Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mariana Freitas – 1º semestre PINESC 1 Conceito Lançada em 2003, a Política Nacional de Humanização busca por em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. Estimula a comunicação entre funcionários de saúde (gestores, trabalhadores e usuários) para evitar relações de poder que muitas vezes produzem atitudes e práticas desumanas que inibem a autonomia dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no cuidado de si. Assim, a PNH conta com equipes regionais de apoiadores que se articulam às secretarias estaduais e municipais de saúde, a partir daí se constroem os planos de ação para promover e disseminar as inovações nos modos de fazer saúde. Método Aposta na inclusão de trabalhadores, usuários e gestores na produção e gestão do cuidado e dos processos de trabalho, ou seja, esses três são o motor que provocam a mudança. Assim, é necessário fazer a inclusão das diferenças no processo de gestão e cuidado, que são construídas de forma coletiva e compartilhada. Para isso, são realizadas rodas de conversas, incentivo às redes e movimentos sociais e a gestão dos conflitos gerados pela inclusão das diferenças, além disso, incluir os trabalhadores é fundamental para que eles reinventem seus processos de trabalho e sejam agentes ativos das mudanças nos serviços de saúde, da forma que incluir os usuários é necessário para a ampliação da corresponsabilização no cuidado de si. Princípios Transversalidade: Deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS, para promover a ampliação do grau de contato com as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas. Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido. Indissociabilidade entre atenção e gestão: As decisões da gestão interferem diretamente na atenção à saúde, por isso, trabalhadores e usuários devem conhecer o gestor da rede de saúde, assim como participar ativamente no processo de tomada de decisão e nas ações da saúde coletiva, dessa forma, o cuidado também está nas mãos do usuário, que deve se corresponsabilizar pelo cuidado de si nos tratamentos. Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos: Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de direitos e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde, por isso, os usuários não são só pacientes e os trabalhadores não só cumprem ordens. Diretrizes A PNH atua a partir de orientações clínicas, éticas e políticas, que se traduzem em determinados arranjos de trabalho. Acolhimento: Acolher é reconhecer que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde, por isso, o acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes e serviços com usuários e populações. Dessa forma, o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalhos e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes, Mariana Freitas – 1º semestre PINESC 2 trabalhadores e usuário com a sua rede socioafetiva (acolhimento pela equipe de referência do usuário, equipe de acolhimento do dia, acolhimento misto, acolhimento coletivo). Para que isso seja realizado, deve ser feito o método clínico centrado no paciente com uma escuta qualificada oferecida pelos trabalhadores às necessidades do usuário, ampliando a efetividade das práticas de saúde e assegurando que todos sejam atendidos com prioridades, por exemplo, a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco. Gestão participativa e cogestão: Trata-se da inclusão de novos usuários sujeitos nos processos de análise e decisão, além da ampliação das tarefas da gestão (que se transforma também em um lugar de formulação de pactuação de tarefas e de aprendizado coletivo). Para isso, a organização e experimentação de rodas de conversa é uma importante orientação da cogestão, de modo que favoreçam a mudança nas práticas de gestão e atenção. Assim, existem dois grupos de dispositivos de cogestão: aqueles que dizem respeito à organização de um espaço coletivo de gestão e aqueles que se referem aos mecanismos que garantem a participação ativa de usuários e familiares no cotidiano das unidades. Ambiência: É necessário criar espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis que respeitem a privacidade, melhorem o processo de trabalho e sejam lugares de encontros entre as pessoas. Para isso, ocorre a discussão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores. Clínica ampliada e compartilhada: É uma ferramenta teórica e prática cuja finalidade é contribuir para uma abordagem clínica do adoecimento e do sofrimento, que se considere a singularidade do sujeito e a complexidade do processo saúde-doença (afeto nas relações), por isso, permite o enfrentamento da fragmentação do conhecimento e das ações de saúde e seus respectivos danos e ineficácia. Para isso, são utilizados recursos que permitem o enriquecimento dos diagnósticos e a qualificação do diálogo, de modo a possibilitar decisões compartilhadas e compromissadas com a autonomia e a saúde dos usuários do SUS. Valorização do trabalhador: É importante dar visibilidade à experiência dos trabalhadores e inclui-los na tomada de decisão, de modo que os envolva em programas de formação e capacitação. Para isso, o Programa de Formação em Saúde e Trabalho e a Comunidade Ampliada são possibilidades que tornam possível o diálogo, intervenção e análise, além disso, também é necessária sua inclusão nos espaços de gestão. Defesa dos direitos dos usuários: Os usuários possuem direitos garantidos por leis e os serviços de saúde devem incentivar o conhecimento destes e assegurar que eles sejam cumpridos. Para isso, todo cidadão tem direito que uma equipe cuide dele, de ser informado sobre sua situação de saúde. Rede HumanizaSUS É um portal colaborativo para a produção e difusão de informações em humanização de saúde entre gestores e trabalhadores da saúde, pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes áreas, todos com um interesse comum: conhecer melhor e colocar na roda de conversa virtual o tema da humanização. Dessa forma, a Rede HumanizaSUS abre espaço para o protagonismo de seus participantes possibilitando o compartilhamento de vivências, desafios e uma série de formas de conhecimento produzido por humanização que integram a história da PNH. Mariana Freitas
Compartilhar