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Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 1 Exame psíquico 1. Impressão geral 2. Consciência 3. Atenção 4. Orientação 5. Sensopercepção 6. Memória 7. Inteligência 8. Pensamento 9. Afetividade, humor e condições emocionais 10. Vontade 11. Psicomotricidade Impressão geral É a primeira impressão do paciente e como ele se apresenta no primeiro momento. Por isso, serão analisados itens como: Como se apresenta? Faz contato de modo tímido ou não? Senta-se na cadeira de modo tranquilo ou tenso? Se movimenta constantemente na cadeira? Como é sua postura e atitude durante a entrevista? Como estão as vestes? Como está o asseio pessoal? Usa maquiagem ou não? É silencioso ou falante? Expressa tristeza, alegria, indiferença, medo, ansiedade? Como é o aperto de mão? Isso é necessário porque algumas vezes a alteração psíquica fica logo evidente, ou pode levantar suspeitas, que serão aprofundadas nas próximas etapas. Consciência A consciência é o conhecimento que temos de nós mesmos. O nível de consciência refere-se ao estado de alerta e de consciência do indivíduo em relação ao meio ambiente. Para fazer essa análise, observa-se os seguintes itens: Expressão fisionômica sonolenta, com tendência de fechar os olhos Desinteresse frente ao mundo externo Dificuldade de manter a atenção Diminuição da capacidade de concentração Desorientação Incoerência das ideias Incapacidade de memorizar Pensamento lento Incapacidade de raciocinar Além disso, verificar se o paciente está obnubilado (estado de apatia, onde o paciente encontra-se com pensamento lento e obscuro) ou torposo (o paciente apresenta sonolência patológica com prejuízo da consciência, mas da qual o paciente pode ser despertado). Existem também as alterações qualitativas da consciência, que são: Estados crepusculares: Modo de alteração da consciência na qual a atividade mental permanece enfocada em um objeto ou grupo de objetos, sendo que por isso o paciente irá apresentar um olhar vago e atua como um autômato. Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 2 Confusão mental: Ocorre nos quadros de delirium, quando, além da diminuição do nível de consciência, há também alucinações e ilusões, provocando um estado parecido com o sonho, que misturam percepções reais com ideias fantásticas. Atenção É a capacidade de concentrar a atividade psíquica, durante determinado período, em uma tarefa ou atividade. A diminuição da atenção pode ocorrer por: O paciente pode estar tão voltado na sua vida interior que atende com dificuldade aos estímulos exteriores; O paciente pode estar desviando sua atenção de um ponto para outro, sem conseguir fixar- se em nenhum; O paciente pode estar focado em determinado ponto, mas apenas por poucos segundos Em estados maníacos tudo desperta a atenção, mas sua capacidade de concentração encontra-se bastante diminuída. A avaliação da atenção é feita basicamente pelo comportamento do paciente durante a entrevista, observando se ele consegue concentrar-se nas perguntas que lhe são feitas ou se ele se distrai com facilidade. O médico pode fazer testes simples como pedir ao paciente que lhe diga os meses do ano e os dias da semana em ordem inversa. Orientação Há dois tipos de orientação: Orientação autopsíquica: Capacidade de uma pessoa saber quem ela é Orientação temporoespacial: Capacidade da pessoa de localizar-se em tempo e espaço Durante a investigação da orientação, o comportamento e as informações que o paciente fornece ao longo da entrevista costumam ser suficientes, sem necessidade de um questionamento direto, mas caso haja dúvida, pede-se ao paciente para informar de onde ele veio ou como ele chegou ao local. Geralmente, a orientação temporal é a primeira a ser comprometida. Quando há desorientação espacial, geralmente, além de não saber em que local de encontra, o paciente desconhece por que está ali e pode tomar pessoas conhecidas como desconhecidas. A orientação psíquica em geral é a última a ser comprometida, sendo que o paciente não saberia informar seus dados pessoais. Dupla personalização: Ocorre em pacientes esquizofrênicos. Ao mesmo tempo que o paciente fornece corretamente seus dados de identidade, afirma, por exemplo, que é o presidente da república. Despersonalização: O paciente ainda sabe quem é, mas sente-se estranho; mudado; diferente. Desdobramento da personalidade: O paciente vivencia duas pessoas, duas personalidades, a sua e uma estranha. Perda do sentimento de existência: O paciente acha que partes do seu corpo não existem. Sensopercepção É a capacidade de uma pessoa apreender as impressões sensoriais, conferindo-lhes significado. Os principais transtornos da sensopercepção são: Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 3 Ilusão: São percepções deformadas e ocorre comumente em situações normais, como por exemplo a pessoa achar que foi chamada. Os estados de exaustão podem propiciar ilusões. Nos estados de tensão emocional podem surgir as ilusões catatímicas, nas quais o objeto é percebido deformado por influência das emoções. Alucinação: É a percepção sem objeto, ou seja, ouvir vozes que ninguém em volta está ouvindo, ver objetos ou figuras que não estão presentes, e assim por diante. o Alucinações auditivas o Alucinações visuais o Alucinações olfatórias e gustativas o Alucinações táteis o Alucinações hipnagógicas: São experiências visuais que podem ocorrer nas fases de transição entre vigília e sono. Memória É a capacidade recordar, ou seja, de reviver estados de consciência anteriores, de reconhece-los como tais e de localizá-los no tempo e no espaço. Memória de fixação: Capacidade registrar e fixar fatos e informações. Memória de evocação: Capacidade de retornar à consciência o que foi compreendido e conservado. Quando há alteração na memória, pode ocorrer: Hipermnésia: O aumento da memória que tem pouco valor semiológico, podendo eventualmente ocorrer em estados crepusculares epilépticos e em outros estados de exaltação emocional Amnésia de fixação: Incapacidade de recordar fatos recentes. Amnésia de evocação: Incapacidade de recordar fatos vivenciados há meses ou anos. Amnésia lacunar: Esquecimento de um ocorrido em determinado período de tempo, com boa capacidade de evocação para acontecimentos anteriores e posteriores a esse período. Inteligência É a capacidade de adaptar o pensamento às necessidades do momento presente ou de adquirir novos conhecimentos. Inteligência abstrata: Capacidade de compreender e lidar com ideias abstratas e símbolos Inteligência mecânica: Capacidade de compreender, inventar e manipular aparelhos Inteligência social: Capacidade de atuar adequadamente nas relações humanas e situações sociais A inteligência pode ser avaliada pela maneira que o paciente responde às perguntas do médico, por conhecimentos gerais e seu vocabulário, sempre de acordo com idade, nível de escolaridade e condições socioculturais. Pensamento É o conjunto de funções integrativas capazes de associar conhecimentos novos e antigos , de integrar os estímulos internos e externos, de analisar, abstrair, sintetizar, bem como criar. No funcionamento do pensamento, outras funções estão envolvidas como consciência, orientação, atenção, memória, inteligência e etc. Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 4 Os transtornos do pensamento são observados por meio da linguagem, que nada mais é do que a expressão simbólica do pensamento destinada à comunicação. O pensamento que predomina em uma pessoa normal é o pensamento realista. Pensamento fantástico: O modo de pensar não segue a lógica e a realidade Pensamento inibido ou depressivo: Apresenta falta de material associativo, dificuldade dedesviar a atenção para estímulos exteriores Desagregação do pensamento: Associação de ideias sem vínculos de sentido entre si Concretismo reificante: As expressões abstratas permanecem, mas são utilizadas de maneira concreta Ambivalência: Coexistência de dois pensamentos contraditórios Perseveração ou iteração de ideias: Repetição frequente das mesmas ideias ou palavras Sonorização do pensamento: Todas as suas ideias têm um eco que chega aos demais Pensamento prolixo: Exagero de dados desnecessários e acessórios Pensamento oligofrênico: Pobreza de vocabulário Pensamento demencial: Deterioração intelectual Afetividade, humor e condições emocionais A afetividade abrange o humor ou estado de ânimo, os sentimentos, as emoções e as paixões. As principais alterações da afetividade são: Ansiedade: Sensação próxima ao medo, mas que se aplica a um perigo vago, mas não concreto, inespecífico. Depressão: Tristeza profunda e sem motivo aparente, a qual se acompanha de inibição ou lentidão dos processos psíquicos Euforia: O paciente encontra-se excessivamente alegre, otimista, com profunda sensação de bem-estar, mas esta alegria é imotivada e sem razão Indiferença: Ocorre em pacientes deprimidos, que podem chegar a ter completo desinteresse pelo mundo externo Labilidade afetiva: Rápidas mudanças de um estado afetivo para outro Incongruência afetiva: Resposta emocional inadequada a um relato de situação (o paciente ri em uma cena trágica) Incontinência afetiva: O paciente ri ou chora por longos períodos de tempo, sem controle, diante de pequeno, ou nenhum estímulo Vontade É a disposição que uma pessoa tem para uma ação, a partir de uma escolha ou decisão sua. O paciente deprimido normalmente relata perda de vontade. Em pacientes esquizofrênicos, a vontade pode estar comprometida em nível de iniciativa (pragmatismo). Além disso, esses pacientes também podem apresentar outros transtornos da vontade, bastante sugestivos da doença, como: Automatismo ao comando: O paciente obedece instantaneamente ao que lhe é mandado Ecolalia: O paciente repete por imitação tudo que lhe é perguntado Ecopraxia: O paciente repete os gestos, em vez de palavras Mariana Freitas – 3º semestre Habilidades Médicas 5 Psicomotricidade A vida psíquica do paciente tem a expressão objetiva no conjunto de seus gestos e movimentos, a que de nomina psicomotricidade. O aumento da psicomotricidade pode ocorrer em situações normais como atividade frenética de uma pessoa dinâmica, passando pela inquietação do ansioso e etc. A diminuição da psicomotricidade oferece um quadro oposto, pois há uma expressão pobre e parada. Um grau de extremo de diminuição da psicomotricidade é o estupor, em que há também uma diminuição da resposta aos estímulos dolorosos. Mariana Freitas
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