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Anemias carenciais

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Maria Eduarda Amaral
4º período
Anemia� Carenciai�
Definição
● doenças carenciais = oferta, biodisponibilidade e a utilização biológica dos
nutrientes são insuficientes para promover o crescimento e desenvolvimento
das funções normais do organismo
● anemias carenciais = ferropriva + megaloblástica (ácido fólico e B12)
● deficiência do ferro é a carência nutricional + comum e é a principal causa de
anemia no mundo ~ problema de saúde pública 30% da população mundial
● 3 causas: (1) baixa disponibilidade de nutrientes para síntese da hemoglobina,
ou para adequada maturação das hemácias; (2) intercorrências patológicas
que reduzem o aproveitamento dos elementos hematínicos da dieta; (3) perdas
excessivas (perdas menstruais)
● proteínas:
a. funcionais = hemoglobina + mioglobina
b. depósito = ferritina
c. transporte = transferrina
Epidemiologia
● anemia ferropriva também é frequente em países desenvolvidos, onde até 12%
das crianças < 5 anos apresentam essa deficiência nutricional
● grupos de riscos: lactentes, gestantes (3º trimestre) e adolescentes (aumento
das recomendações diárias de ferro e a baixa ingesta de ferro --- épocas de
desenvolvimento)
● OMS indica que 35% dos escolares em países em desenvolvimento são
anêmicos
● Brasil tem a prevalência em crianças 40 a 50% e com predomínio de 6 a 18
meses, principalmente nas regiões norte e nordeste
Depleção dos estoques de ferro Deficiência de ferro
*ferritina ferro sérico < 30 mg/dL
< 5 anos = < 12 μg/L saturação de transferrina < 16%
5 a 12 anos = < 15 μg/L CT de ligação de transferrina > 250 a 390
μg/dL
Anemia
Faixa etária Hemoglobina Hematócrito
6 a 60 meses < 11 g/dL < 33%
5 a 11 anos < 11,5 g/dL < 34%
12 a 14 anos < 12 g/dL < 36%
Anemia Ferropriva
★ ferro corpóreo total é de 3 a 4 gramas
★ compostos funcionais (70% do ferro corpóreo) -> hemoglobina (80%),
mioglobina, heme-enzimas e não heme-enzimas
★ compostos de armazenagem: ferritina, hemossiderina e transferrina (proteína
de transporte no sangue)
Maria Eduarda Amaral
4º período
Quadro clínico
● sintomas + comuns: palidez, fadiga, anorexia, irritabilidade, palpitação, tontura,
cefaleia, dispneia, hipersensibilidade ao frio, náusea e alterações do hábito
intestinal e do rendimento escolar
● geofagia! ~ característica ocasional
Diagnóstico
● antecedentes perinatais ~ fatores de risco para anemia ferropriva, como
prematuridade e baixo peso ao nascer
● alimentação ~ desmame precoce, alimentação artificial sem reposição de ferro..
● antecedentes mórbidos e doenças associadas ~ parasitoses intestinais
(ancilostomose), alergia alimentar, doença diarreica de repetição, esofagite de
refluxo…
Exame Físico
● palidez palmar e mucosas
● apatia e irritabilidade
● astenia e dor em MMII *sintomas comuns
● análise coloração palmar da criança
● estrias longitudinais em unhas (quebradiças e rugosas) ~ ferropenia
● estomatite angular e glossite
● exame cardiovascular = presença de sopros, taquicardia, dispneia aos esforços,
ICC, medida da pressão arterial
● análise de peso e estatura, relação com desnutrição
● redução da atenção ~ distúrbios de conduta e percepção + prejuízo na
aprendizagem
Laboratorial
● hemograma completo ~ contagem de reticulócitos (reticulopenia), redução dos
eritrócitos e da hemoglobina
● VCM, HCM e CHCM estão baixos, caracterizando assim uma anemia
microcítica e hipocrômica
● anisocitose --- RDW elevado
● hemoglobina e hematócrito = define a anemia
● ferro sérico = sofrem variação circadiana (de manhã os valores dão mais
altos)// dosagem do ferro sérico menor que 30 μg/dL indica carência de ferro
no organismo
● saturação de transferrina = é a proteína transportadora do ferro na corrente
sanguínea, é um índice sensível para avaliar o estado ferropenia (valores
menores que 14 e 16%)
● ferritina = indicador + precoce da deficiência de ferro, reflete o estoque de
ferro no fígado, baço e medula óssea
● protoporfirina eritrocitária livre = quantidade insuficiente de ferro para
combinar com a protoporfirina e formar o grupo heme da hemoglobina, isso
resulta o acúmulo de protoporfirina livre (PEL) nas células vermelhas (valores
acima de 70 μg/dL de PEL)
diagnóstico diferencial
● síndromes talassêmicas
● intoxicação por chumbo
● infecções/inflamações crônicas
tratamento
Maria Eduarda Amaral
4º período
Dietético
ferro hemínico: carnes, peixes e vísceras -> melhor absorção
ferro não-hemínico: demais alimentos (origem vegetal)
*fatores que aumentam a absorção:
● ácido ascórbico (vitamina C)
● acidez gástrica (ácido clorídrico), aumentando a solubilidade e a
disponibilidade do ferro alimentar
● estágios de taxa elevada de eritropoiese (gestação e crescimento)
● fator intrínseco e ascorbato, devido à similaridade estrutural entre a vitamina
B12 e o heme
*fatores que diminuem a absorção:
● fitatos, taninos, cálcio e fosfatos
● doenças intestinais
● aumento do pH gástrico
● fibras ~ diminuem o tempo de contato devido ao aumento da mobilidade
intestinal
Fontes animais vísceras (rins, coração e fígado), ostras, carne magra, língua e
ovos
Fontes vegetais espinafre, acelga, couve, feijão, soja, frutas (uva, maçã e
pêssego), frutas secas, melaço, cereais...
obs: leite e derivados são pobres nesse mineral (baixa biodisponibilidade), porém o leite
materno tem sua absorção aumentada em 50% pela presença da lactoferritina
obs: acrescentar facilitadores da absorção (frutas cítricas e carboidratos) e minimizar
os inibidores (chás, leites, verduras e cereais em excesso)
Medicamentoso
● administração de 4 a 6 mg/kg/dia de ferro elementar ~ sulfato ferroso// dose
diária pode ser dividida em 2x para ↓ efeitos adversos, antes das refeições (30 a
60 minutos) e de preferência acompanhada de algum suco cítrico ---
tratamento 2 a 3 meses
obs: estudos sobre a administração diária ou semanal
obs: os efeitos adversos são associados ao TGI = náuseas, vômitos, desconforto
epigástrico, distensão abdominal, azia, diarreia ou constipação e alteração da
coloração das fezes, além do escurecimento dos dentes* pode ser evitado
● pode-se usar a via IM em casos de impossibilidade do uso do ferro-oral
*medida de exceção
● transfusão de concentrado de hemácias ~ indicada em casos de anemia grave
● com o tratamento, espera-se reticulocitose após 3-4 dias, e um pico em 5-7
dias// com 30 dias há melhora da hemoglobina e a repleção das reservas
(ferritina) ocorre em 30 a 90 dias
Profilaxia
● incentivo ao aleitamento materno exclusivo
● reposição de ferro em lactentes prematuros e pequenos para a IG, na dose de
2 a 4 mg/kg/dia a partir do 30º dia de vida
● reposição de ferro, segundo o SBP para RN a termo e com peso adequado ~
início com 3 meses de vida com dose de 1 mg/kg/dia de ferro alimentar e até os
24 meses de vida
Maria Eduarda Amaral
4º período
● oferta de alimentos ricos em ferro e vitamina C
● correção de anemias em gestantes
Anemia Megaloblástica
★ alteração qualitativa na eritropoiese, com destruição de eritrócitos antes de
sua liberação para a corrente sanguínea
★ ácido fólico e a vitamina B12 são essenciais para a síntese de DNA
Ácido fólico
*deficiência devido a: ingestão deficiente, absorção inadequada, utilização
inadequada (bloqueio metabólico), aumento da necessidade de folatos, excreção
aumentada…
*fontes alimentares: fígado, folhas verdes (espinafre, aspargos, brócolis), carnes
magras, batatas, pão de trigo integral e feijões secos
obs: o ácido fólico torna-se menos disponível ao metabolismo nas deficiências de B12 e
metionina
Quadro clínico e diagnóstico
● petéquias e púrpuras ~ plaquetopenia
● na anamnese deve ser feita uma pesquisa sobre fatores predisponentes, como
aleitamento exclusivo com leite de cabra e uso de drogas (fenil-hidantoína e
fenobarbital)
● anemia macrocítica com leucopenia, plaquetopenia e hipersegmentação do
núcleo dos neutrófilos
● valores séricos de folato são inferiores a 3 μg/ml e os folato nas hemácias,
abaixo de 160 ng/ml
● níveis séricos de B12 e o teste de schilling são normais na deficiência isolada de
folato
Tratamento● reposição oral de folato, na dose de 1 a 5 mg/dia durante 2 a 3 semanas
● reposição das reservas de ácido fólico --- período de 4 a 5 semanas
● frutas, vegetais frescos e crus e carnes são ideias para a terapia nutricional
Vitamina B12
*ou cianocobalamina
*a anemia ligada à vitamina B12 raramente associa-se à baixa ingestão dietética e
está quase sempre associada à má-absorção
*anemia perniciosa, condição rara na infância, é a forma de anemia por deficiência de
vitaminas B12 ligada ao déficit na secreção do fator intrínseco (sintomas por volta dos
9-10 meses)
*fontes alimentares: carnes (principalmente de boi) e peixes
Quadro clínico e diagnóstico
● associada a manifestações neurológicas: irritabilidade, ataxia espástica,
parestesias simétricas persistentes, diminuição da força muscular e hipo ou
hiper-reflexia
● hemograma com as mesmas alterações da deficiência de ácido fólico
● dosagem de B12 sérica baixa (< 190 ng/L)
● teste de schilling pode ser usado para avaliar a absorção da vitamina B12
Maria Eduarda Amaral
4º período
Tratamento
● é feito com a forma ativa da B12 (hidroxicobalamina) por via IM na dose de 100
μg por semana (1x) -> 100 μg em dias alternados -> 100 μg por 2x na semana por
2 semanas OU 1000 μg 1x na semana por 5 semanas
● caso tenha manifestações neurológicas = preconiza-se o uso de 1000 μg a cada
15 ou 30 dias por 6 meses
● em quadros graves com anemia macrocítica, sangramentos e infecções por
conta da leucopenia e plaquetopenia ~ tratamento de urgência = via IM 100 μg
de B12 + 5 mg de ácido fólico via oral (depois manter o tratamento por 2
semanas com 100μg por IM e 1 a 2 mg/dia de ácido fólico oral)
● dieta rica em proteína, principalmente carnes (bovina e suína), ovos e produtos
lácteos + alimentos ricos em ferro e folato
Profilaxia
● reposição de ácido fólico para lactentes em uso exclusivo de leite de cabra
● reposição de B12 para lactentes em aleitamento materno exclusivo, em que as
mães são adeptas a dieta vegetariana/vegana por longo período
● recomendar a ingestão de frutas e vegetais crus
● monitorar níveis séricos de vitamina B12 em indivíduos com dieta vegetariana

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