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Luana Paixão | P4 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS Atuam em receptores estimulados pela norepinefrina (noradrenalina) ou pela epinefrina (adrenalina) CATECOLAMINAS 1.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MECANISMO DE AÇÃO SIMPATICOMIMÉTICOS: ativam receptores adrenérgicos o Ação direta: ativação direta Clonidina, Dobutamina*, Dopamina*, Epinefrina*, Fenilefrina, Fenoldopam, Formoterol, Isoproterenol*, Mirabegrona, Norepinefrina*, Salbutamol, Salmeterol, Terbutalina o Ação indireta: ativação indireta, aumentando a liberação ou bloqueando a captação de norepinefrina Anfetamina, Cocaína o Ação mista Efedrina, Pseudoefedrina SIMPATICOLÍTICOS: bloqueiam ativação receptores adrenérgicos 1.2 CATECOLAMINAS As catecolaminas contêm um núcleo catecol (anel benzênico com dois grupos hidroxila adjacentes) e uma cadeia lateral amina. As catecolaminas mais importantes são: NOREPINEFRINA (NORADRENALINA): transmissor liberado pelas terminações nervosas simpáticas EPINEFRINA (ADRENALINA): hormônio secretado pelas células cromafins na medula da suprarrenal DOPAMINA: precursor metabólico da norepinefrina e epinefrina, e também transmissor/neuromodulador no sistema nervoso central (SNC) ISOPRENALINA (ISOPROTERENOL): derivado sintético da norepinefrina e ferramenta farmacológica 2 SÍNTESE DA NOREPINEFRINA 1) PRECURSOR METABÓLICO: Tirosina – tirosina hidroxilase di- hidroxifenilalanina (dopa) Essa enzima é muito seletiva É inibida pelo produto final da via de biossíntese, a norepinefrina, e isso proporciona o mecanismo para a regulação contínua e constante da velocidade de síntese. Ocorre uma regulação muito mais lenta, que leva horas ou dias, por meio de mudanças na taxa de produção da enzima Um análogo da tirosina, a α-metiltirosina, exerce potente inibição sobre a tirosina hidroxilase e é usado experimentalmente para bloquear a síntese de norepinefrina 2) CONVERSÃO EM DOPAMINA: L-DOPA - dopa descarboxilase dopamina É uma enzima inespecífica 3) CONVERSÃO EM NE: Dopamina - dopamina-β-hidroxilase (DBH) NE Luana Paixão | P4 Relativamente inespecífica Restrita às células que sintetizam catecolaminas Em contraste com a norepinefrina, a DBH liberada não está sujeita a degradação rápida ou captação, de modo que sua concentração no plasma e nos fluidos corporais pode ser usada como índice da atividade nervosa simpática global Muitos fármacos inibem a DBH, incluindo agentes quelantes de cobre e o dissulfiram (um fármaco usado principalmente por seus efeitos sobre o metabolismo do etanol) Deficiência de DBH patológico, hipotensão ortostática grave 4) FENILETANOLAMINA N-METILTRANSFERASE (FNMT): catalisa a N-metilação da norepinefrina para formar epinefrina Localizada na medula suprarrenal 3 ADRENORECEPTORES ADRENORECEPTORES α: respostas fracas ao agonista sintético isoproterenol, mas respondem às catecolaminas naturais epinefrina e norepinefrina o Ordem de afinidade: norepinefrina > epinefrina > isoprenalina o Subtipos: Receptores α1 Membrana pós-sináptica Contração do ML Sua ativação inicia uma série de reações por meio da fosfolipase C ativada pela proteína G, resultando na formação de: Segundo mensageiro inositol-1,4,5- trifosfato (IP3): liberação de cálcio Diacilglicerol (DAG): ativação proteica Receptores α2 Membrana pós-sináptica Controle da liberação de epinefrina retroalimentação inibitória e inibe liberação adicional de norepinefrina do neurônio adrenérgico estimulado Autorreceptores inibitórios: inibição da saída adicional de norepinefrina do neurônio adrenérgico nos casos de alta atividade simpática Heterorreceptores inibitórios: interação da NE com outros receptores, tipo de ACh, a inibindo Seus efeitos são mediados por inibição da adenililciclase e pela redução nos níveis intracelulares de AMPc ADRENORECEPTORES β: intensa resposta ao isopro- terenol, com pouca sensibilidade para epinefrina e norepinefrina o Ordem de afinidade: isoprenalina > epinefrina > norepinefrina o Subtipos: Receptores β1 epinefrina e norepinefrina Coração (efeitos inotrópicos –CONTRAÇÃO- e cronotrópicos - FC) Luana Paixão | P4 Receptores β2 epinefrina e norepinefrina Relaxamento da musculatura lisa em vários órgãos, mais importante nos pulmões Receptores β3 Lipólise e também em efeitos no músculo detrusor da bexiga Termogênese EFEITOS TERAPÊUTICOS α1 Vasoconstrição = diminuição da secreção mucosa ↑Resistência periférica ↑PA Midríase (contração) Maior fechamento do esfíncter interno da bexiga urinária Relaxamento da ML do TGI Secreção salivar Glicogenólise hepática (↑glicemia) Contração do piloro e da musculatura uterina α2 Inibição da liberação de norepinefrina Inibição da liberação de acetilcolina Inibição da liberação de insulina (se tiver muita insulina, haverá muita captação dela e faltará glicose para o SNC) Agregação plaquetária Contração do músculo liso vascular Broncodilatação Diminuição da motilidade β1 ↑Contração cardíaca e FC Hipertrofia cardíaca tardia ↑Lipólise (aumento da liberação de ácidos graxos, servindo como fonte de energia; o glicerol serve para a gliconeogênese) ↑Liberação de renina (para inibir a perda de líquido; vasoconstricção para diminuir a filtração glomerular e liberação de aldosterona – evitar choque hipovolêmico) β2 ↑Glicogenólise muscular e hepática (aumento da glicemia; ocorre quebra de glicogênio no fígado e nos músculos) ↑Liberação do glucagon (glucagon vai estimular a glicogenólise e a gliconeogênese = mais glicose em situações de estresse) Relaxamento da musculatura uterina e do músculo detrusor vesical Bronco e vasodilatação Diminuição da motilidade β3 Lipólise Termogênese Relaxamento do músculo detrusor da bexiga Luana Paixão | P4 Luana Paixão | P4 4 AGONISTAS DE AÇÃO DIRETA 4.1 EPINEFRINA 4.1.1 AÇÕES SISTEMA CARDIOVASCULAR o Inotropismo e cronotropismo positivo ↑DC o ↑Liberação de renina o Contrai as arteríolas da pele, das mucosas e das vísceras (efeito α) e dilata os vasos que vão ao fígado e aos músculos esqueléticos (efeito β2) ↑PAS e ↓PAD SISTEMA RESPIRATÓRIO o Broncodilatação o Inibe a liberação de mediadores da alergia, como a histamina dos mastócitos HIPERGLICEMIA o ↑Glicogenólise e liberação de glucagon o ↓Insulina LIPÓLISE 4.1.2 USOS TERAPÊUTICOS Broncoespasmo Choque anafilático Parada cardíaca Anestesia (aumenta significativamente a duração da anestesia local, produzindo vasoconstrição no local da injeção) 4.2 NOREPINEFRINA 4.2.1 AÇÕES SISTEMA CARDIOVASCULAR o Vasoconstrição o A fraca atividade β2 da norepinefrina também explica por que ela não é útil no tratamento de asma ou anafilaxia o Reflexo barorreceptor Mecanismos para o controle batimento-a-batimento da pressão arterial, atua ajustando a freqüência cardíaca e o tônus simpático vascular momento-a-momento ↑PA + barroreceptores atividade vagal bradicardia reflexa 4.2.2 USOS TERAPÊUTICOS Choque 4.3 ISOPROTERENOL Estimula β 1 e 2 Falta de seletividade Intensa estimulação cardíaca, aumentando a frequência, a contratilidade e o débito ↓RVP Broncodilatador Luana Paixão | P4 4.4 DOPAMINA 4.4.1 AÇÕES SISTEMA CARDIOVASCULAR o Estimulação nos β1 o Vasoconstrição (doses mais altas) RENAL E VISCERAL o Dilata as arteríolas renais e esplâncnicas o Esses receptores não são afetados por fármacos α ou β-bloqueadores 4.4.2 USOS TERAPÊUTICOS Choque cardiogênico e séptico e é administrada por infusão contínua ↑PA , DC e RVP ↑Perfusão renal e esplâncnica 4.5DOBUTAMINA Agonista de receptor β1 Aumenta DC em IC Efeito inotrópico após cirurgia cardíaca 4.6 FENILEFRINA Agonista de receptor α1 Vasoconstrição Não tem efeito direto no coração Tratamento da hipotensão em pacientes hospitalizados ou cirúrgicos Descongestionante nasal Midríase 5 AGONISTAS DE AÇÃO INDIRETA 5.1 ANFETAMINA Acentuada ação estimulante central ↑PA Aumento da liberação não vesicular de catecolaminas como dopamina e norepinefrina dos terminais dos nervos 5.2 COCAÍNA Propriedade de bloquear o transportador de norepinefrina dependente de sódio-cloreto (Na+/Cl-) necessário para a captação celular de norepinefrina pelo neurônio adrenérgico acúmulo de NE 6 AGONISTAS DE AÇÃO MISTA 6.1 EFEDRINA E A PSEUDOEFEDRINA Liberam a norepinefrina armazenada nos terminais nervosos Estimulam diretamente os receptores α e β Ação longa, tratamento da asma e descongestionante nasal Luana Paixão | P4 Luana Paixão | P4 7 CONCEITOS 7.1 SUPERSENSIBILIDADE Mesmo em dose pequena, há um efeito muito potente (sujeito a intoxicação) Ex: Tratamento crônico com betabloqueadores em receptores β 7.2 SUBSENSIBILIDADE Menor afinidade na ligação de receptores Ex: Clonidina em receptores α2 7.3 DESSENSIBILIZAÇÃO ↓Receptores (precisa de uma dose maior) CAUSA: uso crônico Ex: Antidepressivos 8 CASOS CLÍNICOS A cocaína é uma droga ilícita amplamente utilizada e o seu uso tem sido associado a efeitos decorrentes da toxicidade aguda e crônica em praticamente todos os órgãos, particularmente no sistema cardiovascular. Este artigo visou descrever um caso de cardiomiopatia em paciente jovem usuário crônico de cocaína. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 19 anos, usuário de cocaína por inalação e crack desde os 15 anos de idade. Foi internado em fevereiro de 2006 devido a dispnéia progressiva aos mínimos esforços e expectoração sanguinolenta. Ao exame físico apresentava edema nos membros inferiores, estase jugular e dispnéia em repouso. FORAM OBSERVADOS NO ECOCARDIOGRAMA: dilatação das quatro câmaras cardíacas, com hipocinesia difusa de ventrículo esquerdo (VE), trombo mural em VE de 17 mm e fração de ejeção de 12%. Realizada broncoscopia pulmonar que identificou sangramento em língula ativo, tratado com embolização. Após 48h do procedimento, o paciente manteve-se assintomático e sem expectoração sanguinolenta. Iniciado tratamento antitrombótico com warfarina e enoxaparina. A cineangiocoronariografia não evidenciou lesões obstrutivas e o paciente recebeu alta após melhora clínica. Re-internado em julho de 2006 com dor precordial de forte intensidade e dispnéia de repouso. Nova cineangiocoronariografia evidenciou oclusão de terço médio da artéria descendente anterior. C.M.S, 20 anos, masculino, leucoderma, solteiro, estudante universitário, residente em Satuba. HISTÓRIA CLINICA: O jovem C. procurou a farmácia de sua cidade devido a uma lesão no pênis, que tinha surgido no dia anterior. O “experimentado” atendente da farmácia em questão fez o diagnóstico de sífilis, indicando o tratamento imediato com penicilina G benzatina. Infelizmente o paciente tinha predisposição alérgica, desenvolvendo uma reação de hipersensibilidade imediata, cujas manifestações constituíram-se em erupção urticariforme, prurido, sibilância respiratória (secundária a bronco-espasmo e edema de mucosa respiratória), cefaleia pulsátil e hipotensão arterial. Levado imediatamente a UPA, foi feita a pronta administração de adrenalina, na dose de 1 mg por via subcutânea, com alivio progressivo do quadro. SITUAÇÕES PROBLEMA DO CASO: Luana Paixão | P4 1. Como a adrenalina consegue controlar o quadro clínico do paciente? Ela vai provocar efeito inotrópico e cronotópico positivo (hipotensão) e, a nível respiratório, irá provocar broncodilatação, assim como irá inibir a liberação de mediadores da alergia, como a histamina dos mastócitos 2. Por que a ocorrência de bradicardia reflexa após a injeção de uma dose elevada de adrenalina é menos provável do que após a injeção de uma dose elevada de noradrenalina? Pq NE não tem mt afinidade com β2?? Quadro de congestão nsal (entumecimento das coanas) OXIMETAZOLINA, 2 a 3 gotas ou sprays a cada 8 ou 12 horas (não pode usar por mais de três dias, pode causar congestão recorrente) o MECANISMO: É um agente simpaticomimético incompleto, com ação vasoconstritora e relaxante da musculatura lisa intestinal, desprovido porém de actividade sobre o miocárdio, a musculatura lisa dos brônquios e vasos da musculatura esquelética Tem ação seletiva no α1 Pode atravessar a BHE, então pode chegar no SNC o Pode causar cefaleia, dependência química, hipertensão... Via de administração no local, não precisaria ser SC ou IM como a feniledrina e tem efeito prolongado Risco de dessensibilização e congestão rebote Pode usar a NAZAFOLINA também DAR PREFERÊNCIA A SORO FISIOLÓGICO! Luana Paixão | P4 Dopamina estimula efeitos cronotrópicos e inotrópicos positivos o Só é utilizada em via EV por infusão lenta Se extravasar, pode causar necrose por vasoconstrição severa Adrenalina não é seletiva Ela é mista o Quando a dopamina é administrada em doses maiores, ela estimula receptores adrenérgicos e estimula a liberação noradrenalina FÁRMACO ALTERNATIVO: noradrenalina, dobutamina PQ ELE FOI AO ÓBITO? Relação dose-dependente da dopamina o Quando passou da concentração de 10, começou a reagir a α1, levando a vasoconstrição (arritimia) Β2 broncodilatação o Já que está havendo broncoespasmo Teria que ser de longa duração + curta duração em casos de crise FÁRMACO PARA USO DIÁRIO: salmeterol (1 inalação por diskus ou 50 mcg a cada 12 horas ou 1 jato spray de 25 ug) ou usar PUF + espaçador o Tem que usar com um corticoesteroide EFEITOS COLATERAIS: o Hiperglicemia ↑Glicogenólise muscular e hepática ↑Liberação do glucagon o Relaxamento da musculatura uterina e do músculo detrusor vesical o Bronco e vasodilatação o Diminuição da motilidade o Taquicardia o Dessensibilização A estimulação contínua dos receptores β2 conduz a um estado de dessensibilização que se caracteriza pela diminuição do efeito broncodilatador em resposta a uma dose determinada do agonista Luana Paixão | P4 SINAL DE TORRE: estreitamento da traqueia subglótica O crupe é uma inflamação da traqueia e da laringe normalmente causada por uma infecção viral contagiosa que causa tosse, um som estridente e alto (estridor) e, às vezes, dificuldade para inspirar (inspiração) FÁRMACO PARA USO: Adrenalina
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