Patologia I

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Patologia: Investigação na causa das doenças, mecanismos que a 
produzem, locais que ocorrem e alterações morfológicas e fisiológicas 
provocadas por elas. 
Processo patológico: Conjunto de alterações moleculares, fisiológicas 
e morfológicas que surgem nos tecidos após agressões. 
• Alterações morfológicas: Alterações celulares e estruturais. 
• Alterações moleculares: Desequilíbrio na concentração de 
substâncias no organismo. 
• Alterações fisiológicas: Perda de função ou comprometimento 
de determinado sistema (fisiopatológicas). 
Para se ter início ao processo patológico, necessariamente precisa 
ter uma causa (agente agressor), mesmo que seja idiopática (sem que 
a sua origem seja conhecida). 
• Etapas do processo patológico: 
I) Causa (agente agressor). 
II) Período de incubação (que pode ou não ocorrer), que é 
quando o patógeno se instala no organismo, mas sem 
manifestação de doenças. 
III) Período prodrômico, que é quando existe a manifestação de 
sintomas, mas inespecíficos. 
IV) Período estado, quando se define exatamente qual é a 
doença e os sintomas se tornam específicos. 
Depois do período estado, pode-se ocorrer: 
- Cura (com ou sem sequelas); 
- Cronificação (a doença se torna crônica); 
- Complicação; 
- Óbito. 
 
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A ação dos agressores pode ocorrer de duas maneiras: 
Ação direta: Por meio de alterações moleculares e morfológicas. 
Ação indireta: Através de mecanismos que permitam a adaptação. 
- As adaptações são formas que o nosso organismo encontra de 
neutralizar e evitar danos mais severos ao nosso corpo. 
O dano celular está diretamente relacionado a: 
• Intensidade do estímulo; 
• Tempo de ação; 
• Capacidade de resposta; 
• Tecido atingido. 
Primeiro ocorrem alterações bioquímicas, e depois morfológicas! 
• Passos do desenvolvimento da doença: 
I) Alterações moleculares, bioquímicas, metabólicas e 
fisiológicas; 
II) Alterações celulares; 
III) Alterações teciduais; 
IV) Alterações em todo o organismo. 
 
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 A lesão celular pode ser de três tipos: 
• Exógena: Do meio ambiente para o organismo (contaminação, 
doenças infecciosas, choque físico). 
• Endógena: Através do próprio organismo (doenças auto-imune, 
distúrbios hormonais, alterações metabólicas). 
• Idiopáticas: Sem origem diagnóstica. 
As lesões ainda podem ser reversíveis (quando são capazes de voltar 
a homeostasia, e normalmente ocorre degenerações por acúmulos, 
sejam esses gordurosos, lipídicos, proteicos e de carboidratos) ou 
irreversíveis, quando perdem sua capacidade de reestabelecer as 
funções (gerando a necrose¹ ou apoptose²). 
¹Necrose: Morte tecidual. 
²Apoptose: Suicídio celular. 
 
• Normalmente, a morte celular acontece pelo resultado da ação 
(conjunta ou individual) dos seguintes fatores: 
I) Rompimentos ou lesões na membrana celular. 
II) Processos que interfiram na produção de ATP (energia 
celular). 
III) Fatores que inibem a síntese proteica. 
IV) Lesões que comprometam a integridade do DNA. 
 
• Causas da adaptação celular: 
Fisiológicas: Quando as células respondem a estimulações normais de 
hormônios e mediadores químicos internos (ex: gravidez). 
Patológicas: Resposta ao estresse ou ao estímulo lesivo, que faz com 
que a célula modifique sua estrutura ou função para escapar da 
lesão (ex: aumento do músculo cardíaco para insuficiência cardíaca). 
 
• Tipos de adaptação celular: 
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Hipertrofia: Célula aumenta de tamanho. 
- Pode ser fisiológica (útero na gravidez) ou patológica (aumento do 
coração para hipertensão). 
Atrofia: Célula diminuí de tamanho. 
Ocorre uma diminuição da atividade metabólica, um aumento da 
síntese proteica e, dessa forma, aumento da degradação proteica. 
- Pode ser fisiológica (perda de estimulação hormonal – ex: 
menopausa, andropausa, senilidade) ou patológica (neoplasia – ex: 
hipóxia, desnutrição, pressão, desenervação). 
A patológica pode ser acompanhada de autofagia (quando a 
célula privada de nutrientes digere seus próprios componentes 
celulares para sobreviver). 
Hiperplasia: Número de células aumenta. 
- Pode ser fisiológica: 
I) Hiperplasia hormonal: O hormônio aumenta a proliferação do 
epitélio glandular das mamas na puberdade ou na gravidez. 
II) Hiperplasia compensatória: Quando um tecido é removido ou 
lesado, e aumenta-se a atividade mitótica para restaurar seu 
tamanho normal. 
Ou patológica: 
III) Hiperplasia prostática: Induzida por respostas ao hormônio, por 
exemplo. 
Metaplasia: Número de células diminuí. 
É uma alteração reversível, porque ocorre mudança de um tipo de 
tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) para outro da mesma 
linhagem/folheto. 
A metaplasia decorre da inativação de alguns genes (cuja expressão 
define a diferenciação do tecido que sofre metaplasia) e indução de 
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outros (que condicionam o novo tipo de diferenciação) → instável 
geneticamente! 
 
Displasia (NÃO é um mecanismo de adaptação celular): Abrange os 
erros locais do tecido e pode ser conceituada como uma resposta 
proliferativa atípica e irregular as irritações crônicas, podendo ser 
reversível. 
- É caracterizada por perda de diferenciação (anaplasia), atipia 
celular (pleomorfismo e hipercromasia) e atipia estrutural. 
 
Diferenças entre a metaplasia e a displasia: 
- Transformação de um tecido adulto em outro, como proteção a 
estímulos lesivos (reversível); 
- Altera a expressão gênica (instável geneticamente); 
 
- Crescimento desordenado (hiperplasia atípica) reversível ou 
irreversível; 
- Começa a mutação genética (fenótipo alterado – desestruturação 
tecidual); 
- Não é um mecanismo de adaptação celular; 
- Pode ser a evolução de uma metaplasia e pode evoluir para uma 
neoplasia (tumor que surge devido ao elevado número de células). 
 
Em resumo... 
Atrofia ou hipotrofia: Diminuição do tamanho das células, em resultado 
a diminuição de nutrientes, estímulo hormonal ou pela falta de uso. 
Associada a alta degradação de organelas e baixa síntese de 
novos componentes celulares. 
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Atrofia ou hipertrofia: Aumento de volume celular, em resposta ao 
aumento da carga de trabalho. Induzida por fatores de crescimento 
produzidos em resposta a stress mecânico ou outros estímulos. Ocorre 
em tecidos compostos por células incapazes de divisão. 
Hiperplasia: Aumento do número de células, em resposta a hormônios 
e fatores de crescimento. Ocorre em tecidos cujas células são 
capazes de divisão celular ou são ricos em células-tronco. 
Metaplasia: Mudança de fenótipo dos tipos celulares de um órgão, 
tipicamente em resposta a irritação crônica, de forma a auxiliar o 
órgão a melhor suportar o stress. Pode resultar em diminuição da 
função do órgão e levar a maior propensão a transformação maligna. 
Displasia: Alteração da diferenciação e proliferação celulares, em 
geral caracterizada pela perda da diferenciação e aumento da 
proliferação celular. Não raramente, o evento está relacionado ao 
acúmulo de atipias celulares e eventos metaplásicos. Clinicamente, 
pode anteceder processo de transformação maligna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referência bibliográfica: 
TEIXEIRA, D. d. A; Patologia Geral.