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MECANISMOS DA CONTRAÇÃO MUSCULAR → TEORIA DOS FILAMENTOS DESLIZANTES - proposto por Huxley, AF (1957) - actina desliza sobre a cabeça da miosina - geração de um PA por um motoneurônio (motoneurônio alfa, localizado no corno anterior da ME) → propagação pelo SNP até chegar no terminal axonal de uma fibra muscular → liberação de acetilcolina - acetilcolina se liga a receptores nicotínicos e gera PA (por meio das fendas sub-neurais) no sarcolema - PA bidirecional e “penetra” no interior das fibras musculares (pelos túbulos T) - quando esse PA trafega pelos túbulos T, há o estímulo necessário para a liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático - tal íon tem ação nas miofibrilas contráteis → contração muscular → ação na subunidade C da troponina - esta desloca a tropomiosina e libera os sítios de ligação da actina/cabeça da miosina cabeça da miosina traciona a actina para a região central do sarcômero - a miosina está acoplada ao ATP (no sítio hidrolítico do ATP) - quando ligada à actina, esse ATP é hidrolisado → isso permite o movimento da cabeça da miosina (e consequentemente da actina) - é necessário que outra molécula de ATP se ligue à cabeça da miosina para que haja novamente o movimento (se houver disponibilidade de cálcio para a troponina) → linhas Z se aproximam na contração → IMPORTÂNCIA DO CÁLCIO COMO OCORRE A LIBERAÇÃO DE Ca++ - acetilcolina age sobre os receptores nicotínicos → PA é trafegado até as fendas sub-neurais → estas ativam os potenciais de placa motora que vão gerar as despolarização → propagação bidirecional - PA carreado para o interior dos túbulos T → ativação/estímulo ao receptor de dihidropiridina - está acoplado ao receptor de rianodina (portão para o cálcio - para que ele seja liberado) - receptor de rianodina ativo → mudança conformacional → abertura dos canais de cálcio (retículo sarcoplasmático) → cálcio vai agir na troponina obs. quando o cálcio já foi utilizado para a contração, ele não pode ficar livre no sarcoplasma, precisa ser armazenado novamente → por meio da bomba de cálcio do retículo sarcoplasmático → bombeamento do cálcio para o interior do RS - cálcio fica no RS ligado a outras proteínas (proteínas ligantes de cálcio - ex. calsequestrina) → FONTES DE ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR ATP - a hidrólise do ATP faz com que a cabeça da miosina tracione a actina para a região central do sarcômero → pontes cruzadas puxam filamentos de actina - funcionamento das bombas de cálcio (retículo sarcoplasmático) após o término da contração - funcionamento do bombeamento de Na+ e K+ - manutenção de ambiente iônico para a propagação do PA obs. rigor mortis (rigidez cadavérica) - dada pois não há mais a produção de ATP - a cabeça de miosina se liga à actina, promove a última contração e não há mais ATP para se ligar à cabeça da miosina e liberar a miosina do seu sítio de ligação com a actina → a miosina fica fortemente ligada à actina se não houver ATP para "iniciar" o movimento de novo e levar a miosina à sua posição original - não dura para sempre - degradação das proteínas contráteis → musculatura volta e fica mais flácida ANAEROBIOSE - glicólise anaeróbia - glicólise do glicogênio armazenado nas céls musculares → energia para a conversão de ADP em ATP - atividade de curta duração (minutos) Atividade de mais curta duração ainda - estoques de creatina fosfato primeiros estoques a serem acabados/utilizados no início de qualquer atividade → creatina fosfato se liga ao ADP - creatina quinase libera o fosfato da creatina → formação de ATP para a transformação de energia muscular Quando esses estoques chegam ao fim → tem-se a glicólise anaeróbia AEROBIOSE - METABOLISMO OXIDATIVO - combinação de O2 com produtos finais da glicólise e nutrientes celulares (carboidratos, lipídeos e proteínas) = ATP - atividade de longa duração (horas) SISTEMA NERVOSO E CONTROLE DA ATIVIDADE MUSCULAR - contração muscular estriada esquelética - desenvolvida pelo SN somático → UNIDADE MOTORA (UM) - unidade básica neuromuscular - UM = motoneurônio presente na região anterior da ME que propaga seu PA através dos nervos motores periféricos até as fibras musculares - UM = um neurônio motor que inerva diversas fibras musculares - 250 milhões de fibras musculares para 420 mil nervos motores Pequenas unidades motoras são responsáveis por movimentos mais precisos - 1 motoneurônio enerva 10 fibras musculares - contração muscular mais específica - coordenação motora fina - ex. musculatura dos olhos Grandes unidades motoras são responsáveis por movimentos mais grosseiros - 1 motoneurônio enerva 150 fibras musculares - ex. musculatura do quadríceps → JUNÇÃO NEUROMUSCULAR - motoneurônio sai da região anterior da ME e lança seu axônio até a periferia para inervar as fibras musculares - JNM = terminação nervo-músculo (terminal axonal e fibra muscular) - motoneurônios da ME - fibras mielinizadas → PLACA MOTORA - FENDAS SUB- NEURAIS - terminal nervoso - regiões mais superficiais - receptor de acetilcolina → permite a entrada de sódio e a saída de potássio através da membrana muscular - PA trafega até as regiões mais internas das fendas sub-neurais, onde há um canal de sódio dependente de voltagem → despolarização da fibra muscular obs. as fendas sub-neurais não são iguais aos túbulos T - fendas sub-neurais = invaginações no terminal axonal → contém receptores de acetilcolina e canais de sódio dependentes de voltagem POTENCIAL DA PLACA MOTORA → vários PA precisam chegar à placa motora para atingir o limiar de excitabilidade → POTENCIAIS DE PLACA MOTORA geram esses PA específicos (escadinha) → limiar atingido → PA propagado por toda a fibra muscular ACETILCOLINA - síntese: colina acetiltransferase (ChAT) → a colina acetiltransferase pega a parte acetil de Acetil-CoA + colina e transforma em acetilcolina → a acetilcolina é transportada para o interior das vesículas (transportador vesicular de acetilcolina) → quando o PA chega ao terminal pré- sináptico, as vesículas se fundem à membrana pré-sináptica → liberação da acetilcolina → acetilcolinesterase - cliva a acetilcolina → a parte colina pode ser transportada novamente para o interior da fibra (transportador de colina) - degradação: acetilcolinesterase (AChE) - receptores: → muscarínicos (metabotrópicos) - junções neuroefetoras parassimpáticas musculatura estriada cardíaca → nicotínicos (ionotrópicos) - placa motora → gânglios simpáticos e parassimpáticos musculatura estriada esquelética A acetilcolina age principalmente nos receptores nicotínicos (ionotrópicos) - que são os receptores que estão presentes nas fibras musculares esqueléticas ALTERAÇÕES DA NEUROTRANSMISSÃO COLINÉRGICA → RECEPTORES AGONISTAS COLINÉRGICOS - estimulam os receptores; desenvolvem a mesma ação da acetilcolina (entrada de sódio no interior da cél) COLINOMIMÉTICOS - nicotina - muscarina ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS - efeitos contrários ao da acetilcolina - substâncias curariformes (curare) - atropina - age em receptores metabotrópicos Algumas moléculas podem afetar a liberação ou a degradação de acetilcolina → menor liberação toxina botulínica - cliva proteínas envolvidas na exocitose (SNAREs - responsáveis pela fixação das vesículas de neurotransmissores na membrana pré-sináptica; sensíveis ao cálcio) → impede que a acetilcolina seja liberada → anticolinesterásicos neostigmina - inibe a acetilcolinesterase → acetilcolina permanece por um maior tempo na fenda sináptica → inibição da síntese hemicolínio - inibe a atividade do transportador de colina (para o interior da cél) EVENTOS ELÉTRICOS DA CONTRAÇÃO MUSCULAR - período de latência (desde o início do PA gerado no terminal axonal)- precede a contração muscular - contração muscular - relaxamento muscular → TÉTANO/CONTRAÇÃO TETÂNICA - não é a patologia → força muscular gerada dependente dos estímulos elétricos provenientes do motoneurônio apenas 1 estímulo = 1 PA → contração muscular pequena → logo tem-se o relaxamento → contração tetânica: perfeita (fisiológica) resultante de uma série de PA proveniente do motoneurônio- alfa sem que o músculo relaxe, os estímulos continuam chegando no músculo até gerar essa contração tetânica - resulta de uma frequência rápida (menor tempo entre cada estímulo), existindo ainda tensão na fibra quando ocorrer o próximo estímulo - um estímulo continuado manterá a tensão no músculo alta até que ocorra a fadiga FADIGA MUSCULAR - condição em que o músculo não é mais capaz de gerar ou sustentar a produção de potência esperada - causas: → depleção de glicogênio - sem estoques → aumento de fosfato inorgânico - Pi livre → sem uma das fontes iniciais para gerar a contração muscular (creatina fosfato) creatina fosfato está sendo muito utilizada e o Pi está livre → redução na [K+] na fibra muscular - alteração do potencial elétrico → fadiga central - de tanta contração muscular e esforço gerado, essa contração muscular não é mais executada devido a diminuição da liberação de acetilcolina foi utilizada tanta acetilcolina que os terminais sinápticos não conseguem mais liberar acetilcolina (síntese) → metabolismo aeróbio - acúmulo de ácido láctico TIPOS DE CONTRAÇÃO → ISOMÉTRICA - não ocorre movimento articular - a inserção muscular não se aproxima da origem - manutenção da contração - ex. postura em pé (contração do quadríceps), peso na mão... → ISOTÔNICA - movimento articular - dois tipos: → CONCÊNTRICA (flexão) - quando a inserção se aproxima da origem muscular levantar o peso na mão → EXCÊNTRICA (excêntrica) - quando o músculo é estirado para diminui a velocidade de extensão do cotovelo no levantamento do peso da mão HETEROGENEIDADE DAS FIBRAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS → TIPO I: FÁSICAS (BRANCAS) MÚSCULOS FÁSICOS - maior porcentagem de fibras brancas - mais superficiais - movimentos rápidos - anaeróbios - menor número de mitocôndrias → menor aporte sanguíneo → TIPO II: TÔNICAS (VERMELHAS) MÚSCULOS TÔNICOS - maior porcentagem de fibras vermelhas - alta quantidade de mioglobina - mais profundos - postura e estabilidade - aeróbios - grande número de mitocôndrias → recebe um maior aporte sanguíneo obs. não existe músculo exclusivamente fásico ou tônico → mistura de fibras com proporções diferentes entre os músculos → fibras fásicas - mais facilmente hipertrofiadas (contração rápida) MÚSCULO CARDÍACO 3 tipos de músculos: → MÚSCULO ATRIAL → MÚSCULO VENTRICULAR Tanto a musculatura atrial quanto a ventricular possuem contração similar à dos músculos esqueléticos, com duração muito maior → FIBRAS ESPECIALIZADAS EXCITATÓRIAS E CONDUTORAS - conseguem se autodespolarizar → nó sinoatrial e atrioventricular, fibras de Purkinje - contraem-se fracamente por conterem poucas fibras contráteis, mas apresentam descargas elétricas rítmicas automáticas, na forma de PA, representando um sistema excitatório que controla os batimentos cardíacos → ORGANIZAÇÃO - arranjo em fibras em treliça, dividindo- se e recombinando-se novamente - miofibrilas típicas - actina e miosina (sarcômero) - discos intercalados - junções abertas entre as fibras musculares que permitem a passagem de íons durante o PA MÚSCULO CARDÍACO vs ESQUELÉTICO → ESQUELÉTICO - PA gerado quase que inteiramente pela abertura de canais de Na+ - o Ca2+ que ativa a contração muscular é proveniente do retículo sarcoplasmático → CARDÍACO - PA gerado por dois tipos de canais: → os mesmos canais de Na+ → canais lentos de Ca2+ ou canais de cálcio-sódio também permanecem mais tempo abertos MÚSCULO LISO - proporção actina/miosina diferente da musculatura estriada esquelética - não há túbulos T - retículo sarcoplasmático menor que o do músculo esquelético
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