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OSTEOARTROSE INTRODUÇÃO Doença degenerativa das articulações sinoviais, crônica e de evolução lenta. Doença articular mais comum. Sua evolução não acompanha sintomas sistêmicos. Principal causa de artroplastia de joelho e quadril. Acomete principalmente os indivíduos acima de 60 anos. Não é uma consequência normal do envelhecimento. Osteoartrose desgaste cartilaginoso e desgaste do osso subcondral. FATORES DE RISCO · Idade > 40 anos principal fator de risco. O grau de atividade metabólica da cartilagem articular diminui progressivamente com o passar da idade. · Sexo feminino – pós-menopausa. · Predisposição genética cerca de 50% dos casos de OA de quadril são ‘’familiares’’, ou seja, outros membros da família também são afetados. · Obesidade aumenta o risco de OA de mãos. Enquanto com relação aos joelhos é o principal fator de risco. · Desalinhamento anatômico da articulação: devido traumas (rotura de menisco, ligamentos ou fraturas). · Desalinhamento anatômico da articulação: devido doenças ortopédicas (displasia acetabular, genovaro ou genovalgo). · Desalinhamento anatômico da articulação: devido doenças metabólicas (hemocromatose, doença de Wilson, hipotireoidismo). · Atividades esportivas – futebol, ginastica rítmica, corrida de curta duração. · Atividades profissionais **** ATENÇÃO O tabagismo e a osteoporose apresentam correlação negativa com a OA, como se fossem ‘’fatores protetores’’. Por enquanto esse mecanismo fisiológico, de associação ‘’benéfica’’ ainda não foi bem esclarecido. FISIOPATOLOGIA OA primária ou idiopática + frequente OA secundária traumas, malformações, doenças congênitas, metabólicas... Na cartilagem há a presença de condrócitos, os quais são responsáveis pela produção da matriz cartilaginosa. Sendo ela composta por: colágeno tipo II, ácido hialurônico e proteoglicanos. Os mesmos condrócitos também produzem enzimas capazes de degradar as macromoléculas dessa matriz as metaloproteinases (colagenase, gelatinase e estromelisina). Em um quadro fisiológico, há um equilíbrio entre síntese e degradação da matriz cartilaginosa. Já em quadros patológicos, como da OA, há um desequilíbrio entre a degradação e a síntese, estando a degradação acontecendo de maneira mais acentuada. Em jovens os condrócitos respondem a estimulação mecânica aumentando a síntese de matriz extracelular (por isso a cartilagem em um individuo jovem geralmente é mais espessa e elástica). No idoso, o turn over da matriz cartilaginosa se encontra reduzida e os condrócitos já não respondem com a mesma eficiência aos estímulos mecânicos, o que justifica uma cartilagem mais fina, com maior propensão ao desgaste e lesão do osso subjacente. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Locais + frequentes: · Hálux · Interapofisárias (coluna vertebral) · Interfalangianas distais · Interfalangianas proximais · Polegar · Joelhos · Quadril · Metacarpofalangiana e tornozelo NÃO são tipicamente afetadas. Presença de: · Dor articular mecânica (porém com a evolução pode surgir ao repouso e durante a noite). A dor pode ser causada por: Instabilidade articular, levando ao estiramento de ligamentos e da cápsula articular (ambos muito sensíveis a dor). Sinovite Dor muscular Síndromes periarticulares bursite, tenossinovite. · Rigidez articular < 30min. · Instabilidade articular / Insegurança em usar a articulação · Limitação articular progressiva · Evolução para deformidade articular · Fraqueza e atrofia dos músculos periarticulares Ao exame físico: · Crepitações audíveis ou palpáveis. · Articulação acometida apresenta um ligeiro aumento de volume, de consistência firme, · Limitação dos movimentos · Sinovite leve a moderada · Nódulos de Heberden articulações interfalangianas distais (são osteófitos palpáveis) · Nódulos de Bouchard articulações interfalangianas proximais (são osteófitos palpáveis). · Deformidades como genovalgo e genovaro O conceito de que a OA é invarialmente progressiva está ERRADO. Em vários pacientes ocorre estabilização da doença. Alguns deles experimentam regressão da dor articular e até mesmo das alterações radiográficas. DIAGNOSTICO Exame físico + Achados Radiológicos + História Clínica Osteófitos proeminências ósseas nas bordas da articulação. Esclerose do osso subcondral acentuação da hipotransparência na região subcondral. Cistos subcondrais imagens radioluscentes arredondadas na região subcondral. · SOMENTE NA O.A DE MÃOS A RADIOLOGIA NÃO TEM VALOR DIAGNÓSTICO. Articulação direita, com nítida redução de espaço articular. Redução de espaço articular, presença de osteófitos, articulação engrandecida quando comparada com a da outra perna. DIAGNÓSTICO TC superior a radiografia na avaliação do ombro. RM exame de escolha para condições associadas. Liquido sinovial o derrame articular na osteoartrose é não inflamatório/infeccioso, com glicose normal. Exames laboratoriais provas de atividade inflamatória são normais (HMG, VHS, PCR). Marcadores como FAN e Fator Reumatoide também estarão dentro dos valores de referência normais. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO · Orientação e conscientização do paciente · Perda de peso · Palmilhas especializadas e calçados acolchoados · Melhorar condicionamento físico e reforçar a musculatura com atividade física (extensão das pernas). · Fisioterapia motora · Períodos de repouso programado ao longo do dia. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Será indicada a terapia farmacológica em casos de AO grave ou que seja refratária à terapia não farmacológica. Como, até o momento, não é possível intervir no processo fisiopatológico básico da doença, o tratamento é basicamente sintomático, visando aliviar a dor e melhorar a função articular. Uso de: Analgésicos paracetamol, se refratário pode ser utilizado tramadol ou codeína (opioides). AINES ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco... Seletivos: celecoxib. Lembrar de associar com protetores gástricos. Tópicos Capsaicina 0,025% 3 a 4x ao dia. Corticoide intra-articular em casos de dor monoarticular, exceto em interfalangianas. Frequência: trimestral. Derivados do ácido hialurônico injeções intra-articulares em joelhos para casos refratários. Reposição de proteoglicanas condroitina + glicosamina. Indicada apenas em AO em joelho. Diacereína aumenta produção de colágeno e proteoglicanos (componentes da matriz articular). Diarreia é o principal efeito adverso. Benefícios pouco comprovados. MEDIDAS INTERVENCIONISTAS Remoção de fragmentos da cartilagem por artroscopia pode auxiliar a dor e prevenir a rigidez. Artroplastia total com prótese articular é a medida terapêutica que mais modificou a historia natural de pacientes com AO grave. Indicada em AO grave com dor refratária e incapacidade funcional.
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