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Medidas de Controle E ERRADICAÇÃO DE VETORES E ECTOPARASITAS NA CADEIA PRODUTIVA ANIMAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO MULTIDISCIPLINAR CAMPUS DA BARRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA PROFESSORA DÉBORA COSTA VEIGA DE LIMA ALUNA: ENIRCE Mª NUNES PEREIRA MANUAL DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA Medidas de Controle E ERRADICAÇÃO DE VETORES E ECTOPARASITAS NA CADEIA PRODUTIVA ANIMAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO MULTIDISCIPLINAR CAMPUS DA BARRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA PROFESSORA DÉBORA COSTA VEIGA DE LIMA ALUNA: ENIRCE Mª NUNES PEREIRA ENIRCE Mª NUNES PEREIRA BARRA - BA 2021 APRESENTAÇÃO ----Este manual tem como finalidade principal, apresentar medidas de controle e erradicação dos principais vetores e ectoparasitos de importância veterinária. ----O manual traz de maneira didática, no intuito de informar a importância do controle desses parasitos e consequentemente das principais patologias envolvidas, pois muitos destes, acabam causando uma série de problemas nos animais com consequentes perdas econômicas, seja para pequenos ou grandes produtores. ----Por meio das informações obtidas através da leitura de alguns artigos, livros e periódicos da área de Medicina Veterinária e também de Zootecnia, que abordavam sobre o controle e erradicação de vetores e ectoparasitos, abordamos as técnicas de controle químico e também alternativas. ----Existe uma necessidade de medidas de controle sanitário que incluem mudanças no manejo, medidas higiênico-sanitárias, tratamento de animais doentes e profilaxia das enfermidades, sendo uma das formas de profilaxia o uso de vacinas ou de outras técnicas para a prevenção de alguns agente etimológicos, que são comuns para esses animais de produção. ---- ÍN D IC E I. INTRODUÇÃO Introdução à Parasitologia Conceito e Classificação Tipos de Parasitos Tipos de Hospedeiros Tipo de Ciclo, Especificidade e Período 4 4 4 5 5 7 9 II. MEDIDAS DE CONTROLE Rhipicephalus (Boophilus) microplus Dermatobia hominis (Berne) Se liga nos termos! Acantocéfalos e cestódeos: possuem uma dependência de 100% do hospedeiro, pois necessitam deles para sua nutrição. Nematoides: possuem uma dependência menor, pois apresentam tubo digestivo e obtêm seu oxigênio no próprio habitat. INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA ----Parasitologia é uma ciência que se baseia no estudo dos parasitas e suas relações com o hospedeiro. Ou seja, o indivíduo que necessita de outro ser para ter abrigo e alimento, para reproduzir e perpetuar a espécie (Silva, 2017). ----Sendo assim, o parasita é sempre beneficiário, e o hospedeiro, prejudicado, como por exemplo: 1. 2. Endoparasitos: são aqueles que têm contato profundo com tecidos e órgãos dos hospedeiros. Por exemplo, helmintos e protozoários. Ectoparasitos: são aqueles que geralmente vivem na superfície ou em cavidades do hospedeiro. Por exemplo, artrópodes (ácaros e insetos), como bernes, carrapatos, pulgas. Infecção: É a invasão de um hospedeiro por organismos (vírus, bactérias, protozoários, helmintos). Termo utilizado para endoparasitos (pode ocorrer infecção sem haver manifestação de doença). Infestação: É o estado ou condição de ser infestado, restrito à presença de parasitas externos. Termo utilizado para ectoparasitos. CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO 1. 2. 3. 4. Obrigatório: aquele que precisa de um hospedeiro para sobreviver. Ex: Toxoplasma. Facultativo: Aqueles seres que podem ou não viver parasitando, ou seja, têm fase de vida livre. Por exemplo, as moscas da família Calliphoridae (as moscas são atraídas pelo exsudato das lesões e põem ovos; as larvas, que se alimentam do tecido necrosado, eclodem). Normalmente essas larvas são encontradas em cadáveres. Acidental: acidentalmente entra em contato com o hospedeiro, porém não evolui nele. Aquele que vai a outro lugar que não o ideal e fica por acaso. Por exemplo, larva migrans cutânea no ser humano, que é causada pela forma larval de Ancylostoma caninum (parasito do cão). Parasitam um hospedeiro diferente do seu habitual. Temporário: Procura o hospedeiro somente para se alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos. Permanente: Permanece no hospedeiro em todas suas fases. Ex.: sarnas e pilhos. Periódico: Apenas em uma determinada fase de sua vida é parasito. Aquele que parasita por tempo determinado. Ex: carrapato, Dermatobia hominis, larva de Cochliomyia hominivorax. TIPOS DE PARASITOS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 04 05 Monoxeno ou Direto: infesta ou infecta diretamente seu HD, sem necessitar de HI. Ex: Haemonchus. Heteroxeno ou Indireto: quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: Ciclo de Dipylidium, Fasciola. Esternoxenos: quando são muito específicos, só aceitam aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium. Eurixenos: quando são pouco específicos, tendo uma variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma. Oligoxeno: os hospedeiros têm que ter parentesco; normalmente estão na mesma família. A especificidade é limitada. Ex: Echinococcus granulosus pode ser encontrado no cão e no lobo, ambos mamíferos agrupados na família Canidae. Período Pré-Patente (PPP): do momento da infecção até a maturidade sexual. Período Patente (PP): da fase adulta até a fase de fim da vida dos parasitos ou fim da infecção. Em protozoários, é a fase de reprodução sexuada. TIPO DE CICLO, ESPECIFICIDADE E PERÍODO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Definitivo (HD): é aquele onde o parasito é encontrado na sua forma adulta. Em protozoários, ele se encontra na fase sexuada. Intermediário (HI): É aquele onde se encontra a forma imatura do parasito. Em protozoários, ele se encontra na fase assexuada. Ex: Anopheles (HI do Plasmodium). Paratênico: Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga o parasito. É quase indispensável, entra no ciclo por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do Histomonas. Reservatório: é o ser vivo responsável pela sobrevivência do parasito. O parasito dificilmente causa doença nesse hospedeiro. Ex: a capivara é um reservatório do T. evansi. Vetor: geralmente este termo é usado para Artrópodes. São divididos em: Mecânico: mero transportadores. Não há desenvolvimento do parasito. Ex: o ácaro Macrocheles usa um besouro para se transportar. Biológico: são como um hospedeiro intermediário, pois haverá desenvolvimento do parasito. Ex: a Dermatobia hominis pode ovipor na mosca Stomoxys, e o desenvolvimento da larva (L1) do berne ocorre nessa mosca. Os vetores são essenciais para a sobrevivência do parasito, se eliminado, o parasito é erradicado. TIPOS DE HOSPEDEIROS 1. 2. 3. 4. 5. a. b. 6. Referência Bibliográfica Monteiro, Silvia Gonzalez. PARASITOLOGIA NA VETERINÁRIA. 2. ed. – Rio de Janeiro: Roca, 2017 06 Ácaros e Insetos DE IMPORTÂNCIA VETERINÁRIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO MULTIDISCIPLINAR CAMPUS DA BARRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA PROFESSORA DÉBORA COSTA VEIGA DE LIMA ALUNA: ENIRCE Mª NUNES PEREIRA ----Na Medicina Veterinária os insetos e ácaros adquirem grande importância seja devido às questões de saúde animal e/ou de saúde pública no caso daquelas enfermidades de caráter zoonótico, ou no caso daquelas enfermidades que afetam as criações e produção de maneira em geral, do ponto de vista econômico. ----Dentre as principais perdas de produção podemos citar a queda na produção de carne, leite e ovos. ----Os diferentes agentes infecciosos podem atuar como vetores de outras enfermidades, como por exemplo os carrapatos que atuam como vetores da Babesiose bovina, ou simplesmente atuam como fator de estresse e ou espoliante de nutrientes, como por exemplo as moscas e mosquitos. ----O manejo de parasitos visa o controle direto e indireto, usando as combinações entre as tecnologias disponíveis, sendo que sua meta principal a diminuição das perdas econômicas da melhor maneira possível e que esteja dentro dos padrões básicos. ---- ----Classe: Arachinida ----Ordem: Acari ----Subordem: Metastigmata ----Família: Ixodidae ----Gênero: Rhipicephalus ----Espécie: Rhipicephalus (Boophilus) microplusCONTROLE E ERRADICAÇÃO ----São carrapatos de ordem ixodídeos associados à disseminação de diversas e importantes doenças nos bovinos. Possui um ciclo monóxeno, ou seja, o carrapato precisa apenas de um hospedeiro para completar seu ciclo, embora presente o ano todo, podendo ser até o mesmo animal. ----Sabemos que o bovino é o principal hospedeiro do carrapato B. microplus. Os prejuízos causados pelos carrapatos são devidos a perda de peso, baixa conversão alimentar, perdas na qualidade do couro, toxicoses, lesões da pele, anemia, transmissão de agentes patógenos, que provocam grandes enfermidades (Gonzales, 1995, Cordoves, 1997). ----É um carrapato muito comum dos bovinos, inclusive podem até parasitar outros mamíferos. Causam prejuízo principalmente voltados as criações de corte e leite, por conta do estresse, redução da qualidade do couro, resultantes das cicatrizes irreversíveis, o que muitas das vezes, favorecem a infestação posteriores de miíases cutâneas, sem conta que com o uso de pesticidas existe a possibilidade de contaminar a carne. ----Segundo Gomes (1998), o método de controle atualmente no mercado houve uma grande evolução comparada a anos anteriores, devido a muitas pesquisas na área. Porém, não existe uma fórmula mágica ou um método revolucionário capaz de resolver o problema definitivamente, mas a associação de métodos alternativos de acordo com cada situação, permite que os criadores obtenham excelentes resultados, chegando em alguns casos a redução do tempo de vida desses ácaros. ----As aplicações podem ser de maneira mecânica ou pour-on isso vai depender da quantidade de animais, lembrando que ambos possui um certo custo. ----Os três mais usados dos grupos químicos contra carrapatos que podem ser encontrados no mercado, são as formamidinas, os piretróides, amitraz, fipronil, fluazuron e as ivermectinas, assim como os organofosforados. ----Segundo Le Gall et al., (2018), a ivermectina é um antiparasita de amplo especto, indicado para combater os principais nematódeos e cestódeos. ----Cada método possui suas vantagens e desvantagens, por tanto devesse levar em conta a sua região, o tipo de manejo utilizado na propriedade, a quantidade de animais, e principalmente o custo deste tratamento. 07 08 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CORDOVÉS, C.O. CARRAPATO: Controle ou Erradicação. Guaiba: Agropecuária, 176p, 1997 CUNHA, Lucas Maciel. Aspectos epidemiológicos relacionados à ocorrência de ácaros hematófagos em granjas comerciais de postura no Estado de Minas Gerais e avaliação de armadilhas para captura de Dermanyssus gallinae (ACARI: DERMANYSSIDAE) (DE GEER, 1778). 2013. GOMES, A. (1998). Controle do carrapato do boi: um problema para quem cria raças européias. Embrapa Gado de Corte, 31(1):1-8 GONZALES, J.C. O controle do carrapato do boi. Porto Alegre, 1995, 79p. LE GALL, V. L., Klafke, G. M. & Torres, T. T. (2018). Detoxification mechanisms involved in ivermectin resistance in the cattle tick, Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Scientific Reports, 8(1):1-10. VIDOTTO, Odilon; PREVENTIVA, Depto de Med Vet. Complexo Carrapato-Tristeza Parasitária e outras parasitoses de bovinos. http://www. nupel. uem. br/pos- ppz/complexo-08-03. pdf. Acesso em, 27 mai 2021. ----Para maior eficácia do controle, algumas alternativas após, a aplicação do controle químico, é a adoção de algumas medidas complementares, como a rotação de pastagens, por isso é interessante conhecer seu sistema de criação, dar banhos com frequência nos animais mais sensíveis. ----A grande questão desses parasitos são o ambiente como todo, se você consegue controlar o ambiente sabendo do tipo de ciclo e o período para a realização do mesmo, os métodos de controle e erradicação serão de grande valia. ----A fórmula eficaz, é justamente não prejudicar o animal, ficar atento em sua propriedade ao aparecimento desses agentes etiológicos. ----Pois, muito dos estudos concluem-se que o grande problema está nas falhas como manejo, número inadequado de aplicações dos controles químicos por ano, por isso, devem ser atentar a essas informações. ----Deste modo, conhecendo-se o momento certo que os parasitas terão condições mais favoráveis ao seu desenvolvimento no meio ambiente, é possível, através da aplicação estratégica dos antiparasitários ou de práticas de manejo, interromper seu ciclo evolutivo ambiental e consequentemente reduzir a carga parasitária nos animais. Por exemplo, sabendo-se que na nossa região a população de B. microplus começa a aumentar a partir dos meses de outubro e novembro, se fizermos uma aplicação estratégica com um carrapaticida sabidamente eficaz, entre novembro e dezembro, estaremos reduzindo a infestação de larvas nas pastagens e em conseqüência o número de carrapatos adultos sobre os animais. Repetindo-se o tratamento em janeiro/fevereiro e março/abril, certamente os animais não irão apresentar grandes infestações por carrapatos. ----Classe: Insecta ----Ordem: Diptera ----Família: Cuterebridae ----Gênero: Dermatobia ----Espécie: Dermatobia hominis (Berne) CONTROLE E ERRADICAÇÃO ----Dentre o grupo dos ectoparasitos de importância veterinária, temos a espécie Dermatobia hominis mas conhecida como a mosca do berne. Acometem as principais regiões do país, sendo que a pouco desenvolvimento nas regiões do nordeste devido as regiões secas que não favorecem o se desenvolvimento. ----Deve ser feita a prevenção com produtos químicos sistêmicos na época de maior incidência (primavera) para não deixar a larva se desenvolver. Por tanto o controle para esse ectoparasito é praticamente feito com a utilização de medicamentos, que visam combater diretamente o estágio larval no qual se desenvolve no hospedeiro. ----Este controle busca diminuir os prejuízos causados na pele do animal, consequentemente o número de perfurações provocadas pelas larvas de D. hominis. ----Entre os principais inseticidas utilizados em seu controle estão, os organofosforados, os piretróides e as avermectinas e os fenilpirazoles. As avermetrinas (que Bolsonaro, não saiba disso...kkk) merecem destaque a ivermectina, abamectina e a doramectina, pois apresentam maior eficácia no controle das principais ectoparasitoses (TAYLOR, 2001). ----Outro método é o fluazuron que é uma ben- zoilfenilureias, especialmente eficaz como acaricida, possuindo atividade em baixas concentrações, com efeito de longa duração, e potência residual. Entretanto, o fluazuron, como a maior parte das benzoilfenilureias , não apresenta ação acaricida clássica, ou seja, não promoverá a morte de carra-patos adulto e ninfas quando empregado na dose de até 2,5mg/Kg de peso corporal (pc) em bovinos. Sua ação é pronunciada sobre o processo de muda de larva para ninfa, interrompendo assim o ciclo evolutivo (Hinkle et al. 1995, Graf et al. 2004). ----Agora, uma das alternativas são justamente as associações de fármacos com atividade antiparasitária tem sido defendida quando proporcionar o aumento do espectro de atuação, repelência, mecanismos de ação distintos, aumento do efeito knockdown (Beugnet & Franc 2012). ----A utilização de combinação de fármacos em um único produto, viabiliza um programa de manejo integrado de controle de ectopasitos de bovinos, o controle do berne, lógico que para isso necessita-se de um conhecimento prévio das sazonalidades destes parasitos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COELHO, Cristiane Nunes et al. Associação de Abamectina com Fluazuron no Controle de Dermatobia hominis em Bovinos Naturalmente Infestado. Brazilian Journal of Veterinary Medicine, v. 37, n. Supl. 1, p. 91- 94, 2015. DO NASCIMENTO, Cristiano Grisi et al. Eprinomectina 1% Injetável no Controle de Dermatobia hominis em Bovinos Naturalmente Infestados. Brazilian Journal of Veterinary Medicine, v. 37, n. Supl. 1, p. 81- 84, 2015. Monteiro, Silvia Gonzalez. Parasitologia na Medicina Veterinária / Silvia Gonzalez Monteiro. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Roca, 2017 Moya-Borja G.E. Erradicação ou Manejo Integrado das Miíases Neotro-picais das Américas? Pesquisa Veterinária Brasileira,32:131-138, 2003. Acesso em 27 mai 2021. SPINOSA, H.S. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. Guanabara Koogan, 6ª edição. Rio de Janeiro, 2017. 09 Se liga nos termos! 00
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