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GT6 - SUICÍDIO - Karen Soares

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SUICÍDIO 
Karen Soares – 2021. 1 
INTRODUÇÃO 
DEFINIÇÃO 
 Ato fatal que representa o desejo da pessoa de morrer. 
 Diferenciar do pensamento e ação – muitos pacientes podem pensar por meses, mas nunca executar, já outros podem 
executar em um período de impulso. 
O suicídio está para o psiquiatra assim como o câncer está para o médico internista – o psiquiatra pode proporcionar cuidados 
ideias, mas, ainda assim, o paciente pode cometer suicídio de qualquer modo. 
 É impossível ser previsto, mas podemos observar diversos indícios. 
 Quase sempre resulta de doença mental, normalmente depressão. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 EUA: 35 mil mortes por ano (100 por dia). 
 1:25 – suicídios consumados/ tentativas. 
 10° posição de causa de morte nos EUA. 
 O método mais comum é o enforcamento. 
FATORES DE RISCO 
 Diferenças de gênero: homens – armas de fogo, enforcamento, pular de lugares altos - cometem 4 vezes mais suicídio 
do que mulheres – overdose ou veneno; mulheres tem pensamentos e tentativas de suicídio 3 vezes maiores que 
homens; 
 Idade: ocorrência rara antes da puberdade; destaca-se na crise da meia idade; homens – auge após 45 anos; mulheres 
– auge após 55 anos; idosos correspondem a 16% dos suicídios; é a terceira maior causa de morte entre 15 e 24 anos. 
 Raça: homens brancos são 2 a 3 vezes mais propensos de cometer suicídio que afrodescendentes; 
 Religião 
 Estado civil: o casamento reduz o risco de suicídio, sobretudo em relações que geraram filhos; pessoas solteiras 
apresentam o dobro do índice de suicídio de pessoas casadas; é observado um aumento nas taxas em pessoas 
divorciadas e viúvas. 
 Orientação sexual: homossexuais apresentam índices superiores que heterossexuais 
 História familiar: ocorre com mais frequência do que o normal em pessoas socialmente isoladas e com história familiar 
de suicídio (tentativa ou consumado). Pessoas que cometem os chamados suicídios de aniversário tomam suas vidas no 
mesmo dia em que o fez um membro da família. 
 Ocupação: quanto maior o nível social, maior o risco de suicídio; queda do nível social também aumenta esse risco; o 
trabalho, de forma geral, protege contra o suicídio; ocupações de alto 
risco: médicos, policiais, dentistas, artistas, mecânicos, advogados e 
agentes de seguro; mais comum entre desempregados que 
empregados. 
- EUA: 400 médicos cometem suicídio por ano; em sua maioria, médicos que 
cometem suicídio possuem transtorno mental (transtorno depressivo, 
dependência de substâncias ou ambos); psiquiatras, oftalmologistas e 
anestesiologistas. 
 Clima 
 Saúde física: cerca de um terço de todas as pessoas que cometem 
suicídio precisou de atenção médica no período de seis meses anterior 
à morte, e estima-se que doença física seja um importante fator que 
contribui para quase metade de todos os suicídios; perda de mobilidade, deformação, doença crônica intratável; 
 Doença mental: transtorno depressivo (80%), esquizofrenia (10%) e demência ou delirium (5%); estressores associados 
ao suicídio antes dos 30 anos são separação, rejeição, desemprego e problemas legais; estressores de doenças 
ocorreram com mais frequência entre vítimas de suicídio com mais de 30 anos. 
 Pacientes psiquiátricos: o risco é de 3 a 12 vezes maior; 
 Comportamento suicida anterior: cerca de 40% dos pacientes que cometem suicídio já tentaram; 
São CARACTERÍSTICAS DE ALTO RISCO DE SUICÍDIO: idade acima de 45 anos, gênero masculino, dependência de álcool, 
comportamento violento, comportamento suicida anterior e hospitalização psiquiátrica anterior. 
 Capacidades de resiliência: 
- Superação de problemas 
- Resolução acerca de frustações 
ETIOLOGIA 
FATORES SOCIOLÓGICOS 
 Teoria de Durkheim 
FATORES PSICOLÓGICOS 
 Teoria de Freud 
 Teoria de Menninger 
 Teorias recentes 
FATORES BIOLÓGICOS 
FATORES GENÉTICOS 
ESPECIFICADORES 
 Violentos: ferir-se com arma de fogo 
 Não violentos: overdose (de substâncias legais ou ilegais) 
COMPORTAMENTO PARASSUICIDA 
 Parassuicídio: termo que descreve pacientes que causam danos a si mesmos por meio da automutilação, mas que 
normalmente não desejam morrer. 
 Instrumentos: lâmina de barbear, faca, vidro ou espelho quebrado. 
 Locais: punhos, braços, coxas e pernas. 
 A maioria das pessoas que se corta afirma não sentir dor e dá motivos para esse comportamento como raiva contra si 
mesmo ou outros, alívio de tensão e desejo de morrer. 
COMO AVALIAR O RISCO DE SUICÍDIO? 
 História psiquiátrica completa 
 Exame minucioso do estado mental 
 Indagação sobre sintomas depressivos, pensamentos, intenções, planos e tentativas de suicídio. 
 
 
 
“Tudo isso que você me contou realmente deve ter sido muito difícil, muitas pessoas, quando passam por essa situação chegam 
a pensar que a vida não vale a pena. Você já pensou dessa forma?” 
 
TRATAMENTO 
 O ideal é que indivíduos com depressão suicida sejam tratados em uma ala de acesso restrito onde as janelas sejam 
inquebráveis, e o quarto deve estar localizado próximo à estação de enfermagem, para otimizar a observação pelos 
funcionários. 
 Medicamentos: antidepressivo ou antipsicóticos. 
 Psicoterapia 
 Atentar para não fornecer medicamentos que ajudem o paciente a ‘criar’ coragem para realizar o ato, nem que possam 
ser instrumento para a intoxicação. 
 
 Tratamento medicamentoso: se diagnóstico de depressão; atentar para risco de letalidade. 
 
 
QUANDO INTERNAR O PACIENTE? 
 Ausência de sistema de suporte social eficaz 
 História de comportamento impulsivo 
 Plano de ação suicida 
SOBREVIVENTES AO SUICÍDIO 
 São aqueles que perderam um ente querido para o suicídio e não alguém que tentou cometer suicídio e que, no 
entanto, sobreviveu. 
 O preço pago pelos sobreviventes de suicídio parece ser maior do que o pago por outros tipos de morte, 
principalmente devido às grandes oportunidades para sentimento de culpa. 
 No caso específico de crianças, a perda de um dos pais para o suicídio causa o sentimento de abandono vergonhoso 
pelo qual a criança pode se culpar. 
 Para os pais de filhos que se mataram, seu luto é intensificado não apenas por terem perdido uma parte de si mesmos, 
mas também por terem fracassado no que percebem ser sua responsabilidade pela totalidade de sentimentos de seu 
filho. 
REFERÊNCIAS 
1. LIVRO - SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria-: Ciência do 
Comportamento e Psiquiatria Clínica. Artmed Editora, 2016 
2. LIVRO - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 
Artmed Editora, 2014 
3. CARTILHA – Guia de referência rápida: avaliação do risco de suicídio e sua prevenção – versão profissional. 1° edição. 
SUS, 2016. 
4. ARTIGO – ROPPER, Allan H. Seena Fazel, MD, and Bo Runeson, MD, Ph. D. Suicide. N Engl J Med, v. 382, p. 266-74, 2020. 
5. Aula UNIRIO, Conceitos básicos da Saúde e Espiritualidade, 2020 
6. DO LAGO–RIZZARDI, Camilla Domingues; TEIXEIRA, Manoel Jacobsen; DE SIQUEIRA, Silvia Regina Dowgan Tesseroli. 
Espiritualidade e religiosidade no enfrentamento da dor. 2010. 
7. GUIMARÃES, Hélio Penna; AVEZUM, Álvaro. O impacto da espiritualidade na saúde física. Archives of Clinical Psychiatry 
(São Paulo), v. 34, p. 88-94, 2007. 
CASOS 
 Arnaldo, 32 anos, acompanhado no CAPS por problema mental; atendido na UPA por tentar cortar o pescoço; “eles 
tramam tudo, controlam tudo” – sente-se impelido a matar-se por vozes de pessoas há anos; vem se recusado a tomar 
a medicação (Haloperidol) → esquizofrenia, internar para reiniciar haldol. 
 Larissa, 22 anos, estudante de farmácia; trazida pelas irmãs para a emergência e depois da briga com namorado disse 
que não queria mais viver, tomou 4cp de dipirona, nega história familiar ou pessoal de tentativa de suicídio; esta 
arrependida, mas antes da tentativa avisou as amigas ‘para ter testemunhas’ → comportamento parassuicida,
acompanhamento ambulatorial, evento reativo e ambivalência (sentimentos – sem pensamento fixo) encaminhar para 
psicoterapia e receitar estabilizador de humor.

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