agravos de saúde. DETERMINANTES – Fatores contribuintes ou determinantes parciais, que em sua articulação e provável sinergia propiciam a atuação do estímulo patológico. Pode ser relacionado com questões econômicas, culturais, ecológicos, psicossociais ou biológicos. INDICADOR OU ÍNDICE – Indica uma situação ou aspecto da saúde de uma população ou indivíduo, montado a partir de dados referenciados no tempo e espaço e pela sua forma de organização e apresentação. Podem diversos tipos, como: • Proporção – Relação entre frequências atribuídas de determinado evento, sendo que no numerador é registrada a frequência absoluta do evento que constitui subconjunto daquele contido no denominador que é de caráter mais abrangente. Ex: Número de óbitos por doenças cardiovasculares em relação a número de óbitos em geral. • Razão – Medida de frequência de um grupo de eventos relativa à frequência de outro grupo de eventos. Ex: Razão entre número de óbitos por doença meningocócica e o número de óbitos por meningite tuberculosa. Razão entre número de casos de AIDS no sexo masculino e no sexo feminino. • Coeficiente ou Taxa – Relação entre número de casos de um evento e uma determinada população, num dado local e época. Medida que informa quanto ao risco de ocorrência de um evento. Ex: Número de óbitos por leptospirose no Rio de Janeiro, em relação às pessoas que residiam nessa cidade em cada ano, número de trabalhadores intoxicados por determinada substância em relação aos trabalhos de determinada indústria. MORTALIDADE – Refere-se ao conjunto dos indivíduos que morreram num dado intervalo do tempo. Representa o risco ou probabilidade que qualquer pessoa na população apresenta de poder vir a morrer ou de morrer em decorrência de uma determinada doença. LETALIDADE – Refere-se à razão entre o número de mortes causadas por uma doença e o número total de indivíduos afetados pela mesma, caracterizando sua taxa de letalidade. MORBIDADE – É a taxa de portadores de determinada doença em relação á população total estudada, em determinado local e determinado momento. PREVALÊNCIA – Casos prevalentes, número de pessoas acometidas em um ponto do tempo ou no período de um intervalo de tempo específico. Severidade e duração da doença, além do número de casos novos, imigração e emigração de sadios ou suscetíveis, melhora dos diagnósticos e outros influenciam na prevalência, definida pelo número de casos prevalentes pela população susceptível. INCIDÊNCIA – Frequência de novos casos da doença, número de transmissões de saudáveis para doentes, relatando o número de casos incidentes. POPULAÇÃO – Conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam em comum determinadas características definidas para um estudo. Pode ser finita e pequena, ou finita mas incontável ou infinita, onde trabalha-se com uma amostra. AMOSTRAS – Pode ser de causa simples (onde todos os elementos da população tem a mesma chance de entrar na amostra), sistemática (seleciona-se qualquer unidade amostral e, a partir desta, escolhem-se as seguintes segundo o intervalo de seleção), estratificada (amostra pode ser estratificada de acordo com algum fator, como sexo, idade, espécie etc). FREQUÊNCIA – Medida epidemiológica para verificar a frequência de ocorrência do evento na população estudada, medida por diversas formas, podendo ser fechadas (coorte fixa), aberta, dinâmica ou estável (estacionária). TESTES SOROLÓGICOS • Teste – Se refere a qualquer dispositivo ou processo desenvolvido para detectar um sinal, substância, alteração tecidual ou resposta. Distinguir infectados de não infectados. • Testes Sorológicos – Detecta anticorpos específicos no soro produzidos após contato com antígeno. • Amostra – Soro, urina, fezes, sêmen, lágrima, saliva, líquido céfalo-raquidiano. • Isotipos – IgM, IgG, IgA, IgE e IgD. • Escalas de Apresentação – Dicotômicas (presença de sinal clínico, prenhez, isolamento viral, sim ou não, positivo ou negativo), Ordinais (título sorológico, 1:4, 1:8, 1:16 etc) ou Contínuas (contagem de células brancas e tamanho da reação tuberculínica). • Objetivos do Teste de Diagnóstico – Para confirmar a presença de doença em animal ou população, estimar prevalência da doença ou confirmar a ausência da mesma. • Validade ou Acurácia – Capacidade do teste de identificar infectados (S) e não infectados (E). • Precisão – Capacidade do teste de produzir resultados consistentes quando repetido sob as mesmas condições e interpretado sem conhecer o resultado anterior. Pode ser afetado por condições do animal e laboratório, variação de interpretação entre pessoas ou da mesma em diferentes momentos. • Sensibilidade – Considera os verdadeiros positivos. • Especificidade – Considera os verdadeiros negativos. OBJETIVOS DO SUS – Execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica, de saúde do trabalhador, assistência terapêutica integral e farmacêutica. Vigilância nutricional e orientação alimentar, colaboração na proteção do meio ambiente e formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e produção. Controle e fiscalização de serviços, produtos, substâncias, alimentos, sangue e derivados, além do incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico. SURTO Aumento repentino do número de casos, dentro de limites muito restritos, como uma série de casos de rubéola em uma creche ou vários indivíduos com conjuntivite em um quartel. Também pode ser considerado como um aumento do número de casos de uma doença em uma área específica, considerada livre da mesma. ENDEMIA Ocorrência de certo número de casos controlados em determinada região. EPIDEMIA Aumento do número de casos de determinada doença, muito acima do esperadoem determinada região e não delimitado. PANDEMIA Aumento do número de casos de doença acima do esperado, sem respeitar limite entre países e continentes. OBJETIVOS DO SUS – Execução de ações de vigilância sanitária e epidemiológica, de saúde do trabalhador, assistência terapêutica integral e farmacêutica. Vigilância nutricional e orientação alimentar, colaboração na proteção do meio ambiente e formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e produção. Controle e fiscalização de serviços, produtos, substâncias, alimentos, sangue e derivados, além do incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico. ESTUDO TRANSVERSAL – Rápido de ser aplicado, período de tempo indeterminado. Não tem causa e efeito, comparação de diversas variáveis e baixo custo para empresa e pesquisadores. ESTUDO LONGITUDINAL – Aplicação por um tempo maior, como meses, anos ou até décadas. Estudo pode ser aplicado em diferentes intervalos, possuem relações de causa e efeito e é focada em uma única variável, tendo custos maiores. HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA – A história natural da doença refere-se a uma descrição da progressão ininterrupta de uma doença em um indivíduo desde o momento da exposição aos agentes causais até a recuperação ou a morte. O conhecimento da história natural da doença ocupa juntamente com o controle das doenças. PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA – Prevenção primária é a prevenção propriamente dita, ou seja, tomar medidas antes que a doença ocorra – enquanto prevenção secundária se refere ao tratamento da doença, a fim de evitar maiores complicações. Existem também a prevenção terciária e quaternária, que são referentes com a reabilitação, evitar danos, prevenção de incapacidades e intervenções desnecessárias no paciente após o tratamento. ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS – Aplicação do método científico à investigação epidemiológica, doenças em humanos, animais e plantas. ENSAIO CLÍNICO – Geralmente refere-se à aplicação do método científico a estudos sobre a saúde. Ensaios de intervenção refere-se a testar hipóteses sobre efeito da intervenção sobre condição patológica de doença, como novas drogas, tratamentos e aparelhos médicos. • Ensaios de Tratamento: Testam tratamentos experimentais, combinações de drogas, novas técnicas cirúrgicas ou terapias. • Ensaios de Prevenção: Maneiras novas e melhores de prevenir doenças em pessoas sadias ou recidivas. • Ensaios de Diagnóstico: Novas técnicas diagnósticas. • Ensaios de Triagem: Melhor maneira de detectar doenças. • Ensaio de Qualidade de Vida: Formas de aumenar o conforto e qualidade de vida de indivíduos com doenças crônicas. TIPOS DE ESTUDOS – Populacional ou individual, sendo longitudinal (observação dos mesmos fatores sobre longos períodos e comparando momentos diferentes, antes e depois) ou transversal (observação de fatores em curto espaço de tempo). Pode ser também controlado (há grupo de comparação, grupo de controle) ou não controlado (sem grupo de comparação), além de aleatorizado (alocação aleatória, sorteio ou acaso) ou não aleatorizado (usa-se algum critério de seleção para cada grupo). Retrospectivo (olha para um comportamento passado) ou prospectivo (olha para um comportamento futuro). TIPOS DE ENSAIOS – Superioridade (procuram demonstrar que um tratamento é mais eficaz que outro), não inferioridade (procuram demonstrar que um tratamento, é ao menos não pior que outro) e equivalência (procuram demonstrar que um tratamento é tão eficaz quanto outro). GRUPOS – Paralelos (cada paciente ou grupo recebe um tratamento) ou cross-over (cada paciente recebe diversos tratamentos). VARIÁVEL DE CONFUNDIMENTO – Afeta a variável dependente, mas não foi avaliada ou considerada. Pode levar a falsa conclusão sobre a relação causal entre a variável dependente e alguma independente. Efeito Placebo, melhoria na saúde que pode ser medida, observada ou sentida, mas não pode ser atribuída ao tratamento. Medicação ou tratamento inerte ou inócuo. ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO – Pesquisador planeja e intervém ativamente nos fatores que influenciam os indivíduos da amostra. Alocação aleatória de indivíduos, neutraliza prováveis influências dos vieses e fatores de confundimento. Pode dar uma descrição completa da experiência emanada pela exposição dos distintos efeitos causais. A randomização ajusta fatores conhecidos (idade, peso, etc) e desconhecidos (fatores genéticos), colocada em envelopes lacrados numerados que são abertos imediatamente para a aplicação do tratamento. É individual, longitudinal, de intervenção, controlado e com alocação aleatória. FASE NÃO CLÍNICA – Testes em laboratórios e em animais de experimentação. O objetivo é verificar como esta substância se comporta em um organismo. Respeito com as normas de proteção aos animais de experimentação, resultados não satisfatórios levam ao cancelamento do projeto. FASE CLÍNICA: 1ª FASE – Seleção de participantes, população -> amostra -> elegíveis -> randomizado. Na primeira fase, o medicamento é testado pela primeira vez, com o objetivo de avaliar a segurança do produto investigado, realizando um teste de medicação em pequenos grupos de voluntários e sadios. Exceções de medicamentos para câncer ou portadores de HIV. Não é randomizado, se tudo ocorrer como esperado, produto mostra-se seguro, avança para a fase II. FASE CLÍNICA: 2º FASE – Número de pacientes maior, podendo ou não ser randomizado. Objetivos de avaliar a eficácia da medicação, obter informações mais detalhadas sobre a segurança (toxicidade) e tolerabilidade. Somente se os resultados forem bons, o medicamento será estudado sob forma de um estudo clínico e ir para a fase III. FASE CLÍNICA: 3º FASE – Comparação entre o novo tratamento e o tratamento padrão, com maior número de pacientes. Estudos randomizados, pacientes divididos em grupo controle (tratamento padrão) e grupo investigacional (recebe a nova medicação). Divisão dos grupos por sorteio, resultados com desfechos clínicos (morte, cura, aumento de sobrevida). Podem ser realizados para verificar se a combinação de dois medicamentos é melhor do que a utilização de um só medicamento somente. FASE CLÍNICA: 4ªFASE – Estudos realizados para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior são aplicáveis em uma grande parte da população doente. Medicamento já foi aprovado para ser comercializado. Permite acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo. SEQUÊNCIA DO ESTUDO • Etapa I – Projeto de pesquisa, seleção dos centros de estudo. Start up meeting, treinamento das equipes de atendimento aos pacientes. Período de inclusão de pacientes e monitoração do estudo. • Etapa II – Data lock, entrada dos dados em um programa estatístico. Análise dos dados e divulgação dos resultados, apresentações em congressos e com artigos científicos. • Ensaios clínicos randomizados devem ser considerados quando há incerteza sobre o efeito de exposição ou tratamento, ou a exposição pode ser modificada no estudo. Considerar alto custo e o longo tempo do estudo. • Potenciais limitações de ensaios randomizados incluem a limitada generalização da população e do ambiente em estudo, que respondem a uma questão de estudo específica. ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS – Visa identificar se as diferenças obtidas nos resultados foram por conta dos erros aleatórios ou se realmente existe diferença entre os tratamentos aplicados. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO ECR – Identificar limitações importantes, avaliação sistemática de características associadas à validade interna e externa através de possíveis viéses. Avaliação com instrumentos específicos de controle. • Randomização – A (adequada, números gerados por computador ou tabela de números aleatórios, cara ou coroa, sorteios de cartas, dados), B (não descrita) ou C (inadequada, sequência gerada por meio de número de prontuário,data de nascimento ou números alternados). • Alocação Oculta – A (adequada, alocação gerada centralmente ou por meio de envelopes opacos, selados e numerados sequencialmente), B (não descrita) ou C (inadequada, houve alocação aberta e os participantes ou pesquisadores poderiam prever a alocação). • Cegamento – Participantes, pesquisador e analista de dados, sim, não, não descrito ou não se aplica. • Manejo de Perdas e Desistências – Sim (descrição clara sobre as diferenças entre dois ou mais grupos testados durante o acompanhamento), não descrito ou não. • Após a análise, é possível classificar os ECRs como sujeitos a diferentes riscos de viés, sendo de baixo risco (possível viés com improvável influência sobre os resultados se todos os critérios forem adequados), risco moderado (possível viés que levanta alguma dúvida referente aos resultados, se um ou mais critérios são parcialmente adequados) ou alto risco (possível viés que enfraquece seriamente a confiança nos resultados se um ou mais critérios são inadequados).
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