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Transtorno do Espectro Autista

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É uma desordem do desenvolvimento caracterizada por déficit de: 
• Comunicação verbal/não verbal; 
• Interação social/emocional; 
• Comportamentos/interesses/atividades repetitivas. 
Manifestada principalmente entre 12 e 24 meses, com prejuízo social e ocupacional, e não explicados por 
deficiência intelectual (retardo mental) ou atraso global do desenvolvimento. 
O TEA afeta principalmente as condutas pessoal-social e de linguagem do neurodesenvolvimento infantil. Encontram-
se prejudicados os marcos/habilidades referentes a: 
 
 
 
 
 
 
 
 
A maioria dos autores reforça uma provável natureza multifatorial e forte influência genética. Mais de 100 
anormalidades genéticas já foram associadas à doença, sendo os mais importantes os genes localizados nos 
cromossomas 7q, 2q e 15q11- 13 (presentes na síndrome de Prader-Willi e síndrome de Angelman). 
Os estudos de neuroanatomia e neurofisiologia sugerem um desenvolvimento anormal de áreas fundamentais para a 
maturação das funções cognitivas (linguagem, interação social, emoção), como lobo frontal, temporal, sistema límbico 
(hipocampo, amígdala, giro do cíngulo e corpos mamilares) e cerebelo. 
Até os dois anos de vida, o crescimento de axônios, formação/destruição de sinapses e mielinização são processos 
cruciais para o aprendizado. Postula-se que as crianças autistas apresentem alterações nestes processos de 
neurodesenvolvimento. 
Os sinais e sintomas do TEA variam em intensidade, o que determina grande variabilidade fenotípica entre as crianças 
afetadas pela doença. 
A avaliação da inteligência é difícil de ser realizada em crianças com TEA justamente porque as escalas de aferição 
cognitiva são dependentes da comunicação e interação com o examinador. Entretanto, se observa com frequência 
deficiência intelectual associada. Alterações comportamentais também são observadas comumente, 
comportamentos de ansiedade, hiperatividade, autoagressão, heteroagressão e raiva são relatados pelos pais. 
Cerca de 25% das crianças com TEA podem apresentar macrocefalia, sendo este um achado do exame neurológico 
que não necessita de avaliação por neuroimagem caso esteja presente de forma isolada. 
Não existem, até o momento, alterações na TC ou RNM de encéfalo que sejam patognomônicas ou sugestivas de 
autismo, sendo este, portanto, um diagnóstico firmado em bases clínicas . 
Giulia Pretto 
Ausência de palavras, palavras e 
sentenças simples, conversas sem 
entonação e dificuldade de manter 
um diálogo recíproco e sustentado. 
Apontar, mostrar o que deseja, 
trazer o objeto de interesse, 
compreender gestos, expres-
sões faciais. 
Balançar as mãos e o tronco, girar em 
círculos, ecolalia, tendência a 
empilhar, alinhar brinquedos, excessiva 
aderência a rotinas/rituais. 
Falha em compartilhar sentimentos e pensamentos, diminuição do interesse em brincar junto com crianças da 
mesma idade, preferência por estar sozinho, insistência em brincar da mesma forma. 
DÉFICITS PERSISTENTES NA COMUNICAÇÃO SOCIAL E NA INTERAÇÃO SOCIAL EM MÚLTIPLOS 
CONTEXTOS: 
Déficits na reciprocidade socioemocional , variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade 
para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, e 
dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais. 
Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social , variando, por 
exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem 
corporal, ou déficits na compreensão e uso gestos a ausência total de expressões faciais e comunicação não 
verbal. 
Déficits para desenvolver , manter e compreender relacionamentos , variando, por exemplo, de dificuldade 
em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar 
brincadeiras imaginativas, ou em fazer amigos a ausência de interesse por pares. 
NÍVEIS DE GRAVIDADE: 
 
 
 
 
 
 
 
PADRÕES RESTRITOS E REPETITIVOS DE COMPORTAMENTO, INTERESSES OU ATIVIDADES: 
Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (por exemplo, estereotipias 
motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas). 
Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões r itualizados de comportamento verbal 
ou não verbal (como sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões 
rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos 
alimentos diariamente). 
Interesses fixos e altamente restr itos que são anormais em intensidade ou foco (por exemplo, forte apego a 
ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos). 
Hiper ou hipor reatividade a estímulos sensor iais ou interesse incomum por aspectos sensor iais do 
ambiente (como indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar 
ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento). 
NÍVEIS DE GRAVIDADE: 
 
 
 
 
 
 
Os sintomas devem estar presentes precocemente no per íodo do desenvolvimento, devem causar grande 
prejuízo social, ocupacional e em outras áreas e estes sintomas não são explicados por deficiência 
intelectual ou atraso global do desenvolvimento. 
Nível 1 (requer suporte): 
Leve prejuízo da comunicação 
verbal, não verbal e da interação 
social. São capazes de conversar, 
mas a reciprocidade do diálogo é 
prejudicada, e a tentativa de 
interação é estranha, e muitas 
vezes sem sucesso. 
 
Nível 2 (suporte substancial): 
Moderado prejuízo da 
comunicação verbal, não verbal e 
da interação social-emocional. As 
crianças neste nível falam 
sentenças simples e a interação 
social é limitada a interesses 
específicos. 
Nível 3 (requer muito suporte): 
Grave prejuízo da comunicação 
verbal, não verbal e da interação 
social-emocional. As crianças 
neste nível apresentam poucas 
palavras compreensíveis e 
raramente inicial a interação 
social. 
Nível 1 (requer suporte): 
Comportamento interfere signifi-
cantemente com a função; dificul-
dade para trocar de atividades; 
independência limitada por pro-
blemas com organização e 
planejamento. 
Nível 2 (suporte substancial): 
Comportamentos suficientemente 
frequentes, sendo óbvios para 
observadores casuais; interfere com 
função numa grande variedade de 
ambientes; aflição e/ou dificuldade 
para mudar o foco ou ação. 
Nível 3 (requer muito suporte): 
Comportamento interfere marca-
damente com função em todas as 
esferas; dificuldade extrema de 
lidar com mudanças; grande 
aflição/dificuldade de mudar o 
foco ou ação. 
O DSM-5 possui algumas diferenças do DSM-4. A partir dele, os transtornos invasivos do desenvolvimento (TID) 
passaram a se chamar transtornos do espectro autista (TEA). Estabeleceram, também, menos subgrupos específicos 
para seu diagnóstico, com diferentes quadros clínicos, evoluções e prognósticos assemelhados. 
O tratamento do autismo é feito através da terapia cognitivo-comportamental aplicada precocemente (em torno 
de dois anos) e de maneira intensiva (40 horas/semana). A terapia envolve treinamento de comportamentos sociais, 
atividades de imitação, integração com outras crianças e comunicação (verbal e não verbal). 
O sucesso do tratamento é dependente do diagnóstico precoce e treinamento intenso destas crianças. A 
educação e treinamento dos pais sobre técnicas de comportamento são também etapas fundamentais. 
O tratamento farmacológico é focalizado nos sintomas-alvo e, para isso, conhecer as manifestações dos sintomas 
e caracterizar sua distribuição e comportamento em um paciente específico é extremamente importante, uma vez que 
é essencial coordenar objetivos farmacológicos e comportamentais, já que essas drogas auxiliam na redução de 
alguns sintomas,embora não sejam nem curativas nem substitutivas de formas de suporte e intervenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os betabloqueadores (bloqueadores de receptores beta-adrenérgicos e responsáveis pela redução global na 
neurotransmissão noradrenérgica) redução na frequência de condutas agressivas, impulsivas e autoagressivas, bem 
como a melhoria do discurso e da socialização 
A clonidina (agonista do receptor alfa-2-adrenérgico e responsável pela redução da neurotransmissão 
noradrenérgica) melhora a hiperatividade e irritabilidade 
A naltrexona (antagonista opiáceo) mostrou efeitos positivos sobre hiperatividade, atenção, verbalização, 
relacionamento social e automutilação 
A melatonina mostrou efeito positivo em portadores com distúrbios do sono associados. 
 
 
 
 
Resulta em melhora ocasional da 
ansiedade ou dos compor -
tamentos r itualísticos, podem ser 
usados inibidores seletivos da 
recaptação de serotonina ou 
antidepressivos tricíclicos para os 
sintomas-alvo dos TEA 
 
P/ autistas de alto funcionamento 
(apresentam habilidades excepci-
onais em algumas áreas, mas 
prejuízos significativos em outras), os 
estimulantes (libera liberação de 
noradrenalina e dopamina) mos-
traram efeitos positivos. 
 
(bloqueador dopaminérgico) 
Efeitos: a maior coordenação, 
autocuidado, afeto, compor-
tamento exploratório, redução de 
estereotipias, hiperatividade, in-
quietação. É eficaz em cr ianças 
mais velhas. 
(antagonista dos receptores 
dopaminérgicos D2 e 
serotoninérgicos 5-HT-2) 
Apresentou efeitos em reduzir em 
intensidade sérios problemas 
comportamentais, em crianças com 
autismo e retardo mental . 
(bloqueador dopaminérgico e 
serotoninérgico) 
Reduziu o isolamento e a 
inquietação, melhorando o 
relacionamento social, o uso da 
linguagem, os índices de agressão 
e irritabilidade. 
(estabilizador do sistema 
dopamina/serotonina, agonista de 
receptores dopaminérgicos D2) 
Tem eficácia para os compor-
tamentos mal adaptativos, 
contudo, tem efeito colateral de 
perda de peso.

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