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Resumos | Brenda Alves | Passei Direto PRINCÍPIOS DO PROCESSO CIVIL 2.1 Princípio da demanda ou da ação Também conhecido como princípio da inércia da jurisdição, tem como sustentáculo a livre- iniciativa, ou seja, a jurisdição só se manifestará se provocada. Em outras palavras: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”, consoante dispõe o art. 2º do CPC/2015. Em linhas gerais, só haverá a prestação da tutela jurisdicional, por intermédio do processo, se a parte interessada acionar o Estado-juiz. Em âmbito processual trabalhista, há exceções a esse princípio, como, por exemplo, a execução promovida de ofício pelo juiz (CLT, art. 878), agora limitada com o advento da Lei 13.467/2017 para os casos em que as partes estejam desacompanhadas de advogado, e a “instauração da instância” pelo juiz presidente do Tribunal, em casos de greve (CLT, art. 856). No interior do princípio da demanda, podemos visualizar o princípio do impulso oficial ou inquisitivo. Por este princípio, o juiz, uma vez provocado, deverá dar andamento ao processo, até o encerramento da função jurisdicional, ou seja, o juiz tem o dever de dar uma resposta aos interessados, colocando fim ao litígio, o que, indiretamente, colabora para a pacificação social. O art. 765 da CLT preceitua que “Os juízos e tribunais do trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas”. Percebe-se que o impulso oficial complementa o princípio da demanda, pois, ao ser acionado, o Estado-juiz movimenta-se com o objetivo de consumar o conflito. 2.2 Princípio da concentração dos atos processuais Consagra a utilização da prática de vários atos processuais, em um único momento, ou em poucos procedimentos. No processo do trabalho, a regra conclama a prática de vários atos processuais em audiência, desde a análise do pedido (petição inicial) até a sentença. Está relacionado tanto ao princípio da economia processual, quanto ao princípio da oralidade, posto que, em audiência, a prática da maioria dos atos processuais dar-se-á por expressão oral. O princípio em lume encontra-se exteriorizado no art. 849 da CLT, o qual prevê que “A audiência de julgamento será contínua, mas se não for possível, por motivo de força maior, concluí- la no mesmo dia, o juiz ou o presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação”. Cristalino, ainda, o princípio no art. 852-C, da mesma norma consolidada, o qual determina que as ações sujeitas ao rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em uma única audiência. 2.3 Princípio da oralidade De acordo com Nelson Nery Junior, “o princípio da oralidade consiste no conjunto de subprincípios que interagem entre si, com o objetivo de fazer com que seja acolhida oralmente a prova e julgada a causa pelo juiz que a colheu”. Por este princípio, a maioria dos atos processuais é praticada por expressão falada, sendo a sua aplicação visualizada nitidamente no direito processual do trabalho. Observe-se que, no processo trabalhista, o pedido e a defesa Resumos | Brenda Alves | Passei Direto podem ser verbais, o mesmo ocorrendo com as razões finais, além dos depoimentos das próprias partes e das testemunhas. 2.4 Princípio da instrumentalidade Igualmente conhecido como princípio da finalidade, consagra a validade de atos que, conquanto praticados de outra forma que não a exigida pela lei, atingem a sua finalidade, desde que não haja cominação de nulidade. Está consagrado no art. 188 do CPC/2015, para o qual “os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial”. Complementando a ideia desse princípio, o art. 277, também do CPC/2015, assevera que quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. Também chamado de princípio da transcendência, consubstanciado na expressão “que não há nulidade formal se o desvio não tem transcendência em relação às garantias essenciais de defesa”. Nesse sentido, o art. 794 da CLT: Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. 2.5 Princípio da cooperação Dispõe o art. 6º do CPC/2015 que todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Entende-se que esse princípio, em verdade, decorre da evolução ao princípio do contraditório (contraditório participativo).
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