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Autor: Lucas Braselino Borges TIPOS DE ANESTESIAS LOCAIS Anestesias tópicas Anestesias infiltrativas (intradérmica, subcutânea e profunda) Anestesias perineurais Anestesias espinais (peridural e subaracnoidea) Anestesia intravenosa (Bier) ANESTESIAS TÓPICAS Anestesia utilizada no globo ocular, mucosa oral e nasal obtida facilmente com o uso de sprays, pomadas, gel ou colírio, sendo utilizadas para fins exploratórios e pequenos procedimentos como, por exemplo, o uso da caneta para aferição da pressão intraocular, a qual necessita aplicação de uma pequena pressão contra a córnea (utilizado colírio anestésico, geralmente a tetracaína). NÃO podem ser utilizadas em cirurgias invasivas!!!! Um alerta importante é para o risco de intoxicação se utilizadas concentrações muito elevadas como o spray de lidocaína 10%, somado a dificuldade de calcular a dose máxima. Em mucosas muito vascularizadas a absorção acontece muito rapidamente acentuando o efeito tóxico se não for prestada a atenção devida. ANESTESIAS INFILTRATIVAS As anestesias infiltrativas englobam três derivações que são nomeadas de acordo com a profundidade e área a ser atingida, são elas: as anestesias intradérmicas, anestesias subcutâneas e profundas. Esses bloqueios são feitos a partir da injeção do anestésico local em torno do campo ou local a ser feito a incisão e não especificamente perto de um nervo ou estrutura nervosa em especial. As anestesias infiltrativas intradérmicas: a mais superficial de todas e indicada apenas para pequenas incisões na pele e biópsias de pele. Anestesias infiltrativas subcutâneas: Além de serem muito usadas, ainda são de fácil aplicação sendo indicadas para suturas de pequenas áreas até retirada de nódulos e tumores superficiais (se essas formações forem muito invasivas, o ANIMAL TEM QUE ESTAR EM ANESTESIA GERAL!!!). Geralmente esses bloqueios são feitos em formas geométricas planas ao redor do local da lesão, como mostrado na figura 1. Figura 1 – bloqueios Anestesias Locais infiltrativas profundas: Esse tipo difere pouco da anterior, a única coisa que se altera é que já que a anestesia atinge áreas mais profundas, as formas geométricas serão tridimensionais (como uma pirâmide invertida, por exemplo, como mostrado na figura 2). São indicadas para vários tipos de procedimentos como a rumenotomia (musculatura), excisão de linfonodos, excisões tumorais em planos profundos e vulvoplastias em éguas por exemplo. Obviamente o bom senso não pode ser abandonado, se o procedimento cirúrgico for Autor: Lucas Braselino Borges atingir uma área muito grande ou for muito agressiva o animal DEVE estar em anestesia geral com um protocolo anestésico adequado. Figura 2 - Bloqueio infiltrativo profundo em forma de pirâmide invertida (base da pirâmide na superfície da pele) ANESTESIAS PERINEURAIS Esse tipo de anestesia se baseia na deposição do anestésico no perineuro (tecido conjuntivo que fica ao redor do nervo) em volumes e doses adequadas a cada procedimento. Essa modalidade pode ser feita de forma segmentar ou regional, por dessensibilizar regiões específicas (membros e saídas dos forames), sendo indicada para descornas, procedimentos odontológicos, trepanações em equinos, intervenções nos membros e laparotomias em bovinos (técnica paravertebral). ANESTESIAS PERIDURAIS A anestesia peridural ou epidural se refere a administração do anestésico no espaço peridural (espaço entre a dura-máter e as paredes do canal vertebral). A deposição de anestésico no espaço subaracnóideo (espaço entre a meninge aracnoide e a pia-máter) é conhecida como anestesia subaracnóidea ou raquidiana. Essa modalidade é muito utilizada tanto em grande quanto em pequenos (só é mais complicada em animais de qrande porte musculosos). Em pequenos é indicada para procedimentos no abdômen caudal, como cirurgias obstétricas, intervenções sobre reto e ânus e também em cirurgias ortopédicas. O posicionamento em pequenos animais é com o animal em posição de esfinge e em cifose. Após a tricotomia e antissepsia da região lombossacra, faz-se a punção entre L7 e S1 (pode-se usar como referencia a crista ilíaca) após botão anestésico na pele (geralmente as agulhas utilizadas para esse procedimento são mais calibrosas causando mais dor, então é necessário o botão anestésico). Para confirmação se a agulha está no espaço peridural pode-se utilizar a técnica da gota pendente, que consiste em colocar uma gota de solução salina no canhão da agulha (a ponta voltada para o anestesista) e a partir do momento que o espaço peridural for adentrado, a pressão negativa fara com que a gota seja sugada. Em grandes animais essa modalidade é muito usada em procedimentos como, manipulações obstétricas ou em cauda, ânus, períneo, vulva e vagina com o animal em posição quadrupedal. Nesses animais o local de injeção é o espaço sacrococcígeo ou o primeiro espaço intercoccígeo que pode ser palpado quando a cauda é levantada e abaixada. O procedimento é o mesmo, após achar o local de aplicação, fazer antissepsia e o botão anestésico etc. Podendo também ser feita a técnica da gota pendente para confirmação do correto local de deposição do anestésico. ANESTESIA INTRAVENOSA (BIER) A anestesia de Bier é uma anestesia intravenosa regional e para realiza-la geralmente é usada a lidocaína 1% que já é Autor: Lucas Braselino Borges suficiente para até 1 hora de anestesia. O animal tem seu membro elevado e envolvido em atadura ajustada como uma almofada para proteger a pele do torniquete, depois se aplica um torniquete proximal ao local da injeção e injeta-se o anestésico em uma veia periférica. Esse anestésico vai se difundir pelos tecidos do membro causando o bloqueio e analgesia (todo o procedimento é com o torniquete ainda apertado no membro). Após o término do procedimento, desapertar o garrote aos poucos para evitar intoxicação (já que o anestésico vai conseguir agora sair daquele local). ALERTA: sempre tomar cuidado com intoxicações
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