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Keynes: Moeda, Emprego e Lei de Say

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JOHN MAYNARD KEYNES
1. Preferência pela liquidez: a importância da moeda como reserva de valor 
Demanda de moeda: L = L1 (Y) + L2 (Y) + L3(i)
L1: Motivo transacional (circulação ativa): transações correntes
L2: Motivo precaucional (saldo inativo): gastos imprevistos
L1 e L2 não são influenciados pela taxa de juros, a não ser que ela seja muito alta
L3: Motivo especulativo (saldo inativo): aproveitar oscilações do mercado dada a incerteza quanto ao futuro da taxa de juros → propensão a entesourar
Taxa de juros > expectativa → baixa demanda por moedaL3 depende das expectativas
Taxa de juros < expectativa → alta demanda por moeda
(Juro muito baixo → preferência pela liquidez absoluta)
≠
INCERTEZA: não se sabe quais são os eventos possíveis
RISCO: cálculo de probabilidade
Moeda: ativo de máxima liquidez → se transforma em outros ativos de forma mais rápida e menos custosa.
 A propensão a entesourar se deve à incerteza, e a taxa de juros é o “prêmio que tem de ser oferecido para induzir as pessoas a conservar sua riqueza m outra forma que não dinheiro entesourado”
 Moeda não é só meio de troca e juros não depende só de fundos emprestáveis
2. Desemprego
Clássicos: salário x desutilidade marginal do trabalho
W = PMgT
PMgT decresce com o nível de emprego
Expansão do emprego ↔ redução real no salário
 Desemprego voluntário (W < DMgT) ou por causa dos sindicatos
Keynes: 
i) O emprego é determinado pelo dispêndio: desemprego ↔ insuficiência de demanda para absorver os produtos do pleno emprego 
ii) A queda no salário real não vem via queda do salário nominal (isso é ruim para a economia), são os preços que sobem devido aos custos crescentes ligados à PMgT decrescente.
iii) Só há um ponto de equilíbrio entre oferta e demanda. Nesse ponto, as rendas pegas aos fatores produtivos pelo incremento marginal da produção se traduzem em demanda equivalente ao custo marginal da oferta. 
iv) O equilíbrio não ocorre necessariamente no ponto de pleno emprego. O pleno emprego é um caso especial da teoria keynesiana.
3. Keynes e a lei de Say
Lei de Say: “toda oferta cria uma demanda de mesma magnitude”
Ninguém produziria se não fosse para comprar a produção de outra pessoa. Logo, a criação de um produto abre mercado para outros produtos, e não há excesso de oferta.
Só há o motivo transação para demandar a moeda (sociedade de produtores simples). O dinheiro é gasto imediatamente, e expressa apenas um valor nominal de troca, que se realiza efetivamente entre dois bens. Ou seja, não há entesouramento.
Excesso de oferta setorial implica em excesso de demanda em outro mercado. No agregado, a superprodução e a escassez se cancelam. O desequilíbrio é temporário porque o capital é transferido de uma atividade para a outra.
PRODUTO ≡ RENDA ≡ DISPÊNDIOPLENO EMPREGO
Consumo
Poupança → Empréstimo → Investimento
Produção → Renda 
Crises:
Marhsall e Mill: em determinados momentos a lei de Say pode ser infringida
Neoclássicos: fatores exógenos podem diminuir a produção, mas ela continua sendo igual à demanda
Explicações para o domínio da lei de Say:
Interesse da classe capitalista (em fazer o sistema parecer estável)
Em analogias com casos individuais, a lei de Say faz sentido
Miglioli: comodismo intelectual
Crítica de Keynes:
i) Não explica a Grande Depressão (subconsumo)
ii) Para que a demanda efetiva seja igual à produção, é preciso que o poder de compra gerado pela última seja realmente utilizado, o que não necessariamente ocorre, pois a incerteza induz o entesouramento
Peculiaridade da moeda: ativo de liquidez máxima → incerteza/especulação:
PRODUTO ≡ RENDA ≠ DISPÊNDIO
Consumo: C = f(Y)
 0<f’<1, f’ = propensão marginal ao consumo = c
C = Co + cY → S = Y – C = (1-c)Y – Co
Investimento: 
Os empresários ordenam os investimentos de acordo com a EMgK (taxa de retorno esperada, ligada às expectativas) , e são realizados todos aqueles para os quais EMgK>i 
Espírito animal: impulso de agir mesmo num mundo incertoi o investimento e c determina a divisão da renda entre C e S
A decisão de dispêndio determina a renda, que não é necessariamente a renda de pleno emprego
Quando Y>Y*, apenas os preços aumentam, o produto real é o mesmo
O governo pode aproximar Y de Y* aumentando G
3. Keynes e a lei de Say 
D = Co + I + G + c(Y-T) = Co + I + G + c(1-t)Y
Co + I + G é o consumo autônomoLey de Say: P ≡ R≡ D	Keynes: P ≡ R ≠ D
TQM ↔ Lei de Say: só motive transação + pleno emprego
O ponto em que a demanda e a oferta se igualam, levando ao equilíbrio (mas não necessariamente ao pleno emprego) é o ponto de demanda efetiva. Ou seja, ao contrário do que acontece na lei de Say, as duas funções agregadas não precisam coincidir para todos os níveis de produto e emprego, há apenas um ponto de intersecção
Efeito multiplicador:
ΔY = c(1-t) ΔY1+ c2(1-t)2ΔY2+...= 1/1-[c(1-t)] ΔI →ΔC>ΔI
Y = 1/1-[c(1-t)](Co+I+G)
Aumento do dispêndio→ajuste da oferta→aumento da renda→aumento do dispêndio→...
Em uma “economia monetária de produção”, partindo de um ponto de subemprego, um incremento na demanda agregada leva o sistema econômico a um novo equilíbrio em que a renda foi multiplicada, e o incremento do investimento gerou um aumento igual na poupança.
Qualquer aumento da demanda, não importa de onde venha, induz um processo de adaptação do produto físico e do emprego, a preços mais ou menos constantes, ao aumento da demanda.
I não é sempre igual a S, só em equilíbrio, e o que ajusta I e S é a renda

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