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TRANSTORNO DE ANSIEDADE – PROF. DJACIR FIGUEIRÊDO Karen Soares – 2021.1 INTRODUÇÃO Ansiedade normal x ansiedade patológica Definição: estado emocional vivenciado com a qualidade objetiva do medo e emoção desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional a uma ameaça reconhecível e alterações somáticas manifestas. - Sintomas subjetivos: aceleração do pensamento, preocupação excessiva, falta de atenção a coisas ao redor. - Sintomas objetivos ou somáticos. Ansiedade é uma vivência universal: - Destruição do organismo - Destruição do seu nicho social ANSIEDADE PATOLÓGICA 3D’s: - Distress: sofrimento - Disability: prejuízo funcional em várias atividades - Disadvantage: prejuízo na competição com ambiente físico ou social. CONCEITO SINTOMÁTICO INTELECTUAIS (COGNIÇÕES – PENSAMENTOS) Preocupações excessivas Medo (passar vergonha, perder o controle, ficar louco). Despersonalização (a pessoa não se reconhece mais, observa a situação como sendo fora do seu corpo) e desrealização (relacionada ao ambiente externo). Aceleração mental/ distrabilidade (prejuízo da atenção). Hipervigilância Irritabilidade EMOCIONAIS É uma emoção que assume caráter motivacional negativo ou aversivo (desprazer) Difere da expectativa antecipatória ou de valor motivacional positivo ou gratificante FISIOLÓGICOS Taquicardia Tremor Sudorese Boca seca Tensão muscular: cefaleia tensional Mal-estar gástrico: azia, refluxo, cólicas abdominais Ondas de calor: parte superior do colo Vertigens Dispneia: pode vir acompanhada de taquipneia ou não. COMPORTAMENTAIS O que o paciente faz a partir daquela sensação de ansiedade: - Esquiva - Inquietude - Sobressalto: hipervigilância - Agressividade Pode ser descrito por terceiros. FISIOLOGIA Função de um estado emocional: aumentar o “fitness” emocional – motivação, treino. Estados emocionais aversivos: ansiedade (sentimento com preocupações que não é voltada para um ambiente específico, o risco não é algo imediato), medo (fonte de perigo presente, mas não está com risco imediato), pânico (fonte do medo presente e o risco eminente). Estruturas responsáveis: - Cíngulo - Amígdala: região responsável pela modulação das emoções. - Hipocampo: funções relacionadas à memória, aprendizado. - Substância cinzenta periarquedutal A circuitaria da ansiedade pode ser “treinável” de forma positiva ou negativa. Útil para a sobrevivência imediata: - Aumento de energia - Aumento do nível de atenção Não visa a saúde a longo prazo - Alterações autonômicas - Alterações hormonais - Alterações metabólicas EPIDEMIOLOGIA TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA Livre, flutuante e contínua. DIAGNÓSTICO Maioria dos dias Acomete várias áreas da vida (família, trabalho, estudo, relacionamentos). Por 6 meses (crônico) Preocupação de difícil controle Clinicamente significativo: se a pessoa procurou um serviço de saúde já é relevante. TRATAMENTO Farmacológica - ISRS: Paroxetina (20-60mg/d), Sertralina (50-200 mg/d) e Escitalopram (10-20mg/d; princípio ativo do citalopram e menor interação medicamentosa). - IRSN (Duais): Velafaxina (75-225mg/d), Duloxetina (60- 120mg/d) – poder analgésico (interessante para pacientes com cefaleia funcional) - Pregabalina (150-600mg/d) – anticonvulsivante. - Benzodiazepínicos (cuidado com a tolerância e dependência), tricíclicos. Em pacientes com quadro ansioso grave podemos prescrever benzo por 2 a 4 semanas (até os ISRS ou duais começarem a fazer efeito). Não farmacológica - Psicoterapia - Redução no consumo de cafeína - Redução no consumo de álcool e nicotina - Meditação (mindfullness) - Atividade física - Acupuntura FOBIA ESPECÍFICA Paroxística Situacional Esquiva: o indivíduo deixa de realizar atividades para não se colocar naquele local. TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL OU FOBIA SOCIAL Paroxística Situacional Esquiva: o indivíduo deixa de realizar atividades para não se colocar naquele local. Terapia de exposição focada em dessensibilização – expor o paciente ao objeto aversivo a fim de diminuir a ansiedade. TRANSTORNO DE PÂNICO Paroxística, espontânea, episódica. 15 minutos de ascensão dos sintomas. Medo de morrer ou perder o controle História de busca por múltiplos profissionais Diferenciar de IAM, TEP (dor no peito) solicitar exames que excluam o diagnóstico. DIAGNÓSTICO Ataques de pânico + 1 mês de: - Medos com repercussões - Mudança desaptativa Caracterizar ataque de pânico (duração, sintomas, padrão ascendente) Quantificar frequência Excluir fator desencadeante Dor no peito = maior causa de busca pelo PS. TRATAMENTO - Farmacológica Benzodiazepínicos: Alprazolam (VO 0,25 – 1mg), Diazepam (VO 5 – 10mg), Lorazepam (VO 0,5 – 2mg). ISRS Duais - Não farmacológica Diminuir atividade autonômica: respiração diafragmática/ respiração em quadrado. Psicoterapia Psicoeducação AGORAFOBIA Medo ou ansiedade de ficar em situações ou locais sem uma maneira de escapar facilmente ou em que a ajuda pode não estar disponível. Pode acontecer em todos os locais: parques abertos, aviões, provas. Esquiva: o indivíduo deixa de realizar atividades para não se colocar naquele local. - Cíngulo: esquiva complexa - Amígdala: esquiva simples - Hipocampo: fuga direcionada - Substância cinzenta periarquedutal: fuga sem direção
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