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História da Neurociência Cognitiva - resumo + anotações

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1 Avaliação Psicológica IV - Neuropsicologia 
@sabrina.estudantedepsi 
 
A neurociência cognitiva envolve diversas 
disciplinas (GAZZANIGA, IVRY & MANGUN). 
O termo "neurociência cognitiva" obteve este 
nome no final da década de 1970, durante uma 
corrida de táxi em Nova York. Gazzaniga estava 
com o fisiologista cognitivo Miller a caminho 
para um jantar oferecido para cientistas que 
queriam entender a origem da mente, no 
entanto, esse estudo ainda não tinha nome 
(GAZZANIGA, IVRY & MANGUN). 
Assim que o ser humano evoluiu ao ponto de 
sua sobrevivência não o preocupar durante todo 
o tempo, ele começou a se questionar sobre o 
ele mesmo. Existem algumas teorias criadas 
pelo próprio ser humano para explicar a si 
mesmo e ao mundo, frutos de sua mente (pois 
não haviam meios de estudos mais concretos 
àquela época), como o Édipo Rei: uma peça de 
teatro grega sobre o conflito entre pai e filho; e 
as teorias mesopotâmicas e egípcias: abordam 
a natureza da religião e do universo 
(GAZZANIGA, IVRY & MANGUN). 
No século XIX, alguns “frenologistas”, liderados 
por Franz Joseph Gall e J.G. Spurzheim 
declararam que o cérebro era organizado com 
cerce de 35 funções específicas". Defendiam 
também que a capacidade mais usada faria com 
que a área em que se localizava no cérebro 
crescesse. Logo, o 
crânio passaria por uma 
mudança. Nesse 
sentido, eles criaram a 
personologia 
anatômica: análise 
anatômica do cérebro 
para definir a 
personalidade do 
indivíduo (GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
Pierre Flourens (fisiologista experimental) 
questionou as ideias dos frenologistas. Floures, 
por meio de seus testes com pássaros, chegou 
à conclusão de que o cérebro trabalhava em 
conjunto - teoria do campo agregado 
(GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
John Huglings Jacksons (neurologista) 
observou pacientes que sofriam de convulsões. 
Ele notou que pacientes epilépticos se moviam 
de modo característico e concluiu que as 
convulsões estimulavam áreas específicas do 
corpo e do cérebro. Com isso em mente, ele 
propôs a organização topográfica no córtex 
cerebral: um mapa do corpo em cada área 
cortical (GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
Hughlings Jackson também notou que era raro 
um paciente perder totalmente uma função, por 
exemplo: o paciente poderia não falar como 
antes, após um acidente vascular cerebral 
(AVC), mas poderia falar algumas palavras. 
Assim, ele concluiu que várias regiões do 
encéfalo trabalham para que o organismo emita 
um comportamento. Enquanto Huglings 
Jackson tirava essa conclusão, Paul Broca, em 
1861, tratava um paciente que tinha sofrido AVC 
e perdera a capacidade de falar, mas não 
perdeu a capacidade de entender o que lhe era 
dito (GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
O paciente de Broca, havia sofrido uma lesão no 
lobo frontal esquerdo, mais tarde, denominou-se 
a região como área de Broca. Carl Wernick, em 
1876, levou à público o caso de um paciente que 
também sofrera um AVC, mas que podia falar 
normalmente, entretanto, nenhuma fala dele 
tinha sentido, assim como não compreendia a 
linguagem escrita, nem falada; sua lesão era no 
hemisfério esquerdo e na região onde os lobos 
parietal e temporal se encontram. Naquela 
época, os profissionais tomaram como verdade 
Imagem 1 – 
Personologia Antômica
 
 
 
2 Avaliação Psicológica IV - Neuropsicologia 
@sabrina.estudantedepsi 
que doenças focais causavam déficits 
específicos. Tem de se levar em consideração 
também que a investigação do cérebro do 
paciente que apresentava o déficit, só poderia 
ser feita após a morte do mesmo. Em alguns 
casos, eles nem sabiam quando o paciente 
morria, pois perdiam contato com aqueles que 
se recuperavam (GAZZANIGA, IVRY & 
MAGUN). 
Após a descoberta de Broca, “os fisiologistas 
Gustav Fitsch e Eduard Hitzig estimularam 
eletricamente pequenas partes do encéfalo de 
um cão” e perceberam que a estimulação 
produzia movimentos específicos no cão 
(GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
Eles passaram então a analisar o encéfalo do 
cão à nível celular, utilizando métodos 
microscópicos. Korbiniam Brodman, um dos 
pertencentes ao grupo que se dedicava a esse 
estudo, analisou a organização celular e 
identificou 52 regiões diferentes do córtex. 
Como as 
células eram 
diferentes nas 
diferentes 
regiões 
cerebrais, 
essa 
organização 
foi chamada 
como citoarquitetônica ou arquitetura 
celular. Rapidamente, muitos pesquisadores 
que são famosos agora dividiram a organização 
ainda mais. Entretanto, pode-se resumir que 
todos os investigadores (nesse campo de 
estudo) confirmaram a ideia de que a 
citoarquitetura representava regiões cerebrais 
com funções diferentes (GAZZANIGA, IVRY & 
MAGUN). 
Na Itália e na Espanha, Camillo Golgi e Santiago 
Ramón y Cajal “lutavam cientificamente”, mas, 
no fim, o trabalho de um complementou o 
trabalho do outro. Golgi desenvolveu uma 
substância que permitia visualizar um único 
neurônio por completo. Cajal, utilizando o 
método de Golgi, descobriu que os neurônios 
eram entidades únicas. Enquanto Golgi 
afirmava que o encéfalo era um sincício (uma 
massa única de tecido que compartilhava o 
mesmo citoplasma). Cajal, por sua vez, 
continuava seus estudos e identificou também a 
capacidade de impulsos elétricos dos neurônios 
(GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
As descobertas de Cajal e de outros 
confundiram aos cientistas na primeira metade 
do século XX. Para entender o sistema nervoso, 
era preciso compreender, primeiro, como um 
único neurônio funcionava (GAZZANIGA, IVRY 
& MAGUN). 
Assim, sabendo qual comportamento era 
produzido, não seria necessário compreender 
todas as interações a ele relacionadas. Isto é, o 
problema se tornava “menor” e com maior 
possibilidade de ser resolvido. Entretanto, essa 
não era a linha de investigação vigente no início 
do século XX. Mesmo quando o Sir Charles 
Sherrington, fisiologista, apoiava a ideia de Cajal 
e desenvolveu o termo sinapse (o encontro de 
dois neurônios), os cientistas permaneciam fieis 
 
Imagem 2 – Área de Broca e Wernick 
 
Imagem 3 – 52 áreas de Brodman 
 
Imagem 4 - Neurônio 
 
 
3 Avaliação Psicológica IV - Neuropsicologia 
@sabrina.estudantedepsi 
à ideia do processo holístico (GAZZANIGA, 
IVRY & MAGUN). 
No início do século XX, os críticos diziam ser 
impossível localizar as funções superiores 
(GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
A visão gestaltista (o todo é o que existe, se 
estudar partes separadas, não compreenderá 
como o cérebro funciona) influenciou o trabalho 
dos neurologistas Monakow e Head. Monakow 
criou o conceito diásquise: o dano em uma 
parte do encéfalo criaria problemas em outras 
partes (um fato que tem sido demonstrando 
atualmente). Head acreditava que o 
comportamento resultado por uma lesão era 
uma manifestação do “sistema todo em pane” 
(GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
Karl Lashley conseguiu pôr em dúvida a 
concepção do neurônio como unidade. Seus 
experimentos com ratos o fizeram concluir que 
as lesões no encéfalo não pareciam produzir 
déficits (GAZZANIGA, IVRY & MAGUN). 
Lashley observou que as tarefas exigiam 
esforço de várias áreas do cérebro, logo, uma 
única região lesionada não seria suficiente para 
produzir o déficit, pois uma área pode 
compensar a outra (GAZZANIGA, IVRY & 
MAGUN). 
Segundo Stephen Kosslyn (& Andersn, 1992; 
como citado em 
(GAZZANIGA, IVRY & 
MAGUN), o erro dos 
primeiros cientistas a 
defenderam o lacalizionismo 
foi a tentativa de localizar 
comportamentos em locais 
únicos. Hoje já sabemos que 
as funções são produzidas por várias áreas do 
encéfalo. 
• A Neuropsicologia Clínica é uma ciência 
aplicada que lida com as cognições e 
comportamentos decorrentes da disfunção 
cerebral. 
• Cada vez mais, os neurocientistas vêm 
relacionando os construtos cognitivos e 
técnicas psicológicas ao estudarem as 
relações entre cérebro e comportamento. 
• A Neuropsicologia Clínica é um campo da 
Psicologia, que engloba os conhecimentos 
em Psicometria, Psicolinguística, 
Psicomotricidade, Psicobiologia, Psicofísica 
e a própria prática clínica. 
• É o ramo dasneurociências que estuda a 
relação cérebro – mente – 
comportamento. 
Neurociências Cérebro, mente e 
comportamento 
Métodos 
Biológicos Comportamentais 
Psicobiologia Neuropsicologia 
• A neuropsicologia é uma das ciências que 
contribui decisivamente ao nosso 
conhecimento sobre como trabalha o 
cérebro e as alterações de seu 
funcionamento. 
• Com a prática da Neuropsicologia, aparece 
o termo ‘Reabilitação Neuropsicológica’ ou 
reabilitação do cerebral, que se define como 
aquela atividade que busca ensinar ou 
treinar habilidades dirigidas a melhorar o 
funcionamento cognitivo, da personalidade 
global e dos comportamentos alterados por 
uma lesão ou dano cerebral estrutural ou 
funcional. 
Quando Surgiu a Neuropsicologia? 
• Apesar do auge da reabilitação das funções 
cerebrais nos últimos anos, podemos 
encontrar que o mais antigo documento 
sobre tratamento de pessoas com lesão 
cerebral data de mais de 3 mil anos no Egito 
(descoberto por Luxor em 1862). 
 
Imagem 5 – Sinapse 
 
Imagem 6 - 
Encéfalo 
 
 
4 Avaliação Psicológica IV - Neuropsicologia 
@sabrina.estudantedepsi 
• Muitas das técnicas atuais foram criadas no 
século XIX por Itard, quando trabalhou com 
um menino selvagem encontrado em 1800 
em Aveyron. 
• Para muitos autores, foi Luria (trabalhou com 
os soldados da segunda guerra), em 1963, 
em seus estudos com combatentes russos, 
o primeiro a oferecer uma das maiores 
bagagens no campo da Neuropsicologia 
clínica e experimental, com a elaboração de 
todo um modelo teórico sobre a organização 
cerebral e sua reabilitação. 
• Ainda, um destacado professor em 
Cambridge, Dr. Zangwill, foi quem sugeriu 
muitos enfoques importantes e ainda 
vigentes na atualidade. 
1ª) Triagem e Anamnese; 
2ª) Avaliação neuropsicológica; 
3ª) Acompanhamento familiar: muitas vezes o 
paciente é cuidado por alguém; 
4ª) Intervenção e reabilitação cognitiva; 
5ª) Reavaliação neuropsicológica: verificar 
como está o déficit novamente; e 
6ª) Acompanhamento e follow-up. 
A escolha de instrumentos psicológicos para 
cada caso clínico. 
O trabalho do neuropsicólogo é partir do 
comportamento para entende a mente e sua 
estrutura, aplicando testes e avaliando o 
paciente. 
O médico normalmente já tem certeza de qual 
área da pessoa está comprometida, mas eles 
encaminham o paciente para o neuropsicólogo 
a fim de verificar quais outras áreas também 
estão prejudicadas. 
• Reserva Cognitiva: memórias que se 
acumulam ao longo da vida. 
• Super Idosos: pessoas que mesmo em 
idade avançadas são funcionais. Fatores 
que contribuem: genética, alimentação. 
• Área de Broca: perde a capacidade da fala 
se lesão ocorrer nessa área. 
• Área de Wernick: mantém a capacidade da 
fala, mas perde a capacidade de entender a 
linguagem. 
• Phineas Gage: teve prejuízo em 
personalidade (controle de seus impulsos). 
• Covid-19: tem deixado sequelas cognitivas 
também. 
• Agnosia: tem os olhos, mas vendo o objeto 
não o reconhece. Para reconhecer é preciso 
tocar o objeto, perceber o formato e o 
barulho. 
GAZZANIGA, Michael S.; IVRY, Richard B.; 
MANGUN, George R. Breve história da 
neurociência cognitiva. In: GAZZANIGA, 
Michael S.; IVRY, Richard B.; MANGUN, 
George R. Neurociência Cognitiva: a biologia 
da mente. 2. ed. [S.I.]: Artmed, 2006. Cap. 1. p. 
19-40. 
 
Imagem 1 – Personologia Anatômica: Monahyr, 
of course: Introdução às neurociências 
(neuroflexoes.blogspot.com). acesso em 18 de 
agosto de 2021. 
 
Imagem 2 – Área de Broca e Wernick: Broca's 
Area Vs. Wernicke's Area Source:... | Download 
Scientific Diagram (researchgate.net). acesso 
em 18 de agosto de 2021. 
 
Imagem 3 – 52 áreas de Brodman: 52 AREAS 
DE BRODMAN Y SUS FUNCIONES PDF (local-
travel.info). acesso em 18 de agosto de 2021. 
 
Imagem 4 – Neurônio: Neurônio - Sistema 
Nervoso Central (google.com). acesso em 18 de 
agosto de 2021. 
 
 
Imagem 7 – Phineas Gage 
https://neuroflexoes.blogspot.com/2010/10/introducao-as-neurociencias.html
https://neuroflexoes.blogspot.com/2010/10/introducao-as-neurociencias.html
https://neuroflexoes.blogspot.com/2010/10/introducao-as-neurociencias.html
https://www.researchgate.net/figure/Brocas-Area-Vs-Wernickes-Area-Source_fig1_256001173
https://www.researchgate.net/figure/Brocas-Area-Vs-Wernickes-Area-Source_fig1_256001173
https://www.researchgate.net/figure/Brocas-Area-Vs-Wernickes-Area-Source_fig1_256001173
https://local-travel.info/52-areas-de-brodman-y-sus-funciones-84/
https://local-travel.info/52-areas-de-brodman-y-sus-funciones-84/
https://local-travel.info/52-areas-de-brodman-y-sus-funciones-84/
https://sites.google.com/site/anatomiasistemanervosocentral/home/neuronio
https://sites.google.com/site/anatomiasistemanervosocentral/home/neuronio
 
 
5 Avaliação Psicológica IV - Neuropsicologia 
@sabrina.estudantedepsi 
Imagem 5 – Sinapse: O que é sinapse? Função 
no cérebro, tipos e como ocorre (r7.com). 
acesso em 18 de agosto de 2021 
 
Imagem 6 – Encéfalo: Encéfalo - Atlas de 
Anatomia do Corpo Humano - Centralx 
(atlasdocorpohumano.com). acesso em 18 de 
agosto de 2021. 
 
Imagem 7 – Phineas Gage: Phineas Gage, un 
caso storico in campo neurologico - 
Esperienziando Vitae (cinziamalaguti.it). acesso 
em 19 de agosto de 2021. 
Veja Também: 
Reabilitação Neuropsicológica 
 
https://conhecimentocientifico.r7.com/sinapse/
https://conhecimentocientifico.r7.com/sinapse/
http://www.atlasdocorpohumano.com/p/imagem/sistema-nervoso/sistema-nervoso-central/encefalo/
http://www.atlasdocorpohumano.com/p/imagem/sistema-nervoso/sistema-nervoso-central/encefalo/
http://www.atlasdocorpohumano.com/p/imagem/sistema-nervoso/sistema-nervoso-central/encefalo/
https://www.cinziamalaguti.it/phineas-gage-un-caso-storico-in-campo-neurologico/
https://www.cinziamalaguti.it/phineas-gage-un-caso-storico-in-campo-neurologico/
https://www.cinziamalaguti.it/phineas-gage-un-caso-storico-in-campo-neurologico/

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