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ATENÇÃO-INTEGRAL-À-SAÚDE-DA-MULHER

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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER ............................................................ 4 
3 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ....................................................... 5 
3.1 Vagina .................................................................................................. 6 
3.2 Ovários ................................................................................................. 6 
3.3 Tuba uterina ......................................................................................... 7 
3.4 Útero..................................................................................................... 8 
4 A MULHER NAS DIFERENTES FASES GINECOLÓGICAS DO CICLO 
VITAL 8 
4.1 Adolescência ........................................................................................ 9 
4.2 Fase reprodutiva ................................................................................ 10 
4.3 Climatério/ Menopausa....................................................................... 12 
5 ALTERAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO ......................................... 14 
5.1 Durante a gestação ............................................................................ 14 
Aparelho respiratório ................................................................................... 15 
5.2 Puerpério ............................................................................................ 18 
6 QUESTÕES ÉTICAS, BIOÉTICAS A LEGAIS NA SAÚDE DA MULHER. 19 
6.1 Abortamento ....................................................................................... 20 
6.2 Planejamento familiar ......................................................................... 20 
6.3 Violência contra a mulher: doméstica, sexual e simbólica.................. 21 
7 DESIGUALDADES DE GÊNERO E SUAS INTERRELAÇÕES COM A 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE .......................................................................................... 24 
8 COMPLICAÇÕES CLÍNICAS PREVALENTES NAS MULHERES ........... 27 
8.1 Vulvovaginite/ vulvite/ vaginoses ........................................................ 27 
8.2 Neoplasias cervico-uterina ................................................................. 28 
8.3 Neoplasia mamária ............................................................................ 29 
 
 
2 
 
8.4 DST, com enfoque na abordagem sindrômica ................................... 30 
8.5 Úlceras genitais .................................................................................. 30 
8.6 Incontinência urinária ......................................................................... 31 
9 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA GESTAÇÃO ............................... 32 
9.1 Pré-natal ............................................................................................. 32 
9.2 Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde nº 32 ................ 33 
9.3 Avaliação ............................................................................................ 34 
9.4 Fatores de riscos ................................................................................ 36 
9.5 Vacinas ............................................................................................... 37 
9.6 Métodos contraceptivos/ planejamento familiar .................................. 39 
9.7 Na preparação para o parto ............................................................... 40 
9.8 Na amamentação ............................................................................... 41 
9.9 No abortamento .................................................................................. 42 
10 EPIDEMIOLOGIA DA SAÚDE DA MULHER ......................................... 43 
10.1 Indicadores de morbimortalidade da mulher ................................... 43 
11 POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER ............................. 44 
11.1 Enfoque na atenção básica e na prevenção ................................... 45 
11.2 PNAISM (Programa Nacional de Assistência Integral à Saúde da 
Mulher) 46 
11.3 PHPN (Programa de Humanização no Pré Natal e Nascimento). ... 47 
12 CONCLUSÃO ........................................................................................ 49 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 50 
14 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 56 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER 
 
Fonte: vozdoplanalto.com.br 
A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas 
primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às questões 
relacionadas à gestação e ao parto. Os programas materno-infantis, elaborados nas 
décadas de 30, 50 e 70, traduziram uma visão restrita sobre a mulher, baseada em 
sua especificidade biológica e no seu papel social de mãe e doméstica, responsável 
pela criação, educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares. 
Na década de 70 há um enfoque maior às questões relacionadas à equidade, 
que foi tema na Conferência do Ano Internacional da Mulher (1975) e do Plano da 
Década da Mulher (1976 – 1985). Os objetivos eram integrar as mulheres no processo 
de desenvolvimento, preocupando-se com sua autonomia política e econômica e com 
a redução da desigualdade com os homens. Na década de 80, por sua vez, no auge 
do movimento feminista brasileiro, os programas iniciais destinados à saúde mulher 
foram fortemente criticados, uma vez que a mulher tinha acesso apenas a alguns 
cuidados de saúde no ciclo gravídico-puerperal, ficando sem assistência na maior 
parte de sua vida. 
Nesse sentido, o Ministério da Saúde criou em 1984, o Programa de 
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), marcando, especialmente, uma 
ruptura conceitual com os princípios norteadores da política de saúde das mulheres e 
os critérios para escolha de prioridades neste campo. 
 
 
5 
 
No ano de 2004, mais precisamente em 28 de maio de 2004, o Ministério da 
Saúde propõe diretrizes para a humanização e a qualidade do atendimento. Toma 
como base os dados epidemiológicos e as reivindicações de diversos segmentos 
sociais para apresentar os princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção 
Integral à Saúde da Mulher. 
No ano de 2011, o Ministério da Saúde, em parceria com diversos setores da 
sociedade, em especial com o movimento de mulheres, o movimento negro e o de 
trabalhadoras rurais, sociedades científicas, pesquisadores e estudiosos da área, 
organizações não governamentais, gestores do SUS e agências de cooperação 
internacionais, elabora o documento com a 2ª reimpressão desta política que traz uma 
série de diretrizes e objetivos gerais e específicos, tais como: Promover a melhoriadas condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia de 
direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de 
promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território 
brasileiro; contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, 
especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos 
populacionais, sem discriminação de qualquer espécie; ampliar, qualificar e humanizar 
a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de Saúde. 
3 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
 
Fonte: todamateria.com.br 
 
 
6 
 
O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas 
uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado 
no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza 
uma função protetora. 
3.1 Vagina 
A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que 
liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, 
porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que 
secretam um muco lubrificante. A entrada é protegida por uma membrana circular, o 
hímen, que fecha parcialmente o orifício vulvovaginal e é quase sempre perfurado no 
centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas 
primeiras relações sexuais. Além de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a 
expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê. 
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas 
cutaneomucosas intensamente irrigadas e inervadas, os grandes lábios. Na mulher 
reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pelos pubianos. Mais 
internamente, outra prega cutaneomucosa envolve a abertura da vagina, os pequenos 
lábios, que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, 
formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem. 
3.2 Ovários 
 São as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios 
sexuais femininos. No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já 
tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas 
células (os ovócitos primários) encontram-se dentro de estruturas denominadas 
folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, 
os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em 
desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo 
geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o 
ovócito secundário (gameta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu 
 
 
7 
 
rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que 
passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo 
regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz 
fibrosa que irá permanecer no ovário. O gameta feminino liberado na superfície de um 
dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas, denominadas 
fímbrias. 
3.3 Tuba uterina 
 Ovidutos ou trompas de Falópio: são dois ductos que unem o ovário ao útero. 
Seu epitélio de revestimento é formado por células ciliadas. Os batimentos dos cílios 
microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta 
feminino até o útero. A parte Uterina é a porção intramural, isto é, constitui o segmento 
do tubo que se situa na parede do útero. 
No início desta porção da tuba, encontramos um orifício denominado óstio 
uterino da tuba, que estabelece sua comunicação com a cavidade uterina. O Istmo é 
a porção menos calibrosa, situada junto ao útero, enquanto a ampola é a dilatação 
que se segue ao istmo. A Ampola é considerada o local onde normalmente se 
processa a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. A porção mais distal da tuba é 
o Infundíbulo, que pode ser comparado a um funil cuja boca apresenta um rebordo 
muito irregular, tomando o aspecto de franjas. Essas franjas têm o nome de fímbrias 
da tuba e das quais uma se destaca por ser mais longa, denominada fimbria ovárica. 
O infundíbulo abre-se livremente na cavidade do peritônio por intermédio de um 
forame conhecido por óstio abdominal da tuba uterina. 
Estruturalmente a tuba uterina é constituída por quatro camadas concêntricas 
de tecidos que são, da periferia para a profundidade, a túnica serosa, tela subserosa, 
túnica muscular e túnica mucosa. A túnica muscular, representada por fibras 
musculares lisas, permite movimentos peristálticos à tuba, auxiliando a migração do 
óvulo em direção ao útero. A túnica mucosa é formada por células ciliadas e apresenta 
numerosas pregas paralelas longitudinais, denominadas pregas tubais. Possui como 
funções: O transporte do óvulo do ovário ao útero; local onde ocorre a fertilização do 
óvulo pelo espermatozoide. 
 
 
8 
 
3.4 Útero 
 Órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e 
posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de 
pera invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em 
glândulas - o endométrio. (CAMARA, 2014). 
Anatomicamente o útero é dividido em três partes: Corpo, Istmo e colo. 
Corpo: Porção principal, a sua região superior é chamada de fundo do útero; 
Istmo: Pequeno segmento estreito situado entre o colo e o corpo do útero; 
Colo do útero ou cérvix: Porção mais estreita que faz ligação com a vagina. 
Quanto à histologia, o útero é revestido por três camadas de tecidos, 
denominadas de: perimétrio, miométrio e endométrio. 
Perimétrio: Camada mais externa, constituída por tecido conjuntivo. 
Miométrio: Camada intermediária, constituída de musculatura lisa. O 
miométrio possibilita as contrações no momento do parto. Durante a gestação as 
fibras lisas aumentam de número e tamanho. 
Endométrio: Camada mais interna formada de tecido epitelial altamente 
vascularizado. Ele reveste toda a cavidade uterina. 
4 A MULHER NAS DIFERENTES FASES GINECOLÓGICAS DO CICLO VITAL 
- 
Fonte: fotosearch.com.br 
https://www.todamateria.com.br/vagina/
 
 
9 
 
4.1 Adolescência 
A puberdade corresponde ao período de modificações fisiológicas e biológicas 
do corpo que marca a transição da infância para a adolescência. As modificações 
começam a ser evidentes a partir dos doze anos, mas pode variar de acordo com o 
histórico familiar e hábitos de alimentação da criança. No início da puberdade, o 
hipotálamo libera um hormônio chamado gonadotrofina (GnRH), que vai até a 
glândula hipófise. Ali, dispara-se a produção de dois outros hormônios: o luteinizante 
(LH) e o folículo-estimulante (FSH), que estimulam os ovários a fabricarem estrogênio 
e progesterona. 
Assim como os homens, as mulheres produzem testosterona, mas em menor 
quantidade. É esse hormônio que faz a cartilagem da laringe, onde estão as pregas 
vocais, aumentar em torno de quatro milímetros, deixando a voz menos aguda. 
O corpo da adolescente ganha contornos, na presença do estrogênio, células 
do tecido adiposo na região das coxas, das nádegas e da barriga crescem e se 
multiplicam. Os locais em que a gordura se deposita variam muito de acordo com o 
biótipo de cada garota. Nos dois primeiros anos do período menstrual, o eixo 
hipotálamo-hipófise-ovários ainda não está amadurecido. Por isso, os ciclos são bem 
irregulares. apresentando períodos com fluxo e frequência variados, algumas vezes 
sem ovulação. A testosterona é um dos principais responsáveis pelo estímulo nas 
glândulas sebáceas, que secretam a gordura natural da pele. Esse sebo se acumula 
nos poros e serve de alimento para bactérias, provocando uma inflamação purulenta 
(espinha). Quando a testosterona, liberada pelas glândulas suprarrenais e ovários, cai 
na circulação sanguínea, começam a crescer osprimeiros pelos nas axilas, nas 
pernas e na região pubiana. É que os folículos capilares são incitados por este 
hormônio. 
O primeiro sinal da puberdade não é a menstruação, mas, sim, o surgimento 
do broto mamário, com elevação da aréola e da papila. O estrogênio, o hormônio 
ovariano, é o maestro que rege essa transformação, em geral entre 8 e 10 anos. Os 
hormônios sexuais ativam as glândulas sudoríparas, que passam a produzir mais 
suor. Como o líquido é um alimento rico para bactérias, elas se proliferam nas axilas 
e nos pés exalando odores desagradáveis. 
Na infância, a velocidade média de crescimento das meninas é de cinco a sete 
centímetros por ano. Antes da menarca, a primeira menstruação, chega a doze 
 
 
10 
 
centímetros por ano. Depois da menstruação, elas continuam crescendo num ritmo 
menor. É o resultado da soma dos hormônios sexuais e do GH, hormônio do 
crescimento, que multiplica as células e aumenta a síntese de proteínas nas mesmas. 
Óvulo maduro: O hormônio FSH provoca o crescimento dos folículos, as 
células que guardam os óvulos. Um deles se desenvolve, se rompe e lança o óvulo 
na trompa. 
Crescimento do endométrio: O folículo produz estrogênio e o corpo lúteo, que 
libera a progesterona. Os hormônios deixam o endométrio, o revestimento interno do 
útero, cheio de vasos e espesso. 
Sangramento: Caso não ocorra a gravidez, e se o ciclo for de 28 dias, 14 dias 
após a ovulação o corpo lúteo se degenera e deixa de produzir os hormônios. Com 
isso, ocorre a descamação do endométrio. 
4.2 Fase reprodutiva 
Desenvolvimento folicular ovariano: A mulher nasce com um número limitado 
de óvulos precursores (células germinativas). As células germinativas se iniciam como 
oogônios primordiais que proliferam marcadamente por meio de mitoses até o 4º mês 
de gestação. Durante o 3º mês de gestação, alguns oogônios começam a entrar em 
meiose, reduzindo-se o número de cromossomos à metade. No 7º mês, todas as 
células germinativas viáveis desenvolvem uma cobertura de células granulares, 
formando um folículo primordial e param no estágio da prófase da meiose (essas 
células são os oócitos primários). Após o início do 4º mês de gestação, os oogônios 
(e posteriormente os oócitos) se perdem espontaneamente em um processo chamado 
de atresia; eventualmente, 99,9% se perdem. Em mães com idade mais avançada, o 
longo tempo que os oócitos estão presos na prófase meiótica pode ser o responsável 
pelo aumento da incidência de gestações geneticamente anormais. 
FSH induz o crescimento folicular nos ovários. Durante cada ciclo menstrual, 
de 3 a 30 folículos são recrutados para crescimento acelerado. Geralmente, em cada 
ciclo, apenas um folículo alcança a ovulação. Esse folículo dominante libera o oócito 
na ovulação e promove a atresia dos outros folículos recrutados. 
Ciclo menstrual: A menstruação é a perda periódica de sangue e de 
endométrio descolado (coletivamente chamado de menstruação ou período 
 
 
11 
 
menstrual) do útero pela vagina. É causada pelo rápido declínio na 
produção progesterona e estrogênio pelo ovário que ocorre a cada ciclo na ausência 
de gestação. A menstruação ocorre ao longo da vida reprodutiva da mulher na 
ausência de gestação. A extensão de um ciclo menstrual médio é de 28 dias (a 
variação normal é de cerca de 25 a 36 dias). Em geral, a variação é máxima e os 
intervalos intermenstruais são mais longos logo após a menarca e logo antes da 
menopausa, quando a ovulação ocorre com menor frequência. O ciclo menstrual pode 
ser dividido em fases, geralmente com base no estado ovariano. 
O ciclo ovariano ocorre nas seguintes fases: Folicular (pré-ovulatório), 
Ovulatória e Lútea (pós-ovulatória). 
Fase folicular: A duração dessa fase varia mais que as outras. Na fase folicular 
precoce (primeira metade da fase folicular), o evento primário é o crescimento de 
folículos recrutados. Nesse ponto, os gonadótropos na hipófise anterior contêm pouco 
LH e FSH e a produção de estrogênio e progesterona é baixa. Como resultado, a 
secreção de FSH aumenta ligeiramente, estimulando o crescimento dos folículos 
recrutados. Os níveis circulantes de LH sobem lentamente, começando 1 a 2 dias 
após o aumento no FSH. Os folículos ovarianos recrutados logo aumentam a 
produção de estradiol, que estimula a síntese de LH e FSH, mas inibem sua secreção. 
Durante a fase folicular tardia (2ª metade da fase folicular), os folículos 
selecionados para a ovulação amadurecem e acumulam células granulares secretoras 
de hormônios. Seus antros aumentam com o líquido folicular, atingindo 18 a 20 mm 
antes da ovulação. Os níveis de FSH diminuem; os níveis de LH são menos afetados. 
Os níveis de FSH e LH divergem em parte, pois o estradiol inibe a secreção de FSH 
mais do que a de LH. Além disso, os folículos em desenvolvimento produzem o 
hormônio inibina, que inibe a secreção de FSH, mas não de LH. Outros fatores 
contribuintes podem incluir meia-vida diferentes (20 a 30 min para o LH; 2 a 3 h para 
FSH) e fatores desconhecidos. Os níveis de estrogênio, em particular 
de estradiol aumentam de modo exponencial. 
Fase ovulatória: Ocorre a ovulação (liberação do óvulo). Os níveis 
de estradiol atingem o pico assim que se inicia a fase ovulatória. Os níveis 
de progesterona também começam a aumentar. 
O LH armazenado é liberado em quantidades maciças (pico de LH), em geral 
em 36 a 48 h, com aumentos menores de FSH. O pico de LH ocorre, pois nesse 
 
 
12 
 
momento os altos níveis de estradiol desencadeiam a secreção de LH pelos 
gonadótropos (feedback positivo). O pico de LH também é estimulado pelo GnRH e 
pela progesterona. Durante o pico de LH, os níveis de estradiol diminuem, mas os 
níveis de progesterona continuam a aumentar. O pico de LH estimula enzimas que 
iniciam a ruptura da parede do folículo e a liberação do óvulo, agora maduro, dentro 
de 16 a 32 horas e também desencadeia o complemento da primeira divisão meiótica 
do oócito em cerca de 36 h. 
Fase lútea: O folículo dominante se transforma em um corpo lúteo depois de 
liberar o óvulo. A duração dessa fase é a mais constante, (com uma média de 14 dias), 
depois da qual, na ausência de gestação, o corpo lúteo se degenera. O corpo lúteo 
por sua vez, secreta primariamente progesterona em quantidades aumentadas, 
atingindo cerca de 25 mg/dia, 6 a 8 dias após a ovulação. A progesterona estimula o 
desenvolvimento do endométrio secretório, necessário para a implantação 
embrionária. Como a progesterona é termogênica, a temperatura corporal basal 
aumenta em 0,5°C durante essa fase. 
Em razão dos altos níveis circulantes de estradiol, progesterona e inibina 
durante a maior parte da fase lútea, os níveis de LH e FSH diminuem. Quando a 
gestação não ocorre, os níveis de estradiol e progesterona diminuem no final dessa 
fase, e o corpo lúteo se degenera em corpo albicans. Se houver implantação, o corpo 
lúteo não se degenera, mas permanece funcional na gestação precoce e se mantém 
sustentado pela gonadotropina coriônica produzida pelo embrião em 
desenvolvimento. 
4.3 Climatério/ Menopausa 
Climatério: É o período de transição do período fértil para o período não 
reprodutivo. A primeira fase do climatério ocorre a partir dos 40 anos, quando o ciclo 
menstrual reduz, embora o fluxo possa ser abundante. A segunda fase ocorre por 
volta dos 50 anos. Nessa etapa, o ciclo fica mais longo, e o fluxo menor. Ocorre 
também nesta fase o aparecimento das ondas de calor e a irritabilidade. 
Ou seja, o climatério não é uma doença e sim uma fase da vida da mulher, 
onde a maioria das mulheres passa por ela sem apresentar queixas e sem necessitar 
de medicamentos. Outras porém, apresentam sintomas de intensidade variável e que 
 
 
13 
 
são, geralmente, transitórios. Entre os sintomas que podem ocorrer no climatério, 
alguns são devido ao brusco desequilíbrio entre os hormônios (estrogênio), diminuição 
da elasticidade ou hipotrofiado músculo ligamentar e outros estão ligados ao estado 
geral da mulher e ao estilo de vida adotado até então. A autoimagem, o papel e as 
relações sociais, as expectativas e projetos de vida também contribuem para o 
aparecimento e a intensidade dos sintomas. 
Alguns sintomas: Ondas de calor repentinas; Diminuição da libido; Dispareunia 
(dor durante a relação sexual); fluxo menstrual irregular; Alterações frequentes de 
humor; Insônia; Sudorese de leve a intensa; Irritabilidade; Cansaço; Ansiedade; algias 
musculares e articulares 
O aumento da expectativa de vida e seu impacto sobre a saúde da população 
feminina tornam imperiosa a necessidade da adoção de medidas visando à obtenção 
de melhor qualidade de vida durante e após o climatério. Nesse sentido, o combate 
ao sedentarismo ocupa lugar de destaque por ser um fator facilitador de doenças 
crônico-degenerativas, de elevada morbiletalidade. 
Na fase do climatério, ocorrem ciclos menstruais irregulares, por isso existe 
uma pequena chance de engravidar. Exemplo: Até os 35 anos de idade, as chances 
de gravidez são de 85% por ano. Dos 40 aos 44 anos, após o início do climatério, 
esse índice pode cair para 10% a 15%. 
Perimenopausa (45-50 anos): Ocorre de dois a três anos antes da última 
menstruação. Nessa fase surgem ondas de calor, transpiração intensa, insônia e 
irritabilidade, são queixas constantes. 
Menopausa: Menopausa é a interrupção permanente da menstruação. A 
duração média do fluxo menstrual é de cinco dias. A perda sanguínea por ciclo é em 
média de 30 ml (variação de 13 a 80 ml), sendo em geral maior no 2º dia. 
A menopausa é definida pela última menstruação e por isso é conhecida 
retrospectivamente, depois de 12 meses. 
Pós-menopausa (48-65 anos): Desencadeia alterações significativas no 
organismo da mulher, como perda da libido, maior propensão a infecções urinárias, 
aumento do risco de câncer de mama, osteoporose, doenças cardíacas e depressão. 
Muitas mulheres optam pela reposição hormonal para suprir a falta do 
estrogênio e diminuir os efeitos dessa ausência brusca no corpo. Entretanto, é 
https://origen.com.br/fertilidade-uma-corrida-contra-o-tempo/
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/menopausa/menopausa
 
 
14 
 
fundamental procurar a orientação de um ginecologista para verificar as melhores 
condições da terapia hormonal durante o climatério e a menopausa. 
5 ALTERAÇÕES DO ORGANISMO MATERNO 
 
Fonte: gravidaseantenadas.com 
5.1 Durante a gestação 
Durante a gestação ocorrem alterações no organismo da mulher e que 
desaparecem após o parto. São alterações fisiológicas inevitáveis, temporárias e 
presentes em todas as gestações, tais como: 
Aparelho cardiovascular: Volume sanguíneo aumenta de 30% a 50%. 
Aumento da capacidade cardíaca; aumento da pressão venosa dos membros 
inferiores (femural), pela compressão parcial da veia cava, pelo útero aumentado de 
volume e em parte também devido ao aumento da resistência que o fluxo sanguíneo 
encontra nas extremidades inferiores ao juntar-se ao fluxo proveniente do útero. 
É correto orientar a gestante deitar-se em decúbito lateral esquerdo para evitar 
compressão da veia cava inferior, facilitando o retorno sanguíneo. 
Outras alterações: Frequência cardíaca em repouso aumenta cerca de 10 bpm; 
Aumento do volume sanguíneo, o coração tem que circular maior quantidade de 
sangue através da aorta, cerca de 50% a mais por minuto; Ao final do segundo 
 
 
15 
 
trimestre ocorre o trabalho máximo do coração, diminuindo nas últimas semanas de 
gestação e aumentando novamente imediatamente após o parto; O coração é 
deslocado para cima e para esquerda, devido ao volume do útero, que resulta em 
alteração da frequência cardíaca em determinados decúbitos, aumentando 
ligeiramente de volume, bem como a capacidade cardíaca, débito cardíaco, ritmo 
cardíaco e volume sistólico; Pode haver palpitações nos primeiros meses de gestação 
devido aos transtornos no sistema simpático, e ao final da gravidez, devido à pressão 
intra-abdominal do útero extremamente aumentado. 
 Síndrome da hipotensão supina: quando é comprimida a veia cava inferior pelo 
útero gravídico, reduzindo o retorno venoso, consequentemente reduzindo a 
capacidade cardíaca. Se for por tempo prolongado, a gestante pode apresentar sinais 
de choque, como tontura, desfalecimento, pulso acelerado, pele úmida e pegajosa, 
náuseas, vômitos e queda na pressão arterial sistêmica. 
Hipotensão ortostática: quando a gestante sai de uma posição horizontal para 
vertical; O reservatório venoso aumenta várias vezes com dilatação fácil dos vasos 
sanguíneos periféricos, aumentando a capacidade das veias para reter sangue, 
contribuindo para problemas circulatórios como edema, trombose, varizes. 
Aparelho respiratório: Há uma elevação do diafragma pelo útero aumentado 
de volume, a respiração fica dificultada (dispneia). Ocorre aumento da frequência 
respiratória e da quantidade de ar movimentada em cada ciclo respiratório; ocorre 
hiperventilação (aumento da frequência respiratória, volume corrente, volume minuto) 
provavelmente devido ao maior consumo de oxigênio e gás carbônico pelo feto; 
Epistaxe (pela vascularização elevada, estrogênio). 
Aparelho gastrointestinal: Há diminuição do peristaltismo (pelo efeito da 
progesterona na musculatura lisa); Retardo do esvaziamento gástrico e no trânsito 
intestinal, que pode provocar náuseas e constipação (pela redução do peristaltismo); 
Pirose, provocada pelo refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago, também devido 
à diminuição do peristaltismo; Tendência ao aparecimento de hemorroidas. 
Aparelho urinário: Aumento do fluxo sanguíneo nos rins (de 30 a 50%), 
obrigando os rins a filtrar maior quantidade de sangue, aumentando a eliminação de 
urina. A musculatura lisa dos ureteres sofre ação da progesterona, diminuindo o 
peristaltismo e dilatando-se, bem como a pelve renal e ureteres, levando a estagnação 
da urina no sistema coletor (aumentando o risco de infecção urinária). 
 
 
16 
 
Pele e mucosas: Aparecimento de estrias nas mamas, abdome e nádegas; 
devido principalmente pelo estiramento da pele e falta de hidratação da mesma. 
Aumento de depósito de tecido adiposo também na região mamária, abdome e 
nádegas. Hiperpigmentação da pele (Aparecimento da linha negra que vai do monte 
pubiano até a cicatriz umbilical (línea Nigris)); Cloasmas, manchas de coloração 
castanha no rosto que geralmente desaparecem após o parto; Estas alterações 
podem estar relacionadas com a hipertrofia da córtex das glândulas suprarrenais; 
Hiperatividade das glândulas sudoríparas, sebáceas e dos folículos pilosos; Aumento 
do fluxo sanguíneo causada pelo estrogênio, que podem originar hemangiomas; Este 
aumento pode levar a sangramentos da mucosa oral, epílide; O pH da mucosa oral 
tende a aumentar, colaborando para a deterioração dentária; Produção de saliva 
aumenta (ptialismo). 
Alterações hematológicas: Os leucócitos se elevam, variando de 6.000 e 
12.000/mm, chegando a 25.000 durante o trabalho de parto (normal e não grávidas = 
5000 a 10000). Protege contra infecções; O nível de fibrinogênio aumenta em 50%, 
por influência do estrogênio e da progesterona; Aumento no volume sanguíneo de 1 
a 1,5 litros durante a gravidez; ocorre aumento do volume plasmático; Aumento do 
número de eritrócitos de 250 para 450ml de hemácias. 
Glândulas endócrinas e suas alterações: A produção de gonadotrofina 
coriônica humana (HCG) estimula a produção de progesterona e estrogênio pelo 
corpo lúteo, para a manutenção da gestação até que a placenta se desenvolva 
totalmente para assumir essa posição; 
Produção de somatotropina coriônica humana (HCS); Produção de lactogênio 
placentário humano (HPL): torna disponível maior porcentagem de proteína para 
necessidades da mãe e do feto; Aumento generalizado e gradual da produção de 
todos os hormônios; 
Hormôniomelanócito estimulante: hormônio hipofisário causa o escurecimento 
na pigmentação da pele em certas áreas do corpo da mulher; 
Aumento da aldosterona: estimula os glomérulos do rim a reabsorver sódio e 
água; 
Aumento da produção de estrogênio: estimula o desenvolvimento uterino, 
auxilia no desenvolvimento do sistema de ductos mamários, preparando-os para 
lactação e, participa no desenvolvimento de estrias gravídicas. Seu nível elevado 
 
 
17 
 
causa rubor e eritema na pele, e o corpo da mulher torna-se mais vascularizado, 
aumentando o fluxo de sangue para o feto e a chance de sangramentos como 
epistaxe. 
Estrógeno e seus efeitos: Estimula o aumento do útero, das mamas e dos 
genitais; participar no desenvolvimento das estrias gravídicas; ocasiona modificações 
vasculares; promover a utilização de nutrientes; estimula o hormônio melanócito 
estimulante, responsável pelo aumento da pigmentação. 
Progesterona e seus efeitos: Proporciona o desenvolvimento do endométrio 
uterino; Auxilia na implantação do ovo; proporciona o desenvolvimento dos ductos 
secretores das mamas para lactação; estimula a secreção de sódio; reduzi tônus dos 
músculos lisos causando redução da contratilidade uterina, constipação, azia e 
varicosidades; Auxiliar a mulher a eliminar produtos do metabolismo fetal. 
Alterações no peso corporal: Aumento do peso total na 40º semana de 
gravidez considerado normal e médio é de 10 a 12,5kg; Curva ascendente de aumento 
do peso; O aumento do peso de apenas 1kg por mês não é considerado adequado; 
O aumento de peso de três quilos por mês pode ser excessivo; Ocorre aumento da 
deposição de gordura no corpo; Edema, pode estar presente somente nas 
extremidades inferiores; A retenção de líquido e o edema podem representar dois a 
quatro quilos de peso adicionais. 
Alterações no sistema musculoesquelético: Amolecimento das cartilagens 
pélvicas provocando tropeços, quedas e lombalgias; Mobilidade aumentada nas 
articulações pélvicas (marcha anserina); Relaxamento dos ligamentos por ação da 
relaxina (aumenta a preparação para o parto vaginal); os músculos abdominais 
relaxam aumentando assim a diástase neste músculo. Modificações na postura 
(centro de gravidade muda para frente); Lordose aumentada. 
Alterações no aparelho ginecológico: Nos órgãos genitais: Aumento 
acentuado no tamanho; Útero aumenta quatro vezes em comprimento e cerca de um 
quilo no peso devido ao alongamento e hipertrofia das fibras musculares, empurrando 
o intestino e outros órgãos para cima e para os lados; O suprimento sanguíneo 
aumenta 20 a 40 vezes para o útero; As contrações musculares tornam-se mais 
acentuadas à medida que a gravidez avança: Contrações de Braxton-Hicks 
estimulada pela ocitocina (contrações irregulares e arrítmicas que auxiliam a 
passagem de sangue para o feto, com o avanço da gestação causam apagamento e 
 
 
18 
 
a pequena dilatação da cérvix); Aumento da vascularização e edema do colo uterino; 
Aumento da vascularização da vagina; A secreção vaginal é abundante; Aumento de 
glicogênio no epitélio vaginal, promovendo o desenvolvimento de lactobacilo e 
consequentemente, aumento da acidez vaginal (pH fica entre 3,5 e 6); Edema e 
vascularização aumentada na vulva e períneo; Podem surgir varizes vulvares; 
Aumento da vascularização, a coloração do aparelho genital passa de rosada para 
violácea (sinal de Chadwick). 
 Mamas: Aumento considerável no volume, na firmeza e na vascularização 
desde o início da gestação que se continua progressivamente; Tornam-se sensíveis, 
pruriginosas e pesadas; As aréolas alargam-se e ficam mais pigmentadas, surgindo 
pequenas elevações (Tubérculos de Montgomery, que são glândulas sebáceas 
hipertrofiadas); Ocorre hipertrofia dos alvéolos mamários por volta do 2º mês de 
gestação; Há presença de colostro por volta do 2º mês; O colostro enche os alvéolos 
e canais lactíferos no 3º trimestre de gravidez. 
5.2 Puerpério 
O puerpério, tempo de seis a oito semanas após o parto, didaticamente, pode 
ser dividido em três períodos, sendo: imediato (1º ao 10º dia), tardio (11º ao 
45º dia) e remoto (a partir do 45º dia). No puerpério ocorrem modificações 
internas e externas, configurando-se como um período carregado de 
transformações psíquicas, onde a mulher continua a precisar de cuidado e 
proteção. (BRASIL, 2006, apud ANDRADE, 2015). 
Logo depois o parto, é normal que seja expelida uma secreção de cor 
avermelhada. Outras pequenas hemorragias podem ocorrer no processo de 
recuperação do útero, que se contrai quando o bebê nasce. Com o tempo, no entanto, 
esses sangramentos ficam mais espessos e desaparecem. O retorno do útero ao 
tamanho normal é uma das mudanças do pós-parto que precisam ser listadas. Nesse 
processo, ele também recompõe os vasos sanguíneos que se rompem durante o 
parto. 
Ocorre vazamentos involuntários da bexiga, quando a mesma retorna para sua 
posição anatômica. A perda de peso é outra alteração encontrada, tal como a 
diminuição da lubrificação natural da vagina. Todas as mudanças citadas no puerpério 
são transitórias. Porém caso não desapareçam, é necessário que a puérpera procure 
um médico para o tratamento das mesmas. 
 
 
19 
 
Outro sintoma ao qual as mães devem ficar atentas depois do parto é à tristeza 
profunda. A depressão pós-parto é bastante comum e deve ser acompanhada de 
perto. 
6 QUESTÕES ÉTICAS, BIOÉTICAS E LEGAIS NA SAÚDE DA MULHER 
 
Fonte: gospelprime.com.br 
A fim de viabilizar a convivência a sociedade e/ou os grupos têm traçado, ao 
longo da história da humanidade, diferentes balizamentos. A ética é um deles. A 
palavra ética, vem do grego éthos, e refere-se aos costumes, à conduta de vida e às 
regras de comportamento. Circunscreve-se ao agir humano, aos comportamentos 
cotidianos e às opções existenciais. Etimologicamente, significa o mesmo que moral 
(do latim mos, moris), sendo usual o emprego destas palavras uma pela outra, quase 
como sinônimos. 
A ética da saúde ocupa lugar de destaque no conjunto das reflexões éticas, 
pois enfoca questões relacionadas à manutenção e à qualidade de vida das pessoas. 
LEOPOLDO et al (1998), considera a ética da saúde profundamente enraizada no 
terreno dos direitos humanos, pois a vida é o primeiro dos direitos. Segue o autor 
afirmando que a ética da saúde implica “compromisso com a realização histórica de 
valores que encarnem nas condições determinadas de situações sociais e políticas 
diferenciadas, o direito de que todo ser humano deveria primordialmente usufruir” 
 
 
20 
 
6.1 Abortamento 
Embora a palavra “aborto” seja comumente utilizada para indicar interrupção 
da gravidez, do ponto de vista técnico, há que diferenciá-la de “abortamento”: 
enquanto esse é o ato de abortar, aquele que é o produto do abortamento. Assim, 
segundo critério da Organização Mundial da Saúde adotado pelo Brasil, o 
abortamento caracteriza-se pela interrupção da gravidez até a 22ª semana, desde que 
o produto da concepção, o próprio aborto, tenha peso inferior a 500 gramas. São 
variadas as causas que desencadeiam o abortamento “natural”, as quais, na maioria 
das vezes, permanecem indeterminadas. No entanto, inúmeras gestações são 
interrompidas por decisão pessoal da mulher, incluindo casos em que a gravidez 
decorre de violência sexual. (BRASIL, 2011). 
Na tentativa de garantir os direitos reprodutivos e sexuais das mulheres, 
definidos em acordos internacionais e firmados na legislação nacional 
vigente, o Brasil, por intermédio do Ministério da Saúde, editou em 1999 a 
norma técnica “Prevenção e tratamento dos agravos resultantes da violência 
sexual contra mulheres e adolescentes”, a fim de assegurar o direito à 
interrupção da gestação legal por meio do SUS. (BRASIL, 2012, apud DA 
ROCHA, 2015). 
6.2 Planejamento familiar 
Embora seja difícil definir família, por causa da diversidade de modelos 
encontrados nas diferentes sociedades, podemos compreendê-lacomo grupo social 
que exerce, no mínimo, as funções sexuais, pro criativas, educativas e econômicas. 
Sendo assim, ter filhos e exercer a função pro criativa, é algo a ser planejado, o que 
em nossos dias pode inclusive ser pensado na forma negativa: não ter filhos. Como 
criação humana mutável, família corresponde a uma multiplicidade de modelos que 
variam em graduação acentuada, podendo seu desenho apresentar semelhanças 
com inúmeras sociedades sem que, com isso, se padronize um figurino a ser seguido. 
Depende de cada cultura o esboço do modelo. As circunstâncias diversificam-se e, 
com elas, as famílias também. 
Como cita CARVALHO (2003), essas modificações evidenciam a diversidade 
do modelo, o que não implica que a família seja instituição desnecessária, ou em via 
de extinção nas sociedades contemporâneas, haja vista que uma leitura mais acurada 
da instituição, deixa patente sua plasticidade e sua enorme capacidade de mudança 
 
 
21 
 
e de adaptação às transformações econômicas, sociais e culturais mais amplas. 
Efetivamente, a família, não importa a configuração que assuma, continuará a existir, 
pois é o que pode assegurar à criança, aos novos sujeitos que se apresentam ao 
mundo, o direito ao amor, ao acolhimento no mundo humano e à palavra. 
6.3 Violência contra a mulher: doméstica, sexual e simbólica 
A violência doméstica contra a mulher (VDCM) tem ganhado maior 
visibilidade na última década, tanto no cenário nacional quanto internacional. 
As discussões não se limitam aos agravos à saúde da mulher, incluem o 
impacto da violência na vida dos filhos, na família, abordam a credibilidade 
da população na legislação protetiva brasileira, bem como enfocam os gastos 
com a assistência policial, judicial e de saúde nesse contexto (SOARES, 
2013, apud ACOSTA, 2017). 
A violência contra a mulher é condição que requer abordagem intersetorial e 
interdisciplinar, com importante interface com questões de direitos humanos, questões 
policiais, de segurança pública e de justiça. Nesse sentido, a Lei Maria da Penha, 
precisa ser problematizada entre os profissionais, pois apregoa as atribuições cabíveis 
à equipe multidisciplinar, incluindo a área psicossocial e da saúde. Cabe destacar que 
a exigência de boletim de ocorrência na unidade básica ou hospitalar, para o 
atendimento das vítimas, é incorreta. 
Violência sexual e ou doméstica: A violência sexual contra a mulher é uma 
agressão cruel e persistente, considerada uma violência de gênero, uma 
demonstração extrema de poder do homem sobre a mulher, na subjugação do seu 
corpo tornado objeto. 
A violência sexual causa danos que podem durar a vida inteira e estar 
relacionados ao bem-estar físico, a questões sexuais, reprodutivas, 
emocionais, mentais e sociais das mulheres agredidas. Entre as 
consequências desta agressão, incluem-se gravidez e infecções 
sexualmente transmissíveis (IST), incluindo HIV/Aids. (OMS, 2012, apud 
DELZIOVO, 2018). 
É um dos principais indicadores da discriminação de gênero contra a mulher. 
Pesquisa coordenada pela OMS (2002), em oito países, retrata o perfil da violência 
sofrida pelas mulheres na faixa etária de 15 a 49 anos. No Brasil, o estudo foi realizado 
em São Paulo e na zona da mata de Pernambuco. Nesses municípios, 29% das 
mulheres relataram violência física e/ou sexual por parte do companheiro. Dentre as 
mulheres agredidas, foram relatados problemas de saúde, como: dores ou 
 
 
22 
 
desconforto severo, problemas de concentração e tontura. Nesse grupo também foi 
mais comum a tentativa de suicídio e maior frequência do uso do álcool. Os dados 
dessa pesquisa confirmam que a violência sexual e/ou doméstica é um grave 
problema de saúde pública. Porém, entre as mulheres que relataram violência, apenas 
16% em São Paulo e 11% em Pernambuco buscaram hospitais ou centros de saúde 
(OMS, 2002). Considerando-se que São Paulo concentra a maior parte dos serviços 
de referência no Brasil, esses percentuais indicam pouca divulgação e dificuldades de 
acesso aos serviços. (BRASIL, 2002a) 
No Brasil, o estupro é definido juridicamente como sendo o ato de 
“constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. 
(BRASIL, 2012, apud NUNES, 2017). 
Portanto, as profissionais da enfermagem precisam conhecer a rede de apoio 
à vítima do município, a fim de encaminharem e orientarem quanto aos serviços, 
respaldo oferecido pela lei Maria da Penha, auxiliando-as no enfrentamento e na 
superação dos traumas físicos e psicológicos. Muitas vezes a dor da “alma”, 
associada à desqualificação das corporeidades femininas, é aquela que mais gera 
sofrimento, sendo a enfermagem um guia para o tratamento das marcas invisíveis, 
através do cuidado holístico e humanizado 
Em relação à violência sexual, recentemente foi sancionada a Lei n. 12.845, 
que torna obrigatório e integral o atendimento, pelo Sistema Único de Saúde, 
às vítimas. Discorre sobre o atendimento imediato, o diagnóstico, o 
tratamento das lesões no aparelho genital, a profilaxia de doenças e de 
gravidez, bem como o amparo de equipe multidisciplinar. (BRASIL, 2013, 
apud ACOSTA, 2017). 
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006: Art. 1º Esta Lei cria mecanismos 
para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 
8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas 
as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, 
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais 
ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados 
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de 
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. 
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação 
sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art226%C2%A78
 
 
23 
 
fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades 
e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu 
aperfeiçoamento moral, intelectual e social. 
Segundo o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registrados 
47.646 casos de estupro no Brasil em 2014. Isso significa um estupro a cada 
11 minutos. Porém, considera- se que em média apenas 35% dos crimes 
sexuais são notificados. (FÓRUM, 2015, apud DE SOUZA, 2019). 
 Violência simbólica: SILVA (2017), em um de seus artigos cita que o 
significado e a definição do termo violência simbólica é altamente discutível nas 
ciências sociais. Um ponto de vista sobre o termo vem do trabalho de Randall Collins, 
que argumenta que "a violência simbólica é um mero jogo de palavras teóricas e levá-
lo literalmente mal, interpreta a natureza da violência real". Para Collins (2008), a 
violência simbólica é uma "queixa retórica" e não tem nenhum valor real em explicar 
o que realmente acontece na vida. Collins adota uma perspectiva sobre a violência 
quando argumenta que as pessoas não são inerentemente violentas, em vez disso, 
as situações produzem momentos de violência. 
 Para Pierre Bourdieu, sociólogo francês, os seres humanos possuem quatro 
tipos de capitais, são eles: o capital econômico (a renda financeira), o capital social, 
(suas redes de amizade e convívio), o cultural, aquele que é constituído pela 
educação, diplomas e envolvimento com a arte e o capital simbólico, que está ligado 
à honra, o prestígio e o reconhecimento. É através desse último capital que 
determinadas diferenças de poder são definidas socialmente. Por meio do capital 
simbólico, é que instituições e indivíduos podem tentar persuadiroutros com suas 
ideias. 
A violência simbólica se dá justamente pela falta de equivalência desse capital 
entre as pessoas ou instituições. O conceito foi definido por Bourdieu como uma 
violência que é cometida com a cumplicidade entre quem sofre e quem a pratica, sem 
que, frequentemente, os envolvidos tenham consciência do que estão sofrendo ou 
exercendo. 
Lei nº 13.931 de 10 de dezembro de 2019: Altera a Lei nº 10.778, de 24 de 
novembro de 2003, para dispor sobre a notificação compulsória dos casos de suspeita 
de violência contra a mulher. 
Lei nº 13.894, de 29 de outubro de 2019 – Altera a Lei nº 11.340, de 7 de 
agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para prever a competência dos Juizados de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
 
 
24 
 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher para a ação de divórcio, separação, 
anulação de casamento ou dissolução de união estável nos casos de violência e para 
tornar obrigatória a informação às vítimas acerca da possibilidade de os serviços de 
assistência judiciária ajuizarem as ações mencionadas; e altera a Lei nº 13.105, de 16 
de março de 2015 (Código de Processo Civil), para prever a competência do foro do 
domicílio da vítima de violência doméstica e familiar para a ação de divórcio, 
separação judicial, anulação de casamento e reconhecimento da união estável a ser 
dissolvida, para determinar a intervenção obrigatória do Ministério Público nas ações 
de família em que figure como parte vítima de violência doméstica e familiar, e para 
estabelecer a prioridade de tramitação dos procedimentos judiciais em que figure 
como parte vítima de violência doméstica e familiar. 
Art. 2º Esta Lei entra em vigor após decorridos 90 (noventa) dias de sua 
publicação oficial. Brasília, 10 de dezembro de 2019. 
Na obra de Pierre Bourdieu, a violência simbólica denota mais do que uma 
forma de violência que opera simbolicamente. É "a violência exercida sobre 
um agente social com a sua cumplicidade" (BOURDIEU; WACQUANT, 2002, 
apud SILVA, 2017). 
7 DESIGUALDADES DE GÊNERO E SUAS INTERRELAÇÕES COM A 
ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
 
Fonte: eusemfronteira.com 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm
 
 
25 
 
A existência de importantes níveis de desigualdade de diversas ordens na 
sociedade brasileira faz com que as condições de acesso de diferentes segmentos da 
população aos bens e serviços de saúde sejam desiguais. É nesse aspecto que o 
princípio da equidade se torna fundamental para a consecução dos demais princípios 
que regem o sistema e para a promoção da justiça social, segundo LIONÇO (2009). 
O desafio posto pelo SUS é de que a política de saúde no Brasil se construa e 
se implemente na perspectiva do acesso universal, reconhecendo as desigualdades 
existentes no interior da sociedade e criando respostas para minimizá-las. Para isso, 
a participação dos diferentes segmentos da sociedade no processo de construção e 
implementação dessas políticas é indispensável. 
Se gênero é uma das dimensões organizadoras das relações sociais que 
produz desigualdades, então a política de saúde construída no âmbito do SUS deve 
reconhecer a existência dessas desigualdades e respondê-las, com vistas à promoção 
da equidade de gênero. 
Um importante marco da introdução da dimensão de gênero na política de 
saúde do país foi o Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde da 
Mulher (PAISM). Lançado em 1983, a partir da confluência de forças dos 
movimentos de mulheres e sanitarista, o PAISM ampliou a concepção até 
então hegemônica de “saúde da mulher”, restrita à atenção ao pré-natal e ao 
parto, construindo uma proposta de atenção à saúde que tomasse as 
mulheres na sua condição de cidadãs, portadoras de múltiplas necessidades 
de saúde, às quais o Estado deveria responder (CORREA, 1993, apud 
FERRAZ, 2010). 
Ao longo dos vinte anos de consolidação do Sistema Único de Saúde, a 
dimensão de gênero tem sido incorporada nas políticas públicas do setor de diversas 
maneiras. Para ilustrar os diferentes modos como essa incorporação pode se dar, 
apresentaremos em linhas gerais três políticas específicas que consideramos 
emblemáticas no cenário atual do SUS: a política de DST e aids, com destaque para 
o Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e Outras 
DST (Brasil, 2007), a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Brasil, 
2008) e a Política de Atenção Integral à Saúde da População LGBT (Brasil, 2008a). 
A ação intersetorial tem ganhado ênfase na política de aids, como se pode 
perceber pelo lançamento do Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da 
Epidemia de Aids e Outras DST (Brasil, 2007). 
O Plano é uma construção do Ministério da Saúde, articulado à Secretaria 
Especial de Políticas para as Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas 
 
 
26 
 
(UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) que define uma 
política intersetorial para o enfrentamento da epidemia de aids e a prevenção de DST 
entre as mulheres. Contextualiza o fenômeno da feminização da epidemia em relação, 
principalmente, às iniquidades de gênero, mas também enumera outros fatores que 
podem contribuir para graus de vulnerabilidade distintos entre os diversos segmentos 
da população feminina: racismo, pobreza, violência, estigma e discriminação e uso de 
drogas. 
Como instrumento de gestão, o Plano norteia a implantação e a implementação 
de ações de promoção à saúde sexual e reprodutiva nas esferas federal, estadual e 
municipal da saúde, guiando-se pelas seguintes diretrizes: Promover a defesa dos 
direitos humanos, direitos sexuais e direitos reprodutivos das mulheres; Reduzir o 
estigma ao HIV/aids e a discriminação em relação às mulheres em situação de 
vulnerabilidade; Reduzir as iniquidades regionais, territoriais e de contexto de 
pobreza; Promover a equidade racial, étnica, de gênero e de orientação sexual das 
mulheres no acesso a informação, diagnóstico e tratamento; Fortalecer, implementar 
e ampliar as ações de prevenção, promoção e assistência as DST, HIV e aids de 
forma integral e equânime, conforme os princípios do Sistema Único de Saúde e do 
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. 
As políticas públicas podem ser definidas como respostas do Estado a 
problemas que emergem na sociedade. São consolidadas em conjuntos de 
diretrizes, medidas e procedimentos que explicitam o posicionamento político 
do Estado frente a problemas que são considerados de interesse público. 
(SAMPAIO, et al, 2006, FERRAZ, 2010). 
 
 
27 
 
8 COMPLICAÇÕES CLÍNICAS PREVALENTES NAS MULHERES 
 
Fonte: bbmundo.com 
As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) são definidas como um 
conjunto de doenças multifatoriais que possuem longos períodos de latência e 
diferentes fatores de risco, como Hipertensão Arterial, Diabetes e Obesidade, 
podendo interferir no surgimento ou piora das disfunções ginecológicas, como as 
Disfunções Sexuais, Síndrome Metabólica e Síndrome do Ovário Policístico. 
Para bem receber a população nos estabelecimentos de saúde, o Ministério 
da Saúde atualmente tem buscado padronizar o processode acolhimento, 
com classificação de risco por meio da adoção de medidas que uniformizem 
esse processo em todo o território nacional. Após a classificação de risco e 
avaliação médica, é definida a conduta e destino do usuário: alta externa 
(domicílio/referência) ou interna (observação/internação). (TOLEDO, 2009, 
apud PRATES, 2016). 
8.1 Vulvovaginite/ vulvite/ vaginoses 
Vulvovaginite e vulvite: A vulvite é a irritação da vulva, e a vulvovaginite, da 
vulva e da vagina. São provocadas, principalmente, por diversos micro-organismos, 
que causam corrimento. As mesmas bactérias que originam a Candidíase, a 
Triconomíase e Clamídia podem causar a vulvite e a vulvovaginite. Pode ser causada 
pelo uso de produtos alergênicos, como calcinhas de tecido sintético, amaciantes, 
papel higiênico colorido ou perfumado, sabonetes perfumados, e também pelo hábito 
diário, como o uso do chuveirinho como ducha vaginal. Mulheres grávidas podem 
 
 
28 
 
desenvolver vulvites crônicas após o parto, devido a sua sensibilidade com 
determinados produtos químicos, o látex da camisinha, tampões vaginais e sabonetes 
íntimos. A imunidade baixa propicia o desenvolvimento das infecções. 
A candidíase surge quando há a proliferação demasiada da Cândida albicans 
ou glabrata em relação aos outros micro-organismos presentes. 
A Cândida albicans pode ser classificada como micro-organismo comensal 
(permanece no organismo sem produzir a doença), já que é encontrada em 
aproximadamente 20% das mulheres saudáveis. Entre os principais sintomas 
podemos citar: Coceira vaginal; Corrimento esbranquiçado e espesso; Ardência na 
região da vulva; Leve inchaço dos lábios vaginais; ardência ao urinar; Pele rachada 
(ressecada) próxima à vulva; dispareunia. 
Vaginose bacteriana: Infecção genital causada por bactérias, principalmente 
pela Gardnerella Vaginalis. A transmissão ocorre pelo contato íntimo ou relação 
sexual. É a causa mais comum de corrimento genital e a segunda causa de 
candidíase. Essa infecção desencadeia um desequilíbrio da flora vaginal fazendo com 
que a concentração de determinadas bactérias aumente. Atualmente, é considerada 
uma proliferação maciça de uma flora mista, que inclui Gardnella Vaginallis, 
Peptoestreptococcus e Micoplasma hominis. Durante a menstruação, a Vaginose 
causa um odor fétido, pois nesse período a ação das bactérias aumenta. Ocorre 
principalmente em mulheres na idade reprodutiva. 
8.2 Neoplasias cervico-uterina 
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer cervical é frequentemente um 
carcinoma de células escamosas causado por infecção por HPV. A neoplasia cervical 
é assintomática. 
O diagnóstico é realizado através de exame cervical com Papanicolau e 
biópsia. O estadiamento é clínico. O tratamento normalmente inclui ressecção 
cirúrgica para doença em estágio inicial ou radioterapia mais quimioterapia para 
doença localmente avançada e quimioterapia é utilizada isoladamente. O câncer 
cervical inicial pode ser assintomático. Quando há sintomas, frequentemente ocorre 
sangramento vaginal irregular, (mais comum pós-coito, mas pode ocorrer 
espontaneamente entre as menstruações). As neoplasias maiores têm mais 
https://www.ginocanesten.com.br/pt/sem-tabu/coceira-na-vagina/
https://www.ginocanesten.com.br/pt/sem-tabu/corrimento-branco-e-candidiase/
 
 
29 
 
probabilidade de sangrar espontaneamente e podem causar corrimento vaginal fétido 
ou dor pélvica. Câncer mais disseminado pode causar uropatia obstrutiva, dor lombar 
e edema nas pernas decorrentes de obstrução venosa ou linfática. 
Os fatores de risco para câncer de colo de útero incluem: Início precoce da 
atividade sexual, um grande número de parceiros sexuais durante a vida, tabagismo, 
imunodeficiência. 
8.3 Neoplasia mamária 
Câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo 
e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. O câncer de mama corresponde, 
atualmente, a cerca de 28% dos casos novos de câncer em mulheres. O câncer de 
mama também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total 
de casos da doença. 
Raro antes dos 35 anos, e acima desta idade sua incidência cresce 
progressivamente, especialmente após os 50 anos. Estatísticas indicam aumento da 
sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em 
desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma 
rápida, outros, não. A maioria dos casos tem bom prognóstico. 
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, 
geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, 
globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são: edema cutâneo (na 
pele), semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor; inversão do mamilo; 
hiperemia; descamação ou ulceração do mamilo; secreção papilar, especialmente 
quando é unilateral e espontânea. 
A lei nº 12.732, de 2012, estabelece que o paciente com neoplasia maligna tem 
direito de se submeter ao primeiro tratamento no SUS, no prazo de até 60 dias a partir 
do dia em que for confirmado o diagnóstico em laudo patológico ou em prazo menor, 
conforme a necessidade terapêutica do caso. 
 
 
30 
 
8.4 DST, com enfoque na abordagem sindrômica 
O PSF, busca ativamente tratamento de casos assintomáticos (incorporar na 
rotina, em especial para adolescentes): Colher história sexual e de DST: (os cinco “P”) 
Parceiro, Práticas sexuais, Proteção para DST Prevenção de gravidez e Passado de 
DST; Rastreio para sífilis, hepatite B e HIV nas situações de risco e hemocentros; 
Rastreio para sífilis, hepatite B e HIV no pré-natal; Citologia oncótica; Bem como ações 
informativas e educativas na comunidade, como o trabalho com adolescentes, grupos 
de gestantes, oficinas de prevenção, entre outros; Facilitação da participação da 
sociedade civil Manejo das DST sintomáticas; diagnóstico e tratamento sindrômico: 
(como por exemplo: Úlceras genitais Úlceras genitais, Corrimentos uretrais, 
Corrimentos vaginais e cervicais, Desconforto e dor pélvica, Manejo dos parceiros 
sexuais e Notificação). 
Em 2017 cerca de 36,7 milhões de pessoas viviam com HIV mundialmente, 
sendo notificados dois milhões de novos casos pela infecção e um milhão de 
óbitos tendo como causa básica a Aids. No Brasil, em 2017, foram 
diagnosticados 42.420 novos casos de HIV e 37.791 casos de aids. Em um 
período de dez anos, a taxa de detecção de Aids no país apresentou queda 
de 9,4%, no entanto, no mesmo período a região Nordeste apresentou 
crescimento de 24,1%. Na Paraíba, em 2017 foram notificados 533 casos da 
doença e 139 óbitos por Aids como causa básica. (UNAIDS, 2018, apud 
LEADEBAL, 2019). 
Características da Abordagem sindrômica das DST: Tem como base um 
conjunto de sinais e sintomas (síndromes) e os agentes mais frequentemente 
associados. É altamente sensível, pois não omite as infecções mistas; trata o paciente 
na primeira visita, pois não há espera com resultado de exames; utiliza fluxogramas 
que podem ser manejados por profissionais de saúde devidamente treinados: médico 
(a)e enfermeiro (a). 
8.5 Úlceras genitais 
As úlceras genitais podem ser causadas por uma série de condições e, por 
estarem frequentemente relacionadas às infecções de transmissão sexual (ITS), 
podem gerar ansiedade, principalmente quando presentes em crianças e 
adolescentes, sem história de contato sexual. Estabelecer o diagnóstico correto torna-
se um grande desafio, sendo fundamental para a condução adequada da doença. 
 
 
31 
 
A presença de úlceras genitais em meninas não sexualmente ativas pode levar 
muitas vezes ao diagnóstico prematuro de herpes genital, sem investigação de outras 
etiologias. Nas crianças pré-púberes, embora menos frequente, leva quase sempre à 
investigação de um suposto abuso sexual. 
Entre os agentes mais comuns relacionados às doenças de transmissão 
sexual, encontram-se herpes simples, sífilis, linfogranulomae cancro duro. Entre as 
causas não sexualmente transmissíveis de úlceras genitais, encontram-se as 
infecções pelo vírus de Epstein-Barr, citomegalovírus, doença de Chron, doença de 
Behçet, aftas, úlcera de Lipschutz e reações a drogas, principalmente aos anti-
inflamatórios não hormonais (AINH). 
8.6 Incontinência urinária 
Segundo MOURÃO (2019), incontinência urinária (IU) é um termo utilizado para 
definir uma disfunção do trato urinário inferior que causa a perda involuntária de urina. 
Essa afecção possui índices significativos de prevalência mundial, acometendo 
ambos os gêneros, com prevalência de 27,6% no gênero feminino e 10,5% no 
masculino, sendo mais comum nas mulheres por conta da própria anatomia e do fator 
idade. 
As repercussões psicológicas ocasionadas pela IU nas mulheres contribuem 
para a perda da autoestima e da autoconfiança e para mudanças nas relações 
interpessoais e sexuais, que resultam em isolamento social por receio de 
constrangimentos, evoluindo para um quadro de depressão. 
 
 
32 
 
9 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA GESTAÇÃO 
 
Fonte: manualdamamae.com.br 
Como a atenção básica é considerada a porta de entrada dos serviços de 
saúde, a excelência no acolhimento e nas consultas primárias confere agilidade aos 
fluxos de atendimento. Ou seja, todo o ciclo do serviço de saúde torna-se mais fluido 
quando o profissional de enfermagem está qualificado para realizar o pré-natal. 
Em linhas gerais, pode-se dizer que a enfermagem realiza uma espécie de 
gestão dos cuidados na gravidez em todas as suas fases. E cabe à equipe otimizar 
os atendimentos de referência e contra referência que compõem o sistema de saúde. 
Se as condições de saúde da gestante forem de risco, a mulher é referenciada 
para unidades com maior complexidade. Após esse atendimento, ela é contra 
referenciada à unidade de atenção básica a fim de dar continuidade ao pré-natal. Os 
cuidados também orientam a mulher sobre a diferença entre sensações, dores e 
inseguranças comuns à gestação e, ainda, aquelas que podem oferecer maiores 
riscos. 
9.1 Pré-natal 
O pré-natal é o acompanhamento voltado as gestantes. Conceituado como 
um conjunto de ações que antecedem ao parto, tendo por finalidade atender 
as necessidades da mulher, promovendo a qualidade de vida e prevenido 
intercorrências. (BRASIL, 2000, apud ROCHA, 2017). 
 
 
33 
 
Durante o pré-natal, a gestante deve ser acompanhada por um médico obstetra 
e pela equipe do PSF (enfermeiros, fisioterapeutas, dentista, entre outros 
profissionais). A assistência ao pré-natal tem como objetivo o acolhimento da gestante 
desde o diagnóstico da gestação, visando acolher a mulher em um momento de 
transição e modificações físicas e emocionais de forma individualizada. 
Segundo ROCHA (2017), vai depender do enfermeiro que a consulta tenha 
nuances diferentes, para atender as expectativas da paciente, fazendo com que 
ocorra uma relação de confiança e troca entre o profissional e paciente, preconizando 
uma assistência de qualidade humanitária. Cabe também ao enfermeiro orientar a 
gestante em relação ao: não uso de analgésicos e antitérmicos, pois as mesmas só 
deverão fazer uso de medicamentos recomendados pelo obstetra; evitar uso de 
cremes dermatológicos contendo ácido retinóico na sua fórmula. (Suspenda o uso, 
pois essa substância pode causar malformações no feto); evitar exposição 
desnecessária a radiação (radiografias); Gestantes fumantes e que fazem uso de 
bebidas alcóolicas, devem abandonar o vício ou pelo menos reduzir o consumo; 
diminuir ou eliminar significativamente o consumo de cafeína; prevenir-se contra a 
toxoplasmose. Não comer carne cruas ou malpassadas e lavar muito bem frutas e 
verduras. 
9.2 Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde nº 32 
Este caderno está inserido no âmbito do componente pré-natal da Rede 
Cegonha como uma das ofertas que objetivam apoiar as equipes de atenção básica 
(EAB) na qualificação do cuidado e na articulação em rede. Constitui-se de uma 
ferramenta que, somada à capacidade das equipes e dos gestores, pode contribuir 
para a contínua melhoria do acesso e da qualidade na atenção básica (AB). 
Para tanto, o Caderno de Atenção Básica (CAB) Pré-Natal aborda desde a 
organização do processo de trabalho, do serviço de saúde e aspectos do 
planejamento, além de questões relacionadas ao acompanhamento da gravidez de 
risco habitual e de suas possíveis intercorrências, promoção da saúde, gestação em 
situações especiais, assistência ao parto, até as questões legais relacionadas 
à gestação, ao parto/nascimento e ao puerpério. 
 
 
34 
 
 Dez passos para o Pré-Natal de Qualidade na Atenção Básica de acordo com 
o CAB: 
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana 
de gestação (captação precoce); 
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos 
necessários à atenção pré-natal; 
 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e 
avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento 
pré-natal; 
 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas) 
acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais 
e não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes"; 
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o 
atendimento pré-natal, quando necessário; 
 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas, 
exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal 
do(a) parceiro(a)"; 
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja 
necessário; 
 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, 
incluindo a elaboração do "Plano de Parto"; 
 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o 
serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação); 
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos por 
lei no período gravídico-puerperal. 
9.3 Avaliação 
A avaliação da gestante é de extrema importância. Entre os tipos de avaliação 
podemos citar a manobra de Leopold Zweifel, palpação obstétrica, entre outras. A 
técnica de Leopold visa a identificação da apresentação, posição e situação fetal. 
Temos a apresentação cefálica, pélvica ou córmica. Situação transversal oblíqua ou 
 
 
35 
 
longitudinal. Posição direita ou esquerda. Variedade de posição (anterior, posterior e 
transversa). 
Palpação obstétrica constitui-se de quatro tempos: 
1ª: Delimita- se o fundo do útero com ambas as mãos. Apalpa- se o fundo do 
útero materno, podendo- se encontrar uma região irredutível, dura e contínua. É o polo 
cefálico ou cabeça. Se for uma massa irregular, mole, redutível é o polo pélvico ou a 
região sacral; 
 2ª: Na segunda manobra procura- se espalmar as mãos sobre os lados do 
útero: Uma fica fixa e a outra desliza. Encontrando uma superfície dura e contínua 
temos o dorso. Verificam -se os batimentos cardiofetais no lado do dorso. Observa- 
se também a espessura uterina; 
3ª: A terceira manobra consiste na exploração da mobilidade cefálica. Aprende- 
se a cabeça ou nádega do bebê. Quando alta e móvel a apresentação o polo se 
movimenta de um lado para o outro. Caso contrário, fica fixo; 
4ª: A quarta manobra é a exploração as escava: Para realizar a quarta 
manobra, o enfermeiro coloca- se do lado contrário, volta as suas costas para a 
grávida e palpa a porção inferior do útero. Comumente é detectado o polo cefálico. 
Contração de Braxton Hicks: Nomeado em homenagem ao primeiro cientista 
a descobri-las, as contrações de Braxton Hicks são normalmente indolores e curtas, 
durando apenas um minuto ou dois. Elas podem ocorrer em toda a sua gravidez, mas 
geralmente aumentam no último trimestre. Elas tendem a ocorrer de maneira irregular 
e, embora desconfortável, elas não devem incomodá-la muito. O iníciopode acontecer 
a partir da 28 ª semana. Entretanto, as contrações de Braxton Hicks podem começar 
durante o segundo mês em algumas mulheres. Podem ser desencadeadas devido: 
atividade física ou esforço; relação sexual; desidratação, deslocamento do bebê 
dentro do útero. Em caso de contrações muito fortes, a gestante poderá entrar em 
trabalho de parto, fazendo com que o cuidado com a mesma seja redobrado. 
No âmbito da saúde da mulher, especificamente tratando-se da prática 
obstétrica, o enfermeiro exerce um papel importante no que concerne à 
humanização da assistência, tendo em vista que o processo gestatório e o 
período pós-parto sejam permeados por sentimentos de medo e insegurança. 
Na maioria das vezes, esses sentimentos, aliados à desinformação e 
assistência pré-natal inadequada, são responsáveis pela opção da mulher 
pela cesárea. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, os partos 
cesáreos continuam em ascensão. Em 2009, a proporção de partos cesáreos 
do setor público, de acordo com o Sistema de Informações de Internações 
Hospitalares (SIH) foi de 36,2%. (BRASIL, 2011, apud GUERREIRO, 2012). 
https://www.fetalmed.net/28a-semana/
 
 
36 
 
9.4 Fatores de riscos 
Os fatores de risco também devem ser avaliados, Entre eles podem ser citados: 
O Diabetes Mellitus, Hipertensão arterial, anemia, entre outros. 
Diabetes gestacional: São considerados fatores de risco para o diabetes 
gestacional: Idade materna mais avançada, ganho de peso excessivo durante a 
gestação, sobrepeso ou obesidade, Síndrome do ovário policístico, história prévia de 
bebês grandes (maiores de 4 kg) ou de diabetes gestacional, história familiar de 
diabetes em parentes de 1º grau , história de diabetes gestacional na mãe da gestante, 
hipertensão arterial sistêmica na gestação e gestação múltipla (gravidez de gêmeos). 
O controle do diabetes gestacional é realizado na maioria das vezes através de 
uma orientação nutricional adequada. A gestante necessita ajustar para cada período 
da gravidez as quantidades dos nutrientes necessárias para ela e para o bebê. A 
prática de atividade física é uma medida de grande eficácia para redução dos níveis 
glicêmicos. A atividade deve ser feita somente após avaliação de um profissão 
competente e liberação médica. 
Hipertensão arterial sistêmica: De acordo com a 7ª Diretriz brasileira de 
Hipertensão Arterial, Hipertensão é caracterizada pela PA sistólica variando de 140 – 
159 e PA diastólica variando entre 90 – 99, sendo caracterizada durante a gestação 
como: 
Crônica: Quando a PA se encontra elevada antes da gestação ou antes de 
20 semanas de gestação. A hipertensão crônica complica aproximadamente 1 a 5% 
de todas as gestações. 
Gestacional: Desenvolve-se após 20 semanas de gestação (tipicamente 
depois das 37 semanas) e persiste até 6 semanas pós-parto; acontece em 
aproximadamente 5 a 10% de todas as gestações, com mais frequência em casos de 
gestação múltipla. 
Os dois tipos de hipertensão aumentam o risco de pré-eclâmpsia e eclampsia e 
de outras causas da morbidade ou mortalidade materna, incluindo encefalopatia 
hipertensiva, AVC, insuficiência renal, insuficiência ventricular esquerda e síndrome 
HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas). 
A morbidade e a mortalidade fetal aumentam em razão da diminuição do fluxo 
sanguíneo uteroplacentário, que pode causar vasoespasmo, restrição de crescimento, 
hipóxia e descolamento prematuro da placenta. Os resultados são piores se a 
 
 
37 
 
hipertensão é grave (PA sistólica ≥ 160, PA diastólica ≥ 110 mmHg) ou acompanhada 
por insuficiência renal (por exemplo: clearance de creatinina < 60 ml/min, creatinina 
sérica > 2 mg/dL > 180 μmol/L). 
Com base nos níveis elevados de pressão arterial, considera-se os 
seguintes fatores de risco: Gestação após os 35 anos e antes dos 18 anos; 
Hipertensão arterial sistêmica crônica; Diabetes; lúpus; obesidade; primeira gestação. 
Anemia: A anemia é uma das doenças na gravidez mais comum entre as 
gestantes, que precisam de uma dieta especial rica em ferro (agrião, lentilha, 
espinafre, feijão, fígado, abacate, espinafre, frutas secas entre outras). 
O organismo começa a trabalhar dobrado e precisa de reforço nutricional. 
Quando há deficiência de ferro ocorre a anemia, que costuma ser transitória, mas 
mesmo assim, pode afetar o desenvolvimento do feto. 
Além de um plano alimentar específico, o médico ou nutricionista pode receitar 
suplementos e vitaminas para reequilibrar os níveis de vitamina no organismo da 
gestante. 
9.5 Vacinas 
 Vacina Hepatite B: Caso a gestante não tenha o esquema de vacinação 
completo para Hepatite B ou nunca tomou nenhuma dose, ela deve ser vacinada 
durante a gestação preferencialmente durante o segundo ou terceiro trimestre. O 
esquema completo consiste em 3 doses (0-1-6 meses). Se a gestante já tiver recebido 
1 ou 2 doses, deverá completar as doses durante a gestação, não sendo necessário 
tomar novamente a(s) dose(s) recebidas. 
Os recém-nascidos podem ser infectados ao nascerem de mães portadoras do 
vírus B da hepatite. O risco de infecção crônica é mais elevado, quando a exposição 
ocorre no período perinatal. Cerca de 25% das crianças que desenvolvem a infecção 
crônica morrem de carcinoma hepatocelular ou cirrose décadas após a infecção 
inicial. 
Vacina dTpa: A vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto) tem o 
objetivo específico na gestação de proteger o recém-nascido contra tétano neonatal e 
coqueluche. O objetivo da vacinação da gestante é diminuir a transmissão da mãe 
para o recém-nascido após o parto e a proteção relativa do mesmo através dos 
https://planodesaude.net.br/blog/como-planejar-uma-gravidez-saudavel-em-dez-passos/
https://planodesaude.net.br/blog/nutricionista-qual-a-cobertura-do-plano-de-saude/
 
 
38 
 
anticorpos maternos via transplacentária. A efetividade de proteção dos anticorpos 
transplacentários para o feto não é totalmente conhecida, mas certamente modifica a 
severidade da doença. Após a vacinação na gestação, os anticorpos maternos 
atingem o pico em algumas semanas e caem em poucos meses. 
A vacinação da gestante deve ser com idade gestacional acima de 20 semanas 
(preferencialmente entre 27 e 36 semanas). A mulher deve ser vacinada em todas as 
gestações, independente de quando tomou a última dose da vacina dT (dupla 
bacteriana, disponível nos postos de saúde, porém, confere proteção apenas para 
Difteria e Tétano). 
 Vacina Influenza: A gripe durante a gestação ou puerpério pode levar a 
formas clínicas graves, como a pneumonia e até mesmo a morte. O risco de 
complicações é muito alto, principalmente no terceiro trimestre de gestação, 
mantendo-se elevado no primeiro mês após o parto. As puérperas apresentam risco 
semelhante ou maior que as gestantes de ter complicações em decorrência da 
Influenza. 
A vacinação contra o vírus influenza em gestantes é uma estratégia eficaz de 
proteção para a mãe e para o lactente. Estudo realizado demonstrou que os lactentes 
de mães vacinadas contra a influenza, apresentaram menos casos da doença. 
Todas as gestantes devem tomar a vacina Influenza, em qualquer fase da 
gestação. Ela é gratuita para gestantes (qualquer idade gestacional, não precisa 
comprovação de gestação) e puérperas até 45 dias (levar certidão de nascimento do 
recém-nascido ou cartão da gestante ou documento do hospital). 
Observação: Apesar de evidências científicas demonstrarem que vacinas 
como febre amarela e tríplice viral não causam danos fetal, por precaução, não se 
recomenda a vacinação durante a gestação. Mas, em situação de surto da doença, 
as gestantes, independentemente da idade gestacional, não vacinadas ou sem 
comprovante de vacinação deve considerar o risco de adquirir a doença e, por causa 
disso, se vacinar. É o serviço de saúde quem deve avaliar, caso a caso, o 
risco/benefício da vacinação. 
 
 
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9.6 Métodos

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