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Médico da família e comunidade / Política de atenção a população negra - Estudo auto dirigido

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1-Entender o que é o médico da família e comunidade e sua importância.
A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é uma especialidade médica que atende as pessoas ao longo de suas vidas, independentemente de gênero, idade ou possível doença. 
Reúne ações de promoção e recuperação da saúde em situações agudas ou crônicas.
Para exercer bem tal especialidade, o médico deve possuir uma visão holística, considerando sempre os contextos biológico, psicológico e social e suas interações. 
Deve também realizar a continuidade da atenção mesmo quando a pessoa precisa ser vista por outros profissionais, idealmente mantendo contato e coordenando as atividades deles para a obtenção de melhores resultados. 
Além disso, precisa fazer um atendimento centrado na pessoa atendida, estabelecendo com ela uma boa comunicação e um vínculo.
Principais desafios
“Do ponto de vista do trabalho do médico de família e comunidade, a não exigência de titulação como especialista para atuar nos serviços de atenção primária à saúde no SUS é, sem dúvida, o principal fator desmotivador”, afirma Daniel Knupp.
Potencial de crescimento
O médico de Família e Comunidade está presente tanto em centros urbanos, como áreas rurais, indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Em cada região e cultura do país, existe uma diversidade de campos de trabalho.
Outro ponto importante é que serviços de atenção primária à saúde estão em forte crescimento, especialmente, na área de saúde suplementar (SUS).
Principais oportunidades
Muitos médicos de família e comunidade se destacam no campo da gestão e nos processos regulatórios da rede de atenção à saúde. Isso ocorre por sua visão abrangente e integrada da rede e proficiência em coordenação do cuidado.
2-Compreender o processo de trabalho na atenção básica a saúde.
O modelo de Atenção Primária em Saúde (APS) é desenvolvido, no Brasil, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), sendo baseado na atenção integral à saúde, com vínculo das equipes multiprofissionais à população de um determinado território; é considerada a porta de entrada preferencial para o sistema e responsável pela coordenação das redes de atenção à saúde
Para efetivar todos os pressupostos a que se propõe, o processo de trabalho em saúde das Equipes de Atenção Básica (EqAB) deve contemplar um conjunto de ações coordenadas e orientadas, de caráter individual e coletivo, desde a promoção à reabilitação da doença, a fim de modificar a situação de saúde da população, seus determinantes e condicionantes.
Tipos de demanda:
1. Demanda espontânea: 
Quando atendimento não é programado na Unidade de Saúde. É mais uma necessidade momentânea do usuário. Então, pode ser para uma obter alguma informação, agendar alguma consulta, ou podem ser casos de urgência ou emergência.
1. Demanda programada:
É quando gera fluxo de agenda. As agendas dos médicos, enfermeiros e dentistas são organizadas de forma programada...
1. Demanda reprimida:
São os atendimentos não realizados. São procedimentos ambulatoriais, exames, consultas especializadas e internação aguardando o agendamento no município.
Atribuições dos multiprofissionais da esf
Agente Comunitário de Saúde:
1. Acompanhar as famílias e indivíduos que estão sob sua responsabilidade, por meio de visita domiciliar. As visitas devem ser programadas junto com a equipe, sempre considerando os critérios de risco e vulnerabilidade pra que as famílias com maior necessidade sejam visitadas mais vezes, mantendo como referência a média de uma visita/família/mês;
1. Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados;
Esse cadastramento é feito através de visitas domiciliares, eles identificam a situação de saneamento e moradia e fazem o acompanhamento mensal da saúde das famílias. 
3-Estudar acerca da política nacional de atenção básica.
Tudo começa pelas Unidades Básicas de Saúde – instaladas perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e vivem – desempenham um papel central na garantia à população de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. 
A nova política articula a AB com importantes iniciativas do SUS, como a ampliação das ações intersetoriais e de promoção da saúde, com a universalização do Programa Saúde na Escola - e expansão dele às creches – acordo com as indústrias e escolas para uma alimentação mais saudável, implantação de mais de 4 mil polos da Academia da Saúde até 2014. Às equipes de Atenção Básica se somam as equipes do Melhor em Casa para ampliar em muito o leque de ações e resolubilidade da atenção domiciliar. O Telessaúde, a integração dos sistemas de informação e a nova política de regulação apontam para a ampliação da resolubilidade da AB e para a continuidade do cuidado do usuário, que precisa da atenção especializada.
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações.
4-Aprofundar acerca das políticas específicas de atenção a população negra de origem quilombola.
Há exatamente um ano, no mês do Dia Nacional da Consciência Negra, o Conselho Nacional de Saúde aprovou a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, instrumento que tem por objetivo combater a discriminação étnico-racial nos serviços e atendimentos oferecidos no Sistema Único de Saúde, bem como promover a eqüidade em saúde da população negra.
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra define os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão, voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visando à promoção da eqüidade em saúde da população negra.
A atuação do Movimento Social Negro brasileiro na 11.ª e na 12.ª Conferências Nacionais de Saúde, realizadas respectivamente em 2000 e 2003, fortaleceu e ampliou sua participação social nas instâncias do SUS. Como resultado dessa atuação articulada, foram aprovadas propostas para o estabelecimento de padrões de eqüidade étnico-racial e de gênero na política de saúde do país. 
No que se refere à pobreza, outros estudos revelam que os negros correspondem a cerca de 65% da população pobre e 70% da população extremamente pobre, embora representem 45% da população brasileira.
DOENÇAS GENÉTICAS OU HEREDITÁRIAS MAIS COMUNS DA POPULAÇÃO NEGRA 
• Anemia falciforme — Doença hereditária, decorrente de uma mutação genética ocorrida há milhares de anos, no continente africano. A doença, que chegou ao Brasil pelo tráfico de escravos, é causada por um gene recessivo. 
• Diabetes mellitus (tipo II) — Esse tipo de diabetes se desenvolve na fase adulta e evolui causando danos em todo o organismo. É a quarta causa de morte e a principal causa de cegueira adquirida no Brasil. Essa doença atinge com mais frequência os homens negros (9% a mais que os homens brancos) e as mulheres negras (em torno de 50% a mais do que as mulheres brancas). 
• Hipertensão arterial — A doença, que atinge 10% a 20% dos adultos, é a causa direta ou indireta de 12% a 14% de todos os óbitos no Brasil. Em geral, a hipertensão é mais alta entre os homens e tende ser mais complicada em negros, de ambos os sexos.
 • Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase — Afetamais de 200 milhões de pessoas no mundo. Apresenta frequência relativamente alta em negros americanos (13%) e populações do Mediterrâneo, como na Itália e no Oriente Médio (5% a 40%). A falta dessa enzima resulta na destruição dos glóbulos vermelhos, levando à anemia hemolítica e, por ser um distúrbio genético ligado ao cromossomo X, é mais frequente nos meninos.

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