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Classificação das feridas e tipos de cobertura

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Milena Aquino, 8° semestre BAHIANA 
 
 
AGENTE CAUSAL E CRONICIDADE 
 
Agudas 
Seguem o curso fisiológico da cicatrização, com as fases 
inflamatória, proliferativa e reparadora. São elas as feridas 
traumáticas, acidentes, intervenção cirúrgica, queimaduras 
ou exposição a agentes que causam doenças cutâneas. 
 
• Feridas traumáticas 
Podem ser de cunho mecânico (incisas ou cortantes, 
perfurantes, perfuro-contusas como arma de fogo; lascero-
contusas, como mordida; perfuro-incisas, como lesão por 
punhal; ou escoriações), físico (calor, frio, radiação), 
químico (iodo, cosméticos, ácido sulfúrico, medicamentos) 
ou biológico (picada de animais peçonhentos ou 
penetração de microorganismos). 
 
 
 
• Feridas cirúrgicas 
Tem-se a incisão (não há perda de tecido e as bordas são 
fechadas por sutura), excisão (há remoção de uma área 
de pele) ou por cirurgia e procedimentos terapêuticos 
diagnósticos (punções, cateterismos, biópsias). 
 
 
 
Crônicas 
Demandam um tempo cicatricial além do esperado, há 
extensa perda do tegumento e associação a doenças 
sistêmicas, são elas as lesões por pressão, feridas 
neoplásicas, vasculares (úlcera venosa, arterial, mista ou 
linfática) e úlceras neuropáticas (que podem ser 
decorrentes do diabetes, hanseníase e etilismo). 
 
• Feridas ulcerativas 
São lesões escavadas onde há perda tissular importante. 
São associadas em geral a traumatismos, doenças 
metabólicas e ou vasculogênicas (lesões por pressão, 
úlceras neuropáticas ou úlceras vasculares). 
 
 
 
 
GRAU DE CONTAMINAÇÃO 
• Limpa 
Condições assépticas sem microrganismos, 
realizada pelo cirurgião em até 6h. não 
está envolvida com trato digestório, 
respiratório ou urinário. 
• Limpa contaminada 
Lesão inferior a 6h entre o trauma e o 
atendimento, não há uma contaminação 
significativa. 
• Contaminada 
Lesão com tempo superior a 6h entre o 
trauma e o atendimento, há a presença de 
contaminantes (contaminação grosseira). 
• Infectada 
Presença de agente infeccioso, intensa resposta 
inflamatória, tecido desvitalizado com ou sem exsudato 
purulento. 
 
FERIDAS SIMPLES X COMPLEXAS 
As simples tem evolução fisiológica da cicatrização, já as 
complexas tem um padrão mais arrastado, com evolução 
lenta e progressiva (a partir de 3-6 meses), tem maior 
tendência para cronicidade, apresentam colonização 
crítica (retardam a cicatrização mas não geram 
repercussão sistêmica), biofilme (colônias que trocam 
material genético e se associam a uma rede de 
polissacarídeos, não respondendo aos antimicrobianos 
convencionais) ou infecção e podem conter tecidos 
desvitalizados, exsudação abundante e odor 
característico. 
 
NÍVEL DE COMPROMETIMENTO TISSULAR 
• Superficial 
Atinge até a juncão dermoepidérmica. 
• Parcial 
Atinge até a tela subcutânea. 
• Profunda 
Atinge estruturas internas como músculo, tendões e ossos. 
 
LOCALIZAÇÃO 
Usar como referência as estruturas ósseas, por exemplo: 
• Proeminências ósseas – úlcera de pressão. 
• Região plantar – pressão e doença metabólica, 
vascular ou neuropática, por exemplo. 
 
Coberturas são os curativos especiais. O curativo é o 
procedimento composto pela desinfecção, limpeza, 
desbridamento, aplicação de coberturas (material) no leito 
da ferida. Ele pode ser usado em feridas, na aplicação de 
drenos, fixadores externos, estomas etc. As coberturas são 
compostas de substâncias que devem: 
• Fornecer ou manter um ambiente úmido; 
• Melhorar a migração epidérmica; 
 Milena Aquino, 8° semestre BAHIANA 
• Promover a angiogênese e a síntese do tecido 
conjuntivo; 
• Permitir a troca gasosa entre a ferida e o 
ambiente; 
• Manter a temperatura adequada do tecido; 
• Fornecer proteção contra infecção bacteriana; 
• Deve ser não aderente à ferida e fácil de remover; 
• Deve fornecer ação de desbridamento para 
melhorar a migração de leucócitos; 
• Deve ser estéril, atóxico e não alérgico. 
 
Coberturas (curativo oclusivo) para feridas 
Quando a ferida é fechada com “curativo”, é continuamente 
exposta a proteinases, quimiotáticos, complemento e fatores de 
crescimento, que são perdidos na ferida exposta. 
 
O que devemos saber sobre os tipos de coberturas 
• Qual a etiologia da ferida? 
• O produto é adequado para o tratamento 
proposto? 
• Tem registro na Anvisa? 
• Há evidências de sua eficácia para o tipo de 
ferida? 
• Tem disponibilidade na instituição? 
• O cliente tem recursos para adquirir a cobertura 
oi há possibilidade de reembolso? 
• Há profissionais habilitados para o uso dessa 
tecnologia? 
• Quem cuida da ferida em domicílio? 
• Qual a frequência de trocas da cobertura? 
• Qual o método mais eficaz e econômico para 
cicatrizar a ferida? 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS COBERTURAS 
 
Tradicionais 
• Gaze, emplastos, ataduras, algodão e malha não 
aderentes (adaptic, bactigras, jelonet, paratulle). 
 
Coberturas modernas interativas 
• Hidrocoloide, hidrogel, filme, espuma, alginato, 
papaína, colagenase, ácidos graxos essenciais, 
mel. 
 
Coberturas modernas bioativas 
• Colágeno, ácido hialurônico, quitosana, alginato 
e elastina (fibracol, promogan prima). 
 
Coberturas modernas biológicas 
• Matriz celular (queratinócitos e fibroblastos na 
matriz de colágeno – imita a pele) e matriz acelular 
(elementos dérmicos com fibroblasto na matriz de 
colágeno – equivalente dérmico, mas é artificial). 
 
Coberturas modernas inteligentes 
• Prata (acticoat, actsorb, aquacel), iodo 
(iodosorb), PHMB, DACC; que são antimicrobianos 
tópicos e fatores de crescimento (PDGF, PGF, EGF), 
que estimulam a fase inflamatória e proliferativa da 
lesão. 
 
 
 
CURATIVOS MAIS UTILIZADOS 
 
Hidrocoloide 
Consiste em camada coloidal interna 
e camada externa impermeável. São 
compostos de agentes formadores 
de gel em contato com o meio úmido 
(carboximetilcelulose, gelatina e 
pectina), podem estar associados a 
alginato. Favorece a hidratação, 
isolamento térmico e desbridamento 
autolítico. São usados em feridas 
leves a moderadamente exsudativas, 
não cavitárias, não infectadas. 
 
Hidrogel 
São materiais hidrofílicos insolúveis 
feitos de polímeros sintéticos. Tem 
alto teor de água e podem estar 
associados a alginato, pectina 
(coloide), AGE, cloreto de sódio e 
PHMB (antimicrobiano). 
 
Malha não aderente 
Cobertura composta de tecido em 
malha de acetato ou fibras de 
poliéster hidrofóbico, podem estar 
impregnadas emulsão de petrolatum, 
parafina, clorexidine a 0,5%, PHMB, AGE 
e prata. 
Tem remoção atraumática, redução da 
dor na troca da cobertura e 
drenagem livre para cobertura 
secundária. É indicada para 
queimaduras de profundidade parcial, 
áreas doadoras e receptoras de 
enxerto e lacerações, além de lesões 
não infectadas. 
 
Malha de silicone 
Tela de poliamida elástica revestida 
com silicone – estrutura porosa. Podem 
estar associadas a espuma de 
poliuretano (com ou sem borda 
adesiva), filme transparente e prata. É 
uma cobertura não aderente, com 
menos dor na hora da troca, é 
transparente, flexível e não citotóxico e 
permite drenagem livre para cobertura 
secundaria. Indicada para feridas de 
diversas etiologias, exceto as cavitárias. 
 
Ácidos graxos essenciais (AGE) 
Compostos pelos ácidos caprílico, 
caproico e cáprico, triglicerídeos de 
cadeia média e vitaminas A e E. podem 
estar associados a malha não aderente, 
cremes e bandagens. Tem a função 
dehidratação, isolamento, quimiotaxia, 
angiogênese e nutrição celular. É 
indicado para feridas com leve a 
moderada exsudação, superficiais e não 
infectadas. Não tem potencial 
antimicrobiano potente! 
 
 Milena Aquino, 8° semestre BAHIANA 
Colagenase 
Preparação proteolítica enzimática isolada 
da cepa do Clostridium histolyticum. Pode 
estar associada a clorafenicol (antibiótico). 
É uma enzima que decompõe o colágeno 
em seu estado nativo. É indicado para 
úlceras de diversas etiologias comtecido 
desvitalizado (fazem a lise desse colágeno 
para favorecer o crescimento do tecido de 
granulação após o desbridamento). 
 
Papaína 
Enzima proteolítica complexa de origem 
vegetal extraída do látex do mamão. Pode 
ser em pó, creme ou gel. Se for usado para 
limpeza é formulado em 2%, caso haja 
necrose por exemplo, deve ter uma 
porcentagem maior. Tem ação 
bacteriostática e bactericida, anti-
inflamatória e proporciona alinhamento das 
fibras de colágeno, promovendo um 
crescimento tecidual uniforme. É indicada 
para limpeza de tecido viável e desbridamento de tecidos 
necrosados, desvitalizados e infectados. 
 
Alginato 
São compostos de sais de sódio e cálcio 
com unidades de ácido manurônico e 
gulurõnico, podem estar associados a 
hidrofibra ou prata. Forma um gel 
hidrofílico, além disso tem função de 
absorção (drenagem de exsudato para 
o curativo secundário), hemostasia e 
ativação de macrófagos para produzir 
TNF-alfa que inicia sinais inflamatórios. 
É indicado para feridas de etiologias diversas, exceto 
feridas secas, queimaduras de 3° grau e feridas graves com 
ossos expostos. 
 
Espumas – FOAM 
São espumas de poliuretano. Podem estar 
associados a prata, silicone, hidrogel ou 
DACC. Tem leve a moderada absorção, 
não adere ao leito da lesão, favorece a 
adsorção de gases (são porosas, mas 
impedem entrada de agentes externos) e 
promove isolamento térmico e físico. 
São indicadas para feridas exsudativas 
superficiais ou profundas, colonizadas 
quando associado a antimicrobiano e 
para tratar hipergranulação. 
 
 
Cobertura com pressão subatmosférica 
Por pressão negativa – VAC, Vivanotec, Avelle 
 
Drenagem do exsudado da ferida com uma pressão de -
125mmHg, favorecendo com isso o oxigênio ideal no leito 
da ferida e redução da carga microbiana, além da 
angiogênese.

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