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PARACOCCIDIOIDOMICOSE (doença de lutz, blastomicose...) CONCEITO Micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Paracocidioides brasilienses. ETIOPATOGENIA E DINÂMICA DA INFECÇÃO Alterações em sua frequência, característica demográfica e distribuição geográfica. Não é uma doença de notificação compulsória, e por isso tem poucas informações sobre incidência. AGENTE ETIOLÓGICO E FATORES DE VIRULÊNCIA O dimorfismo do fungo está ligado a sua virulência devido à presença de carboidratos específicos, como -glucana, abundante na fase leveduriforme, ao contrário da fase miceliana, em que predomina um outro tipo de glucana. O primeiro tipo predomina nas cepas mais virulentas. O Pb sintetiza uma glicoproteína (gp43), usada no diagnóstico e provavelmente implicada na patogênese da micose por meio de sua ligação com a matriz extracelular do hospedeiro. A incidência mais alta em homens se deve, talvez, pela inibição, ocasionada pelo 17-estradiol, da conversão do Pb de micélio para levedura. Outros fatores de virulência são as substâncias indutoras da formação de granulomas e substâncias imunossupressoras liberadas pelas formas infectantes do fungo. FONTES DE INFECÇÃO E TRANSMISSÃO O homem é o HD, tatu é reservatório natural da PCM, eles tem distribuição geográfica semelhante a PCM. EPIDEMIOLOGIA Incidência, prevalência e mortalidade Os cálculos baseiam-se em relatos de inquéritos epidemiológicos e de séries de casos. Existem áreas com elevada endemicidade, onde a prevalência da infecção chega a mais de 50% da população. Nas áreas endêmicas os indivíduos começam a se infectar antes dos 10 anos de idade, alcançando o máximo de incremento de positividade dos 15 aos 19 anos de idade. Pode-se estimar que aproximadamente 10% da população do Brasil, da colômbia e da venezuela encontra-se infectada. A incidência anual da doença em áreas endêmicas foi estimada entre 3 e 4 casos novos por milhão até 1 a 3 casos novos por 100.000 habitantes. Em um período médio de 15 anos (1980-1995) a taxa de mortalidade anual foi de 1,487 óbito pode milhão de habitantes. A taxa de mortalidade chega a ser maior do que por leishmaniose. A região Centro-oeste apresenta o segundo coeficiente mais alto do país, depois da região Sul. Estudo semelhante no estado do Paraná, cobrindo o período de 1980-1998, apontou taxa de mortalidade média de 3,48 por milhão de habitantes. Distribuição geográfica É a micose sistêmica mais importante da América tropical, endêmica nas latitudes de 20N no México até 35S na Argentina. O Brasil conta com 80% dos casos relatados e a doença ocorre com mais frequência nas regiões Sudeste, Sul e Centro- Oeste. Embora casos na Amazônia sejam raros, o número vem aumentando recentemente com o aumento do desmatamento e das áreas de ocupação. Sexo e faixa etária Infecção adquirida nas primeiras duas décadas de vida, com pico entre 10 e 20 anos, mas a manifestação da doença ocorre frequentemente entre 30 e 50 anos, como reativação do endógeno latente. A razão de acometimento da PCM em adultos é de 9 homens para 1 mulher. Ocupação Profissões que entram em contato com o solo ou pessoas que entraram durante as duas primeiras décadas de vida. Normalmente esses pacientes aparecem décadas depois, quando já residem em área urbana Outros fatores de risco Alcolismo e tabagismo frequentemente associado, agravando a micose. Chama atenção também a desnutrição associada. PATOGENIA A PCM é adquirida pela inalação de propágulos infectantes. Os achados radiológicos representam forte evidência do envolvimento pulmonar na PCM, pois existe registro de PCM tipo juvenil, sem sinais e sinromas de acometimento respiratório, apresentando aspecto radiológico normal, com escarro positivo para P. Brasiliensis e de presença, em material de necrópsia, de pequenos granulomas pulmonares, de dimensões insuficientes para serem vistos radiologicamente. No Hospedeiro o fungo apresenta uma lesão primária, acompanhada de acometimento linfático satélite, complexo pulmonar-hilar ou tegumento e linfonodos satélites. Nesse momento pode ocorrer disseminação hematogênica, dando origem a focos metastáticos. Em seguida pode ocorrer progressão para doença, cura com formação de cicatrizes estéreis ou regressão com permanência de fungos viáveis em latência por longo período de tempo. A grande maioria dos indivíduos infectados evolui para a regressão espontânea, podendo ser diagnosticados pelo teste cutâneo com paracoccidioidina, que expressa reação de hipersensibilidade retardada a um antígeno polissacáride de P. Brasiliensis. As manifestações clínicas da doença podem surgir como progressão do complexo primário, reativação de focos quiescentes após um período de latência – reinfecção endógena – ou por reinfecção exógena. Formas disseminadas em pacientes jovens, que atingem principalmente o sistema reticuloendotelial (linfonodos, baço, fígado e medula óssea), caracterizam as formas agudas ou subagudas, tipo juvenis. Com frequência muito maior as manifestações de doença surgem em adultos atingindo principalmente os pulmões, as mucosas das vias respiratórias e digestivas superiores, pele e linfonodos cervicais. A progressão do estado de latência se dá por imunosupressão. IMUNOLOGIA A evolução para a cura espontânea ou disseminação entre o fungo e o hospedeiro dependem da interação fungo e hospedeiro. Depressão da resposta imune celular está relacionada para a evolução de formas graves, enquadrando-se no modelo bipolar (como a hanseníase) anérgico e hiperérgico. Além disso, há tendência progressiva de piora da resposta imune celular a partir da forma crônica. Pacientes graves têm poucos granulomas e muito fungo e pacientes com a forma crônica tem muito granuloma e pouco fungo. Essa disfunção do sistema imune parece estar envolvida com a presença de imunocomplexos circulantes interagindo com linfócitos T, anticorpos específicos, antígenos de Pb, mesmo em baixas concentrações, ou liberação de citocinas com efeitos inibidores. Nesses casos a resposta a testes cutâneos encontra-se diminuída, com queda significativa na relação de subpopulação de linfócitos CD4 e CD8. Resposta humoral ativa, principalmente IgG, IgA e IgE. Opsonização e ativação do sistema complemento, neutralizando toxinas ou inibindo a aderência do microorganismo às células do hospedeiro. Para verificação de reação de hipersensibilidade retardada utiliza-se um antígeno polissacáride, a paracocciodioidina, em teste intradérmico. Não tem valor diagnóstico, é apenas para estimar a prevalência. QUADRO CLÍNICO Influenciado pelo meio ambiente, pela patogenicidade do parasito e pela resposta imune do indivíduo. Infecção subclínica Ausência de sinais e sintomas da micose e teste intradérmico positivo. Achados de necropsia de nódulos pulmonares calcificados com P. Brasiliensis em seu interior, de pacientes que morreram de outras causas. Paracoccidioidomicose • Forma regressiva • Forma aguda ou subaguda (tipo juvenil) Maioria dos pacientes, após a disseminação hematogênica da infecção primária. Apresenta-se com manifestações extrapulmonares do acometimento do sistema fagociticomononuclear (baço, linfonodos, fígado, medula óssea), porém qualquer órgão pode ser atingido. Nas crianças na primeira década de vida as manifestações mais frequentes são síndrome do abdome agudo (acometimento de linfonodos) e quadros simulando linfomas (lifadenomegalias superficiais generalizadas). Os sinais e sintomas mais expressivos são: febre, emagrecimento, diarreia, tumefação abdominal, linfadenites superficiais e anemia. Volumosas linfadenomegalias muitas vezes necrosam e fistulam, drenando material purulento rico em fungos. Podem levar a síndromes obstrutivas diversas. A hepatoesplenomegalia é uma constante. O espessamento