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Atendimento e cirurgia ambulatorial (técnica cirurgica e anestesia local)

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Milena Aquino, 8° semestre BAHIANA 
 
São realizadas sem necessidade de internamento, apenas 
observação no período máximo de 12 horas. Em geral, são 
cirurgias passiveis de serem feiras apenas com anestesia 
local. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS DE ACORDO COM O 
RISCO DE PERDA SANGUÍNEA 
 
Day hospital – regime de assistência intermediaria entre a 
internação e atendimento ambulatorial, para a realização 
de procedimentos clínicos, cirúrgicos, diagnósticos e 
terapêuticos por um período máximo de 12h. Essas cirurgias 
devem ser eletivas, o paciente deve ser hígido com 
ausência de comprometimento sistêmico ou com distúrbio 
sistêmico moderado caso esteja compensado. 
 
Pré-requisitos para alta: o paciente deve estar lúcido no 
tempo e no espaço, sem grandes queixas de dor, com sinais 
vitais estáveis há pelo menos 60min antes da alta, ausência 
de náuseas e vômitos, capacidade de ingerir líquidos, 
ausência de sangramento, micção espontânea, 
acompanhamento de adulto responsável caso seja criança 
ou quando não puder deambular devido ao procedimento 
e, por fim, deve ser orientado verbalmente e por escrito 
acerca dos cuidados pós operatórios e dos sinais de 
intercorrências (tanto o paciente quanto os cuidadores). 
 
EXEMPLOS DE PROCEDIMENTOS CIRURGICOS: 
Exérese de tumores de pele, herniorrafias, vasectomia, 
fistulectomia, esclerose de veias, cirurgia de varizes em 
MMII, EDA com ou sem biópsias, CPRE etc. 
 
Cirurgia videolaparoscópica: propicia a realização de 
ressecções de órgãos ou correção de falhas anatômicas 
com redução da agressão e da dor pós-operatória. Em 
geral, cirurgias de médio porte (VLC, herniorrafia) feitas 
através de videolaparoscopia podem ser feitas em regime 
de day hospital, mas com a retaguarda de poder manter 
o paciente internado caso necessário. 
 
 
TEMPOS CIRÚRGICOS 
• Diérese – preferencialmente com bisturi de lâmina 
fria, pois produz bordas regulares. Linhas de Kraissl 
(a pele está ligada por trabéculas conjuntivas ao 
plano músculo aponeurótico, assim, sempre que 
possível, as incisões devem ser paralelas a essas 
linhas – e perpendiculares às linhas musculares, 
assim, a cada contração, as bordas se juntam). 
• Hemostasia – pode ser temporária, como um 
tamponamento com gaze, compressão manual, 
ligaduras falsas, garrotes ou vasoconstrictores; ou 
definitiva, com ligaduras, suturas, cauterização 
com bisturi elétrico ou aplicação de celulose 
oxidada ou esponja de fibrina. 
• Síntese – pode ser feita com sutura, com porta-
agulhas, agulhas, fios ou grampos; ou sem sutura, 
com colagem ou fitas adesivas. 
 
ELETROCIRURGIA 
Técnica que emprega a corrente elétrica sobre tecidos 
biológicos a fim de se produzir sua destruição para 
coagulação de vasos e cortes durante as cirurgias. 
Quando a corrente elétrica encontra a resistência do 
tecido, ela se transforma em calor, fazendo o efeito que 
citei anteriormente. 
Se esse aquecimento for lento e fraco, o calor vai fazer a 
água intracelular evaporar, diminuindo seu volume, fazendo 
a coagulação, já se for rápido e forte, vai fazer a 
membrana celular explodir, evaporando o conteúdo 
intracelular e fazendo o corte do tecido. 
 
Bisturi monopolar – a corrente passa no corpo e é 
captada pela placa de volta ao aparelho, formando um 
circuito fechado. 
Bisturi bipolar – a pinça faz com que a corrente flua 
somente onde ela está, fechando o circuito sem passar por 
todo o corpo do paciente (aumenta muito o custo da 
cirurgia). 
 
Queixa principal 
 
História da moléstia atual - HMA (tempo de evolução, 
crescimento da lesão, presença de dor, prurido, saída de 
secreção, formação de ferida na lesão). 
• Crescimento rápido sugere neoplasia ou lesão 
benigna como cisto. 
• Um nevo não causa dor, um carcinoma 
basocelular infectado causa dor, por exemplo. 
• Prurido geralmente está associado a lesões 
fúngicas ou lesões de pele com inflamação. 
• O cisto sebáceo pode infectar e ter saída de 
secreção. 
 
Antecedentes médicos (cirurgia prévia – examinar cicatriz 
prévia, medicações em uso – risco de sangramento por 
exemplo, doenças como diabetes, autoimunes, doenças de 
pele, obesidade, alergias). 
 
Hábitos de vida (atividade física – ver se o sítio operatório 
sofre tensão para prevenir deiscência de ferida – escolher 
melhor o tipo de fio de sutura, tabagismo – suspender fumo 
por cerca de 2 meses antes da cirurgia, etilismo). 
 Milena Aquino, 8° semestre BAHIANA 
Exame físico 
• Cor da lesão (hipercrômica – melanoma, nevus, 
queloide; normocrômica ou hipocrômicas – 
manchas, cicatrizes). 
• Consistência à palpação (endurecida – cisto 
sebaceo; fibroelástica – queloide inicial; 
amolecida – lipoma). 
• Dimensão 
• Conformação das bordas 
• Localização 
• Forma (lipoma é arredondado, melanoma é 
irregular) 
• Profundidade (os lipomas podem crescer para 
dentro e fora da pele – elevando a pele do 
paciente) 
• Sensibilidade (indolor ou dolorosa) 
• Aderência a planos profundos 
• Número de lesões 
• Fenômenos associados (lesões concomitantes e 
linfadenopatia) 
 
 QUELOIDE CISTO SEBÁCEO LIPOMA 
 
Exames complementares 
Não são necessários em pequenas cirurgias, pois só se usa 
anestesia local, mas em cirurgias maiores, podemos citar 
USG, TC, RMN). 
 
Preparo para cirurgia 
Termo de consentimento (ler junto com o paciente, 
explicando a cirurgia e as possíveis complicações), 
orientações gerais de preparo (jejum, higiene, roupa), 
trazer exames, fotos (pré e pós-operatório). Lembrar do 
relatório de descrição cirúrgica! 
 
Pós-operatório imediato 
Orientações para curativo e ferida (em geral, o curativo é 
retirado com 48h que é o tempo de reepitalização caso 
não haja complicações), dieta (alimentos que ajudam a 
cicatrização). 
 
Medicações para uso 
Analgésicos como diporona, tylex., novalgina, paracetamol; 
pode associar antibióticos se for área de risco como face, 
mão, pés ou quebra de barreira de antissepsia; e anti-
inflamatório caso haja inflamação. 
 
Pós-operatório tardio 
Avaliação para a retirada dos pontos (3-5 dias em 
pálpebras; tronco 7-10 dias; região de movimentação 15-
21 dias), questionamento sobre trauma, avaliação da 
cicatriz. 
 
TODA LESÃO DE PELE DEVE SER ENVIADA PARA A 
ANATOMIA PATOLÓGICA E TODA SUSPEITA DE LESÃO 
MALIGNA DEVE SER RETIRADA COM MARGEM! 
 
Áreas de muita movimentação, ocorre um alargamento da 
cicatriz ainda que a sutura seja feita da maneira correta, 
assim devemos aviar ao paciente dessa consequência. 
 
Substância que quando aplicada em determinado ponto 
bloqueia a transmissão dos impulsos dolorosos através das 
fibras nervosas. O anestésico local não deve ser irritante 
ou lesivo sobre as células orgânicas e deve ter baixa 
toxicidade aos outros órgãos em relação à sua potência 
anestésica. 
 
São as fibras do tipo A delta e C que se relacionam à 
transmissão da dor, assim, é nesse local que os anestésicos 
agem. 
 
EFEITOS COLATERAIS 
Sobre o sistema cardiovascular (hipotensão decorrente 
de vasodilatação, depressão da função miocárdica 
devido a bradicardia e lentificação da condução do 
estímulo elétrico no tecido cardíaco – pode ocasionar 
parada cardíaca em assistolia ou choque cardiogênico 
por bloqueio AV de 3° grau). 
 
Sobre o sistema respiratório (depressão do centro 
respiratório no tronco cerebral com redução do volume 
corrente pulmonar – acidose respiratória, redução do nível 
de consciência, PCR). 
 
FARMACOCINÉTICA 
As moléculas das substâncias anestésicas locais agem 
bloqueando os canais de sódio voltagem dependentes. 
Os vasoconstrictores aumentam a biodisponibilidade do 
agente anestésico (adrenalina – deve ser evitada em 
pacientes hipertensos, pacientes com tireotoxicose e em 
procedimentos em dedos pelo risco de isquemia). 
 
FARMACODINÂMICA 
Em geral, 70% da dose é metabolizada no fígado, em torno 
de 20min no mecanismode primeira passagem, por hidrólise. 
 
PRINCIPAIS ANESTÉSICOS LOCAIS 
 
TÉCNICA 
• Demarcação da incisão 
• Limpeza da região operatória com antissepsia e 
assepsia (isolamento com campos estéreis) 
• Identificação de pontos de reparo anatômicos 
• Punção (SEMPRE aspirar antes de infundir) 
• Infiltração do anestésico (em lesões abertas, pode 
infundir direto na hipoderme)

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