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Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Aconselhamento Genético e Triagem Neonatal Este resumo segue os slides da Prof. Dra. Gabriella Soares de Souza, docente da disciplina de Genética na Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano, e o livro de Genética Médica, de Thompson e Thompson. Aconselhamento Genético O aconselhamento genético depende de uma equipe multidisciplinar para que o diagnóstico correto (que é feito ao longo da vida) seja feito da melhor maneira possível, levando em consideração o curso da doença para que as condutas sejam realizadas da melhor forma, dentro das disponibilidades do sistema de saúde, de modo que a equipe tome uma decisão de acordo com os padrões éticos e religiosos do paciente, a fim de promover um cuidado integral e respeitoso. - Aconselhamento Genético Prospectivo: envolve a prevenção do aparecimento da doença genética, através do cuidado da saúde da mãe ou aconselhando a não engravidar. - Aconselhamento Genética Retrospectivo: quando o indivíduo já está afetado à como proceder? CARACTERÍSTICA DESENVOLVIMENTO Doenças monogênicas Acondroplasia, fibrose cística Doença multifatorial Espinha bífida Diagnóstico pré-natal de anomalia fetal Anencefalia fetal Diagnóstico pré-natal para gestante com IMA (idade materna avançada) Primeira gestação – acima de 40 anos Consanguinidade Irmãos-primos Exposição a teratógeno Gestante alcoolista Perdas recorrentes 3 abortos de primeiro trimestre Diagnóstico pré- sintomático – doença neurodegenerativa HF – Doença de Huntington Diagnóstico preditivo – câncer familiar HF – Câncer de mama SEQUÊNCIA DE UM ACONSELHAMENTO GENÉTICO: - Pré-avaliação: motivo da consulta, obtenção de dados pessoais e familiar, exame clínico e laboratorial. - Diagnóstico clínico/manejo: informar ao paciente e sua família. - Estimativa do risco: realizada com base no diagnóstico clínico e exames laboratoriais à quantas cirurgias serão necessárias? Vai precisar de apoio judicial para conseguir medicamentos? Vai precisar montar um hospital em casa? Entre outros. - Aconselhamento: informações sobre a doença; meios de redução dos riscos e manejo das consequências da doença. - Seguimento: é o cuidado continuado do paciente, como grupos de suporte, encaminhamento para especialistas, avaliação clínica continuada e reforço do aconselhamento genético. Triagem neonatal Com o aumento dos óbitos até a primeira infância, começou-se a realizar a triagem neonatal, representada pelo teste do pezinho (mas contempla a triagem da criança como um todo, como o teste do olhinho). Assim, a ideia da triagem neonatal é: em uma população assintomática, os indivíduos que estão sob o risco de desenvolver determinada doença ou distúrbio, a triagem visa identificar precocemente para definir um manejo adequado, tendo como ponto principal a compreensão da população com idade de 0-28 dias. Como dito anteriormente, a matriz biológica, representada pelo teste do pezinho, sendo um conjunto de ações preventivas, responsável em identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que estas possam ser tratadas precocemente, evitando as sequelas e até mesmo a morte. Além disso, propõe o gerenciamento de casos positivos por meio do monitoramento e acompanhamento de crianças durante o processo de tratamento. • São 4 testes: teste do pezinho, teste da orelhinha, teste do olhinho e teste do coraçãozinho. TESTE DO PEZINHO - Realizado entre o 3-5º dia de vida. - Deve ser entregue às famílias o mais breve possível à diagnóstico precoce para evitar perda de casos ou atraso no diagnóstico e tratamento. • Sem alteração: entregues diretamente ao responsável, que assinará um comprovante, • Com alteração: comunicados por telefone para realizar um novo exame de urgência para a confirmação. Antes mesmo do resultado novo chegar, a criança já é encaminhada para o especialista. - TODOS os RN devem ser triados, obtendo o diagnóstico o mais rápido possível, sendo que os falsos positivos e os falsos negativos serão reavaliados no seguimento. - Existe, também, para alguns casos específicos, a chamada triagem seriada, em que são coletadas no mínimo 3 amostras em tempos diferentes e, caso haja necessidade, são coletadas 4-5 amostras. Por quê? Pelo fato de bebês prematuros terem imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide; risco por perda de diagnóstico por resultado falso-negativo; suspeita de hiperplasia adrenal congênita (HAC). • 1ª amostra: punção venosa – logo na admissão na UTIneo, antes da nutrição parenteral, transfusão de hemoderivados e/ou início de Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano tratamento intensivo com esteroides, aminas vasoativas e antibióticos, entre outros. • 2ª amostra: entre 48-72h de vida, que se mantem internado, também por punção venosa – condição clínica. • 3ª amostra: logo após a alta ou aos 28 dias de vida do bebê retido no hospital, tendo foco principal em pré-termos com menos de 34 semanas de idade gestacional ou peso menor que 2000 gramas ao nascimento. - CONDIÇÕES MATERNAS QUE AFETAM A TRIAGEM: Condição materna O que aparece no RN O que causa no RN Duração da doença no RN Tratamento para hipertireoidismo Diminuição T4; aumento do TSH Hipotireoidismo transitório 7-14 dias, eliminação do medicamento Uso de iodo radioativo até 8ª semana Diminuição T4; aumento do TSH Hipotireoidismo transitório Período desconhecido Uso de iodo radioativo após a 8ª semana Diminuição T4; aumento TSH Hipotireoidismo permanente Por toda a vida Hipertireoidismo tratado e controlado Nenhum Nenhum Nenhum Mae em nutrição parenteral** Níveis elevados de Aminoácidos e Ácidos Graxos Falso positivo De 48-72 horas após o término da nutrição parenteral Mãe em transfusão de hemácias Galactose-1- uridil- transferase (GALT) normal em crianças com galactosemia Falso negativo 120 dias após a última transfusão *Uso de iodo radioativo = é a suplementação de iodo para pacientes que, por exemplo, retiraram a tireoide. ** Aumento dos níveis de leucina e isoleucina (algumas vezes a valina está elevada). *** Camufla o resultado positivo intolerância a galactose. - CONDIÇÕES DO RN QUE AFETAM A TRIAGEM NEONATAL: Condição RN Efeitos na triagem Duração Imaturidade do eixo hipotálamo hipófise T4 baixo – TSH normal. Podem ser perdidos em RN com HC Até 6 semanas – Aguardar 6 semanas para repetir o exame Imaturidade das enzimas do Fígado Elevação transitória da tirosina, metionina, fenilalanina, galactose Até 6 semanas Deficiência de iodo Hipotireoidismo transitório, T4 baixo, TSH aumentado Até suplementação Doença aguda Hipotireoidismo transitório, T4 baixo, TSH aumentado, elevação IRT Recuperação Hipóxia Elevação do IRT Recuperação *IRT= tripsina imuno-reativa - TRATAMENTOS QUE AFETAM A TRIAGEM NEONATAL DO RN: Tratamento Efeitos na Triagem Duração Nutrição Parenteral total Elevação de múltiplos aminoácidos 4-24 após a interrupção Transfusão de hemácias (transfusão pré e pós-natal) Pode resultar em falso-negativo para hemoglobinopatias e galactosemias 120 dias após a última transfusão Dopamina Falso-negativo para HC – níveis de TSH suprimidos Até a interrupção do tratamento - TESTE DO PEZINHO BÁSICO: obrigatório, gratuito e compreende 6 doenças. • Fenilcetonúria: acúmulo de fenilalanina no sangue, havendo excreção urinária de ácido fenilpirúvico. Recomenda que o teste seja feito 48 horas após o nascimento, para que ocorra o aumento de FAL e possa ser detectado. É fundamental que a criança tenha ingerido proteínas (leite materno). o Clássica: atividade da enzima fenilalanina hidroxilase inexistente, menor que 1% - fenilalanina plasmática superior a 20 mg/dl o Leve: atividadeda enzima entre 1-3% - fenilalanina plasmática entre 10-20 mg/dl. o Hiperfenilalaninemia transitória ou permanente – atividade enzimática superior a 3% - fenilalanina entre 4-10 mg/dl. Não há instituição de terapia/benigna • Hipotireoidismo congênito: é a incapacidade da glândula tireoide em produzir grande quantidades de hormônios tireoidianos, havendo, assim, diminuição dos processos metabólicos. Se não diagnosticada precocemente, a criança desenvolve hipotonia muscular, dificuldade respiratória, cianose, icterícia, bradicardia, hérnia umbilical, sopro cardíaco, atraso na dentição. Para o tratamento, a criança faz reposição de T4 (tiroxina). o Primária: quando há falha na glândula tireoide o Secundária: quando há deficiência do TSH o Terciária: quando há deficiência do TRH • Anemia falciforme: defeito na estrutura da cadeia beta da hemoglobina – anemia, insuficiência renal progressiva, alteração do Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano desenvolvimento neuropsicomotor, tratamento até 4 meses – aconselhamento genético. • Fibrose cística: para confirmar o teste de suor – auxílio com a suplementação de vitaminas. • Hiperplasia adrenal congênita: deficiência na síntese de esteroides, investigar a quantificação da 17-hidroxiprogesterona, verificar deficiência da enzima 21-hidroxilase. Caracteriza um quadro de deficiência de cortisol e aumento dos hormônios andrógenos, podendo levar ou não à perda acentuada de sal e óbito. • Deficiência da enzima biotinidase: responsável pela absorção e regeneração orgânica da biotina, uma vitamina presente nos alimentos, é uma coenzima do metabolismo das purinas e carboidratos, sendo um co-fator da enzima piruvato-carboxilase, molécula especializada no transporte de CO2. A biotina é responsável em captar uma molécula de CO2 e transferir para uma molécula de piruvato, formando o oxalacetato na gliconeogênese. o Crises epilépticas, hipotonia, microcefalia o Suplementação com B7 ou H o Deficiência profunda: atividade enzimática menor que 10%. o Deficiência parcial: atividade enzimática entre 10-30% o Sem deficiência: atividade enzimática acima de 30%. - TESTE DO PEZINHO MAIS – são todas as anteriores + 4. • Deficiência de G-6-PD: glicose-6-fosfatase desidrogenase – enzima que faz parte da via metabólica responsável em proteger a hemácia de eventos oxidativos – hemólise – anemia hemolítica aguda. • Galactosemia: incapacidade em metabolizar galactose em glicose – irritabilidade, convulsão, pouco ganho de peso, pele e olhos amarelados, hepatomegalia e aminoacidúria. • Toxoplasmose congênita: transferência transplacentária do Toxoplasma gondii para o feto – micro ou hidrocefalia, icterícia, anemia, febre, hipotonia, catarata, glaucoma. • Leucinose: alteração do metabolismo de aminoácidos (leucina, isoleucina e valina). o Clássica: surge de 3-5 dias após o nascimento, alteração do estado de consciência, recusa alimentar, sinais neurológicos de intoxicação, coma profundo. o Sub-aguda: início mais tardio, atraso menstrual, hipotonia grave e opistotono. o Intermitente: surge em qualquer idade com crises recorrentes de coma - TESTE DO PEZINHO SUPER: são as anteriores mais 38 doenças (aminoacidopatias e distúrbios do ciclo da ureia, distúrbios dos ácidos orgânicos; distúrbios dos ácidos graxos). - TESTE DO PEZINHO PARA SCID E AGAMA: é um grupo de doenças graves em que não há produção de células de defesa T e/ou B e de anticorpos protetores, tornando o indivíduo vulnerável aos vírus, às bactérias e aos fungos. • SCID: diagnóstico da imunodeficiência combinada – baixa produção de Ig e não produção de linfócitos T, causando uma diarreia crônica, pneumonia, otite, sinusite e meningite. • AGAMA: agamaglobulinemia ou bruton – baixos níveis ou ausência de todos os isótopos de imunoglobulinas. Atualmente, o teste do pezinho foi ampliado na rede pública brasileira, contando com 5 etapas: • 1ª: hemoglobinopatias + toxoplasmose congênita • 2ª: galactosemias, aminoacidopatias, distúrbios do ciclo da ureia e distúrbios da beta oxidação e ácidos graxos livres (AGL) • 3ª e 4ª: doenças lisossômicas e imunodeficiências primárias • 5ª: atrofia muscular espinhal TESTE DO OLHINHO O teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho é simples, rápido e indolor, consistindo na identificação de um reflexo vermelho que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê, semelhante ao observado em fotografias. Ele permite identificar obstrução no eixo visual, como cataratas, glaucoma congênito, cegueira congênita e retinoblastoma. Recomenda-se realizar logo ao nascimento ou na primeira semana de vida. Posteriormente, deverá ser realizado de 2-3 vezes no ano, durante os 3 primeiros anos de vida. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano O médico, portanto, vai incidir um foco de luz emitido por uma caneta oftalmológica no olho do bebê pra se observar o reflexo que vem das pupilas. O feixe irá atravessar o cristalino e chegar até a retina, refletindo de volta a pupila. Quando a retina é atingida normalmente, o reflexo tem tons de vermelho, laranja ou amarelo, o que significa que as principais estruturas internas do olho estão transparentes. Quando há alguma alteração, não é possível observar o reflexo ou sua qualidade é ruim em tom branco. TESTE DA ORELHINHA - Deve ser realizado entre 24-48 horas na maternidade ou na UBS mais próxima antes de completar 3 meses de vida. - Uma sonda que envia e recebe sons é colocada no ouvido do recém-nascido à o som emitido vibra no tímpano, passando pelo ouvido médio até chegar `s orelha interna (cóclea) à estimulada, a cóclea vibra. O som faz o caminho de volta e o microfone capta a vibração. O bebê não tem problemas, mas se a sonda não capta a vibração de retorno, existe alteração auditiva e o bebê precisará fazer outros exames. TESTE DO CORAÇÃOZINHO - Indica-se a realização em todos os RN com mais de 34 semanas de idade gestacional. - 24-48 horas após o nascimento. - Detecta DSV, DAS, Tetralogia de Fallot, transposição de grandes artérias. Avaliação geral neonatal Introdução A avaliação geral do neonatal consiste nos cuidados prestado ao RN (seja ele saudável ou não) a fim e manter/garantir a sua integridade, o que inclui a reanimação com suporte ventilatório, massagem cardíaca e medicação. Algumas crianças precisam de uma atenção maior que outras, levando em consideração os fatores anteriores ao parto, durante o parto e após o parto. • Antenatais: idade materna < 16 anos e > 35 anos; presença de diabetes materna; hipertensão arterial gestacional; gestação de múltiplos; discordância de peso com a idade gestacional; uso de drogas ilícitas; malformação fetal; diminuição da atividade fetal; ausência de pré-natal. • Relacionados ao parto: parto de emergência, parto prematuro, líquido amniótico meconial; bradicardia fetal; deslocamento prematuro da placenta. Passo a Passo da Avaliação Rápida após o nascimento Deve ser feito independentemente de diagnóstico de malformação congênita. A avaliação rápida da vitalidade do RN é feita a partir da Escala ou índice de APGAR, em que os dados são coletados no 1º, 5º e 10º minuto, existindo a possibilidade do 15º e do 20º, chamado de APGAR ampliado, que é feito quando a equipe determina ser preciso esperar a criança se adaptar ao meio externo, em casos de criança com malformação (crianças normais apenas o 1º e 5º), a menos que ela precise de suporte ventilatório ou cardíaco. No APGAR, são avaliados 5 sinais, sendo atribuída uma pontuação de 0-2 para cada um, que são: FC, respiração, tônus muscular, cor da pele, presença de reflexos. PONTOS 0 1 2 FC SEM < 100/min > 100/min RESP SEM FRACA, IRREGULAR FORTE, CHORO TÔNUS FLÁCIDO FLEXÃO P/B – se mexe as vezes MOV. ATIVO/BOA FLEXÃO COR CIANOSE/PÁLIDO CIANOSE DE EXTREMIDADESROSADO REFLEXO SEM ALGUNS MOVIMENTOS ESPIRRO/CHORO Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano - 0 até 2: dificuldade grave - 3 até 4: dificuldade moderada - 5 até 7: dificuldade leve - 8 até 10: ótimas condições As peculiaridades fisiológicas e anatômicas do RN o diferenciam de todas as outras faixas etárias, portanto, se há dúvidas sobre a criança, volte e analise novamente. Identificação do RN - Pai: idade, nome, escolaridade, local de trabalho, presença de doenças ou hábitos inadequados (tabagismo e alcoolismo, por exemplo) - Mãe: as mesmas informações + relacionamento (parceiros e família), endereço, telefone, tipo sanguíneo dos pais, consanguinidade, doenças, cirurgias, transfusões anteriores. Antecedentes Obstétricos - Número de gestações - Evolução - Tipo de parto e internações anteriores - Tempo de amamentação dos filhos anteriores - Gestação atual e pré-natal - Data da última menstruação e idade gestacional - Informações sobre o desenvolvimento fetal - Medicamentos utilizados e hábitos durante a gestação Dados do parto - Duração do Trabalho e Expulsão - Forma de apresentação (foi puxado pela cabeça, pelo ombro, pela barriga, usou fórceps) - Tipo de parto - Analgesia oferecida - Características da placenta Condições de Nascimento - Hora do nascimento, sexo e gemelaridade - Peso e comprimento - Tempo da primeira respiração e do primeiro choro - Contato pele a pele com a mãe ainda com o cordão umbilical com a criança com reflexo de sucção (Golden hour) - Amamentação na sala de parto – tempo em que ocorreu Exame Físico No RN saudável, o exame minucioso deve ser feito de 2-6 horas de vida, mas pode ser feito até 12 horas de vida, com a presença dos pais no ambiente. Já nos RN com APGAR abaixo de 7, o exame minucioso deverá ser feito logo ao nascimento, com posterior confirmação dos achados. Esse exame minucioso é feito da parte externa para a interna, no sentido crânio-caudal, com inspeção, palpação, percussão e ausculta. 1º AVALIAR A PELE Deve-se avaliar a textura e a umidade da pele do bebê. PRÉ-TERMO: pele muito fina e lisa TERMO: pele lisa, brilhante, úmida e fina PÓS-TERMO/INSUFICIÊNCIA PLACENTÁRIA: pele seca, enrugada e descamação acentuada. BEBÊ COM HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO: pele seca e áspera VER LANUGO: são pelos finos que recobrem os ombros e as escápulas, estando em abundância em recém- natos, servindo como proteção e ajuda na termorregulação, desaparecendo em alguns dias. VER VÉRNIX CASEOSO: é um material gorduroso e esbranquiçado, comum em prematuros entre 34-36 semanas, servindo como proteção da pele, isolamento térmico. O bebê a termo também possui, mas em menor quantidade, sobretudo em locais protegidos, como dobras dos membros e genitália feminina. • BANHO: em feral, somente depois de 24-36 horas, deixando na região da cabeça para proteger as suturas. 2º AVALIAR A CABEÇA VER DEFORMIDADES TRANSITÓRIAS DEPENDENDO DO TIPO DE PARTO: Sobreposição de suturas durante o parto normal, alteração congênita, posicionamento da criança. AVALIAR PERÍMETRO CEFÁLICO: deve ser medido por fita métrica, passando pela protuberância occipital e pela região mais proeminente da fronte. Geralmente de 2-3 cm maior que o perímetro torácico e essa avaliação indica se a criança tem micro ou macrocefalia. • <32-33 cm: microcefalia • < 29 cm: microcefalia grave • > 36 cm: macrocefalia Atualmente, os padrões de medidas foram atualizados pela presença do zika vírus, que ocasiona microcefalia. A medição pode ser bi articular (pontos de inserção das orelhas, passando ao longo da sutura coronal) ou anteroposterior (glabela e protuberância occipital externa, passando pela sutura sagital). AVALIAR AS SUTURAS: estar atento para os casos de cranioestenose, que são as deformidades do crânio. As suturas se fecham até os 2 anos de idade. AVALIAR OS OLHOS E AS ORELHAS: nos olhos, analisar a presença do sinal do sol poente, que é muito comum em pacientes com hidrocefalias, lesão de tronco cefálico ou problemas na bilirrubina. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano Ainda, nos olhos, é preciso ter em mente que o estrabismo pode durar de 3-6 meses. Nas orelhas, avaliar a presença de síndrome de Patau ou Edwards: orelhas são implantadas baixas. 3º AVALIAR O NARIZ VER FORMA E PRESENÇA DE MUCO: • CORIZA INTENSA: mãe fez uso de fármacos • MUCO-SANGUINOLENTA: sinal de sífilis congênita. 4º AVALIAR O PESCOÇO Ver a presença de bócio, cistos, contratura de esternocleidomastoideo (torcicolo congênito), presença de pele redundante na nuca (criança alada, comum na síndrome de Turner), presença de pele redundante na lateral (Síndrome de Turner). • A síndrome de Turner ocorre, sobretudo, em mulheres do sexo feminino. 5º AVALIAR O TÓRAX E O APARELHO RESPIRATÓRIO Ver assimetrias, coração, respiração, expansibilidade, se faz pausas respiratórias. O perímetro deve ser 2 cm menor que o cefálico. 6º AVALIAR APARELHO RESPIRATÓRIO Ver respiração costoabdominal, se a respiração costoabdominal; verificar a presença e diminuição do murmúrio vesicular. 7º AVALIAR APARELHO CARDIOVASCULAR Ver se a FC está entre 120-160 bpm; se há presença de sopro nos primeiros dias (devem desaparecer – caso contrário: malformações congênitas); palpação dos pulsos nos 4 membros. 8º AVALIAR TECIDO SUBCUTÂNEO Ver se, na menina, há edema no dorso da mão e do pé. Caso sim, suspeitar de síndrome de Turner. Em prematuros, pode haver a presença de edema duro em MMII (linfedema). 9º AVALIAR MUSCULO Ver se há hipertonia em flexão dos membros e se, em decúbito dorsal, os MMSS estão fletidos, os MMII semi- fletidos, a cabeça lateralizada (estimula o reflexo de busca – bebê desconhece a linha média), punhos fechados, que é a posição normal do RN 10º AVALIAR ESQUELETO E EXTREMIDADES Ver se há mielomeningocefalia, observar a presença de deformidades ósseas (dor à palpação de todos os ossos e articulações). Ver se tem prega palmar única – síndrome de down. Examinar a coluna vertebral. 11º AVALIAR SISTEMA NERVOSO Ver se há reflexos primitivos, como sucção, busca, plantar, extensão cruzada de MMII, endireitamento do tronco e marcha reflexa. Classificação do RN RN PRÉ TERMO (RNPT): nascido até 36 semanas e 6 dias. RN A TERMO (RNT): nascido entre 37-41 semanas e 6 dias. RN PÓS TERMO (RN-pós-T): nascido com 42 semanas ou mais gestações. PESO AO NASCIMENTO – PN (primeiro peso obtido após o nascimento, sem roupa). • Baixo peso: < 2500g • Muito baixo peso: <1500g • Extremo baixo peso: <1000g AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL DO RN - Capurro: método para confirmar a idade gestacional, mas não compreende as crianças doentes, portanto, passou se a usar o método de Ballard (6 parâmetros somáticos e 6 neurológicos). O método de Ballard é simples, consome pouco tempo e é aplicável para o todos os RN. QUAIS SÃO OS PARAMETROS DE BALLARD? - Postura - Janela quadrada: tônus muscular para MMSS – examinador não limita as articulações. - Retração do braço: extensão e flexão - Ângulo poplíteo: examinador não limita as articulações. - Sinal de cachecol ou xale: habilidade de cruzar a linha média do corpo. - Calcanhar até a orelha: volta sozinho ou não - Superfície plantar: prematuros tem poucos sulcos plantares. - Glândula mamária - Olhos e implantação das orelhas - Genitália masculina e feminina. Vitória Alvarenga – Faculdade de Medicina de Rio Claro – Claretiano
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