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Amebíase

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Amebíase 
1. 
2. INTRODUÇÃO
· A amebíase é definida como a infecção sintomática ou assintomática causada pelo protozoário Entamoeba histolytica.
· Duas espécies morfologicamente idênticas:
· Entamoeba histolytica: patogênica e capaz de determinar invasão intestinal e extra-intestinal;
· Entamoeba díspar: não-patogênica, sendo a maioria das infecções assintomáticas e autolimitadas;
3. ETIOLOGIA E MORFOLOGIA 
· E. histolytica:
· Filo Sarcomastigophora; Subfilo Sarcodina; Ordem Amoebida; Família Entamoebidae; Gênero Entamoeba;
· Duas formas evolutivas:
· Trofozoíto: forma vegetativa
· Forma que coloniza a luz do intestino grosso;
· Locomoção feita pela emissão de pseudópodes grossos, hialinos e unidirecionais;
· Citoplasma é diferenciado em ectoplasma e endoplasma durante a emissão de pseudópodes;
· Ectoplasma hialino;
· Endoplasma granuloso com núcleo e vacúolos digestivos;
· Uninucleado com cromatina periférica;
· Não apresentam organelas como mitocôndria, retículo e aparelho de Golgi;
· Cisto: forma de resistência ou forma infectante
· A forma cística costuma ser esférica ou oval;
· São envolvidos por uma parede cística;
· Um a quatro núcleos;
· Apresentam vacúolos pequenos e inclusões;
· Vacúolos de glicogênio;
· Corpos cromatóides: estruturas escuras em forma de bastonete;
4. EPIDEMIOLOGIA
· Contaminação fecal-oral: os cistos excretados juntamente com as fezes do hospedeiro são as formas infectantes do parasito envolvidas na transmissão;
· O homem pode se infectar pela ingestão de cistos presentes em água e alimentos contaminados ou diretamente de pessoa-pessoa por meio de mãos contaminadas;
· A infecção por E. histolytica é endêmica nas regiões tropicais e subtropicais, onde os índices de prevalência são mais altos. As condições climáticas garantem maior longevidade dos cistos;
· Prevalência no Brasil: 2,5% a 11% sul e sudeste; 19% norte e 11% nordeste e centro-oeste;
· A variação dos índices de prevalência pode estar associada a diferenças regionais quanto ao padrão de higiene da população e à infraestrutura sanitária em relação a rede de tratamento de água e esgoto;
5. TRANSMISSÃO
· O protozoário E. histolytica é transmitido por via fecal-oral, e o homem se infecta a partir da ingestão de cistos maduros presentes em águas e alimentos contaminados;
· A transmissão direta de pessoa a pessoa: por meio de mãos contaminadas e contato oral-anal (assume importância entre homossexuais masculinos;
· Ciclo biológico da E. histolytica: direto 
· Ingestão de cistos maduros-> processo de desencistamento na porção distal do íleo e no ceco-> suco gástrico e secreções intestinais formam uma fenda na parede de cada cisto tetranucleado-> são liberados oito trofozoítos uninucleados por divisão binária-> FORMA VEGETATIVA-> trofozoítos se multiplicam e colonizam o intestino grosso, sobretudo na região do ceco-> trofozoítos passam por um processo de encistamento-> parasito diminui de tamanho e se arredonda-> pré-cisto-> dá origem a um cisto uninucleado que secreta a parede cística-> divisões nucleares formam cistos tetranucleados-> FORMA INFECTANTE-> secreção por meio das fezes do hospedeiro;
6. PATOGENIA
· Infecção por Entamoeba hitolytica: 90% assintomáticos. Nesses casos, o parasito vive na luz do intestino grosso como comensal, sem invadir os tecidos;
· Capacidade citolítica: principal mecanismo patogênico na amebíase;
· Lise celular;
· Necrose dos tecidos;
· Degradação da matriz extracelular; 
· Moléculas envolvidas no efeito citotóxico: atuam como principais fatores de virulência
· Proteínas de adesão: presentes na superfície do trofozoíto que reconhecem glicoproteínas na membrana da célula-alvo durante o processo de aderência ao epitélio intestinal. Processo mediado por lecitinas. Após o contato com a célula do hospedeiro, o parasito libera produtos capazes de alterar a integridade da membrana e promover degradação dos tecidos. Lise celular.
· Amebaporos: pequenos peptídeos localizados em grânulos citoplasmáticos que o parasito libera após o contato com a célula. Inserem na membrana da célula hospedeira e causam a formação de canais ou poros que provocam a lise celular.
· Cisteína-proteases: capazes de degradar desde componentes do muco até proteínas da matriz extracelular. 
· Atividade citopática é contato-dependente e pode ser dividida em quatro etapas: a aderência; a citólise após o contato; a fagocitose e a degradação intracelular.
· Na amebíase invasiva, o parasito pode induzir a apoptose nas células-alvo.
· Amebíase hepática: às vezes, os trofozoítos podem penetrar nos vasos sanguíneos e, pela circulação portal, atingir o fígado, principal órgão acometido quando há invasão extra intestinal. 
7. SINAIS E SINTOMAS
AMEBÍASE INTESTINAL
· Colite não-desintérica:
· Forma clínica mais comum;
· Durante a infecção, o indivíduo pode alternar períodos de funcionamento intestinal normal e quadros de diarreia. 
· Sintomas intestinais: flatulência, desconforto abdominal e cólicas.
· Colite desintérica ou Desinteria amebiana:
· Forma clínica mais rara;
· Evolução aguda;
· Dores abdominais e cólicas intestinais intensas; diarreia líquida com evacuações mucossanguinolentas frequentes; febre moderada;
· Flatulência, inapetência, náuseas e vômitos e desconforto abdominal;
· Pode evoluir para colite fuminante, ameboma e apendicite amebiana.
AMEBÍASE EXTRA INTESTINAL
· Amebíase hepática:
· O fígado é o principal órgão acometido;
· Hepatite amebiana aguda: hepatomegalia moderada;
· Necrose coliquativa aguda ou abscesso hepático amebiano: necrose do parênquima hepático;
· Forma mais comum;
· Tríade: febre, dor abdominal e hepatomegalia.
· Os pacientes podem se queixar de fraqueza, prostração, calafrios, suores, náuseas, vômitos, perda de peso e inapetência.
8. DIAGNÓSTICO
· Precisão do diagnóstico não se restringe somente à detecção dos casos sintomáticos, mas também das infecções assintomáticas;
· Diagnóstico laboritorial: 1. A demonstração microscópica do protozoário nas fezes ou em lesões necróticas no fígado; 2. A detecção de anticorpos séricos específicos; 3. A detecção de antígenos do parasito presentes nas fezes e em lesões tissulares; 4. A detecção do material genético do parasito em amostras biológicas.
· Diagnóstico parasitológico: 
· Exame de fezes: a detecção de cistos e/ou trofozoítos nas fezes confirma o diagnóstico de infecção por E. histolytica.
· Exame coproparasitológico: principal alternativa para o diagnóstico de amebíase;
· Pesquisa nos tecidos: nas formas invasivas, trofozoítos podem ser pesquisados em material obtido de lesões intestinais e extra intestinais.
· Diagnóstico imunológico: métodos imunológicos podem auxiliar principalmente no diagnostico das formas invasivas;
· Detecção de anticorpos séricos anti-E. histolytica;
· Detecção de antígenos específicos do parasito em diferentes amostras biológicas;
9. TRATAMENTO
· Os medicamentos disponíveis para o tratamento da infecção por E. histolytica não tem atividade sobre formas císticas;
· Amebicidas luminias: compostos que exercem atividade sobre os trofozoítos que estão na luz intestinal;
· Paramomicina; Furoato de diloxamina e Iodoquinol;
· Amebicidas tissulares: quimioterápicos mais eficazes no tratamento de formas invasivas;
· Derivados de nitroimidazólicos: Metronidazol;
· Tratamentos de infecções assintomáticas: 
· Paramomicida; furoato de diloxamina e iodoquinol.
10. PROFILAXIA
· Deve incluir medidas de higiene pessoal, de saneamento ambiental e educação sanitária, que possam prevenir ou evitar a contaminação do meio ambiente e a ingestão de agua e alimentos contaminados com cistos do parasito.

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