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A Importância do Nascimento à luz da Legislação

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Universidade Federal da Paraíba
João Pessoa, 28 de abril de 2021
Discente: Letícia Lorena Melo de Brito Freire
Matrícula: 20180140570
A Importância do Nascimento à luz da Legislação
No que tange ao nascimento sob o olhar jurídico, faz-se necessária a compreensão das teorias que norteiam a garantia ou não dos direitos ao nascituro, sendo elas a natalista e a concepcionista. Sengundo o Art. 2º/CC, "a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Partindo disso, não se pode negar que quando se trata do início da personalidade, muitas questões são levantadas, até mesmo pelo próprio Código Civil, uma vez que, tomando como referência o artigo citado, logo de início há a defesa da teoria natalista ao postular que “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida” e depois, vem uma citação a favor da teoria concepcionista com a frase “mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”, reforçando a ideia de que, se tratando do início da vida humana e da garantia de seus direitos, ainda não foi possível entrar em um senso.
A palavra nascituro tem origem grega e significa “aquele que ainda não nasceu”. Desse modo, pode ser entendido como aquele que há de nascer, cujos direitos a lei põe a salvo. Aquele que, estendo concebido, ainda não nasceu e que, na vida intra-uterina, tem personalidade jurídica formal, no que atina aos direitos de personalidade, passando a ter personalidade jurídica material, alcançando os direitos patrimoniais, que permaneciam em estado potencial, somente com o nascimento com vida.” (DINIZ 1998, p. 334.). Além disso, independente da ciência de que esse indivíduo venha a nascer com vida ou não, o Direito Civil já lhe assiste.
Muito se questiona acerca da morte e da vida. No momento em que não mais se detecta atividade neuronal, alega-se que o indivíduo teve morte cerebral. Já quando se trata do início da vida, deve-se levar em consideração a ciência, sociologia e teologia, sendo esse ponto muito mais profundo do que os indícios do funcionamento cerebral. Assim, existem quatro teorias que defendem o ínicio da vida humana por meio diferentes eventos, são estes a fertilização, implantação do embrião no útero, início de atividade cerebral e nascimento com vida. Para o Direito Penal, classifica-se como ovo ou zigoto até três semanas de gestação, embrião de três semanas a três meses e feto após três meses.
Partindo da visão biológica, quando há o encontro do espermatozoide com o óvulo, depara-se com o início de uma nova vida, o ovo ou zigoto. “A fecundação ou fertilização é a fusão de um par de gametas, com formação do zigoto. Na espécie humana a fecundação ocorre no terço inicial do oviduto e, em geral, nas primeiras 24 horas após a ovulação, que é o processo de liberação do gameta feminino pelo ovário.” (AMABIS e MARTHO, 2004, p. 363). 
Ao analisar a teoria concepcionista, que parte do princípio de que não obstante o indivíduo ainda não tenha nascido, já se fala de vida no ventre materno, a esse feto deve ser garantido todos os direitos de um indivíduo que já nasceu, uma vez que, ele é a própria prova de vida. Defensores da teoria ainda afirmam que desde a concepção pela lei, o indivíduo carrega uma personalidade, “para a Escola do Direito Natural, os direitos da personalidade são inatos e inerentes ao ser humano, independentemente do que prescreve o direito positivo.” (GONÇALVES, 2007, p. 81).
Já o que consta na teoria natalista, o nascituro é visto apenas como uma expectativa de vida, portanto, seus direitos também não devem passar de expectativas. Além disso, a personalidade desse indivíduo é reconhecida a partir do nascimento com vida, tendo em vista que, o feto só é parte do ventre da genitora, dependendo desta para a manuntenção da vida. No Brasil, essa teoria é defendida de acordo com o Código Civil vigente. “A personalidade do nascituro não é condicional; apenas certos efeitos de certos direitos dependem do nascimento com vida, notadamente os direitos patrimoniais materiais, como a doação e a herança. Nesses casos, o nascimento com vida é elemento do negócio jurídico que diz respeito à sua eficácia total, aperfeiçoando-a.” (GONÇALVES, 2007, p. 81). 
A partir do exposto, é notório que ainda há muitas dúvidas que perduram na sociedade, sobretudo acerca dos indícios da vida. Contudo, o Código Civil brasileiro deixa claro que todos os nascidos com vida têm direito à personalidade e o nascituro aos direitos que o protejam. Sendo assim, apesar da não garantia da personalidade àquele indivíduo que ainda não nasceu, a legislação se preocupa em zelar pelo dom da vida, ao passo que, o próprio Art 2º/CC assegura que "a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro".
Referências Bibliográficas
FRÓES, Oswaldo. Direito Civil – Parte Geral.
REGIS, Arthur Henrique de Pontes. Início da vida humana e da personalidade jurídica: questões à luz da Bioética. Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 617, 17 mar. 2005.
ALVARENGA, Maria Amália de Figueiredo Pereira; WOHNRATH, Vinícius Parolin. A figura do nascituro no ordenamento jurídico brasileiro. Comentários críticos. Jus Navigandi, Teresina, ano 14, n. 2032, 23 jan. 2009.

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