Aquarela na Prática

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Materiais, técnicas e projetos
Curtis Tappenden
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18 12,7 cm, 208 páginas
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DE TÉCNICAS DE DESENHO URBANO
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Aquarela na prática
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A aquarela está vivendo um auge sem precedentes. O que 
antes era visto apenas como uma entre tantas técnicas 
artísticas se converteu, nos últimos anos, provavelmente 
graças ao fenômeno do urban sketching, em uma linguagem 
com a qual cada vez mais interessados retratam seu 
entorno cotidiano. No entanto, mesmo que elementos 
como o acaso e a surpresa façam parte da essência da 
aquarela, conhecer suas técnicas e seus princípios 
fundamentais é de extrema importância. Que papel é o 
mais recomendado para pinturas com aquarela? Que tipo 
de tinta deve ser usado? Quais são os traços básicos 
da aquarela? Como trabalhar a luz do sol? Como dispor 
os elementos primordais de uma composição? Com base em 
breves fichas explicativas, esta introdução prática à 
aquarela, apresenta os aspetos fundamentais dessa 
técnica e alguns princípios de composição visual. 
Enfim, um pequeno grande livro que o ajudará a dar 
vazão ao aquarelista que existe dentro de você.
CURTIS TAPPENDEN é pintor, poeta, 
artista performático e escritor. 
Trabalhou como ilustrador para o ramo 
editorial e é autor de mais de vinte 
títulos sobre desenho, pintura e 
design gráfico. Leciona na University 
for the Creative Arts de Kent e Surrey 
e já teve sua obra artística exposta 
em diversas galerias do Reino Unido.
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Materiais, técnicas e projetos
Curtis Tappenden
Aquarela na prática
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Título original: Practical Watercolours. Materials, Techniques 
& Projects. Publicado originariamente por Ivy Press em 2015
Projeto gráfico: Clare Barber
Pesquisa iconográfica: Vanessa Fletcher
Tradução: Mariana Bandarra 
Preparação de texto: Maria Luisa de Abreu Lima Paz
Revisão de texto: Grace Mosquera Clemente
Design da capa: Toni Cabré/Editorial Gustavo Gili, SL
Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou 
transformação desta obra só pode ser realizada com a autorização 
expressa de seus titulares, salvo exceção prevista pela lei. Caso 
seja necessário reproduzir algum trecho desta obra, seja por meio de 
fotocópia, digitalização ou transcrição, entrar em contato com a Editora.
A Editora não se pronuncia, expressa ou implicitamente, a respeito da 
acuidade das informações contidas neste livro e não assume qualquer 
responsabilidade legal em caso de erros ou omissões.
© da tradução: Mariana Bandarra 
© do texto: Ivy Press, 2002
© das ilustrações: Curtis Tappenden, 2002
para a edição em português:
© Editorial Gustavo Gili, SL, Barcelona, 2016
Impresso na China
ISBN:978-85-8452-046-6
Editorial Gustavo Gili, SL
Via Laietana, 47 2o, 08003 Barcelona, Espanha. Tel. (+34) 93 3228161
Editora G. Gili, Ltda
Av. José Maria de Faria, 470, Sala 103, Lapa de Baixo
CEP: 05038-190, São Paulo-SP, Brasil. Tel. (+55) (11) 3611 2443
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 Tappenden, Curtis
 Aquarela na prática : materiais, técnicas e
 projetos / Curtis Tappenden ; [tradução Mariana 
 Bandarra]. -- São Paulo : Gustavo Gili, 2016.
 Título original: Practical watercolours :
 materials, techniques & projects.
 ISBN:978-85-8452-046-6
 1. Aquarela - Técnicas 2. Pintura - Técnicas
 I. Título.
 15-10298 CDD-751.422
 Índices para catálogo sistemático:
 1. Aquarela : Pinturas : Técnicas 751.422
Para Susanne
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Primeiros passos 7
Introdução às cores 23
Trabalhar em ambientes fechados 43 
Trabalhar ao ar livre 55 
Desenhar edificações 71 
Movimento 81
Cor 91
Luz 101
Esboços em qualquer lugar 111
Aprender com os outros 121
Desenvolver seu estilo próprio 129
Usar a memória e 
a imaginação 137
Índice 142 
Agradecimentos 144
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Registrar visualmente o mundo em que se vive é uma das 
formas de aprendizado mais desafiadoras e 
gratificantes. Há séculos, os artistas têm privilegiado 
a aquarela como uma técnica adequada para uso em 
cadernos de esboços. Além de ser um dos 
materiais mais convenientes para se trabalhar, 
ela é versátil e se adapta praticamente a 
qualquer estilo ou situação de pintura. Algumas 
aguadas reluzentes de cor já são o suficiente para dar 
vida a um esboço rápido feito a lápis ou caneta, e um 
desenho fluido feito a pincel pode capturar com 
facilidade a atmosfera do momento. Logo, você estará 
preenchendo pequenos cadernos de esboços com anotações 
de composição e ideias para pinturas maiores, registros 
instantâneos de suas viagens e estudos de objetos 
familiares ou lugares desconhecidos. Com um 
pouquinho de experiência no uso dessa 
técnica, você será capaz de olhar para os 
exemplos encontrados dentro ou fora deste 
livro e extrair informações práticas que 
o ajudarão em uma nova jornada visual.O
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PRIMEIROS PASSOS - UM CADERNO
DE ESBOÇOS EM AQUARELA
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Você pode pintar com aquarela em 
qualquer papel resistente o bastante para absorver uma grande 
quantidade de pigmento diluído. O efeito dependerá muito da qualidade 
e da textura do papel utilizado. Para obter os melhores resultados, 
utilize papéis especiais para aquarela, que, embora mais caros, 
conferem ao seu trabalho um visual satisfatório e profissional. Por 
incrível que pareça, seu sofisticado processo de fabricação mudou 
muito pouco desde o século xviii.
A espessura do papel é 
medida em gramas por 
metro quadrado (gsm ou 
g/m2), de modo que um 
papel de gramatura 128 é 
bastante fino e um papel 
de gramatura 640 é 
bastante espesso. Na hora 
de comprar, você pode 
escolher entre folhas 
soltas, blocos simples ou 
blocos com folhas presas 
nos quatro lados, que não 
precisam ser esticadas.
Sempre que comprar um 
papel novo, separe uma 
pequena tira e anote a 
marca, textura e 
gramatura do papel para 
futuras consultas.
ESPESSURA DO PAPEL
Os papéis coloridos 
exigem um método 
diferente de pintura, 
no qual os brancos 
precisam ser adicionados 
posteriormente.
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A ESCOLHA DO PAPEL
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* PAPEL-CARTÃO é o papel para 
aquarela mais barato. Sua 
superfície lisa e sua 
durabilidade fazem dele uma 
opção muito popular. A tinta 
é absorvida rapidamente.
* PAPEL PRENSADO A QUENTE 
sob rolos aquecidos por 
vapor. Sua superfície não é 
muito adequada para efeitos 
sutis, mas se presta a 
desenhos em traço e aguada.
* PAPEL PRENSADO A FRIO (C.P.) 
possui textura fina ou semiáspera 
quando prensado sob rolos frios, 
e permite trabalhar com grandes 
aguadas uniformes, texturas 
ásperas e detalhes finos em uma 
mesma folha.* PAPEL RUGOSO Como o nome 
sugere, possui uma textura que 
oferece resistência ao pincel. 
O pigmento preenche a superfície 
mais baixa do papel, criando 
um efeito salpicado acima. 
É difícil aplicar variedade 
de técnicas sobre ele.
* PAPÉIS ORIENTAIS e ORGÂNICOS, 
fabricados a partir de fontes 
vegetais, são altamente 
absorventes e ideais para 
experimentações.
* PAPÉIS ARTESANAIS são os 
de melhor qualidade, em geral 
produzidos a partir de linho 
puro. Tem um alto poder de 
absorção.
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Uma simples 
visita à loja de materiais 
de arte pode ser uma 
verdadeira revelação. 
Nas prateleiras, pilhas 
e mais pilhas de tubos, 
pincéis e lápis podem 
fazer com que você se 
sinta intimidado e sem 
saber o que comprar. 
Um bom conselho é 
comprar somente o que 
precisa e adquirir 
produtos da melhor 
qualidade possível.
AQUARELAS As vendidas em forma sólida são chamadas de pastilhas e vêm 
embaladas em estojos ou individualmente. Os tubos são excelentes quando 
você precisa misturar quantidades maiores de tinta, mas tenha em conta 
que as cores vibrantes e líquidas podem 
durar pouco, desbotando se forem 
expostas à luz direta do sol. 
GUACHE consiste em aquarela com um 
aditivo branco à base de zinco, que 
torna o pigmento uniforme e opaco. 
O processo de pintura com guache pode 
ser invertido, pintando-se do tom mais 
escuro para o mais claro, e é perfeito 
para acrescentar efeitos de luz ou 
trabalhar sobre papéis coloridos.
Fazer respingos com tinta guache nas horas vagas, 
usando a técnica molhado sobre molhado, pode ser 
inestimável para desenvolver suas habilidades.
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A ESCOLHA DOS 
MATERIAIS
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dos felinos domésticos 
com a leveza delicada 
das canetas de ponta 
sintética e aguadas 
discretas.
NANQUIM vem em frascos e está 
disponível em todas as cores. Ele 
serve para cobrir grandes áreas 
rapidamente. Com exceção do preto, 
tende a ser fugaz e não pode ser 
manipulado depois de seco.
LÁPIS AQUARELÁVEIS são solúveis em 
água. Quando molhado, o “grafite” se 
desfaz gradualmente em um pigmento 
que pode ser retrabalhado várias 
vezes, úmido ou seco. Esses lápis 
são úteis em viagens, para fazer 
esboços rápidos.
PASTEL OLEOSO, GIZ e LÁPIS DE CERA 
complementam a aquarela em técnicas 
com reserva, sendo usados como máscara 
para criar áreas resistentes ao pigmento.
CANETAS HIDROGRÁFICAS com 
ponta pincel ou ponta 
sintética, em geral 
não são à prova d’água, 
permitindo que as 
bordas definidas de 
um desenho possam 
ser suavizadas com 
um pincel, conferindo 
profundidade.
Sempre que possível, 
procure comprar materiais 
que tragam indicado no 
rótulo “qualidade 
profissional”, porque há 
uma diferença pronunciada 
na qualidade dos materiais 
de pintura.
Embora sejam mais caros, 
vale a pena investir 
nesses materiais, pois 
eles possuem pigmentos 
mais puros e são 
fabricados com uma 
qualidade superior. Seu 
trabalho sempre irá 
refletir suas escolhas.
DICA
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 Você pode escolher a partir de uma infinidade de 
ferramentas de pintura diferentes, cada qual projetada 
especificamente para uma determinada função. A abundante 
variedade 
de equipamentos facilita muito a vida do aquarelista. À m
edida que 
sua ambição for crescendo, talvez você queira acrescentar
 outros 
pincéis ao seu kit ou, quem sabe, uma paleta maior para m
isturar 
quantidades maiores de tinta. Seja lá o que decidir, esco
lha com 
cuidado para não comprar coisa errada.
Familiarize-se com os nomes dos pincéis e o tipo de cerdas 
de que cada 
um deles é feito. Os mais caros são os de marta, seguidos 
pelos de 
orelha de boi, esquilo, cerdas mistas e sintéticas. Na hora
 de 
escolher um pincel, certifique-se de que ele possa ser enro
lado em 
uma ponta fina quando umedecido. Se a ponta se dividir ou s
e o pincel 
não tiver elasticidade, ele não terá uma boa capacidade de 
reter a tinta e tampouco de produzir uma gama variada de 
pinceladas.
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FERRAMENTAS
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Guarde velhos pincéis de 
parede, escovas de dentes 
e pincéis de maquiagem, 
que podem ser utilizados 
para criar marcas visuais 
únicas. O artista Emil 
Nolde guardava seus 
velhos pincéis desgastados 
para criar marcas mais 
grosseiras. Por que não 
usá-los também para aplicar 
máscara líquida ou nanquim? 
CUIDADOS COM PINCÉIS Lave os pincéis em 
água morna com sabão e use os dedos para 
formar uma ponta. Se não tiver sabão à 
mão, saliva também serve! Nunca deixe os 
pincéis apoiados sobre as cerdas, pois 
isso fará com que percam sua forma.
OUTRAS FERRAMENTAS ÚTEIS Essas 
ferramentas incluem pequenas esponjas, 
borracha limpa-tipos, toalhas ou lenços de 
papel para “remover” a cor; uma pequena 
vela e um pouco de sal para criar áreas 
resistentes ao pigmento; e um secador de 
cabelos para poupar tempo na hora de 
secar as pinturas. Para cortar e arranhar 
o papel, utilize um estilete, lâmina de 
precisão ou bisturi. Tenha sempre consigo 
duas vasilhas com água – uma com água 
limpa e outra para lavar 
os pincéis.
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Contemplar a tradição perfeita 
da técnica “alla prima” (acertar da primeira vez) nos desenhos dos 
Velhos Mestres é uma coisa; aperfeiçoar nossa própria técnica é 
outra bem diferente. Aguadas naturais sobre desenhos leves e precisos 
a lápis e efeitos de luz obtidos com o brilho do próprio papel não 
são os únicos ingredientes necessários para um esboço de sucesso. 
A abordagem moderna da aquarela aceita também o emprego de formas 
menos convencionais de criar marcas visuais.
Dedique algum tempo para experimentar as técnicas sugeridas, bem como 
quaisquer outras técnicas que você possa imaginar. Não se preocupe 
em representar figuras conhecidas; em vez disso, concentre-se em 
criar marcas com um fim em si mesmas.
AGUADA MESCLADA EM AMARELO E AZUL 
AGUADAS DE VÁRIAS CORES EM MOLHADO 
SOBRE MOLHADO
AGUADA SIMPLES EM DEG
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MARCAS VISUAIS BÁSICAS
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AGUADASIMPLES EM DEG
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AGUADAS podem ser aplicadas em um mesmo 
tom ou passar de um tom para outro. 
Umedeça a área a ser pintada e misture 
cor suficiente para que sobre um pouco. 
Incline o papel e, rapidamente, aplique 
pinceladas horizontais para que as faixas 
de cor se espalhem por igual. Remova 
o excesso de água na parte inferior 
utilizando um pincel ou pano seco. 
PONTILHISMO envolve a aplicação de 
cores em pontos, que são percebidos 
como uma tonalidade pelo olho.
SFREGAZZO às vezes chamado de 
“esbatimento”, consiste em esfregar 
um pigmento praticamente seco sobre 
a superfície, em todas as direções.
DESENHO COM PINCEL SECO é uma técnica 
ideal para trabalhos detalhados. Consiste 
em desenhar com uma única cor, bem seca, 
usando um pincel de ponta fina.
MOLHADO SOBRE MOLHADO parte do princípio de que a aquarela 
se espalha naturalmente sobre uma superfície úmida. Usando essa 
técnica, você pode produzir maravilhosas misturas de cor sobre 
uma aguada anterior que ainda não secou. 
MOLHADO SOBRE SECO esta técnica forma uma borda totalmente 
translúcida, como uma marca d’água, permitindo ver a cor que foi 
aplicada por baixo. Trata-se de uma técnica excelente para definir 
uma forma específica.
TRAÇO E AGUADA é uma das principais técnicas usadas em esboços. 
A “espinha dorsal” de um desenho pode ser esboçada a lápis e nanquim 
e, em seguida, ter seu tom suavizado para ganhar corpo.
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* Uma combinação de molhado 
sobre molhado, molhado sobre 
seco e aguadas suaves em 
degradê foi usada para criar 
esta paisagem sensual e 
melancólica.
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