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Beatriz Joia Tabai - @mednarealidade ES���� DI����DO Sífilis, HIV, Hepatites B e C OBS as alternativas corretas estão marcadas em vermelho 1) Explique como distinguir reinfecção, reativação e cicatriz sorológica da sífilis. REINFECÇÃO - Ocorre após a cura de uma infecção pelo Treponema pallidum com posterior nova exposição a esse agente. Como o sistema imune do ser humano não gera imunidade contra o Treponema pallidum, esse indivíduo desenvolve a sífilis novamente. A cura é confirmada após um tratamento adequado com os testes não treponêmico, como o VDRL, e o exame do líquor, estando ambos normais após 6 a 12 meses de tratamento. REATIVAÇÃO - Ocorre quando não se fez um diagnóstico adequado ou houve tratamento inadequado da sífilis. Essa reativação se deve por conta da história natural dessa doença, que é dividida em três fases com presença de sintomas específicos para cada uma. Essas fases representam momentos específicos em que a bactéria age manifestando a doença. Entre uma fase e outra o patógeno se encontra em latência, ou seja, não temos a manifestação clínica, e então ao se iniciar uma nova fase, a doença é reativada. CICATRIZ SOROLÓGICA - Ocorre após a cura definitiva da doença, em que teremos um teste não treponêmico e o teste do líquor negativos, no caso do VDRL deve ser negativo por dois anos de forma consistente e um teste treponêmico, como o FTA-abs positivo. Isso acontece, uma vez que o teste treponêmico é positivo, ele será para sempre positivo, até mesmo após a cura. Essa positivação dos testes treponêmicos associada a negativação dos demais testes, indica a cicatriz sorológica. 2) Quais os critérios de retratamento da sífilis? Os critérios de retratamento da sífilis são: 1 - Ausência de redução da titulação em duas diluições no intervalo de seis meses (sífilis recente, primária e secundária) ou 12 meses (sífilis tardia) após o tratamento adequado (ex.: de 1:32 para >1:8; ou de 1:128 para >1:32); Beatriz Joia Tabai - @mednarealidade 2 - Aumento da titulação em duas diluições ou mais (ex.: de 1:16 para 1:64; ou de 1:4 para 1:16); 3 - Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos. 3) Quais as indicações de punção lombar para pesquisa de neurossífilis? As indicações de punção lombar para pesquisa de neurossífilis são: presença de sintomas neurológicos ou oftalmológicos; evidência de sífilis terciária ativa; falha ao tratamento clínico sem reexposição sexual. Para pessoas vivendo com HIV, a punção lombar está indicada após falha ao tratamento, independentemente da história sexual. 4) Como deve ser o tratamento e monitoramento das gestantes diagnosticadas com sífilis? ➔ As gestantes devem ser testadas para sífilis, no mínimo na primeira consulta de pré-natal, no início do terceiro trimestre e na internação para o parto, em caso de aborto/natimorto ou história de exposição de risco/ violência sexual. ➔ As gestantes com testes rápidos reagentes para sífilis deverão ser consideradas como portadoras de sífilis até prova em contrário; ➔ Na ausência de tratamento adequado, recente e documentado, deverão ser tratadas no momento da consulta; ➔ Existe evidência de que os benefícios suplantam o custo e o risco do tratamento com benzilpenicilina benzatina; ➔ Ainda nesse momento, deve ser solicitado, ou preferencialmente colhido, teste não treponêmico (linha de base), para seguimento sorológico; ➔ O retardo do tratamento no aguardo de resultados de teste complementar faz com que o profissional perca tempo e a oportunidade de evitar a transmissão vertical da sífilis; ➔ O monitoramento sorológico deve ser mensal até o termo. Após o parto, o seguimento é trimestral até o 12º mês de acompanhamento (3, 6, 9, 12 meses); ➔ A gravidez também é um assunto de homens. Estimular a participação do pai/parceiro durante todo o processo de pré-natal é essencial para o bem-estar biopsicossocial da mãe, do bebê e dele próprio; ➔ É fundamental a implementação do pré-natal do parceiro. 5) Quais são os critérios diagnósticos de sífilis congênita? Beatriz Joia Tabai - @mednarealidade Na criança exposta à sífilis, para exclusão da possibilidade de sífilis congênita, o exame físico deve ser completamente normal; o achado de qualquer sinal ou sintoma deve levar à investigação complementar, e a sífilis congênita será incluída no diagnóstico diferencial. Vale lembrar que os sinais e sintomas de sífilis são inespecíficos e podem ser encontrados em outras síndromes congênitas. No teste não treponêmico, um título maior que o materno em pelo menos duas diluições (ex.: materno 1:4, RN maior ou igual a 1:16) é indicativo de infecção congênita. No entanto, a ausência desse achado não exclui a possibilidade do diagnóstico de SC. Não há correlação entre a titulação dos testes treponêmicos do RN e da mãe que possa sugerir SC. Dessa forma, não se recomenda a realização do teste treponêmico no bebê até os 18 meses. É esperado que os testes não treponêmicos das crianças declinem aos três meses de idade, devendo ser não reagentes aos seis meses nos casos em que a criança não tiver sido infectada ou que tenha sido adequadamente tratada. Quando a mãe não foi tratada ou foi tratada de forma não adequada durante o pré-natal, as crianças são classificadas como caso de sífilis congênita, independentemente dos resultados da avaliação clínica ou de exames complementares. As crianças com manifestação clínica, alteração liquórica ou radiológica de sífilis congênita E teste não treponêmico reagente preenchem critério para sífilis congênita, independentemente do histórico materno quanto ao tratamento e das titulações dos testes não treponêmicos. 6) Considerando-se a Aids, os principais exames voltados especificamente para o controle evolutivo da doença e progressão imunológica são: a) AST, ALT, ureia e creatinina. b) VDRL, prova tuberculínica e HTLV-1. c) Sorologias de doenças oportunistas e HTLV-2. d) Carga viral do HIV e sorologias de doenças oportunistas. e) Contagem de linfócitos T-CD4+ e carga viral do HIV. 7) Homem, 23a, encaminhado ao serviço de referência de Aids, de um serviço de hemoterapia por sorologia positiva HIV, sem queixas. Exame físico: sem alterações. A Terapia Antirretroviral (TARV) deverá ser prescrita: Beatriz Joia Tabai - @mednarealidade a) Independentemente da carga viral e da contagem de linfócitos T-CD4+. b) Quando apresentar uma doença oportunista. c) Quando apresentar carga viral detectável em qualquer nível. d) Quando houver contagem de linfócitos T-CD4+ menor que 500 céls/ml. 8) Paciente do sexo feminino, 23 anos, obesa, sem outras comorbidades, usuária de drogas endovenosas, apresentou quadro de exantema, febre de 40°C, aumento de linfonodos submandibulares e axilares há 10 dias. Nega tosse, dispneia ou febre. Nos exames, apresentou sorologia para HIV com ELISA positivo e western blot negativo. Qual a hipótese diagnóstica e o passo seguinte na investigação? a) HIV agudo – solicitar carga viral e CD4. b) HIV agudo – iniciar terapia antirretroviral sem investigação adicional. c) Falso-positivo para HIV – solicitar nova sorologia em 3 meses. d) Síndrome HIV-like – solicitar nova sorologia após melhora dos sintomas. 9) Assinale verdadeiro ou Falso: a) Uma das complicações crônicas dos pacientes portadores do vírus HIV é o aparecimento de doenças cardíacas. - V (ex. miocardites) b) A doença Aids ocorre, em média, cerca de 1 a 2 anos após o paciente ter sido infectado. - F (Depende de carga viral, contagem de linfócitos CD4 e da presença ou não de tratamento, porém, os sintomas da Aids surgem em média de 1 a 10 anos após a infecção) c) É comum um período de latência clínica, isto é, ausência de sintomas, entre a infecção primária pelo HIV e as manifestações clínicas de Aids. - V d) Na infecção primária pelo HIV, tipicamente ocorre queda do CD4. Algumas semanas depois, há elevação do CD4 para níveis inferiores a antes da infecção primária, e, em seguida, ao longo dos anos, vai diminuindo progressivamente. - V Beatriz Joia Tabai - @mednarealidade e) A transmissão maternapara o feto pode ocorrer no primeiro ou segundo trimestre da gestação, entretanto, a transmissão ocorre mais comumente no período perinatal. - V 10) São segmentos populacionais prioritários e critérios de indicação de PrEP: a) Profissionais do sexo b) Gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) c) Pessoas trans d) Parcerias sorodiscordantes para o HIV e) Todas as alternativas estão corretas 11) O exame Anti-HCV confirma hepatite C, responda sim ou não e se a resposta for não qual seria o exame confirmatório. Não. O anti-HCV é um marcador que indica contato prévio com o vírus. Isoladamente, um resultado reagente para o anticorpo não permite diferenciar uma infecção resolvida naturalmente de uma infecção ativa. Por isso, para o diagnóstico laboratorial da infecção, um resultado anti-HCV reagente precisa ser complementado por meio de um teste para detecção direta do vírus. Os testes de ácidos nucleicos (ou testes moleculares) devem ser utilizados para detectar o HCV-RNA circulante no paciente e, portanto, confirmar a presença de infecção ativa. 12) No caso de acidente com material biológico e violência sexual existe risco de transmissão da hepatite c, RESPONDA sim ou não, se a resposta for sim qual a conduta com a relação a condução do caso. Sim. A conduta seria realização do seguimento laboratorial para identificar a possibilidade da infecção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Veronesi : tratado de infectologia / editor científico Roberto Focaccia. -- 5. ed. rev. e atual. -- São Paulo : Editora Atheneu, 2015. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para hepatite viral C e coinfecções. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Beatriz Joia Tabai - @mednarealidade Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções. Brasília : Ministério da Saúde, 2017. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Brasília : Ministério da Saúde, 2020.
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