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Tipos de pressupostos processuais

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Tipos de pressupostos 
processuais 
 
Pressupostos processuais de constituição 
 
1. Petição inicial – Em função do princípio da inércia da jurisdição, o juiz 
somente prestará a tutela jurisdicional uma vez provocado. O exercício do 
direito de ação, por conseguinte, dá-se por meio da petição inicial, em que são 
veiculados os respectivos pedidos. No processo do trabalho, a petição inicial 
poderá ser verbal ou escrita, na forma do art. 840, da CLT. 
2. Jurisdição – O juiz deverá estar investido na jurisdição. O processo é uma 
relação que envolve autor, réu e juiz. Caso não exista juiz investido na função 
jurisdicional, o processo também não existirá. 
3. Citação – O processo somente se forma com a citação do réu. A citação é 
ato que angulariza a relação processual, atando o autor ao réu, através do juiz, 
que se encontra assentado na lide em posição soberana. Ou seja, o processo 
somente se forma com a citação válida e regular do réu. 
4. Capacidade postulatória – A parte deverá encontrar-se no processo 
representada por advogado legalmente constituído. Frise-se que no processo do 
trabalho impera o jus postulandi, art. 791, da CLT, através do qual empregado 
e empregador são dotados de capacidade postulatória, podendo distribuir e 
acompanhar seus processos até o final. 
 
 
Pressupostos de desenvolvimento válido e regular do processo 
 
A doutrina os divide em pressupostos positivos e negativos, da seguinte forma: 
a) Pressupostos positivos de desenvolvimento válido e regular do 
processo: 
 
Petição inicial apta – A petição inicial deverá atender aos requisitos exigidos 
pela lei processual, sob pena de seu indeferimento. No processo do trabalho, os 
requisitos da petição inicial estão previstos no art. 840, § 1°, da CLT, os quais 
não são muitos rígidos, tendo em vista a capacidade postulatória das partes 
(jus postulandi). 
válida – A regularidade da citação é pressuposto positivo de desenvolvimento 
válido e regular do processo. Dispõe o art. 240 do CPC que a citação válida, 
ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna 
litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 
397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). No 
processo do trabalho, a citação é efetivada por notificação postal, art. 841, § 
1°, da CLT. 
 
Competência do juízo – O processo deverá ser instruído e julgado por juiz 
competente em razão da matéria, art. 114, da CRFB. 
 
Imparcialidade do juiz – O desenvolvimento válido e regular do processo 
deverá ser conduzido por um juiz que não seja impedido ou suspeito para 
processar e julgar o feito. 
 
b) Pressupostos negativos de desenvolvimento válido e regular do 
processo: 
 
Litispendência – A reprodução de ação idêntica à outra em andamento 
importa em litispendência (art. 337, §§ 1° e 3°, do CPC), determinando a 
extinção do processo repetido sem resolução do mérito (art. 485, V, do CPC). 
 
Coisa julgada – A reprodução de ação idêntica a outra com decisão definitiva 
transitada em julgada importa violação ao instituto da coisa julgada (art. 337, 
§§ 1° e 3º, do CPC), determinando também a extinção do processo repetido 
sem resolução do mérito (art. 485, V, do CPC). 
 
Convenção arbitral – Na seara trabalhista, embora prevista no plano coletivo, 
por força do art. 114, §§1° e 2°, da CRFB/1988, tem sido pouco adotada na 
prática. No âmbito do direito individual do trabalho, com a Reforma Trabalhista, 
com redação da lei nº. 13.467 de 13 de julho de 2017, com previsão de 
entrada em vigor para 13 de novembro de 2017, criou o artigo 507-A da CLT, 
que autoriza a arbitragem nos contratos individuais do trabalho cuja 
remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do Regime Geral da Previdência Social, desde que haja cláusula 
compromissória de arbitragem e desde que por iniciativa do empregado ou 
mediante a sua concordância expressa. 
Perempção – Figura prevista no art. 486, parágrafo 3º., do CPC, o qual dispõe 
que, “se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em 
abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo 
objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa 
o seu direito.” Na seara trabalhista, ao contrário do processo civil, a perempção 
é provisória, nos termos dos arts. 731 e 732, da CLT. Com efeito, aquele que 
houver distribuído reclamação verbal e não comparecer à Vara ou Juízo para 
reduzi-la a termo no prazo de cinco dias, incorrerá na pena de perda, pelo 
prazo de seis meses, do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. Na 
mesma pena incorrerá o autor que, por duas vezes seguidas, der causa ao 
arquivamento da reclamação trabalhista em face do seu não comparecimento à 
audiência.

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