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Avaliação na Educação: Reflexões e Práticas

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Professora Jessica Ferraz
AVALIAÇÃO
A avaliação, já foi vista apenas com caráter classificatório, fazendo com que muitas vezes os alunos se sentissem, de certa maneira, excluídos do processo educativo. Na atualidade, temos a compreensão de que a aprendizagem é um processo, por isso não pode balizá-la com instrumentos únicos, ao final de um ciclo, sem acompanhamento dessa construção contínua que visa a formação efetiva do educando.
O erro do aluno é um sinal de alerta ao professor, para que ele possa rever sua prática pedagógica e agir de maneira que o aluno possa superar aquilo que ainda não havia compreendido. Ou seja, é importante aproveitar o erro como estratégia didática, porque ele pode gerar – se reelaborado - na aprendizagem do aluno. 
O processo avaliativo deve contemplar diversos instrumentos e oportunidades ao aluno, explorar diferentes habilidades e competências para saber o que ainda é necessário desenvolver, descrever e compreender o contexto educativo (LUCKESI). O mesmo autor argumenta que um instrumento avaliativo precisa ser compatível entre: os conteúdos ensinados e aprendidos, a metodologia utilizada no ensino dos conteúdos e a que será exigida para que o aluno responda às questões levantadas, à complexidade do que foi ensinado com o que está sendo solicitado na avaliação aos alunos. Luckesi defende que avaliar é uma maneira de investigar e intervir.
De acordo com Cipriano Luckesi, quando avaliamos a primeira coisa a fazer é diagnosticar, ou seja, realizar ações que indiquem como está a aprendizagem dos alunos. Para ele, é importante coletar dados relevantes e suficientes para compreender o erro e a dificuldade do aluno, escolher instrumentos avaliativos que possibilitem a avaliação adequada do aluno e saber utilizar os instrumentos de maneira que o aluno consiga se expressar e mostrar o que ainda não aprendeu. Para ele a avaliação da aprendizagem deve ser construtiva, dinâmica, inclusiva e diagnóstica.
Luckesi também fala que na avaliação são indissociáveis os processos de diagnóstico e decisão. Ou seja, diagnosticamos para emitir um juízo de valor sobre aquilo que identificamos no ato avaliativo para que assim possamos tomar as decisões necessárias, ou seja, as intervenções que ajudarão o aluno no processo cognitivo. 
O mesmo autor faz uma crítica aos exames realizados para classificação dos alunos e que não consideram o erro como uma possibilidade de intervenção e olhar atento do professor.
O ato de examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam. E isso basta. Deste modo, o ato de examinar está voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu; o que não aprendeu não traz nenhum interesse. (LUCKESI ,2006, p. 62)
Jussara Hoffmann traz a pauta uma avaliação mediadora, em que o educador acompanha e observa com atenção o aluno, escuta e dialoga com ele, parte daquilo que ele sabe para a construção da aprendizagem. Essa avaliação considera aquilo que o aluno já aprendeu, partindo daí para a construção seguinte de conhecimento, é o “meio de campo” para que o aluno evolua no seu processo de aprendizado. Na avaliação mediadora, entre outros instrumentos, deve-se realizar anotações sobre o desenvolvimento e o processo de construção do conhecimento dos alunos.
Hoffmann defende que a avaliação não pode ser resumida a fundamentos burocráticos, como registros. Ela exige reflexão sobre as concepções educativas, sobre a realidade social e os fundamentos filosóficos. Precisa acompanhar cada passo do processo da construção do conhecimento do aluno, orientando-o sem cerceá-lo. 
Em “Avaliação, mito e desafio”, Hoffmann diz que é importante conceber a avaliação como problematização, sendo inerente a ela reflexão sobre a ação. Avaliação é movimento, é agir e refletir sobre a ato avaliativo.
Quando avaliamos vislumbrando a construção do conhecimento, precisamos considerar que o aluno sempre tem potencial e interesses. Por isso, motivá-los de que são capazes e levar em consideração o que lhes interessa pode contribuir para que aprendam de forma significativa. Além disso, o erro deve ser encarado como possibilidade de desenvolvimento cognitivo e facilitador de do desenvolvimento do aluno, tendo em vista que ao identificá-lo o professor poderá fazer as intervenções necessários para saná-lo.
Zabala (2010) reflete sobre a avaliação da aprendizagem. Para ele a avaliação integradora é aquela que fornece um informe global do processo, manifestando a trajetória seguida pelo aluno. Uma relação próxima do professor com seus alunos facilita a avaliação como formativa, porque traz um sentimento de confiança que possibilitará a autoavaliação do aluno em seu processo de aprendizagem.
Celso Vasconcellos traz à pauta uma avaliação democrática que depende de democracia social. Para que isso ocorra efetivamente, a sociedade precisaria parar de usar a escola como meio de seletividade. A reprovação, problema comum em muitas escolas públicas brasileiras, acaba contribuindo com essa seletividade social, sendo fator de discriminação dos alunos multirrepetentes que acabam evadindo da escola. 
Para Vasconcellos a escola precisa mediar o conhecimento estético, filosófico e científico para que possa formar cidadãos. O conhecimento escolar também deve servir para que o aluno compreenda e intervenha no mundo, assim a avaliação escolar precisa formar integralmente o aluno através da mediação do conhecimento e da aprendizagem. Além disso, o professor precisa compreender que avaliar não é controlar nem aferir o que ele acredita ter transmitido, mas sim investir no potencial de aprendizagem de cada educando.
O professor ao realizar uma avaliação no contexto atual precisa compreender que o aluno é sujeito do seu desenvolvimento e está inserido em uma realidade política e social. Além disso, é preciso relembrar sempre que os educandos têm autonomia intelectual e moral, tem capacidade e liberdade para fazer escolhas e tomar decisões.
Contudo, avaliar não é um fim, mas um meio que nos mostra se estamos alcançando os objetivos, permite que identifiquemos as necessidades individuais e que possamos replanejar as ações educativas para que as dificuldades possam ser sanadas. Quando o professor avalia, precisa refletir criticamente sobre sua prática e procurar as alternativas e mudanças necessárias para que as dificuldades encontradas no processo de aprendizagem sejam superadas.
Deixo vídeos que podem contribuir com seus estudos nos links abaixo (Cipriano Luckesi):
 https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc&t=3s
 https://www.youtube.com/watch?list=PLf2q9Kn9rmNOAI29b6QhRwfxFWpXagIgs&v=RhkPt52tSUI&feature=emb_logo
REFERÊNCIAS
HOFFMANN, J. AVALIAÇÃO FORMATIVA OU AVALIAÇÃO MEDIADORA? Disponível em: <https://midiasstoragesec.blob.core.windows.net/001/2018/08/avaliao-formativa-ou-avaliao-mediadora-1.pdf>. Acesso em mai. 2021.
HOFFMANN, J. Avaliação: mito e desafio. Porto Alegre: Ed. Mediação. 
LUCKESI, C. C. O QUE É MESMO O ATO DE AVALIAR A APRENDIZAGEM? Disponível em: <file:///D:/Meus%20Documentos/4-o-que-e-mesmo-o-ato-de-avaliar-aprendizagem.pdf>. Acesso em mai. 2021.
__________________. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 2006. 
VASCONCELLOS, C. S. Avaliação da Aprendizagem - Práticas de Mudança: por uma praxis transformadora. Disponível em: <HTTP://www.celsovasconcellos.com.br/>. Acesso em mai. 2021.
ZABALA, A. A PRÁTICA EDUCATIVA: Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2010.
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https://pgfconcursos.com

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