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Alimentação Não Convencional

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1 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS - CSHNB 
CURSO DE BACHARELADO EM NUTRIÇÃO 
DISCIPLINA: NUTRIÇÃO E DIETÉTICA 
Profa. Msc. Márcia Luiza dos Santos Beserra Pessoa 
 
ALIMENTAÇÃO NÃO CONVENCIONAL 
“Fazei do alimento vosso remédio” (Hipócrates) 
 
1. Conceito: Alimentação adotada por uma parcela da população, com restrições quanto ao tipo e/ou origem do alimento a 
ser consumido e/ou com emprego de alimentos não habitualmente consumidos pela maioria da população. 
 
2. Causas: Diversas são as causas que motivam a utilização da alimentação tipo não convencional, dentre as quais: 
 
2.1. Moral: Os produtos de origem animal, em especial as carnes são considerados impuros, devendo os mesmos ser 
excluídos da alimentação. 
2.2. Filosófica: 
2.2.1. Superioridades dos vegetais: a alimentação deve ser constituída por vegetais, por serem alimentos 
superiores, uma vez que armazenam diretamente energia solar, fato que não ocorre com os animais, 
cuja obtenção desta energia, ocorre através do consumo dos vegetais. 
2.2.2. Não violência: a não utilização de produtos animais baseia-se no sentimento de compaixão pelos 
animais massacrados, pela não violência aos animais. 
2.3. Religiosa: A preservação de vida animal é um dogma básico para a transmigração da alma. 
2.4. Percepção de benefícios para a saúde: os alimentos de origem vegetal são mais saudáveis e previnem o 
surgimento de enfermidades. 
 
 
 
 
2.5. Rejeição pela sociedade de consumo: algumas pessoas passam a utilizar alimentação não convencional como 
forma de protesto e rejeição à sociedade de consumo e a todos os abusos, decorrentes do desenvolvimento, pelos 
quais pagamos caro. 
2.6. Modismo: As pessoas passam a utilizar algum tipo de alimentação, por espírito de imitação, sendo que, na maioria 
das vezes desconhece as implicações negativas para a saúde. 
2.7. Aspecto econômico: A exclusão de produtos de origem animal deve-se ao baixo poder aquisitivo da população, 
induzindo-a a consumir produtos vegetais e seus subprodutos, por serem mais acessíveis. 
2.8. Humanitária: A utilização de alimentação não convencional é uma forma de mostrar solidariedade com as pessoas 
do 3
o
 mundo, que não tem acesso adequado a todos os alimentos. 
2.9. Social: cerca de 80% do desmatamento se deve à pecuária e aproximadamente 7 kg de proteína vegetal são 
gastos para se obter 1 Kg de proteína animal 
2.10. A tomada universal de uma nova consciência ecológica 
 
3. Tipos: 
 
3.1. Vegetariana: Alimentação que tem como base os produtos de origem vegetal com ou sem adição de alguns 
produtos de origem animal. 
3.2. Hay: Consiste na utilização de alimentos de acordo com o seu valor nutritivo, considerando-se a predominância de 
nutrientes e/ou combinação dos mesmos. 
3.3. Enriquecida: Alimentação que utiliza produtos não habitualmente consumidos. 
3.4. Natural: Alimentação baseada em produtos cultivados organicamente, isentos de aditivos, fertilizantes e pesticidas. 
3.5. Kosher: “apropriado para comer, limpo”. 
 
4. Alimentação Vegetariana: 
 
4.1. Tipos (de acordo com o padrão protéico) 
 
 a) Vegetariana restrita: (pura, vegetariana, total, vegan) 
Dieta constituída exclusivamente por vegetais. Considerada a mais autêntica, por não admitir o consumo de 
nenhum produto de origem animal. Pode ser de dois tipos: 
-Vegetariana exclusiva comum: utiliza produtos industrializados; 
-Orgânico/integral: utiliza apenas os cereais integrais e outros alimentos naturais isentos de produtos 
químicos. 
Justificativa: Proteção à saúde; integração na natureza e no universo; necessidades espirituais e 
emocionais do indivíduo. (NATURAL) 
 
b) Lacto-vegetariana: 
Dieta constituída por vegetais, leite e derivados. 
 
c) Ovo-lacto-vegetariana: 
É uma modalidade mais liberal que admite o consumo de vegetais, ovo, leite e derivados. Os alimentos 
vegetais industrializados, o açúcar branco, as farinhas brancas não integrais, o sal refinado, etc., podem ser 
usados normalmente. 
“A renovada ênfase à promoção da saúde através da adoção de hábitos 
que previnam doenças crônicas, as grandes assassinas do homem 
moderno”. 
 
 2 
 
d) Semi-vegetariana: 
Dieta que exclui as carnes vermelhas, e inclui, na sua composição os vegetais, carnes brancas, produtos do 
mar, leite e derivados. 
 
4.2. Outras modalidades de alimentação vegetariana: 
 
a) Crudivorismo: Variação da alimentação vegetariana, com emprego de alimentos crus (a exceção do pão e 
do biscoito), pois acreditam que o verdadeiro alimento é aquele que se apresenta conforme a natureza o 
oferece. 
 - Os adeptos são naturistas que seguem a dieta em nome da ética, que engloba: dieta alimentar com 80% 
de frutas e hortaliças, 10% de proteínas (queijos, nozes), sementes, 2% de mel ou melado e 8% de cereais 
(trigo integral, aveia), exposição ao ar e ao sol; sono e vigília e uma disciplina de repouso e trabalho. 
- Os seguidores preferem: alimentos frescos, brotos, germinados, frutas, hortaliças e oleaginosas; e evitam: 
carnes de qualquer espécie, alimentos processados e refinados, laticínios, grãos de cereais, sal e açúcar. 
 
- Aspectos favoráveis: alimentos crus mantêm os nutrientes que poderiam ser destruídos ou modificados 
durante o cozimento. Evitam a leucocitose digestiva – aumento dos leucócitos no sangue após uma refeição 
- auxiliando na preservação do sistema imunológico, além de hortaliças restaurarem o equilíbrio ácido-
básico, de maneira mais rápida e efetiva. O cozimento parece potencializar os agrotóxicos, que se 
desintegram formando compostos cancerígenos. 
 
-Aspectos não favoráveis: A quantidade de proteína é insuficiente e não há evidências suficientes que 
assegurem a dieta crudista como ideal para o ser humano. 
 
b) Frugivorismo: Esta modalidade é adotada pelos vegetarianos mais radicais, que se alimentam apenas de 
frutas. Eles se baseiam no princípio de que as frutas são uma dádiva da natureza e constituem o mais 
perfeito tipo de alimento para o homem. Criticam o vegetarianismo comum alegando que o consumo de 
outros vegetais exige a morte de uma planta, o que não acontece quando se colhe uma fruta. Alguns 
admitem o cozimento eventual de certas frutas, mas de modo geral são crudivoristas também. 
 
c) Cerealismo: Este tipo de vegetarianismo é considerado o mais perfeito em termos filosóficos. Parte de um 
conceito próximo ao dos frugivorista, porém considera os cereais integrais pequenos frutos energéticos e 
mais concentrados que as frutas e, portanto, mais nutritivos. 
 Neste caso, o fogo (ou o cozimento) e o sal são vistos como recursos do homem, portador de 
inteligência, capaz de transformar os alimentos, tornando-o mais digestivos, mais assimiláveis e adaptados 
ao organismo humano. 
 
d) Higienista: A dieta higienista é rica em fibras, vitaminas e minerais. Os alimentos têm baixa taxa de gordura 
e são isentos de colesterol. A dieta é constituída por alimentos crus (vegetais e frutas), cereais integrais, 
leguminosas, combinados entre si. 
 A combinação correta dos alimentos tem o objetivo de melhorar o processo digestivo, diminuindo a 
produção de toxinas na digestão; melhorar a qualidade de vida; diminuir o risco de doenças associadas aos 
excessos alimentares, como obesidade, câncer e diabetes. 
 A base da alimentação é sempre saladas crua, acompanhada de apenas um grupo de alimentos: 
cereais, leguminosas, tubérculos e oleaginosas. O arroz (cereal) e o feijão (leguminosa) não combinam. 
 As frutas doces não devem ser misturadas com as ácidas, podendo ser consumidas juntamente com 
as semi- ácidas. 
 Carnes e outros produtos de origem animal não são permitidos. 
 A água é o único líquido consumido pelo higienista. A quantidade depende da necessidade de cada 
um. 
 Alimentos estimulantes como alho, pimenta, cebola e rabanete devem ser consumidos com 
moderação. 
 
Ritualda Refeição: 
 Preparar a salada com alimentos de várias cores para tornar o prato mais atraente. 
 Mastigar bem os alimentos. 
 Evitar ingestão de líquidos durante as refeições para não prejudicar a digestão. 
 Dar preferência aos vegetais e frutas da época. 
 Optar por temperos naturais como orégano, azeite de oliva e sal, em pouca quantidade. 
 Melão e melancia combinam entre si. Não devem ser consumidos juntamente com outras variedades de 
frutas. 
 Comer muitos vegetais e frutas cruas. 
 Fazer três refeições por dia. A refeição salgada pode ser substituída por um prato farto de frutas. 
 
4.3. Comunidades adeptas da alimentação vegetariana: 
 
a) Adventista do 7
o
 Dia 
 É um grupo evangélico conservador, originado nos Estados Unidos, cuja dieta varia de lacto a ovo- 
lacto- vegetariana. 
Existem produtos considerados proibidos, desaconselháveis e permitidos: 
 Produtos proibidos: carne suína e bebidas alcoólicas. 
 Produtos desaconselháveis: outras carnes (bovina, caprina, peixes, aves, etc); de terminados 
condimentos (pimenta); bebidas contendo cafeína e alimentos altamente refinados. 
 Produtos permitidos: alimentos com baixo teor de ácidos graxos saturados, alto teor de glicídios 
compostos e fibras. 
 
b) Macrobiótica (Zen Budismo): 
 3 
 Macrobiótica significa “vida longa” e é uma filosofia, modo de vida e alimentação que tem sua base 
na aplicação do princípio da dualidade yin-yang (forças negativas e positivas), cujo equilíbrio é considerado 
vital para a boa saúde, o excesso de um ou outro resulte no desequilíbrio orgânico (doença). 
 É um sistema alimentar que harmoniza as forças energéticas no homem. 
 
 Para atingir o equilíbrio orgânico algumas regras devem ser seguidas: 
 
 
 
Consumir: 
 Alimentos essenciais, alimentos de base: todos os cereais, sementes, frutas ricas em proteínas, sal marinho 
natural. 
 Alimentos complementares: produtos hortícolas selecionados (folhas, cenoura, rabanete, etc), leguminosas, 
ervas silvestres, frutas, algas, temperos preparados seguindo técnicas próprias. 
 Alimentos crescidos naturalmente, hortaliças da estação (utilizar as cascas), massa de sopa (missô) 
 Não consumir: 
 Condimentos (com exceção do sal natural, molhos macrobióticos). 
 Álcool e outros líquidos (a água deve ser substituída por chá). 
 Alimentos e/ou preparações na temperatura fria ou quente (exceto o chá que deve ser consumido em pequenas 
quantidades e em temperatura elevada). 
 Carnes, alimentos cultivados com adubos químicos que tenham sido protegidos por inseticidas. 
 
LEMBRETES: 
 
 Descobrir a quantidade mínima de água necessária à nossa sobrevivência. O corpo deve conter 75% de água, 
mas em geral contém 10% a mais. Para perder esses 10% excessivos é indispensável não ingerir bebidas 
alcoólicas. 
 Excluir o açúcar branco da alimentação. 
 Não ingerir alimentos em conserva, acrescidos de aditivos. 
 Limitar ao máximo a ingestão de líquidos. 
 Não usar produtos provenientes do reino animal: leite, ovos, queijo, manteiga. 
 A ingestão de frutos do mar e de carnes de animais selvagens é permitida na macrobiótica não radical. 
 Evitar a ingestão de alimentos “desequilibrados” como tomate, batata, pimentão, beringela, banana, abacate. 
 Evitar frutas cítricas e sucos de frutas, por serem considerados Yin. 
 O café, os temperos químicos, o vinagre e os corantes são proibidos. 
 Quanto às gorduras, somente o óleo de soja, gergelim e girassol. O óleo de oliva não é aconselhável. 
 Temperos adotados na macrobiótica: sal marinho, shoy-iú (molho de soja), missô (pasta de soja), gersal e 
ervas nativas. 
 Mastigar bem os alimentos ingeridos (30-50 vezes por porção). 
 Fazer as refeições em local agradável e em silêncio. 
 Não ingerir frutas e legumes fora da época (observar a sazonalidade dos alimentos). 
 A base da dieta macrobiótica está nos cereais. O feijão azuki, lentilha, aveia e soja, utilizados como 
complementos principais. 
 Legumes são considerados como temperos e usados em pouca quantidade. 
 Sopa em pequena quantidade e nunca diariamente (para evitar a ingestão excessiva de líquidos). 
 
 A alimentação macrobiótica é constituída por 10 (dez) planos dietéticos (-3, +7) cuja evolução de um plano 
para outro implica na eliminação de alimentos: 
 
 N
o
 -3  cereais (10%), vegetais (30%), sopa (10%), produtos animais (30%), frutas (15%) e sobremesas 
(5%). 
 N
o
 +7  100% cereais. 
 
 De acordo com o sistema macrobiótico existem 10 planos dietéticos, onde progressivamente se consegue 
atingir o estágio máximo de vida ( saúde e felicidade). 
 
ALIMENTO 
REGIME 
CEREAIS LEGUMES SOPA CARNE SALADA SOBREMESA BEBIDAS 
7 100% O menos possível 
6 90% 10% O menos possível 
5 80% 20% O menos possível 
4 70% 20% 10% O menos possível 
3 60% 30% 10% O menos possível 
2 50% 30% 10% 10% O menos possível 
1 40% 30% 10% 20% O menos possível 
-1 30% 30% 10% 20% O menos possível 
-2 20% 30% 10% 25% 10% 5% O menos possível 
-3 10% 30% 10% 30% 15% 5% O menos possível 
 
OBS: É interessante observar que o plano regime nº7 é usado para purificar o sangue de todos os elementos estranhos, 
repetido durante 10 dias seguidos, com cereais e chá diurético. Após esse regime que é aconselhável ser feito uma vez por 
ano, o indivíduo estará pronto para alimentar-se de tudo, mas equilibradamente. 
 
4.4. Leis da Alimentação Vegetariana: 
 Evitar gorduras excessivas (ex. manteiga, banha, margarina), evitar frituras. 
 Cereais industrializados ou produtos que contêm cereais devem ser abolidos e substituídos por cereais integrais. 
 Utilizar alimentos naturais (cereais integrais, feijões em geral, frutas e verduras cruas, sementes de gergelim e 
abóbora, azeitonas) 
 Consumir, em média, três refeições diárias. 
 4 
 Balancear as refeições da seguinte maneira: 
Desjejum: abundante e variado 
Almoço: Normal 
Jantar: utilizar alimentos de fácil digestão e várias horas antes de dormir. 
 Ingerir alimentos líquidos durante o dia inteiro, porém não gelados. 
 Evitar alimentos industrializados, pois contêm produtos químicos nocivos à saúde. 
 Não ingerir líquido algum durante as refeições, somente duas a três horas após a refeição ou meia hora antes das 
refeições. 
 Evitar o uso abusivo de doces, bolos que contêm muitas misturas ou alimentos muito açucarados. 
 No preparo de salada de frutas usar 2 a 3 variedades no máximo de frutas. 
 Substituir o açúcar branco, por mel, açúcar mascavo. 
 Não ingerir mais do que 4 ovos por semana (para evitar colesterol). 
 Não “beliscar” entre refeições. 
 Evitar o uso de vinagre, mostarda, pimenta, conservas, chá-mate ou chá preto, café, coca- cola ou bebidas 
gasosas, e bebidas alcoólicas (cerveja, licor, aguardente, vinho, etc.) 
 Evitar carnes, frios, linguiça, queijos, condimentos picantes ou gordurosos. 
 Ingerir sempre alimentos in natura no início de cada refeição. 
 Ingerir no mínimo 50% de alimentos crus diariamente. 
 Mastigar bem os alimentos (30 a 50 vezes por porção). 
 A refeição deve ser consumida em ambiente calmo e agradável. 
 Relaxar alguns minutos, principalmente após as principais refeições (almoço e jantar) 
 
 
 4.5 Implicações Nutricionais: 
 
 A utilização da alimentação vegetariana, dependendo do seu tipo, implicará em benefícios e riscos para a saúde. 
 
4.5.1. Benefícios: 
O vegetarianismo está associado à maior longevidade, redução do risco de algumas doenças: hipertensão arterial, 
doença isquêmica do coração, osteoporose, alguns tipos de câncer, acidente vascular cerebral e diabetes mellitus. 
Funcionamento intestinal regular e suficiente. Melhora a circulação nas paredes intestinais. Diminuição do 
colesterol. Baixo teor de gordura. Clareza e desenvolvimento mental. Maior economia, pois alimentos vegetais são mais 
baratos.Além disso, evita alguns males transmissíveis pelos alimentos (teníase, salmonelose), ingestão de hormônios 
(carnes), ingestão excessiva de produtos industrializados e guloseimas. 
 
4.5.2. Riscos: 
Quanto mais restrita for a alimentação, mais riscos para o organismo, como o desenvolvimento de doenças 
carenciais e baixa biodisponibilidade de nutrientes. 
 A dieta vegetariana vegan possui, até cinco vezes, maiores quantidades de fibras alimentares do que as dietas 
onívoras, além de menores teores de proteínas, e seu conteúdo de micronutrientes (iodo, selênio e vit. B12) é extremamente 
baixo. 
A deficiência de ferro é duas vezes mais frequente. Em relação ao cálcio, a inadequação é aparentemente 
problema para indivíduos vegans e macrobióticos. 
 É importante salientar que a macrobiótica pode promover anemia, hipoproteinemia, hipocalcemia e escorbuto, 
principalmente quando atinge o nível +7, podendo, também, levar a perda da função renal (pela restrição de líquido) e a 
morte do indivíduo. 
 
 
4.6. Normas de Planejamento: 
 As dietas vegetarianas devem ser planejadas segundo o princípio de nutrição, o que se torna difícil a 
partir do momento em que a seleção de alimento é mais restrita. 
a) Com relação ao valor calórico: 
 A alimentação deve fornecer quantidade suficiente de energia para a manutenção do peso teórico, para a 
execução do trabalho interno e externo do indivíduo. 
b) Com relação as proteínas: 
 Combinar adequadamente os alimentos a fim de fornecer ao organismo todos os aminoácidos essenciais. 
c) Com relação às vitaminas e minerais: 
 Vit. B12: para vegetarianos restritos utilizar alimentos fortificados em vitamina B12. 
 Vit. C e Fe: a alimentação deve ser rica em vit. C para facilitar a absorção do ferro não-heme, sendo 
necessário que a ingestão seja concomitante de fontes de vit. C, quando são ingeridas fontes de ferro não-heme, 
aumentando assim a sua biodisponibilidade. 
d) Outras recomendações: 
 Ficar atento para o conteúdo de fitatos e fibras presentes nos cereais integrais, que podem diminuir a 
absorção de cálcio, ferro e zinco. 
 Fracionar os vegetais (ralar, cortar triturar) para facilitar o processo digestivo. 
 Cozinhar os vegetais de modo a amolecer seus invólucros, facilitar-lhes a trituração, e permitir que seu 
conteúdo sofra ação de enzimas digestivas. 
 
 5. Hay: 
 A alimentação do tipo Hay consiste basicamente em 5 regras: 
 Amiláceos e açúcares não devem ser ingeridos com proteínas e frutas ácidas na mesma refeição. 
 Hortaliças e frutas devem compor a maior parte da dieta. 
 Proteínas, amiláceos e gorduras devem constar em pequenas quantidades. 
 Utilizar cereais integrais e amiláceos não processados. 
 Manter intervalos de 4 - 4:30 h entre refeições de itens diferentes. 
 
 5 
 Fundamentalmente, tal dieta procura, por meio de combinação, conseguir equilíbrio entre ácidos e álcalis. 
Recomenda-se a proporção de 20% de ácidos para 80% de alimentos alcalinos. 
 Como alimentos ácidos são citados: álcool, café, todos os amiláceos, açúcares, batatas, nozes, castanhas 
(exceto amêndoas) e fontes de proteína animal. São considerados alimentos alcalinos: todas as hortaliças, frutas, 
amêndoas, leite. Os óleos em geral, manteiga, creme e margarina são considerados como alimentos neutros. 
 Segundo o sistema, quando a combinação é perfeita, a digestão se faz harmoniosamente, a assimilação das 
proteínas, das vitaminas e dos minerais é ideal, a formação do material a ser excretado é adequada e a deposição de 
gorduras e de elementos tóxicos é mínima ou nenhuma. Exatamente o contrário ocorre com a ingestão de alimentos que 
não se combinam. 
 
 6. Enriquecida: (alternativa) 
 Consiste na utilização, além dos produtos convencionais, de alimentos não habitualmente consumidos, tais 
como: folhas, sementes, farelos. 
 Seria uma forma de resgatar e dar continuidade aos costumes de nossos antepassados, com o objetivo de 
aumentar o valor nutritivo e diminuir o custo da refeição, bem como, regionalizar o paladar. 
 
 7. Natural: (orgânico) 
 Alimentação considerada mais nutritiva e saudável pela ausência de aditivos, fertilizantes e pesticidas. 
 A alimentação natural é o uso de produtos que venham combater a ansiedade e o stress de cada dia. 
 Justificativa: 
 Proteção a saúde; integração na natureza e no universo; necessidades espirituais e emocionais do indivíduo. 
 
Alimentos Permitidos/Proibidos 
 
 Permitidos: cereais integrais, leguminosas, verduras, frutas e sal grosso. 
 Leite e derivados- são proibidos para uns e permitidos para outros quando usados com moderação. 
 Açúcar, biscoito e doce- idem 
 Carne- considerada como veneno para alguns; outros consomem em pequenas quantidades. 
 
Questionamentos: 
1. Existem alimentos orgânicos disponíveis, suficientemente, para atender a toda a população? 
2. Eles são financeiramente acessíveis? 
3. Os alimentos orgânicos têm melhor valor nutritivo do que os inorgânicos? 
4. Eles são seguros do ponto de vista de higiene? 
 
8. Kosher 
 São aqueles alimentos permitidos pela lei judaica. Possui como fundamentos dietéticos a separação entre 
alimentos preparados com leite e com carne. São considerados Kosher os mamíferos ruminantes de casco duro, apenas 
peixes que possuem escamas e barbatanas. Não são admitidos para consumo a gordura, tendões, parte traseira, vísceras e 
sangue dos animais.

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