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ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA

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ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA 
 
Muito embora a transmissão dos bens aos 
sucessores seja automática, logo após a 
abertura da sucessão, faz-se necessário que o 
beneficiário aceite a herança. 
No Código Civil, no artigo 1.804, dispõe que a 
transmissão se torna definitiva com a 
aceitação da herança, mas tem-se por não 
verificada se houver renúncia. 
A aceitação da herança pode ser expressa 
ou tácita, considera-se expressa quando 
manifestada por declaração escrita, e tácita 
ou presumida, se resultante de atos próprios da 
qualidade de herdeiro. Infere-se aceitação 
tácita quando o herdeiro ingressa no processo 
para o efeito de acompanhar o inventário, 
manifesta-se sobre as declarações do 
inventariante, impugna valores, etc. 
Mas não exprimem aceitação da herança 
os atos meramente oficiosos, como o 
pagamento de despesas de funeral do falecido, 
e os atos meramente conservatórios, de 
administração ou guarda provisória dos bens. 
Igualmente, não importa aceitação a cessão 
gratuita, pura e simples, da herança, aos 
demais co-herdeiros, como expressa o artigo 
1.805, § 2o, do Código Civil. 
A formalização da renúncia da herança 
exige escritura pública ou termo judicial, não 
bastando, pois, mero escrito particular ou 
declaração sem a indispensável confirmação 
em Juízo. 
Tanto a aceitação quanto a renúncia da 
herança devem ser feitas de modo pleno e 
incondicional. Nos dizeres do caput do artigo 
1.808 do Código Civil, «não se pode aceitar ou 
renunciar a herança em parte, sob condição 
ou a termo». 
Ressalva-se, porém, a possibilidade de o 
herdeiro, que seja beneficiado em testamento, 
aceitar os legados e renunciar à herança, ou, 
vice-versa, aceitar só a herança, repudiando os 
legados. 
No mesmo tom, a lei faculta que o herdeiro 
chamado, na mesma sucessão, a mais de um 
quinhão hereditário, sob títulos sucessórios 
diversos, possa optar em aceitar ou renunciar 
a certos quinhões . 
Considera-se aceitação presumida a que 
decorre do transcurso do prazo fixado pelo 
juiz, sem que o interessado manifeste aceitação 
ou não da herança. 
Nesse sentido, estabelece o artigo 1.807 do 
Código Civil que «o interessado em que o 
herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, 
poderá, vinte dias depois de aberta a sucessão, 
requerer ao juiz prazo razoável, não maior de 
trinta dias, para, dentro dele, se pronunciar o 
herdeiro, sob pena de se haver a herança por 
aceita». 
Se o herdeiro vier a falecer, antes de 
declarar se aceita a herança, caberá aos seus 
herdeiros dizer sobre a aceitação, salvo em se 
tratando de vocação à herança vinculada a 
uma condição suspensiva ainda não 
verificada . 
Nesse caso, pode haver um dupla vocação 
hereditária, abrangendo aquela a que o 
falecido teria direito e, também, a herança 
constituída de outros bens próprios do falecido. 
Aos herdeiros do falecido antes da 
aceitação será facultado, então, conforme 
dispõe o parágrafo único do artigo 1.809, 
aceitar ou renunciar à primeira herança, 
desde que concordem em receber a segunda. 
Sendo menor o herdeiro, a aceitação da 
herança se faz por meio de seu representante 
legal. Tratando-se de tutelado, a aceitação 
será cumprida pelo tutor, mas na pendência de 
autorização do juiz . 
Observa-se que a lei menciona apenas o ato 
de aceitar heranças, legados ou doações, mas 
não estabelece a mesma exigência de 
autorização judicial para a renúncia da 
herança. 
Não obstante a omissão do legislador, 
entende-se que, pelos mesmos motivos que 
informam o requisito para o ato de aceitação, 
também na renúncia, que pode ter repercussões 
negativas para o patrimônio do tutelado, 
exigível se torna autorização judicial para que 
o tutor expresse aquele ato abdicativo, relativa 
a atos de disposição sobre bens dos filhos, que 
ultrapassem os limites da mera administração. 
A renúncia da herança, conforme já 
afirmado, deve ser expressa, mediante 
escritura pública, ou termo judicial. A regra é 
de que não se admite renúncia tácita. 
Na sucessão testamentária, porém, se o 
herdeiro ou legatário não cumpre o encargo 
de entrega de sua propriedade a outrem, 
entender-se-á que renunciou à herança ou ao 
legado. 
A renúncia é negócio jurídico unilateral, 
pelo qual o herdeiro declara não aceitar a 
herança. Não é de caráter translativo, mas 
abdicativo. Assim, não importa em 
transmissão de bens ou direitos, nem se 
confunde com a cessão da herança. 
Distingue-se, também, da desistência, que 
sobrevém ao ato de aceitação da herança. 
Por ser de caráter abdicativo, e não translativo 
de direitos, a renúncia pura e simples constitui 
ato pessoal do herdeiro, que não demanda 
outorga uxória. 
Mas a questão não é tranquila, a saber se 
exigível o consentimento do cônjuge para 
efetivação da renúncia da herança por 
herdeiro casado. Forte corrente doutrinária, 
baseando-se no fato de que a sucessão aberta 
se considera bem imóvel, e que atos de 
alienação de imóvel exigem a anuência do 
cônjuge , exceto no caso de regime de 
separação absoluta de bens , ou quando houver 
estipulação expressa no caso do regime da 
participação final nos aquestos . 
Também na sucessão testamentária, se um 
dos herdeiros renunciar à herança, acrescerá 
o seu quinhão à parte dos co-herdeiros ou co-
legatários conjuntos, salvo o direito de 
eventual substituto nomeado pelo testador . 
Não se aplica o direito de acrescer, 
contudo, se se tratar de renúncia imprópria ou 
translativa, que se confunde com cessão de 
direitos hereditários, a benefício de terceiro. 
Dispõe, o artigo 1.812 do Código Civil, que 
são irrevogáveis os atos de aceitação ou de 
renúncia da herança. Não se afasta, contudo, 
a possibilidade de anulação desses atos nos 
casos de violência, erro, dolo e fraude, como 
permitido com relação aos demais atos 
jurídicos. 
 
 
Referência Bibliográfica: 
 
Oliveira, Euclides Benedito de Inventários e 
partilhas : direito das sucessões : teoria e 
prática / Euclides Benedito de Oliveira, 
Sebastião Luiz Amorim. -- 23. ed. rev. e atual. -
- São Paulo : Livraria e Editora Universitária 
de Direito, 2013.

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