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APOSTILA DE EXERCÍCIOS SOLDADO PMMG

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Sumário 
1- PORTUGUÊS ...................................................................................................................... 5 
2- CODIGO PENAL ............................................................................................................. 46 
2.1 PARTE GERAL ................................................................................................................. 46 
GABARITO PARTE GERAL .................................................................................................... 68 
2.2 PARTE ESPECIAL ............................................................................................................ 69 
GABARITO PARTE ESPECIAL ............................................................................................... 81 
3 - DIREITO CONSTITUCIOAL ...................................................................................... 82 
3.1 DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ............................................................................... 82 
GABARITO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ........................................................................... 87 
3.2 DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ......................................................... 88 
GAB DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS. ................................................................. 99 
3.3 DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO ESTADO ................................................. 100 
GABARITO ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO ESTADO ................................................ 107 
3.4 DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS .......................... 107 
GABARITO DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ......................... 128 
3.5 DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................................. 129 
GABARITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................... 137 
4 - CÓDIGO PENAL MILITAR ....................................................................................... 138 
4.1 PARTE GERAL ............................................................................................................... 138 
GABARITO PARTE GERAL .................................................................................................. 152 
4.2 ART. 9º ( CRIMES MILITARES) .................................................................................... 153 
GABARTIRO ART. 9º .......................................................................................................... 167 
4.3 TEMPO E LUGAR DO CRIME ...................................................................................... 168 
GABARITO TEMPO/LUGAR DO CRIME ............................................................................. 170 
4.4 DAS PENAS .................................................................................................................... 171 
GABARITO “DAS PENAS” .................................................................................................. 180 
4.4 DOS CRIMES CONTRA AUTORIDADE E DISCIPLINA MILITAR .............................. 181 
GABARITO OS CRIMES CONTRA AUTORIDADE E DISCIPLINA MILITAR ........................... 207 
4.5 CONTRA O SERVIÇO E DEVER MILTAR .................................................................... 208 
GABARITO DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO E DEVER MILTAR ..................................... 214 
4.6 DOS CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO MILITAR ................................................. 215 
GABARITO DOS CRIMES CONTRA A ADIMINISTRAÇÃO M MILITAR ............................... 239 
5 - DIREITOS HUMANOS ............................................................................................... 240 
5.1 DH PARTE GERAL ......................................................................................................... 240 
GABARITO DH PARTE GERAL ............................................................................................ 257 
 
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5.2 ESTATUTO DO IDOSO .................................................................................................. 258 
GABARITO ESTATUTO DO IDOSO ..................................................................................... 265 
5.3 PRECONCEITO RAÇA E COR E DESCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL
 ............................................................................................................................................... 266 
GABARITO PRECONCEITO RAÇA E COR E DESCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUAL269 
5.4 TORTURA ....................................................................................................................... 270 
GABARITO TORTURA ........................................................................................................ 288 
5.5 PROTEÇÃO A VÍTIMA E TESTEMUNHA ..................................................................... 289 
GABARITO PROTEÇÃO A VÍTIMA E TESTEMUNHA ......................................................... 292 
6 - LEGISLAÇÃO EXTRVAGANTE ............................................................................ 293 
6.1 ESTATUTO DESARMAMAENTO ................................................................................... 293 
GABARITO ESTATUTO DESARMAMENTO ....................................................................... 311 
6.2 “ECA”.............................................................................................................................. 312 
GABARITO “ECA” .............................................................................................................. 317 
6.3 JUIZADO CÍVEL/CRIMINAL ......................................................................................... 318 
GABARITO JUIZADO CÍVEL/CRIMINAL ............................................................................. 325 
6.4 LEI DE DROGAS ............................................................................................................ 326 
GABARTIO LEI DE DROGAS ............................................................................................... 348 
6.5 CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA MILITAR .............................................................. 349 
GABARITO CEDM .............................................................................................................. 364 
6.6 CRIMES HEDIONDOS ................................................................................................... 365 
GABARITO CRIMES HEDIONDOS ...................................................................................... 369 
6.7 MARIA DA PENHA ....................................................................................................... 370 
GABARITO MARIA DA PENHA .......................................................................................... 387 
NOÇÕES DE ESTATÍSTICA .........................................................................................388 
GABARITO DE ESTATÍSTICA .............................................................................................. 410 
 
 
 
 
 
 
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1- PORTUGUÊS 
 
 
Ousadia 
Fernando Sabino 
A moça ia no ônibus muito contente desta vida, mas, ao saltar, a contrariedade 
se anunciou: 
– A sua passagem já está paga – disse o motorista. 
– Paga por quem? 
– Esse cavalheiro aí. 
E apontou um mulato bem-vestido que acabara de deixar o ônibus, e aguardava 
com um sorriso junto à calçada. 
– É algum engano, não conheço esse homem. Faça o favor de receber. 
– Mas já está paga... 
– Faça o favor de receber! – insistiu ela, estendendo o dinheiro e falando bem 
alto para que o homem ouvisse: 
– Já disse que não conheço! Sujeito atrevido, ainda fica ali me esperando, o 
senhor não está vendo? 
Vamos, faço questão que o senhor receba minha passagem. 
O motorista ergueu os ombros e acabou recebendo: melhor para ele, ganhava 
duas vezes. 
A moça saltou do ônibus e passou fuzilando de indignação pelo homem. Foi 
seguindo pela rua, sem olhar para ele. 
Se olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado, a alguns passos. 
Somente quando dobrou à direita para entrar no edifício onde morava, arriscou 
uma espiada: lá vinha ele! Correu para o apartamento, que era no térreo, pôs-se 
a bater,aflita: 
– Abre! Abre aí! 
A empregada veio abrir e ela irrompeu pela sala, contando aos pais atônitos, em 
termos confusos, a sua aventura: 
– Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu até aqui! 
De súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o homem ainda estava lá fora, 
no saguão. Protegida pela presença dos pais, ousou enfrentá-lo: 
– Olha ele ali! É ele, venham ver! Ainda está ali, o sem vergonha. Mas que 
ousadia! 
Todos se precipitaram para a porta. A empregada levou as mãos à cabeça: 
– Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo. 
– Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou, surpreendida. 
– Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi quem pintou o apartamento. 
A moça só faltou morrer de vergonha: 
– É mesmo, é o Marcelo! Como é que eu não reconheci! Você me desculpe, 
Marcelo,por favor. 
No saguão, Marcelo torcia as mãos, encabulado: 
– A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia... 
SABINO, Fernando. Ousadia. In: Para gostar de ler – Crônicas. São Paulo: Ática, 1981. 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
1ª QUESTÃO – Sobre o narrador é CORRETO afirmar que: 
A. ( ) O narrador é a personagem que figura como a “moça” e participa da história 
narrada. 
B. ( ) O narrador não é onisciente. 
C. ( ) O narrador é a personagem de nome Marcelo e não participa da história 
narrada. 
D. ( ) O narrador é onisciente. 
 
2ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda à sequência 
de comportamentos da protagonista durante o desenrolar da narrativa: 
A. ( ) Envergonhada – aflita – indignada – nervosa – contrariada – contente. 
B. ( ) Contente – contrariada – nervosa – indignada – aflita – envergonhada. 
C. ( ) Indignada – envergonhada – contente – contrariada – nervosa - aflita. 
D. ( ) Aflita – nervosa – envergonhada – contente – indignada – contrariada. 
 
3ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda à percepção 
da personagem Marcelo em relação ao pagamento da passagem: 
A. ( ) Ousadia. 
B. ( ) Frustração. 
C. ( ) Orgulho. 
D. ( ) Incompreensão. 
 
4ª QUESTÃO – Na passagem: “O motorista ergueu os ombros e acabou 
recebendo...” 
Assinale a alternativa CORRETA que corresponda ao resultado auferido pelo 
motorista, em consequência da ação do verbo “receber”: 
A. ( ) Vergonhoso. 
B. ( ) Vantajoso. 
C. ( ) Nocivo. 
D. ( ) Lesivo. 
 
5ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda à motivação 
da protagonista em enfrentar o homem que ela acreditava tê-la seguido: 
A. ( ) A presença da empregada. 
B. ( ) O fato de seu apartamento está localizado no andar térreo. 
C. ( ) A proteção dos pais. 
D. ( ) O fato de o rapaz ser noivo da empregada. 
 
GRAMÁTICA 
 
6ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA, cuja frase foi apresentada no 
sentido conotativo. 
A. ( ) Maria ficou sabendo que o seu quarto está limpo. 
B. ( ) Maria ficou sabendo que o seu carro está limpo. 
C. ( ) No fim de semana teve uma chuva de granizo no centro da capital. 
D. ( ) No fim de semana teve uma chuva de dinheiro no centro da capital. 
 
 
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7ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA, cujas palavras classificam-se 
como polissêmicas. 
A. ( ) Vela, marginal, cabo, mangueira. 
B. ( ) Arrear, arriar, assoar, assuar. 
C. ( ) Apóstrofe, apóstrofo, arteriosclerose, aterosclerose. 
D. ( ) Cavaleiro, cavalheiro, cauda, calda. 
 
8ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda à utilização 
do discurso direto: 
A. ( ) Sobre o beijo, a moça afirmou o seguinte: “quando desci do carro fui 
imobilizada pelo desconhecido que me beijou”. 
B. ( ) Ele a havia beijado. 
C. ( ) Após imobilizar a moça, o desconhecido a beijou. 
D. ( ) Quando a moça desceu do carro, o desconhecido a imobilizou e a beijou. 
 
9ª QUESTÃO – Considerando a função de linguagem na comunicação, marque 
a alternativa CORRETA, cuja frase tem a função fática. 
A. ( ) Compre batom. 
B. ( ) Puxa! Que calor. 
C. ( ) Beba Coca-Cola. 
D. ( ) Eu te amo mais que tudo nesta vida. 
 
10ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA, cujas palavras sublinhadas 
classificam-se como sinônimas. 
A. ( ) Retificar é o mesmo que confirmar. 
B. ( ) Coreografia é o mesmo que estudar um país. 
C. ( ) Ratificar é o mesmo que validar. 
D. ( ) Corografia é o mesmo que dançar. 
 
 
 
 
 
 
 GABARITO 
1) D 2) B 3) A 4) B 5) C 
6) D 7) A 8) A 9) B 10) C 
 
 
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VIVER EM SOCIEDADE 
Dalmo de Abreu Dallari 
A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se 
ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida e 
satisfazer seus interesses e desejos. Sem vida em sociedade, as pessoas não 
conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita de 
outros para conseguir alimentação e abrigo. 
E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas morando na cidade, com 
hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há quem 
não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres 
humanos não são apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a 
moradia, os meios de transportes e os cuidados de saúde. 
Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita 
de afeto, precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção 
e que todos a respeitem. Além disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua 
fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças. 
Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque 
escolhem esse modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade 
da natureza humana. Assim, por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria 
possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde tivesse armazenado 
grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo, 
sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém 
com quem falar e trocar ideias, necessitada de dar e receber afeto. E muito 
provavelmente ficaria louca se continuasse sozinha por muito tempo. 
Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode 
satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal 
modo que sirva, realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita 
apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as 
necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade organizada com justiça é 
aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazertodas 
as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, 
têm as mesmas oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são 
repartidos igualmente entre todos. 
Para que essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem 
conhecer seus direitos e exijam que eles sejam respeitados, como também devem 
conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades sociais. 
Rosenthal, Marcelo et al. Interpretação de textos e semântica para concursos. Rio de Janeiro: 
Essevier, 2012. 
 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
1ª QUESTÃO – A partir do texto lido, podemos afirmar que, para o autor, viver em 
sociedade é: 
A. ( ) uma condição imprescindível para a sobrevivência, uma vez que o homem não 
conseguiria viver isolado. 
B. ( ) uma forma que um grupo de pessoas unidas encontra para satisfazer seus 
interesses pessoais. 
C. ( ) como viver em uma comunidade preparada para o caos futuro. 
D. ( ) uma forma de regressão como ser humano. 
 
 
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2ª QUESTÃO – “Toda pessoa humana necessita de afeto, precisa amar e sentir-se 
amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além 
disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a 
base de suas esperanças. ” 
De acordo com o texto apresentado, marque a opção CORRETA: 
A. ( ) Os seres humanos vivem juntos por mera escolha. 
B. ( ) As emoções e sentimentos não são necessários ao homem. 
C. ( ) A vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. 
D. ( ) Os ricos não precisam de pessoas para sobreviverem, apenas de bens 
materiais. 
 
3ª QUESTÃO – Quanto à tipologia, o texto apresenta as características de um (a): 
A. ( ) Carta. 
B. ( ) Artigo de opinião. 
C. ( ) Debate. 
D. ( ) Crônica. 
 
4ª QUESTÃO – Em relação ao texto, nas assertivas abaixo, marque “V” se for 
verdadeira ou “F” se for falsa e, em seguida, marque a alternativa que contém a 
sequência de respostas CORRETA, na ordem de cima para baixo: 
( )O autor apresenta uma série de argumentos ordenados logicamente não se 
importando em convencer o leitor. 
( )O autor fala de forma subjetiva a respeito do tema abordado. 
( )Seria impossível a sobrevivência se não existisse a sociedade. 
( ) Na sociedade organizada basta que as pessoas possam satisfazer todos os seus 
desejos. 
A. ( ) V V F F. 
B. ( ) F F V V. 
C. ( ) V V F V. 
D. ( ) F F V F. 
 
5ª QUESTÃO – A função da linguagem predominante no texto é a: 
A. ( ) Apelativa. 
B. ( ) Metalinguística. 
C. ( ) Referencial. 
D. ( ) Dissertativa. 
 
6ª QUESTÃO – “E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de 
algumas necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas 
algumas pessoas.” 
De acordo com o excerto acima, marque a opção CORRETA: 
A. ( ) Na sociedade organizada com justiça, todas as pessoas satisfazem todas as 
suas necessidades. 
B. ( ) A tendência da satisfação se torna unilateral e impactante. 
C. ( ) As oportunidades e encargos na sociedade serão repartidos aos mais bem 
preparados. 
D. ( ) Basta na sociedade apenas a satisfação de algumas necessidades da pessoa 
humana. 
 
 
 
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GRAMÁTICA 
 
7ª QUESTÃO – Escolha a alternativa CORRETA que apresenta coesão: 
A. ( ) Solange e Ana caminham e conversam. 
B. ( ) Maria estuda. Maria trabalha. Maria dorme. 
C. ( ) Tatisa olha. Tatisa bebe. Tatisa come. 
D. ( ) Batendo as asas cai na escravidão. Perde a liberdade. 
 
8ª QUESTÃO – “Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por 
isso, as falas dos personagens e do narrador - que sabe tudo o que se passa no 
pensamento dos personagens - podem ser confundidas.” 
Marque a alternativa que contém o tipo de discurso CORRETO utilizado no excerto 
apresentado: 
A. ( ) Discurso indireto. 
B. ( ) Discurso indireto livre. 
C. ( ) Discurso direto livre. 
D. ( ) Discurso direto. 
 
9ª QUESTÃO – Observe as palavras destacadas em negrito dos exemplos abaixo: 
Pegou o bonde andando. 
André é cobra em matemática. 
Maria superou a decepção, os cacos da vida foram colados. 
Marque a alternativa CORRETA que denomina as palavras destacadas. 
A. ( ) Paradoxo. 
B. ( ) Denotação. 
C. ( ) Conotação e denotação. 
D. ( ) Conotação. 
 
10ª QUESTÃO – Observe as orações que apresentam a palavra destacada em 
negrito e responda: 
A reunião dos agricultores aconteceu sob a mangueira do quintal. 
A mangueira furou ao ser arrastada pelo carro. 
Marque a alternativa CORRETA que denomina a palavra quando esta apresenta 
multiplicidade de sentidos. 
A. ( ) Homônimo. 
B. ( ) Sinônimo. 
C. ( ) Polissemia. 
D. ( ) Antônimo. 
 
 GABARITO 
 
 
 
1) A 2) C 3) B 4) D 5) C 
6) A 7) A 8) B 9) D 10) C 
 
 
 
 
 
 
 
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"Nóis Mudemo" 
Fidêncio Bogo 
O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Belém-Brasília rumo a Porto 
Nacional. Era abril, mês das derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme 
pra namorado nenhum botar defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante 
era um presépio, todo poesia e misticismo. 
Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, 
a visão daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocemente envelhecido, a 
crua recordação de um episódio que parecia tão banal... Tentei dormir. Inútil. 
Meus olhos percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era para mim 
que o pano de fundo de um drama estúpido e trágico. 
As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes 
heterogêneas, retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz. 
- Por que você faltou esses dias todos? 
- É que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda. 
Risadinhas da turma. 
- Não se diz "nóis mudemo", menino! A gente deve dizer: "nós mudamos", tá? 
-Tá, fessora! 
No recreio, as chacotas dos colegas: "Oi, nóis mudemo!" "Até amanhã, nóis 
mudemo!" No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações. 
- Pai, não vô mais pra escola 
- Oxente! Modi quê? 
Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse: 
- Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa! Não liga pras gozações 
da meninada! Logo eles esquece. Não esqueceram. 
Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, 
nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta de que eu nem sabia o nome 
dele. Procurei no diário de classe e soube que se chamava Lúcio - Lúcio 
Rodrigues 
Barbosa. Achei o endereço. Longe, um dos últimos casebres do bairro. Fui lá, 
uma tarde. O rapazola tinha partido no dia anterior para a casa de um tio, no sul 
do Pará. 
- É, professora, meu fio não aguentou as gozação da meninada. Eu tentei fazê 
ele continua, mas não teve jeito. Ele tava chateado demais. Bosta de vida! Eu 
devia dité ficado na fazenda côa famia. Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala 
tudo errado. 
Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi. 
O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao 
menos de minha parte. 
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar o ônibus, quando 
alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente 
vestido, magro, com aparência doentia. 
- O que é, moço? 
- A senhora não se lembra de mim, fessora? 
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de 
sacerdócio, digo, de magistério. Tudo escuro. 
 
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- Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde? Foi meu aluno? Como 
se chama? 
Para tantas perguntas, uma resposta lacônica: 
- Eu sou "Nóis mudemo”, lembra? 
Comecei a tremer. 
- Sim, moço. Agora lembro. Como era mesmo seu nome? 
- Lúcio - Lúcio Rodrigues Barbosa. 
- O que aconteceu com você? 
- O que aconteceu? Ah! fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu.Comi o 
pão que o diabo amasso. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui bóia-
fria, um "gato" me arrecadou e levou num caminhão pruma fazenda no meio da 
mata. Lá trabaiei como escravo, passei fome, fui baleado quando consegui fugi. 
Peguei tudo quanto é doença. Até na cadeia já fui pará. Nóis ignorante às veis 
fais coisa sem querê fazé. A escola fais uma farta danada. Eu não devia de té 
saído daquele jeito, fessora, mas não aguentei as gozação da turma. Eu vi logo 
que nunca ia consegui fala direito. Ainda hoje não sei. 
- Meu Deus! 
Aquela revelação me virou pelo avesso. Foi demais para mim. Descontrolada, 
comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e má? E 
abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que me olhava atarantado. 
O ônibus buzinou com insistência. O rapaz afastou-me de mim suavemente. 
- Chora não, fessora! A senhora não tem curpa. 
- Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu! 
Entrei no ônibus apinhado. Cem olhos eram cem flechas vingadoras apontadas 
para mim. O ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. Eu era uma assassina 
a caminho da guilhotina. 
Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, ele muda, nós mudamos, 
mudamos, mudaamoos, mudaaamooos... Superusada, mal usada, abusada, ela 
é uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato e sapato da língua 
materna - a língua que a criança aprendeu com seus pais, irmãos e colegas - e 
se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, 
ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela 
idade. 
E os lúcios da vida, os milhares de lúcios da periferia e do interior, barrados nas 
salas de aula: "Não é assim que se diz, menino!" Como se o professor quisesse 
dizer: "Você está errado! Os seus pais estão errados! Seus irmãos e amigos e 
vizinhos estão errados! A certa sou eu! Imite-me! Copie-me! Fale como eu! Você 
não seja você! Renegue suas raízes! Diminua-se! Desfigure-se! Fique no seu 
lugar! 
Seja uma sombra! E siga desarmado pelo matadouro da vida..." 
Fonte do texto:http://euterlucia.vilabol.uol.com.br/texto4.html 
www.recantodasletras.com.br/pensamentos/3045465 
Dados do autor 
1ª QUESTÃO – “Eu mudo, tu mudas, ele muda, nós mudamos... Superusada, 
mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato 
e sapato da língua materna, a língua que a criança aprendeu com seus pais, 
irmãos e colegas – e se torna o terror dos alunos”. De acordo com o excerto, 
marque a alternativa CORRETA: 
A. ( ) A professora defende que o estudo da gramática nas escolas destrói a 
 
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espontaneidade do uso da Língua. 
B. ( ) A Língua somente ganha vida quando uma gramática descritiva orienta o 
uso de uma fala padrão. 
C. ( ) Os professores exploraram também o conceito: dor da incompletude. Pode-
se afirmar que esse conceito se refere aos nossos desejos e vontades. 
D. ( ) A gramática é um organismo que degenera a linguagem em evolução 
contínua, que se mantém ou altera pelo uso linguístico que se faz dela. 
 
2ª QUESTÃO – Assinale a alternativa CORRETA que corresponda ao período 
do dia em que ocorreu o reencontro da professora com o aluno Lúcio, que havia 
abandonado a escola há 17 anos: 
A. ( ) Matutino. 
B. ( ) Noturno. 
C. ( ) Matinal. 
D. ( ) Vespertino. 
 
3ª QUESTÃO – Depois de refletir sobre a vida do aluno Lúcio, a professora se 
posicionou acerca do uso da língua e, sobretudo, o emprego da gramática 
normativa. Escolha a alternativa CORRETA em relação ao posicionamento da 
professora: 
A. ( ) A gramática é prescritiva, mas considera a língua em uso pelo aluno no 
âmbito familiar. 
B. ( ) A gramática é prescritiva e não considera a língua em uso pelo aluno no 
âmbito familiar. 
C. ( ) A gramática não é prescritiva, mas considera a língua em uso pelo aluno 
no âmbito familiar. 
D. ( ) A gramática não é prescritiva e concebe também como correta a língua 
em uso pelo aluno no âmbito familiar. 
 
4ª QUESTÃO – Leia o excerto a seguir: “Fui bóia-fria, um “gato” me arrecadou e 
levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. ” Quanto a interpretação, 
marque a alternativa CORRETA: 
A. ( ) O personagem não teria sido trabalhador rural e um agenciador de trabalho 
escravo não o teria levado para uma fazenda distante da civilização. 
B. ( ) O personagem teria sido trabalhador rural e um agenciador de trabalho 
escravo o teria levado para uma fazenda distante da civilização. 
C. ( ) O personagem teria sido trabalhador rural e um agenciador de trabalho 
regular o teria levado para uma fazenda no perímetro urbano. 
D. ( ) O personagem teria sido trabalhador urbano e um agenciador de trabalho 
lícito o teria levado para uma fazenda de fácil acesso, próximo da civilização. 
 
5ª QUESTÃO – Após o aluno Lúcio ter sido hostilizado pelos colegas de classe, 
ele disse ao seu pai que não queria mais frequentar a escola. Marque a 
alternativa CORRETA que corresponda ao posicionamento do pai de Lúcio 
diante da postura do filho: 
A. ( ) Lúcio deveria deixar a escola, pois a zombaria dos colegas de classe não 
poderia chegar ao fim em pouco tempo. 
B. ( ) Lúcio deveria deixar a escola, pois a zombaria dos colegas de classe 
poderia chegar ao fim em pouco tempo. 
C. ( ) Lúcio não deveria deixar a escola, pois a zombaria dos colegas de classe 
 
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poderia chegar ao fim em pouco tempo. 
D. ( ) Lúcio não deveria preocupar em deixar a escola, pois a zombaria dos 
colegas de classe não poderia chegar ao fim em pouco tempo. 
 
6ª QUESTÃO – “No recreio as chacotas dos colegas: Oi, nóis mudemo! Até 
amanhã, nóis mudemo! No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, 
gozações”. Marque a alternativa que revela a intenção dos colegas de classe ao 
proferirem palavras em tom de brincadeira ao aluno Lúcio: 
A. ( ) Menoscabar. 
B. ( ) Atordoar. 
C. ( ) Valorizar. 
D. ( ) Execrar. 
 
7ª QUESTÃO – “É, professora, meu fio não aguentou as gozações da mininada. 
Eu tentei fazê ele continuá, mas não teve jeito. Ele tava chateado demais. Bosta 
de vida! Eu devia di tê ficado na fazenda coa famia. Na cidade nóis não tem veis. 
Nóis fala tudo errado”. De acordo com o excerto, marque a alternativa 
CORRETA: 
A. ( ) Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados 
são obstáculos para inserção da população rural. 
B. ( ) A população rural é sempre caracterizada pela habitação espalhada, baixos 
níveis de miséria, escolaridade e capacidade de compra. 
C. ( ) Os migrantes rurais ficam expostos a todo tipo de violência e acabam 
perdendo até a identidade. 
D. ( ) Os resultados obtidos são modestos até o momento para promover a 
fixação do homem no campo. 
 
8ª QUESTÃO – Assinale a alternativa CORRETA, cuja coesão referencial é 
estabelecida por meio do uso de pronomes em substituição a substantivos: 
A. ( ) O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total 
esquecimento. 
B. ( ) No recreio as chacotas dos colegas: Oi, nóis mudemo! Até amanhã, nóis 
mudemo! 
C. ( ) No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações. 
D. ( ) Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da 
semana, nem na segunda-feira seguinte. 
 
9ª QUESTÃO – Escolha a alternativa CORRETA que corresponda ao sinônimo 
da expressão “ uma resposta lacônica”: 
A. ( ) Uma resposta prolixa. 
B. ( ) Uma resposta vaga. 
C. ( ) Uma resposta com lacunas. 
D. ( ) Uma resposta concisa. 
 
10ª QUESTÃO – Nas opções abaixo, marque “V” se for verdadeira ou “F” se for 
falsa. 
( ) Na função fática, a ênfase se dá ao canal de comunicação, exemplos dessa 
função de linguagem podem ser extraídos do cotidiano das pessoas, que se 
cumprimentam, desejam boa tarde, boa noite, etc. 
( ) A função referencial tem por objetivo o ato de informar, exemplos dessa 
função de linguagem podem ser extraídos de textos jornalísticos. 
 
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CONTATO: ACIMADETUDOBRASIL@HOTMAIL.COM INSTAGRAM @ACIMADETUDOBRASIL( ) A função conotativa ou apelativa não tem por objetivo despertar a atenção do 
leitor, bem como persuadi-lo de alguma forma. Exemplos dessa função de 
linguagem podem ser extraídos de poemas. 
( ) Na função metalinguística, explica-se um código com a utilização do próprio 
código. Essa função está presente nos dicionários e gramáticas, que se valem 
do próprio código linguístico para apresentar informações acerca desse código. 
Marque a alternativa que contém a sequência CORRETA de respostas: 
A. ( ) V, V, F, V. 
B. ( ) F, V, F, V. 
C. ( ) V, F, F, V. 
D. ( ) F, V, V, F. 
 
 
 
 
GABARITO - 
 
 
 
1) A 2) D 3) B 4) B 5) C 
6) A 7) C 8) D 9) D 10) A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEXTO 1 
 
SEGURANÇA 
O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as belas 
casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia acima de tudo, segurança. 
Toda a área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos 
guardas que controlavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no 
condomínio os proprietários e visitantes devidamente identificados e crachados. 
Mas os assaltos começaram assim mesmo. 
Ladrões pulavam os muros e assaltavam as casas. Os condôminos decidiram 
colocar torres com guardas ao longo do muro alto. Nos quatro lados. As inspeções 
tornaram-se mais rigorosas no portão de entrada. Agora não só os visitantes eram 
obrigados a usar crachá. Os proprietários e seus familiares também. Não passava 
ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os 
bebês. 
Mas os assaltos continuaram. 
Decidiram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O 
mais importante era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do 
muro morreria eletrocutado. Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de 
guardas com ordem de atirar para matar. Mas os assaltos continuaram. 
Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões 
ultrapassassem os altos muros, e o fio de alta tensão, e as patrulhas, e os cachorros, 
e a segunda cerca, de arame farpado, erguida dentro do perímetro, não 
conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas. 
Mas os assaltos continuaram. 
Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o mínimo possível. 
Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um 
proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram a casa, depois 
saíram no carro roubado, com crachás roubados. Além do controle das entradas, 
passou a ser feito um rigoroso controle de saídas. Para sair, só com exame 
demorado do crachá e com autorização expressa da guarda, que não queria 
conversa nem aceitava suborno. 
Mas os assaltos continuaram. 
Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses, 
com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de 
segurança máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no 
condomínio. Ninguém. Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua 
severa vigilância e por curtos períodos. 
.E ninguém pode sair. 
Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Ninguém precisa 
temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem 
espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino 
agarrado às grades de sua casa, olhando melancolicamente para a rua. 
Mas surgiu outro problema. 
As tentativas de fuga. E há motins constantes de condôminos que tentam de 
qualquer maneira atingir a liberdade. 
A guarda tem sido obrigada a agir com energia. 
 
 
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
 
1ª QUESTÃO – Dentre as alternativas abaixo, assinale a que pode ser comprovada 
por informações explícitas no texto “Segurança”. 
 
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A. ( ) Um dos pontos altos de venda do condomínio era a beleza das casas, superada 
apenas pela perfeição dos playgrounds. 
B. ( ) Apesar de toda segurança, os assaltos continuavam e só minimizaram após a 
implantação de recursos tecnológicos eficazes. 
C. ( ) Havia jardins e piscinas, mas o ponto forte era, justamente, a segurança e os 
recursos utilizados para tornar o condomínio bem guardado. 
D. ( ) Além do muro alto e das torres com guardas, decidiram eletrificar os muros 
impedindo assim a entrada de assaltantes. 
 
2ª QUESTÃO – Em relação à sequência dos fatos e ao processo de organização 
das ideias, no texto, é CORRETO afirmar: 
A. ( ) No sétimo parágrafo, as medidas de segurança evidenciam a apreensão dos 
moradores do condomínio com a falta de liberdade causada pelas janelas que foram 
engradadas. 
B. ( ) A sequência narrativa é acrescida, gradativamente, de informações 
relacionados à segurança de um local mencionado, no início do texto, como muito 
seguro. 
C. ( ) No décimo primeiro parágrafo, a preocupação com a segurança dos moradores 
chega ao extremo, e todos, incluindo os visitantes, são impedidos de entrar no 
condomínio. 
D. ( ) Ao final do texto, um novo problema é apresentado: a guarda é obrigada a agir 
com energia contra moradores e criminosos envolvidos em motins constantes. 
 
3ª QUESTÃO – Pode-se deduzir da leitura do texto “Segurança” que: 
A. ( ) Inversamente ao esperado, a guarda responsável pela proteção dos 
condôminos foi controlada e vencida pelos incansáveis assaltantes. 
B. ( ) Extremamente eficaz, a equipe responsável pela segurança do condomínio 
pôs fim aos assaltos, assim que os moradores passaram a respeitar os limites e as 
regras impostas pela guarda. 
C. ( ) Paralelamente aos assaltos que eram constantes, o sistema de vigilância do 
condomínio foi aprimorado. A vida dos moradores tornou-se mais segura e tranquila. 
D. ( ) Ironicamente, houve uma inversão de valores, e os moradores tornaram-se 
reféns da guarda e dos excessivos recursos utilizados para manutenção da 
segurança no condomínio. 
 
TEXTO 2 
 
O MEDO QUE DIVIDE OS DOIS BRASIS 
A primeira reação à estridência em torno do banditismo é o medo. Do medo à defesa 
pessoal o passo é pequeno. E da defesa vai-se aos exageros de segurança – aos 
condomínios fechados e guaritas, às cancelas, aos guarda-costas e carros 
blindados. E dos exageros ao delírio de ter medo de todos os desconhecidos. 
Claro está que o problema da criminalidade nas metrópoles existe, é grave. Que em 
algumas cidades a polícia se misturou com a bandidagem. Que o medo tem razão 
de ser. O que não se explica é como será o país que se pretende construir, no qual 
se quer viver, se uma parte expressiva da população se cerca e constrói muros cada 
vez mais altos para se defender de uma outra categoria de brasileiros que considera 
ameaçadora. Não existe país viável baseado na exclusão de uma categoria de 
cidadãos. [...] A segregação e a exclusão não podem ser as vigas mestras para fazer 
uma civilização democrática. 
 
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As metrópoles brasileiras não irão virar paraísos de tranquilidade do dia para a noite. 
O desafio, justamente, é melhorá-las para o conjunto de seus habitantes, não 
deixando que se criem guetos – sejam eles de miseráveis ou de triliardários. Os 
problemas das grandes cidades do Brasil não são simplesmente policiais ou 
urbanos. São problemas sociais. A concentração de renda, os desníveis nas 
condições de vida, os extremos de riqueza e pobreza abrem um fosso dividindo o 
país. Fazendo com que uma parte tenha medo da outra. O desafio, portanto, é de 
outra natureza: em vez de separar com muros, é preciso juntar os Brasis, fazê-lo 
justo e democrático. 
 
4ª QUESTÃO – Identifique a ideia, ou as ideias, do texto “O medo que divide os dois 
Brasis” que tem/têm relação com o texto “Segurança”. 
I - “E da defesa vai-se aos exageros de segurança –aoscondomínios fechados e 
guaritas, às cancelas, aos guarda-costas e carros blindados. E dos exageros ao 
delírio de ter medo de todos os desconhecidos. ” 
II - “Claro está que o problema da criminalidade nas metrópoles existe, é grave. Que 
em algumas cidades a polícia se misturou com a bandidagem. Que o medo tem 
razão de ser.” 
III - “O que não se explica é como será o país que se pretende construir, no qual se 
quer viver, se uma parte expressiva da população se cerca e constrói muros cada 
vez mais altos para se defender de uma outra categoria de brasileiros que considera 
ameaçadora. ” 
IV - “As metrópoles brasileiras não irão virar paraísos de tranquilidade do dia para a 
noite. O desafio, justamente, é melhorá-las para o conjunto de seus habitantes, não 
deixando que se criem guetos...” 
São ideias do texto “O medo que divide os dois Brasis” relacionadas ao texto 
“Segurança”. 
A. ( ) Apenas I, II e III. 
B. ( ) Apenas I, II, IV. 
C. ( ) Apenas II e III. 
D. ( ) Apenas I, III e IV. 
 
5ª QUESTÃO – O texto, “O medo que divide os dois Brasis”, é quanto ao gênero 
textual classificado como: 
A. ( ) Argumentativo. 
B. ( ) Expositivo. 
C. ( ) Injuntivo. 
D. ( ) Narrativo. 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO 1 E 2 -- GABARITO 1-C, 2-B, 3-D, 4-D, 5-A 
 
 
 
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TEXTO 3 
Uma Galinha
 
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da 
manhã. 
Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para 
ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua 
intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se 
adivinharia nela um anseio. 
Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto vôo, inchar o peito e, 
em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou — 
o tempo da cozinheira dar um grito — e em breve estava no terraço do vizinho, de 
onde, em outro vôo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno 
deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e 
consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da 
dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar, vestiu 
radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos 
cautelosos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência 
outro rumo. A perseguição tornou-se mais intensa. De telhado a telhado foi 
percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta mais selvagem 
pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos a tomar, sem 
nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por 
mais ínfima que fosse a presa o grito de conquista havia soado. 
Sozinha no mundo, sem pai nem mãe, ela corria, arfava, muda, concentrada. Às 
vezes, na fuga, pairava ofegante num beiral de telhado e enquanto o rapaz galgava 
outros com dificuldade tinha tempo de se refazer por um momento. E então parecia 
tão livre. 
Estúpida, tímida e livre. Não vitoriosa como seria um galo em fuga. Que é que havia 
nas suas vísceras que fazia dela um ser? A galinha é um ser. É verdade que não se 
poderia contar com ela para nada. Nem ela própria contava consigo, como o galo 
crê na sua crista. Sua única vantagem é que havia tantas galinhas que morrendo 
uma surgiria no mesmo instante outra tão igual como se fora a mesma. 
Afinal, numa das vezes em que parou para gozar sua fuga, o rapaz alcançou-a. 
Entre gritos e penas, ela foi presa. Em seguida carregada em triunfo por uma asa 
através das telhas e pousada no chão da cozinha com certa violência. Ainda tonta, 
sacudiu-se um pouco, em cacarejos roucos e indecisos. Foi então que aconteceu. 
De pura afobação a galinha pôs um ovo. Surpreendida, exausta. Talvez fosse 
prematuro. Mas logo depois, nascida que fora para a maternidade, parecia uma 
velha mãe habituada. Sentou-se sobre o ovo e assim ficou, respirando, abotoando 
e desabotoando os olhos. Seu coração, tão pequeno num prato, solevava e 
abaixava as penas, enchendo de tepidez aquilo que nunca passaria de um ovo. Só 
a menina estava perto e assistiu a tudo estarrecida. Mal porém conseguiu 
desvencilhar-se do acontecimento, despregou-se do chão e saiu aos gritos: 
— Mamãe, mamãe, não mate mais a galinha, ela pôs um ovo! ela quer o nosso bem! 
Todos correram de novo à cozinha e rodearam mudos a jovem parturiente. 
Esquentando seu filho, esta não era nem suave nem arisca, nem alegre, nem triste, 
não era nada, era uma galinha. O que não sugeria nenhum sentimento especial. O 
pai, a mãe e a filha olhavam já há algum tempo, sem propriamente um pensamento 
qualquer. Nunca ninguém acariciou uma cabeça de galinha. O pai afinal decidiu-se 
com certa brusquidão: 
— Se você mandar matar esta galinha nunca mais comerei galinha na minha vida! 
— Eu também! jurou a menina com ardor. A mãe, cansada, deu de ombros. 
 
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Inconsciente da vida que lhe fora entregue, a galinha passou a morar com a família. 
A menina, de volta do colégio, jogava a pasta longe sem interromper a corrida para 
a cozinha. O pai de vez em quando ainda se lembrava: "E dizer que a obriguei a 
correr naquele estado!" A galinha tornara-se a rainha da casa. Todos, menos ela, o 
sabiam. Continuou entre a cozinha e o terraço dos fundos, usando suas duas 
capacidades: a de apatia e a do sobressalto. 
Mas quando todos estavam quietos na casa e pareciam tê-la esquecido, enchia-se 
de uma pequena coragem, resquícios da grande fuga — e circulava pelo ladrilho, o 
corpo avançando atrás da cabeça, pausado como num campo, embora a pequena 
cabeça a traísse: mexendo-se rápida e vibrátil, com o velho susto de sua espécie já 
mecanizado. Uma vez ou outra, sempre mais raramente, lembrava de novo a galinha 
que se recortara contra o ar à beira do telhado, prestes a anunciar. Nesses 
momentos enchia os pulmões com o ar impuro da cozinha e, se fosse dado às 
fêmeas cantar, ela não cantaria mas ficaria muito mais contente. Embora nem 
nesses instantes a expressão de sua vazia cabeça se alterasse. Na fuga, no 
descanso, quando deu à luz ou bicando milho — era uma cabeça de galinha, a 
mesma que fora desenhada no começo dos séculos. 
Até que um dia mataram-na, comeram-na e passaram-se anos. 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
1ª QUESTÃO – De acordo com o texto é CORRETO afirmar que: 
A. ( ) A cozinheira é quem narra a história. 
B. ( ) A galinha é quem narra a história. 
C. ( ) A menina é a narradora da história. 
D. ( ) O narrador da história é onisciente. 
 
2ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda ao sentido dado 
à palavra apatia, na passagem do texto relacionada ao comportamento da galinha 
quando ela passou a viver com a família: 
A. ( ) Faculdade de compreender emocionalmente um objeto. 
B. ( ) Estado caracterizado por indiferença, ausência de sentimentos, falta de 
atividade e de interesse. 
C. ( ) Capacidade de projetar a personalidade de alguém num objeto. 
D. ( ) Processo de identificação em que o indivíduo se coloca no lugar do outro. 
 
3ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA com relação ao que propiciou o 
desfecho da história da galinha: 
A. ( ) A coragem demonstrada pela galinha na tentativa de fuga. 
B. ( ) A capacidade de reprodução da galinha. 
C. ( ) O esquecimento da visão da galinha como um animal de estimação. 
D. ( ) A capacidade da galinha de sobressaltar. 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO 3 -- GABARITO 1-D, 2B, 3-C, 
 
 
 
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TEXTO 4 
Tempo de Escolher 
“Um homem não é grande pelo que faz, mas pelo que renuncia.” 
(Albert Schweitzer) 
Muitos amigos leitores têm solicitado minha opinião acerca de qual rumo dar às suas 
carreiras. Alguns apreciam seu trabalho, mas não a empresa onde estão. Outros 
admiram a harmonia conquistada, mas não têm qualquer prazer no exercíciode 
suas atividades. Uns recebem propostas para mudar de emprego, financeiramente 
desfavoráveis, porém desafiadoras. Outros têm diante de si um vasto leque de 
opções, muitas coisas por fazer, mas não conseguem abraçar a tudo. 
Todas estas pessoas têm algo em comum: a necessidade premente de escolhas. 
Lembro-me de Clarice Lispector: “Entre o sim e o não, só existe um caminho: 
escolher”. 
Acredito que quase todas as pessoas passam ao longo de sua trajetória pelo “dilema 
da virada”. Um momento especial em que uma decisão específica e irrevogável tem 
que ser tomada apenas porque a vida não pode continuar como está. Algumas 
pessoas passam por isso aos 15 anos, outras, aos 50. Algumas talvez nunca tomem 
esta decisão, e outras o façam várias vezes no decorrer de sua existência. 
Fazer escolhas implica renunciar a alguns desejos para viabilizar outros. Você troca 
segurança por desafio, dinheiro por satisfação, o pouco certo ao muito duvidoso. 
Assim, uma companhia que lhe oferece estabilidade com apatia pode dar lugar a 
uma dotada de instabilidade com ousadia. Analogamente, a aventura de uma vida 
de solteiro pode ceder espaço ao conforto de um casamento. 
 
Prazer e Vocação 
Os anos ensinaram-me algumas lições. A primeira delas vem de Leonardo da Vinci 
que dizia: “A sabedoria da vida não está em fazer aquilo que se gosta, mas em 
gostar daquilo que se faz”. Sempre imaginei que fosse o contrário. Porém, refletindo, 
passei a compreender que quando estimamos aquilo que fazemos, podemos nos 
sentir completos, satisfeitos e plenos, ao passo que se apenas procurarmos fazer o 
que gostamos, sempre estaremos numa busca insaciável, porque o que gostamos 
hoje não será o mesmo que prezaremos amanhã. 
Todavia, é indiscutível a importância de alinhar o prazer às nossas aptidões. 
Encontrar o talento que reside dentro de cada um de nós ao que chamamos 
vocação. Oriunda do latim vocatione, e traduzida literalmente por “chamado”, 
simboliza uma espécie de predestinação imanente a cada pessoa, algo revestido de 
certa magia e divindade. Uma voz imaginária que soa latente, capaz de converter 
advogados em músicos, fazer engenheiros virarem suco. É um lugar no tempo e no 
espaço onde a felicidade tem sua morada. 
Escolhas são feitas com base em nossas preferências. E aí torno a recorrer à 
etimologia para descobrir que o verbo “preferir” vem do latim praeferere e significa 
“levar à frente”. Parece-me uma indicação clara de que nossas escolhas devem ser 
feitas com os olhos no futuro, no uso de nosso livre-arbítrio. 
O mundo corporativo nos reserva muitas armadilhas. Trocar de empresa ou mudar 
de atribuição, por exemplo, são convites permanentes. O problema de recusá-los é 
passar o resto da vida se perguntando: “O que teria acontecido se eu tivesse 
aceitado?”. Prefiro não carregar comigo o benefício da dúvida. Por isso, opto por 
assumir riscos calculados e seguir adiante. Somos livres para escolher, porém 
prisioneiros das consequências. 
Para aqueles insatisfeitos com seu ambiente de trabalho, uma alternativa à 
mudança de empresa é postular a melhoria do ambiente interno atual. Dialogar e 
apresentar propostas são um bom caminho. De nada adianta assumir uma postura 
 
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defensiva e crítica. Lembre-se de que as pessoas não estão contra você, mas a 
favor delas. 
Por fim, combata a mediocridade em todas as suas vertentes. A mediocridade de 
trabalhos desconectados com sua vocação, de empresas que não lhe valorizam, de 
relacionamentos falidos. Sob este aspecto, como diria Tolstoi, “Não se pode ser bom 
pela metade”. Meias-palavras, meias-verdades, mentiras inteiras, meio caminho 
para o fim. 
Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem morria, faziam uma 
pergunta: “Ele viveu com paixão?”. 
QUAL SERIA A RESPOSTA PARA VOCÊ? 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
1ª QUESTÃO – Em relação às ideias apresentadas no fragmento “Prazer e 
Vocação”, marque a alternativa INCORRETA: 
A. ( ) É preciso gostar daquilo que fazemos e não fazer somente o que gostamos 
para não vivermos uma busca inextinguível. 
B. ( ) Devemos fazer nossas escolhas com base nas experiências anteriores, 
apenas, para não cairmos nas armadilhas do mundo corporativo. 
C. ( ) Profissionalmente, a mediocridade é um problema que pode ser contornado 
em todas as suas tendências. 
D. ( ) Impetrar melhorias do ambiente interno atual é uma alternativa àqueles que 
estão insatisfeitos com seu ambiente de trabalho. 
2ª QUESTÃO – Nas assertivas abaixo, marque “V” para a(s) verdadeira(s) e “F” para 
a(s) falsa(s) e, ao final responda o que se pede. 
( )No oitavo parágrafo do texto, os sentidos de “armadilhas” e de “benefício”, 
respectivamente, no contexto em que se inserem são certezas e risco. 
( )Constituem critérios para as escolhas: preferências, renúncias, desafios e 
satisfação. 
( )Semanticamente, o pensamento de Albert Schweitzer está ratificado em “Não se 
pode ser bom pela metade”. 
( )Uma característica apresentada pela vida que é justificativa para a necessidade 
de se fazer escolhas é a instabilidade. 
 
Marque a alternativa que contém a sequência de respostas CORRETA, na ordem 
de cima para baixo: 
A. ( ) V - V - F - F. 
B. ( ) F - V - V - V. 
C. ( ) F - V - F - V. 
D. ( ) V - F - V - V. 
 
3ª QUESTÃO – Com base no texto, o substantivo abstrato cujo sentido NÃO 
caracteriza a atitude do profissional num momento crucial de decisão é: 
A. ( ) Retroação. 
B. ( ) Ousadia. 
C. ( ) Flexibilidade. 
D. ( ) Vocação. 
 
4ª QUESTÃO – O texto foi dividido em dois momentos. No primeiro, “Tempo de 
Escolher”, é CORRETO afirmar que: 
A. ( ) O autor sugere aos leitores que há necessidade de escolha sem culpa. 
 
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B. ( ) O autor explica que devemos realizar todos os nossos desejos, antes das 
escolhas. 
C. ( ) O autor estabelece critérios para levar adiante as nossas escolhas. 
D. ( ) O autor justifica o motivo de elaborar o texto em questão. 
 
5ª QUESTÃO – De acordo com o texto, uma característica apresentada pela vida 
que é justificativa para a necessidade de se fazer escolhas é: 
A. ( ) A previsibilidade. 
B. ( ) A estabilidade. 
C. ( ) A imprevisibilidade. 
D. ( ) A impassibilidade. 
 
GRAMÁTICA 
 
6ª QUESTÃO – Quanto ao tipo, o texto classifica-se predominantemente, como: 
A. ( ) Injuntivo. 
B. ( ) Argumentativo. 
C. ( ) Expositivo. 
D. ( ) Narrativo. 
 
 
 
TEXTO 4 GABARITO 1-B, 2-C, 3-A, 4-D, 5-C, 6-B 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO 5 
 
PARA QUE A EXISTÊNCIA VALHA A PENA… 
Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente 
reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da 
banalidade, embora pareça que ainda estamos vivos. 
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, 
convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso 
pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a 
vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que 
se renova a cada gole bebido. 
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. 
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou 
menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. 
Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o 
travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: “Parar pra pensar, nem 
pensar! ” 
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que 
nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do 
computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo 
sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. 
Sem ter programado, a gente para pra pensar. 
 
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Pode ser um susto: como espiar de um berçárioconfortável para um corredor com 
mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou 
para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite 
além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: 
reavaliar-se. 
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos 
pressiona tanto. 
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos 
de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o 
primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que 
fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é 
claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é 
dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa 
idade ainda é a vida. 
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as 
varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. 
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo 
individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza 
têm significado como fases de um processo. 
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não 
escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que 
o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. 
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai 
tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe 
atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. 
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada 
nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente 
executada. Muitas vezes, ousada. 
Parece fácil: “escrever a respeito das coisas é fácil”, já me disseram. Eu sei. Mas 
não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é 
preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. 
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a 
pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. 
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada 
sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se 
submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à 
possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade 
e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de 
manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. 
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se 
conseguiu fazer. 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
1ª QUESTÃO – Lia Luft, a autora do texto, apresenta suas ideias de modo simples 
e claro, assim, convida o leitor a: 
A.( ) Se conhecer melhor, e se preparar para posicionar de modo inteligente nas 
questões cotidianas da vida. 
B.( ) Questionar tudo o que ouvimos, porque ninguém pode ser “vaquinha de 
presépio”, é preciso repensar sempre. 
C.( ) Simplesmente não se importar com as opiniões alheias, pois elas não afetam 
de fato. 
 
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D.( ) Participar com ela de uma revolução, sair do “lugar comum”, pois não se pode 
aceitar imposição alguma, sem antes levar em conta as convicções pessoais, que 
por si só, já são plenas. 
 
2ª QUESTÃO – Analise o trecho abaixo e marque a alternativa que o corrobora. 
“Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não 
escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que 
o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. 
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai 
tecendo a sua história.” 
A.( ) Se não conseguirmos expor aquilo que nos incomoda, não teremos nenhum 
ganho. 
B.( ) Nossos sentimentos ficam tão escondidos que não conseguiremos falar sobre 
eles com ninguém. 
C.( ) Em algumas situações perder acaba causando um mal menor. 
D.( ) As inevitáveis perdas são sempre mais dolorosas. 
 
3ª QUESTÃO – O que sugere a autora para que a existência valha a pena? 
A.( ) Invenção. 
B.( ) Comedimento. 
C.( ) Transgressão. 
D.( ) Resignação. 
 
4ª QUESTÃO – Observe a charge abaixo. Na conversa entre os colegas de 
escritório, a resposta da mulher: “Fora a angústia existencial, tudo ótimo! ”, faz um 
link com qual fragmento do texto? 
 
 
A. ( ) “Sem ter programado a gente para pra pensar.” 
B. ( ) “Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que 
nos pressiona tanto.” 
C. ( ) “Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.” 
D. ( ) “Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser 
suportada nem vivida, mas elaborada”. 
 
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5ª QUESTÃO – Analise o sentido contextual do termo sublinhado em: “Pensar pede 
audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.”, 
e marque a alternativa em que se enquadra: 
A.( ) Pertence à mesma classe de palavra de audacioso. 
B.( ) Tem como sinônimo intrepidez. 
C.( ) Apresenta como antônimo: robustez. 
D.( ) Pode ser substituído por eloquência sem prejudicar o sentido do período. 
 
6ª QUESTÃO – Analise as assertivas abaixo e a seguir, marque a alternativa 
CORRETA. 
I.“A linguagem é a faculdade que o homem tem de se exprimir e comunicar.” 
II“A linguagem gráfica é aquela expressa por meio de gráficos, gravações e mapas.” 
III.“A linguagem mímica é aquela expressa por meio de gestos.” 
IV.“A linguagem glótica é aquela expressa por meio da fala”. 
 
A.( ) Apenas I, III e IV estão corretas. 
B.( ) Apenas I e II estão corretas. 
C.( ) Apenas III e IV estão corretas. 
D.( ) Apenas II e III estão corretas. 
 
7ª QUESTÃO – Observe o fragmento sublinhado no período abaixo. De acordo com 
a significação das palavras, em relação à semântica, marque a alternativa 
CORRETA. 
“[...] para não morrermos soterrados na poeira da banalidade, embora pareça que 
ainda estamos vivos”. 
A. ( ) Antonímia. 
B. ( ) Denotação. 
C. ( ) Conotação. 
D. ( ) Paronímia. 
 
8ª QUESTÃO – Observe o termo sublinhado no fragmento abaixo e marque a 
alternativa que apresenta a palavra que o substitui, sem alteração de sentido. 
“O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento 
que nos faz parar”. 
A.( ) Brejeiro. 
B.( ) Prazenteiro. 
C.( ) Triste. 
D.( ) Matreiro. 
 
 
TEXTO 5 -----GABARITO 1-A, 2-C, 3-B, 4-D, 5-B, 6-A, 7-C, 8-D, 
 
 
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TEXTO 6 
 
“Minha empregada é muito abusada” 
Rosana Pinheiro Machado 
Esta coluna começou no churrasco de domingo, quando, na fila do supermercado, 
uma mulher disse: "Minha empregada está muito abusada". Sua interlocutora 
respondeu: "Nem me fale, a minha também". Ao longo do almoço, eu e meus amigos 
tentávamos explicar o que significava a palavra “abusada” para um estrangeiro. 
Como fazê-lo entender que, independentemente da eficiência, a maioria das 
empregadas brasileiras seria, em algum momento, considerada “abusada”? 
A dificuldade era dimensionar a extensão do conceito. Começamos pela obviedade 
do significado da palavra “abuso”, que remete a algo de superlativo. Abusar é usar 
alguma coisa além do limite socialmente esperado. Por exemplo, quando a 
empregada é abusada por não subir no elevador de serviço, mas no social. 
Prossegui, explicando que se a empregada come muito, se toma muito refrigerante 
da geladeira ou come as bolachas de chocolate, ela é abusada. Se ela pede uma 
roupa emprestada, é abusada. Se ela senta à mesa com a família, é abusada.De todos esses exemplos, ele concluiu que abusada é aquela que quer mais do que 
lhe foi dado, que cobiça as coisas da patroa. A conversa ficou mais complexa porque 
tivemos de responder que “não”, que o oposto também era verdadeiro: uma 
empregada que quer “de menos” também é abusada. Seguimos explicando que, se 
a patroa oferece uma roupa velha, furada e fedida e empregada “tem a au-dá-cia” 
de não aceitar, ela é abusada. 
Ele concluiu, então, que uma boa empregada seria, então, aquela que assume “o 
seu lugar”: não pede muito, mas aceita de bom grado o que lhe é dado. Colocando 
o pé para fora dessa faixa muito estreita de atuação, ela é abusada. (...) 
A negação de presentes indignos por parte das empregadas traz à tona diversas 
camadas complexas de significados. A forma desajeitada como as patroas reagem 
escancara a profunda patologia social de uma classe média presa ao século XVII – 
provavelmente, em uma época em que ela se imagina numa casa-grande, cheia de 
porcelana inglesa e de escravos à volta, preferencialmente com uma negra para 
cozinhar. Ou melhor, ela se imagina em uma novela da Rede Globo do século XXI, 
onde a mulher negra ainda é explorada 24 horas por dia a serviço de suas patroas 
ricas. 
Essas patroas esperam empregadas sem agência, sem protagonismo, sem voz, 
sem vontade e sem opinião. (...). Elas esperam seres eternamente gratos por 
receberem restos. Nessa lógica em que, já diria Marcel Mauss, dar é poder, uma 
empregada que pede mais dinheiro para lavar a privada suja ou exige seus direitos 
garantidos na Constituição, só pode ser abusada. (...) 
Por tudo isso, eu penso que não aceitar qualquer presente é um marco muito 
importante na passagem de uma relação servil para a profissional (...). A negação 
revela a emergência de uma subjetividade repleta de vontades que se impõem na 
esfera do trabalho. É da negação que surge uma nova era no Brasil, pois ela quebra 
o círculo da dádiva e rompe com o poder do doador, estabelecendo uma condição 
de igualdade baseada na troca de serviços – e não de favores. 
As transformações recentes da sociedade brasileira indicam um leve rompimento 
(...) de uma relação tão pessoal quanto doentia entre patroas e empregadas. Indica 
o fim do ser humano como posse de outro ser humano. E isso, é claro, causa 
desespero, lamentação, recalque e conflitos 
Ainda tem muito a ser feito e conquistado. Muito mesmo. Espero que chegue o dia 
em que eu não precise explicar o sentido da palavra "abusada". Neste dia, perder-
se-á também alguma flexibilidade do modelo de empregadas dentro de casa. Será 
 
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preciso se acostumar a ouvir “não, obrigada” e aprender a curtir genuinamente as 
fotos postadas daquela viagem. Neste dia, o serviço da limpeza será mais custoso, 
mas não há saída: esse é o preço de nosso desenvolvimento e de nossa liberdade 
enquanto nação.
LÍNGUA PORTUGUESA - INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
1ª QUESTÃO - “A dificuldade era dimensionar a extensão do conceito. Começamos 
pela obviedade do significado da palavra „abuso‟, que remete a algo de superlativo”. 
De acordo com o trecho, marque a alternativa que corresponde à palavra 
superlativo. 
A. ( ) Grande. 
B. ( ) Extremo. 
C. ( ) Hiperbólico. 
D. ( ) Maior. 
 
2ª QUESTÃO - “Espero que chegue o dia em que eu não precise explicar o sentido 
da palavra „abusada‟. Neste dia, perder-se-á também alguma flexibilidade do 
modelo de empregadas dentro de casa. Será preciso se acostumar a ouvir „não, 
obrigada‟ e aprender a curtir genuinamente as fotos postadas daquela viagem. 
Neste dia, o serviço da limpeza será mais custoso (...)”. De acordo com o trecho, 
podemos afirmar que: 
A. ( ) O serviço de limpeza será devidamente valorizado. 
B. ( ) A tendência é que o serviço de limpeza seja menos custoso. 
C. ( ) Haverá maior flexibilidade do modelo de atuação das empregadas. 
D. ( ) As empregadas não mais serão chamadas de abusadas. 
 
3ª QUESTÃO - Após a leitura do texto, marque a alternativa CORRETA. 
A. ( ) A recusa dos presentes indignos pelas empregadas leva as patroas a refletir. 
B. ( ) As patroas esperam empregadas protagonistas. 
C. ( ) A empregada abusada cobiça as coisas da patroa. 
D. ( ) As patroas querem que as empregadas sejam gratas. 
 
4ª QUESTÃO - “Esta coluna começou no churrasco de domingo, quando, na fila do 
supermercado, uma mulher disse: „Minha empregada está muito abusada‟. Sua 
interlocutora respondeu: “Nem me fale, a minha também‟. Ao longo do almoço, eu 
e meus amigos tentávamos explicar o que significava a palavra “abusada‟ para um 
estrangeiro”. Marque a alternativa que corresponde ao recurso linguístico utilizado 
pela autora no trecho em destaque. 
A. ( ) Discurso direto. 
B. ( ) Discurso indireto livre. 
C. ( ) Discurso direto composto. 
D. ( ) Discurso indireto. 
 
5ª QUESTÃO - “A negação revela a emergência de uma subjetividade repleta de 
vontades que se impõem na esfera do trabalho”. De acordo com o trecho, é 
CORRETO afirmar que: 
A. ( ) A negação e a subjetividade devem sempre se impor às relações trabalhistas. 
B. ( ) A negação é prejudicial às relações trabalhistas. 
C. ( ) A subjetividade é prejudicial às relações trabalhistas. 
D. ( ) A subjetividade e a vontade são essenciais nas relações trabalhistas. 
 
 
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6ª QUESTÃO - Leia o trecho a seguir e marque a alternativa CORRETA: “Nessa 
lógica em que, já diria Marcel Mauss, dar é poder (...)". 
A. ( ) O poder está na negação da empregada em receber doações. 
B. ( ) O poder está na dádiva da doação. 
C. ( ) A doação gera um distanciamento do poder. 
D. ( ) O poder está na gratidão em receber restos. 
TEXTO 6 GABARITO 1-B, 2-D, 3-D, 4-A, 5-C, 6-B 
 
 
 
 
TEXTO 7 
 
Corda sensível 
Um fardão de coronel estava enfiado sobre o espaldar da cadeira de balanço, e a 
pequena Maria, apertando na mão uma fatia de pão com manteiga, olhava 
extasiada. A cor azul escura da casimira, sob a claridade noturna que enchia a sala, 
modelava macieza de veludo e fingia reflexos de roxo. Nas ombreiras do fardão 
poisavam as dragonas maciças, de grande gala, com o seu chuveiro de torçais de 
ouro; e na frente o papo se escancarava, deixando ver a tela de croché, com que se 
costuma proteger as mobílias. A um lado corriam-lhe os oito botões, cada um 
crescido como um olho-de-boi... 
Mas, quando a pequena deu com o empastamento de condecorações que encobria 
lado a lado o peito ao fardão, não pôde resistir ao chamariz, e pondo um joelho à 
beira do assento e com os bracinhos estirados agarrando-se aos braços da cadeira, 
subiu, apesar do balanço. As mangas da farda começaram então um movimento de 
pêndulo, roçando no tapete os canhões encastoados pelas pesadas divisas de 
coronel. O amor ao equilíbrio forçou a pequena Maria a ir com a mão ao tope da 
cadeira, e aí, olha lá manteiga pelas abas. 
Acode naquela cabecinha castanha uma ligeira idéia de remorso, e o que há de mais 
simples é deixar as coisas como estavam. A esse tempo brilhavam no escuro da 
rua, à altura do peitoril da janela, os olhos da filha do cabo de ordens, que espiava 
para dentro, pode ser que arrastada pelo cheiro da ceia, cujos tirlintintins se ouvia. 
Que ótimo desvio! E as duas começaram a conversar-se na janela, como pessoas 
sisudas; bem entendido, a pequena do cabo de ordens comendo o enfastiado pão 
com manteiga, a célebre fatia. 
No dia seguinte, quando a criada veio sacudir os móveis, caiu das nuvens, coitada! 
Cada rombo deste tamanho, afora uma porção de relidinhas, na casimira do fardão, 
de modo que a intertela e os recheios do peitilho estava tudo estripado e esbrugado. 
Conseqüência: um ódio entranhado aos ratos. Os cantos da casa povoaram-se de 
ratoeiras. Era um nunca acabar. 
Pois, senhores, roerem a mais linda, a mais garbosa, a mais rica, a mais nobre farda 
da província?! Ah! se o coronel pudesse estrepar toda a ratagem unânime dasnações na ponta de seu gládio! 
Em um amanhecer de abril, sofrivelmente belo, a criada, deixando para mais tarde 
a visita às ratoeiras, aconteceu que ajuntaram-se à pequena Maria o pequeno 
Manuel e o caçula, e foram despescar, por sua conta e risco, as da despensa. 
O cabeça do motim, que todos sabem ser a senhora dona Maria, como lhe chama 
a mãe quando se enfeza, não teve mais o que fazer, e, cercada pelos dois bargados 
consócios, assentou-se no chão, depondo a ratoeira sobre o pano do vestido que 
se fazia entre as duas perninhas abertas. 
 
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A ratoeira não era mais de que uma cúpula de arame cozida a uma rodelazinha de 
pinho. Dentro, porém, havia era um bicho cinzento e uma porção de bichinhos 
vermelhos, da cor dos dedinhos do caçula: fenômeno raro, que provocou uma 
gritaria hilariante, aliás inconveniente, porque atrás acudiram a criada, a mamãe e 
até o coronel, a ver o que fazia aquela troça de quenquéns. 
Maria estava metendo a mão para abocanhar a bicharada – em tempo de ser 
mordida! – e o Manuel procurava também se havia outro buraco onde ele pudesse 
meter a dele. 
– Virgem Maria! – vozeava a criada. 
– Isto é o diabo! – roncava o coronel. 
Recuaram todas as mãos, e a curiosidade das criancinhas foi achar nos olhos delas 
o desejado e inviolável refúgio. 
A mamãe, porém, encarando o caso, juntou as mãos enternecidamente, e, cobrindo 
o marido e os três filhinhos com um daqueles olhares que só em mulheres se 
depara, exclamou cheia de profundo sentimento materno: 
– Espera, que é uma ratinha que deu à luz na ratoeira! 
O duro militar ficou basbaque. Enquanto a rata puérpera, impunemente, 
pacatamente, com o salvo-conduto de sua boa estrela de mãe, Saia, como um anão 
no meio de enormes gigantes de conto de fada, e galgava novamente as prateleiras 
prenhes de queijo. A ninhada se amontoava no regaço da pequena Maria, - uma 
porção de bichinhos vermelhos, da cor das carnes tenras do caçula, cujo corpinho 
nu estava ali acocorado, a alma de criança aberta nuns olhos admirativos, 
exclamando com jubilosa admiração: 
– Uói! - apontando para os ratinhos com o dedinho vermelho. 
 
1ª QUESTÃO – De acordo com o texto é CORRETO afirmar que: 
A. ( ) A pequena Maria é quem narra a história. 
B. ( ) A mãe das crianças é a narradora da história. 
C. ( ) A criada é quem narra a história. 
D. ( ) O narrador da história é onisciente. 
 
2ª QUESTÃO – Acerca da identificação da personagem protagonista da história, 
marque a alternativa CORRETA 
A. ( ) A mãe da menina Maria é a protagonista da história. 
B. ( ) A criada é a protagonista da história. 
C. ( ) A menina Maria é a protagonista da história. 
D. ( ) O coronel é o protagonista da história. 
 
3ª QUESTÃO – Nas assertivas abaixo, marque “V” se for verdadeira ou “F” se for 
falsa e, em seguida, marque a alternativa que contém a sequência de respostas 
CORRETA, na ordem de cima para baixo: 
( ) A manteiga do pão que sujou as abas da cadeira utilizada para depositar farda 
atraiu os ratos. 
( ) Estão presentes na história 02 crianças e 02 adultos. 
( ) Estão presentes na história 03 crianças e 03 adultos. 
( ) A expressão “salvo conduto” foi utilizada no texto para retratar a liberação da 
ratazana mãe dos filhotes do interior da ratoeira. 
 
A. ( ) F, V, F, F. 
B. ( ) V, V, F, V. 
C. ( ) V, F, F, V. 
D. ( ) F, F, V, F. 
 
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4ª QUESTÃO – Sobre a consequência dos ratos terem danificado a farda do coronel 
é CORRETO afirmar que: 
A. ( ) Ocorreu um sentimento de ódio que foi confirmado pela quantidade de ratoeiras 
espalhadas pela casa. 
B. ( ) Ocorreu um sentimento de ódio que não corresponde à quantidade de ratoeiras 
espalhadas pela casa. 
C. ( ) Ocorreu um sentimento de emoção que foi confirmado pela quantidade de 
ratoeiras espalhadas pela casa. 
D. ( ) Ocorreu um sentimento de emoção que não corresponde à quantidade de 
ratoeiras espalhadas pela casa. 
 
5ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda ao momento da 
manifestação do sentimento de emoção por parte das personagens: 
A. ( ) O momento em que as personagens se tornaram sensíveis ao sentimento de 
emoção ocorreu quando a criada percebeu o nascimento dos ratinhos no interior da 
ratoeira. 
B. ( ) O momento em que as personagens se tornaram sensíveis ao sentimento de 
emoção ocorreu quando a mãe das crianças percebeu o nascimento dos ratinhos 
no interior da ratoeira. 
C. ( ) O momento em que as personagens se tornaram sensíveis ao sentimento de 
emoção ocorreu quando a mãe das crianças percebeu que a ratinha já não estava 
mais no interior da ratoeira. 
D. ( ) O momento em que as personagens se tornaram sensíveis ao sentimento de 
emoção ocorreu quando a criada percebeu que a ratinha já não estava mais no 
interior da ratoeira. 
 
6ª QUESTÃO – Marque a alternativa CORRETA que corresponda à comparação 
entre os ratos recém-nascidos e a criança caçula da família: 
A. ( ) Os ratos não eram vermelhos e suas carnes eram diferentes das carnes duras 
do caçula. 
B. ( ) Os ratos possuíam a carne de cor azulada como a cor das carnes velhas do 
caçula. 
C. ( ) Os ratos eram vermelhos como a carne delicada do caçula. 
D. ( ) Os ratos não possuíam a carne de cor semelhante à vermelha, diferente da 
carne tenra do caçula. 
 
TEXTO 7 -- GABARITO 1-D, 2-C, 3-C, 4-A, 5-B, 6-C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEXTO 8 
 
A mulher do vizinho 
 
Fernando Sabino 
Contaram-me que na rua onde mora (ou morava) um conhecido e antipático general 
de nosso Exército morava (ou mora) também um sueco cujos filhos passavam o dia 
jogando futebol com bola de meia. Ora, às vezes acontecia cair a bola no carro do 
general e um dia o general acabou perdendo a paciência, pediu ao delegado do 
bairro para dar um jeito nos filhos do sueco. 
O delegado resolveu passar uma chamada no homem, e intimou-o a comparecer à 
delegacia. 
O sueco era tímido, meio descuidado no vestir e pelo aspecto não parecia ser um 
importante industrial, dono de grande fabrica de papel (ou coisa parecida), que 
realmente ele era. Obedecendo a ordem recebida, compareceu em companhia da 
mulher à delegacia e ouviu calado tudo o que o delegado tinha a dizer-lhe. O 
delegado tinha a dizer-lhe o seguinte: 
— O senhor pensa que só porque o deixaram morar neste país pode logo ir fazendo 
o que quer? Nunca ouviu falar numa coisa chamada AUTORIDADES 
CONSTITUÍDAS? 
Não sabe que tem de conhecer as leis do país? Não sabe que existe uma coisa 
chamada EXÉRCITO BRASILEIRO que o senhor tem de respeitar? Que negócio é 
este? Então é ir chegando assim sem mais nem menos e fazendo o que bem 
entende, como se isso aqui fosse casa da sogra? Eu ensino o senhor a cumprir a 
lei, ali no duro: dura lex! Seus filhos são uns moleques e outra vez que eu souber 
que andaram incomodando o general, vai tudo em cana. Morou? Sei como tratar 
gringos feito o senhor. 
Tudo isso com voz pausada, reclinado para trás, sob o olhar de aprovação do 
escrivão a um canto. O sueco pediu (com delicadeza) licença para se retirar. Foi 
então que a mulher do sueco interveio: 
—Era tudo que o senhor tinha a dizer a meu marido? 
O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento. 
— Pois então fique sabendo que eu também sei tratar tipos como o senhor. Meu 
marido não e gringo nem meus filhos são moleques. Se por acaso incomodaram o 
general ele que viesse falar comigo, pois o senhor também está nos incomodando. 
E fique sabendo que sou brasileira, sou prima de um major do Exército, sobrinha de 
um coronel, E FILHA DE UM GENERAL! Morou? 
Estarrecido, o delegado só teve forças para engolir em seco e balbuciar 
humildemente: 
— Da ativa, minha senhora? 
E ante a confirmação, voltou-se para o escrivão, erguendo os braços desalentado: 
— Da ativa, Motinha! Sai dessa... 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
1ª QUESTÃO – Conforme se vê no primeiro parágrafo

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