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Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre PÓLIPOS, ADENOMAS E NEOPLASIAS GÁSTRICAS (TUMORES EPITELIAIS) PÓLIPOS ❖ Pólipos: são nódulos ou massas que se projetam acima do nível da mucosa do estômago. Esses pólipos podem ser pediculados (como se fosse uma “folha” que se ligou ao caule - tem uma pequena base ligada a mucosa) ou sésseis (base mais larga e achatada na mucosa). Pólipo Séssil: Pólipo pediculado: ❖ Hipótese: resposta exagerada da mucosa à lesão e inflamação começando com hiperplasia foveolar, que se torna polipóide e eventualmente se desenvolve em um pólipo discreto. Ex: gastrite crônica; gastropatia reativa; refluxo gastroesofágico; esôfago de Barrett; gastrite autoimune. ❖ Tipos de pólipos: 1. Pólipos de glândulas fúndicas: - São pólipos da região do fundo e corpo gástrico; são bem circunscrito com uma superfície lisa. - Ocorrem esporadicamente em indivíduos com polipose adenomatosa familiar (PAF) → é uma condição genética (mutação do gene APC). - Secundários ao uso de inibidores da bomba de prótons. - Proliferação hiperplásica cística benigna da glândula oxíntica. - Podem ser múltiplos ou solitários. - Compostos de glândulas cisticamente dilatadas, irregulares, delineadas por céls. parietais e principais achatadas. - A inflamação é tipicamente ausente. - Displasia e até mesmo câncer ocorrem nos pólipos de glândula fúndica associado à PAF, mas esporadicamente não trazem nenhum risco de câncer. OBS: omeprazol → inibidor da bomba de prótons 2. Pólipos hiperplásicos: - São pólipos mais comuns na região do antro gástrico. - 85% associado à gastrite crônica com ou sem H. pylori. - Pólipos hiperplásicos na junção gastroesofágica estão associados ao esôfago de Barrett em 33%. - Possuem formato ovóide com superfície lisa, embora erosões sejam comuns. - As lesões são pequenas e sésseis, únicas ou múltiplas, constituídas por glândulas foveolares alongadas, tortuosas e distorcidas, às vezes ramificadas e dilatadas, formando cistos. - A glândulas ficam restritas à base do pólipo, sendo normais ou cisticamente dilatadas, podendo haver metaplasia intestinal. - A lâmina própria é congesta e edemaciada e apresenta infiltrado de mono e polimorfonucleares. - Estroma do pólipo é muito vascularizado. Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre 3. Pólipo adenomatoso ou adenoma gástrico - Adenoma → neoplasia benigna. ADENOMAS GÁSTRICOS OU PÓLIPOS ADENOMATOSOS ❖ Adenoma gástrico: é uma neoplasia benigna, circunscrita e formada por estruturas tubulares e vilosas revestidas por epitélio displásico. ❖ Representam até 10% de todos os pólipos gástricos. ❖ Como os pólipos de glândula fúndica, a incidência de adenomas é maior em indivíduos com PAF. ❖ Similarmente às outras formas de displasia gástrica, os adenomas quase sempre ocorrem em um ambiente de gastrite crônica com atrofia metaplasia intestinal. ❖ Displasia e adenoma gástricos são lesões precursoras reconhecíveis associadas ao adenocarcinoma gástrico. ❖ O risco de adenocarcinoma gástrico está relacionado ao tamanho da lesão do adenoma, e é particularmente elevado em lesões com mais de 2 cm de diâmetro. ❖ No geral, o carcinoma pode estar presente em mais de 30% dos adenomas gástricos. → Morfologia: - São lesões solitárias (menor que 2 cm) mais comumente localizados no antro. - A maioria dos adenomas é composta pelo epitélio colunar do tipo intestinal (epitélio adaptado), o qual apresenta diversos graus de displasia (baixo ou alto grau). → Microscopia: - A lesão é composta por estruturas túbulo-papilares revestidas por células epiteliais colunares displásicas. OBS: PÓLIPO É DIFERENTE DE ADENOMA. O pólipo é um crescimento de células que multiplicaram (hiperplasia) respondendo a um processo inflamatório ou de lesão .Já os adenomas são células que já tem um caráter modificado, sendo uma lesão pré-neoplásica, geralmente derivado do epitélio intestinal. Porém, o pólipo adenomatoso é a mesma coisa que adenoma gástrico. ADENOCARCINOMA GÁSTRICO ❖ O adenocarcinoma gástrico (AG) é a neoplasia mais frequente e importante do estômago, representando mais de 90% de todos os cânceres gástricos. ❖ Fatores de risco para o adenocarcinoma gástrico: a) Fatores ambientais - Dieta - Infecção pelo H.pylori b) Fatores do hospedeiro - Grupo sanguíneo A - Polimorfismo de citocinas c) Fatores do hospedeiro ou resultantes da interação ambiente-hospedeiro ● Condições pré-cancerosas - Gastrite cronica atrofica; úlcera peptidica gastrica; adenomas gastricos; gastrectomia parcial; doença de ménétrier. ● Lesões pré-cancerosas - Metaplasia intestinal tipo III - Displasias epiteliais Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre ❖ Tipos de adenocarcinoma: 1. Adenocarcinoma do tipo intestinal: - Mais comuns em homens. - Massas volumosas com estruturas glandulares (derivado do epitélio metaplásico); mais relacionado com o H.pylori. - Fortemente associados com mutações que aumentam a via de sinalização Wnt (diferenciação, polarização e migração celular). 1. Adenocarcinoma do tipo difuso: - Acomete igualmente ambos os gêneros. - Infiltra difusamente a parede gástrica (derivado do epitélio gástrico normal); constituído por células isoladas com tendência a produzir e acumular muco intracelular; células em anel de sinete. - Perda de função germinativa no gene supressor de tumor CDH1 (caderina 1). - Mutações do BRCA2 (reparo do DNA). - Mutações do TP53. - Ele é mais invasivo. Tem perda de E-caderinas que são as moléculas de adesão célula-célula, além disso por ser difuso, as células ficam soltas e tem maior potencial metastático. ❖ Patogenia da H.pylori no adenocarcinoma gástrico: - A infecção pelo H.pylori está associado ao aumento do risco para AG, tanto do tipo intestinal como do difuso. - Geralmente a gastrite por H. pylori acontece no antro gástrico, quando acontece nessa região tem um aumento na secreção de HCl (gastrite hipersecretora), o HCl danifica as células do epitélio gástrico, então a chance de úlcera é muito grande. - H. pylori no antro → aumento da secreção de HCL → Hipersecreçao → úlcera gástrica. - Quando se fala da região do corpo e fundo gástrico, tem uma pangastrite, vai ter geralmente uma secreção de HCl normal ou com o tempo tem uma secreção diminuída (gastrite hiposecretora), podendo causar uma atrofia - neste caso o estômago fica mais básico, favorecendo a conversão de certos produtos e causando a produção de nitrosaminas, por exemplo, danificando o epitélio gástrico - maior chance de ter adenocarcinoma. OBS: tanto a úlcera quanto a pangastrite nesses casos são causadas pelo H.pylori. Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre Imagem: H.pylori libera citotoxina que gera inflamação levando a uma gastrite crônica, podendo ter mutações que, se tiver fatores genéticos leva a uma carcinoma tipo difuso, ou então se tem uma displasia pode levar a um carcinoma tipo intestinal. Imagem: a gastrite crônica pode proporcionar uma atrofia do epitélio, podendo ocasionar uma metaplasia intestinal, e se esse processo continuar, leva a uma displasia e um carcinoma intestinal. ❖Microscopia: Bruna Embacher Sanz ❥ Processos Fisiopatológicos II - 4° Semestre ❖ Aspectos clínicos: - Perda de peso. - Dor abdominal. - Anemia ferropriva. - Disfagia (em casos de obstrução da cárdia). - Síndrome paraneoplásicas (neuropatia periférica, acantose nigricans, ceratose seborreica difusa). ❖ Diagnóstico: - Endoscopia digestiva alta: biópsia, escovado e lavado gástrico. - Exame de imagem (seriografia, esofagogastroduodenal). Bruna Embacher Sanz ❥
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