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Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Introdução Como já vimos no resumo anterior “Suinocultura – Mundo e Brasil”, os animais que temos atualmente são fruto do programa de melhoramento genético criado para atender o mercado consumidor. Na imagem acima podemos ver a evolução do suíno com o passar do tempo. À esquerda podemos ver o suíno selvagem e, traçando uma linha imaginária ao meio desse animal notamos que 70% do peso corporal do animal está distribuído na porção anterior enquanto apenas 30% na porção posterior. Essa conformação corporal era assim pois precisavam ter uma maior força de tração dianteira para conseguir fugir de seus predadores. Com o passar do tempo, o ser humano começou a confinar os suínos selvagens em estruturas rudimentares denominadas chiqueiros. Logo, os animais ficaram presos num ambiente controlado com alimentação a vontade e sem a necessidade de fugir. Acabaram então engordando e receberam a denominação “suíno tipo banha” que é o que vemos ao centro da imagem. Esse animal tem o peso distribuído homogeneamente tanto na porção anterior quanto na posterior. Já na imagem à direita temos o suíno moderno que é o que temos hoje. Atendendo as exigências do mercado consumidor, os animais modernos têm pouca gordura que não é entremeada na carne, logo, pode ser facilmente retirada. O suíno atual tem apenas 30% do peso corporal distribuído na porção anterior enquanto 70% está na porção posterior que é a área em que se encontram os cortes nobres como pernil e lombo. Importância do suíno na medicina humana INSULINA E ILHOTAS DE LANGERHANS: são colhidas do pâncreas de suínos que foram para o abate para serem destinados às pessoas diabéticas; ACTH: utilizado no tratamento de artrites, artroses e outras doenças inflamatórias; TIREOIDE: destinada às pessoas com hipotireoidismo ou alguma outra Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO condição que se faça necessário hormônios tireoidianos; PELE: utilizada no tratamento de queimaduras extensas com o objetivo de acelerar o processo de cicatrização além de diminuir as chances de infecções bacterianas; HEPARINA: atua como anticoagulante; VÁLVULAS CARDÍACAS: são doadas ao ser humano (xenotransplante); DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: alguns suínos são criados em laboratório e modificados geneticamente para a produção de hemoglobina humana e doação de órgãos. Pelagem Os suínos não possuem tantos pelos, sendo apenas cerdas recobrindo sua pele, todavia, assim como em outros animais, as cores dessas cerdas são chamadas de Pelagem. Embora os animais tenham diferentes colorações de pelagem, o mercado consumidor exige que a cobertura do corpo do suíno seja totalmente branca ou predominantemente branca já que alguns cortes como toucinho ou pernil pururuca são comercializados com a pele e os consumidores entendem que a pelagem deve ser branca e caso a cor seja de outra, é rejeitada por acharem que a carne não tenha boa qualidade. Pensando nisso, a seguir iremos ver diferentes colorações de pelagem e resultados de cruzamento entre elas. PRETA: Poland China, Berkshire - uso restrito por conta da coloração; BRANCA: Landrace e Large White – amplamente utilizada no Brasil e mundo em razão da coloração de pelagem e alta produtividade; VERMELHA: Duroc – possuem a pele clara e têm índice de produtividade alto, logo, é a 3ª raça industrial mais utilizada no Brasil e no mundo; PRETA COM FAIXA BRANCA/ PRETO CINTADO DE BRANCO: Hampshire, Wessex e Essex. Esses animais têm a coloração preta e uma faixa clara presente nos ombros, costas e membros anteriores. São criados no sul do Brasil; OVEIRA (coloração creme com manchas escuras): Pietran, muito utilizada no Brasil e no mundo. Cruzamentos Industriais São selecionados reprodutores de raças puras diferentes para cruzamentos entre eles com o objetivo de agregar o vigor híbrido, ou seja, o desempenho zootécnico do animal proveniente desse cruzamento será maior do que das raças puras de seus pais. É por conta disso que no mercado a maior Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO parte da carne consumida é proveniente de cruzamentos. Para serem reprodutores os animais podem ser puros de uma raça ou F-1 (primeira geração de um cruzamento: 50% - 50%). Animais F-2 (cruzamento entre dois animais F-1) devem ser destinados ao abate. Pelagem dos Cruzamentos pelagem branca é predominante sobre a preta; pelagem branca é predominante sobre a vermelha – muito empregado o cruzamento de raças vermelhas e brancas pois resulta na coloração desejada pelos consumidores além de agregar o vigor híbrido; pelagem preta é predominante sobre a vermelha Cor dos Pais Cor dos Filhos P x B B com pintas P P x V P com pintas V V x B B P com faixa B x V ou P P ou P e V com faixa B P com faixa B x B B com pintas B P: Preta; B: Branca; V: Vermelha Aptidão Materna x Aptidão Paterna APTIDÃO MATERNA: fêmeas da raça que são consideradas boas reprodutoras, levando em consideração Número elevado de leitões por parto (12 a 14 leitões por parto); Boa produção de leite para suprir as necessidades dos filhotes desde o nascimento até os 21 dias; instinto materno tendo paciência para cuidar de seus filhotes; devemos levar em consideração as características individuais de cada animal, ou seja, não é porque o animal é de uma raça com alta aptidão materna que uma fêmea pode não ter essa aptidão. APTIDÃO PATERNA: machos da raça que possuem características positivas para reprodução levando em consideração: Boa conformação corporal Bons índices zootécnicos Raças LARGE WHITE (LW) É uma raça muito utilizada na suinocultura industrial em razão da coloração de sua pelagem que é branca, além disso, possuem aptidão materna e paterna. Uma de suas características físicas que podem nos ajudar na diferenciação é a conformação de suas orelhas que são pequenas e voltadas para cima. Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO LANDRACE (L) Tem também coloração branca e dupla aptidão (materna e paterna). É uma raça muito utilizada em razão da sua coloração e alta produtividade. Suas orelhas são grandes e projetadas para frente. DUROC (D) Tem pelagem vermelha a acastanhada com pele clara e sua aptidão é exclusivamente paterna. Como um aspecto importante podemos destacar a rusticidade dessa raça, logo são considerados fortes e resistentes. As fêmeas Duroc não são utilizadas para a reprodução por apresentarem um problema de conformação em alguns de seus tetos em que não há o orifício de ejeção de leite sendo chamados “tetos cegos” além de também serem invertidos dificultando o filhote a mamar tornando o teto não funcional. Importante destacar que cada leitão possui seu teto, ou seja, eles não compartilham. Logo, se uma fêmea com 14 tetos funcionais der à luz 16 filhotes, os 2 filhotes poderão morrer caso não haja uma intervenção para remanejá-los. Podemos concluir então que as fêmeas Duroc são utilizadas para manutenção da raça na produção de machos reprodutores de raça pura, mas não são indicadas para uma granja de multiplicação. PIETRAN (P) Utilizada no Brasil e no mundo por ter ótima conformação de carcaça, chamando atenção por conta de sua musculatura avantajada. A pelagem dessa raça é Oveira (creme com manchas escuras) e sua aptidão é exclusivamente paterna. Todavia essa raça é sensível a um quadro denominado hipertermia maligna em razão da musculaturaentão quando submetida a esforço há uma elevação rápida na temperatura corporal e, como os suínos têm dificuldade em dissipar o calor já que quase não possuem glândulas sudorípara esse animal pode elevar muito sua temperatura podendo levar à óbito. Pensando na reprodução, diante desse quadro de hipertermia maligna, a inseminação artificial é mais indicada para que esse animal não faça esforço evitando a Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO ocorrência do quadro. Também devemos prezar pelas horas mais frescas do dia para realizar a coleta de sêmen. As fêmeas Pietran não são indicadas para reprodução por serem pouco prolíferas, logo são utilizadas para gerar novos animais da raça pura assim como as fêmeas Duroc. Em razão da baixa quantidade de glândulas sudoríparas os suínos gostam tanto da lama já que os ajuda a dissipar o calor. Exemplos de cruzamentos indus triais: L X LW: não há predileção de macho e fêmea já que as duas raças têm dupla aptidão. Podemos então utilizar um macho L para cruzar com uma fêmea LW ou utilizar um macho LW para cruzar com uma fêmea L. A partir do cruzamento dessas raças, serão gerados animais F1 (50% L e 50% LW) que podem ser escolhidos como reprodutores para reposição de plantel. L X D: nesse exemplo o macho deve ser o Duroc já que tem aptidão exclusivamente paterna enquanto a fêmea será Landrace. Com o cruzamento, teremos animais F1 (50%L e 50%D) e, caso precisássemos de reprodutores para a manutenção do plantel devemos selecionar um macho já que tanto a raça Landrace quanto a Duroc têm aptidão paterna, porém, como a Duroc não tem aptidão materna não é indicada para a reprodução. L X P: nesse exemplo, o macho deve ser o Pietran pois, assim como o Duroc, o Pietran possui somente aptidão paterna. Para eleger um reprodutor F1 devemos selecionar um macho já que o Pietran não possui aptidão materna. LW X D: o macho deve ser o Duroc pela sua exclusiva aptidão paterna. Os filhos F1 podem ser destinados à reprodução, caso sejam machos pois a raça Duroc não possui aptidão materna. LW X P: como no exemplo anterior, o macho deve ser o Pietran por sua exclusiva aptidão paterna assim como seus filhos (F-1) que, se forem machos, são destinados para a reprodução. D X P: ambas as raças não possuem aptidão materna, mas esse cruzamento pode ser feito com objetivo de obtenção de um super reprodutor. Quem interessa como F1 desse cruzamento para reprodução são os machos ½L ½LW X ½D ½P: temos um cruzamento de F-1. O ½D ½P é o macho já que as duas raças que o compõe têm exclusiva aptidão paterna enquanto a fêmea é ½ L ½ LW. Obtendo a progênie F2 (¼ L ¼ LW ¼ D ¼ P). Da progênie F2 nenhum dos animais devem ser selecionados para a reprodução devendo ser destinados para engorda e abate posteriormente. Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Raças Nacionais São destinadas às criações de subsistência e agricultura familiar. Essas raças foram constituídas naturalmente, ou seja, não passaram por programas de melhoramento genético. Como uma característica positiva podemos destacar sua alta rusticidade, porém não possuem boa produtividade como as que vimos anteriormente. PIAU É um suíno tipo banha, podemos ver pelo alto percentual de gordura. Esse animal pode ser utilizado para obtenção de carne e banha. Seu corpo é composto de cerdas claras com manchas escuras. MOURA Também é um suíno tipo banha, com pelagem preta e o corpo compacto, esse animal se parece com os cofrinhos que estamos acostumados a ver. NILO / CANASTRA Também é um suíno tipo banha, mas, diferente dos outros possui poucas cerdas, tendo mais pele a mostra. TATU / MACAU Comum na região norte do Brasil, essa raça é muito criada como pet por conta de sua docilidade. Os ossos desses animais são considerados frágeis e podemos ver isso ao observar a coluna dos suínos mostrados na imagem acima. Quando gestantes, as fêmeas podem ter seus tetos arrastando no chão podendo gerar mastites. Criação Animal – Jennifer Reis da Silva – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO PIRAPITINGA É um animal de grande porte, com poucas cerdas recobrindo seu corpo. É destinada para produção de carne e banha. CARUNCHO Tem coloração creme com manchas. Possui alto percentual de gordura. Essa raça é destinada a produção de carne e banha.
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