Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
7a SÉRIE 8oANO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Caderno do Professor Volume 1 EDUCAÇÃO FÍSICA Linguagens MATERIAL DE APOIO AO CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO CADERNO DO PROFESSOR EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 7a SÉRIE/8o ANO VOLUME 1 Nova edição 2014-2017 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO São Paulo Governo do Estado de São Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretário da Educação Herman Voorwald Secretário-Adjunto João Cardoso Palma Filho Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretária de Articulação Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gestão da Educação Básica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gestão de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assunção Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares Ana Leonor Sala Alonso Coordenadora de Orçamento e Finanças Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Barjas Negri Senhoras e senhores docentes, A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo- radores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor- dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação — Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb. Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien- tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias, dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia- ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico. Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história. Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo. Bom trabalho! Herman Voorwald Secretário da Educação do Estado de São Paulo Orientação sobre os conteúdos do volume 6 Tema 1 – Esporte – Modalidade individual: atletismo (corridas, arremessos e lançamentos) 8 Situação de Aprendizagem 1 – Corridas com barreiras e obstáculos 10 Atividade Avaliadora 17 Proposta de Situações de Recuperação 17 Situação de Aprendizagem 2 – Bola arremessada ao cesto ou ao gol 18 Atividade Avaliadora 25 Proposta de Situações de Recuperação 26 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 28 Tema 2 – Luta: caratê 30 Situação de Aprendizagem 3 – Identificação do conhecimento a respeito do conceito de luta 34 Atividade Avaliadora 42 Proposta de Situações de Recuperação 43 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 43 Tema 3 – Organismo humano, movimento e saúde – Capacidades físicas: aplicações no atletismo e na luta 46 Situação de Aprendizagem 4 – “Se ficar, tem arremesso; se correr, tem lançamento” 47 Atividade Avaliadora 51 Proposta de Situações de Recuperação 51 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 51 SUMÁRIO 5 Tema 4 – Esporte – Modalidade coletiva a escolher 52 Situação de Aprendizagem 5 – Desenvolvendo algumas estratégias de jogo do esporte coletivo (futsal, handebol, basquetebol) 54 Situação de Aprendizagem 6 – Organizando as funções ofensivas e defensivas do esporte coletivo 60 Atividade Avaliadora 65 Proposta de Situações de Recuperação 65 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 66 Tema 5 – Ginástica – Práticas contemporâneas, princípios orientadores, técnicas e exercícios 68 Situação de Aprendizagem 7 – Vivenciando e entendendo a ginástica 69 Situação de Aprendizagem 8 – Estudando mais ginástica 75 Atividade Avaliadora 77 Proposta de Situações de Recuperação 78 Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 80 Quadro de conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais 82 6 ORIENTAÇÃO SOBRE OS CONTEÚDOS DO VOLUME Até a 4a série/5o ano do Ensino Fundamen- tal, os alunos vivenciaram um amplo conjunto de experiências de Se-Movimentar, acumula- ram informações e conhecimentos sobre jogo, esporte, ginástica, luta, atividade rítmica etc., decorrentes não só da participação nas aulas de Educação Física, mas do contato com as mídias e com a Cultura de Movimento dos gru- pos socioculturais a que se vinculam (família, amigos, comunidade local etc.). Agora, entre a 5a série/6o ano e a 8a série/9o ano, trata-se de evidenciar os significados, os sentidos e as intencionalidades presentes em tais experiên- cias, cotejando-os com os presentes nas codifi- cações das culturas esportiva, lúdica, gímnica, rítmica e das lutas. Por Cultura de Movimento entende-se o conjunto de significados, sentidos, símbolos e códigos que se produzem e reproduzem dinamicamente nos jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas, ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se-Movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros. O Se-Movimentar é a expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma Cultura de Movimento; é a relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações, conheci- mentos, movimentos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas vinculações socioculturais e de seus desejos. Assim, pretende-se que as Situações de Aprendizagem aqui sugeridas para os temas “Esporte”, “Luta”, “Ginástica” e “Organis- mo humano, movimento e saúde” possibili- tem que os alunos diversifiquem, sistematizem e aprofundem suas experiências do Se-Movi- mentar no âmbito das culturas lúdica, espor- tiva, gímnica e de lutas. Isso proporcionará novasexperiências de Se-Movimentar, nas quais eles estabelecerão novas significações e ressignificarão experiências já vivenciadas. Espera-se que o enfoque adotado para o de- senvolvimento dos conteúdos deste volume seja compatível com as intencionalidades do projeto político-pedagógico de cada escola. No tema “Esporte – Modalidade individual”, serão abor dados as corridas, os arremessos e os lançamentos no atletismo, enfatizando os prin- cípios técnicos e táticos, as principais regras e o processo histórico dessa modalidade esportiva. Os alunos precisam identificar diferentes carac- terísticas e compreender a evolução dos princí- pios técnicos relacionados às provas de corridas com barreiras e obstáculos e às de arremessos e lançamentos. Também serão abordados os princípios operacionais, e está prevista a escolha de uma modalidade esportiva coletiva por parte da escola. As orientações contidas neste volume indi- cam a abordagem que se espera para tratar das técnicas e táticas como fatores de aumento da complexidade do jogo e proporcionar aos alu- nos noções de arbitragem, exemplificando com algumas modalidades esportivas. 7 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 O tema “Luta” tomará o caratê como exemplo e abordará os princípios, as regras e o processo histórico dessa manifestação da cultura de movimento. O objetivo principal é que os alunos expressem opiniões acerca de termos e condutas cotidianas associadas à luta, reconhecendo e valorizando as diferen- tes características pessoais e interpessoais pro- porcionadas por esse elemento cultural, além de compreender e comparar seus estilos. No estudo do tema “Organismo humano, movimento e saúde”, serão enfocadas algu- mas capacidades físicas no tocante às suas aplicações no atletismo e no caratê. Nesse mo- mento, os alunos deverão identificar as impli- cações das capacidades físicas, comparar os diferentes grupos musculares mencionados e reconhecer sua importância no desempenho das provas de corrida com barreiras e obstá- culos, de arremessos e lançamentos e também em lutas. No tema “Ginástica”, serão tratados os princípios orientadores, técnicas e exercí- cios de algumas práticas contemporâneas, com destaque para a ginástica aeróbica e a ginástica localizada, com base em uma abordagem que trabalha com seus princí- pios técnico-táticos, suas principais regras e seu processo histórico. Porém, o projeto político-pedagógico da escola poderá optar por outra manifestação de ginástica asso- ciada à cultura jovem. Isso posto, professor, bom trabalho! 8 TEMA 1 – ESPORTE – MODALIDADE INDIVIDUAL: ATLETISMO (CORRIDAS, ARREMESSOS E LANÇAMENTOS) Neste volume da 7a série/8o ano, terá con- tinuidade o trabalho com a modalidade indi- vidual atletismo, relacionada com o tema “Es- porte”, com destaque para as corridas com barreiras e obstáculos, além das provas de ar- remesso e lançamento. Tal abordagem reforça a importância da compreensão e da vivência dessa modalidade por parte dos alunos, diver- sificando suas experiências no âmbito da cul- tura esportiva. Na atualidade, é no atletismo, sobretudo, que são realizados e estimulados movimentos como correr, saltar e lançar ou arremessar ob- jetos a distância, embora tais movimentos es- tejam sistematizados e incorporados à maio- ria das modalidades esportivas, a exemplo do futebol, do basquetebol, do voleibol e do han- debol, entre outras. Como modalidade esportiva, a iniciação ao atletismo, tal como em outros esportes, ocorre (ou deveria ocorrer), principalmente, na escola, como atividade curricular ligada à disciplina de Educação Física. No entanto, sabemos que essa modalidade está pouco pre- sente nas aulas e, quando isso ocorre, busca-se melhor rendimento técnico em detrimento de um possível valor pedagógico-educacional, o que a torna pouco atrativa para muitos pro- fessores e para os próprios alunos. Em alguns países, como a Jamaica, atribui- -se grande destaque sociocultural à prática do atletismo, em especial às corridas rasas em distâncias curtas, o que motiva os alunos em idade escolar a se envolverem com esse uni- verso desde cedo. No Brasil, há predileção por modalidades esportivas coletivas, que possibi- litam maior relação interpessoal, com desta- que para as modalidades que têm a bola como implemento principal. Torna-se necessário, portanto, criar estraté- gias de ensino que possibilitem ao atletismo fa- zer sentido, ter significado para a vida do aluno, mobilizando seus desejos e potencialidades, sem se restringir ao aspecto do rendimento técnico, embora o treino ou o exercício continuado de determinadas habilidades também sejam impor- tantes na realização de algumas atividades, visto que “servem, também, para corrigir deficiências ou fragilidades no condicionamento físico e não apenas técnico” (KUNZ, 2006, p. 141). No caso particular do atletismo, o significa- do do Se-Movimentar nas corridas é exatamente a experiência de correr o mais velozmente pos- sível ou arremessar/lançar implementos o mais longe possível – e não correr ou arremessar para vencer outra pessoa simplesmente. Além disso, deve-se aliar uma perspectiva lúdica ao ensino dessas habilidades, e ao atletismo em ge- ral, dentro do ambiente escolar. As habilidades expressas nas corridas e nos arremessos e lançamentos têm significados, sentidos e intencionalidades que não se restrin- gem, exclusivamente, ao universo do atletis- mo. É preciso notar que o desenvolvimento de seus fundamentos técnicos pode ser transferi- do a várias modalidades esportivas, bem como à resolução de situações relacionadas com a realização de atividades cotidianas (deslocar- -se rapidamente para atravessar uma rua ou avenida, arremessar ou lançar um objeto etc.). O ensino do atletismo como elemento da Cultura de Movimento no meio escolar apre- senta certas dificuldades. Isso ocorre, principal- 9 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 mente, quando há ausência de espaço e de ma- teriais específicos. Entretanto, essa dificuldade poderia ser atenuada mediante a adaptação de espaços comuns à maioria das escolas (qua- dras, pátios) ou pela utilização de materiais alternativos para confecção dos implementos próprios do atletismo. Tais adaptações devem envolver a colaboração participativa e criativa dos alunos na elaboração de condições que fa- voreçam a vivência do atletismo na escola, tor- nando-os também agentes desse processo edu- Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Esporte” poderá ser desenvolvido de modo integrado com a disciplina de His- tória, na medida em que envolve conteúdos relacionados à história do atletismo e das suas provas em diferentes contextos. Converse com o professor responsável por essa disciplina em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada pelos alunos. Figura 1 – Obstáculos adaptados. cacional. Vale ressaltar que espaços no entorno da comunidade também podem ser utilizados. Matthiesen e colaboradores (2005) su- gerem a utilização de diferentes tipos de obstáculo durante o processo de ensino e aprendizagem das corridas com obstáculos, nos quais o aluno possa apoiar os pés se as- sim precisar. Podem ser utilizados materiais como caixas de madeira ou papelão, pneus, banco sueco, cordas e barbantes. © C on ex ão E di to ri al 10 Conteúdo e temas: corridas com barreiras e corridas com obstáculos – evolução técnica e prin- cipais regras; formas de passagem sobre barreiras e obstáculos; velocidade de deslocamento nas diferentes distâncias percorridas; características pessoais e interpessoais para saltar bar- reiras e obstáculos. Competências e habilidades: identificar diferentes possibilidades de saltar obstáculose rela- cioná-las com a evolução das técnicas das corridas atuais; identificar ajustes na corrida e no posicionamento do corpo para ultrapassar barreiras e obstáculos em diferentes alturas; per- ceber e analisar as características pessoais e interpessoais para a transposição de barreiras e obstáculos; identificar e compreender princípios técnicos relacionados às provas de corrida com barreiras e obstáculos. Sugestão de recursos: caixa de papelão; cordas; bastões de madeira; garrafas PET; arcos; cones. SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 CORRIDAS COM BARREIRAS E OBSTÁCULOS Pular um muro para apanhar uma pipa ou saltar uma poça de água na calçada são alguns desafios cotidianos que envolvem a corrida e o salto. A compreensão dos movi- mentos demanda a mobilização de alguns conhecimentos e vivências significativas. Experimentar diferentes maneiras de saltar um obstáculo pode ser mais prazeroso e sig- nificativo para o aluno quando ele percebe as infinitas possibilidades de Se-Movimen- tar. A intenção é que os alunos vivenciem, percebam, identifiquem, analisem e compreen- dam alguns aspectos característicos das corridas com barreiras e obstáculos, além de outras possibilidades de saltar “obstá- culos” com diferentes alturas, percorrendo diversas distâncias e imprimindo variações de velocidades. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 1 Professor, antes de iniciar a Situa- ção de Aprendizagem 1, realize com os alunos a leitura da ativida- de “Para começo de conversa”, que consta no Caderno do Aluno, levantan- do os conhecimentos prévios dos alunos so- bre o conteúdo atletismo. Nessa ocasião, so- licite o registro das questões norteadoras. Você já ouviu falar em atletismo, não é? É uma modalidade olímpica, individual, que tem tradição no esporte brasileiro. As provas de atletismo são agrupadas em provas de pis- ta, de campo, de marcha atlética, combina- das, de cross country, de pedestrianismo e corridas em montanhas, conforme divulga, oficialmente, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Neste Caderno, você terá a oportunidade de conhecer mais de perto as corridas com barreiras e com obstáculos, além das provas de arremesso e lançamento. Será que você conhece alguma dessas provas? Vamos conferir? 1. O que diferencia a corrida normal da corri- da com obstáculos ou barreiras? Espera-se que o aluno consiga dizer que na corrida nor- mal não há nenhum tipo de obstáculo que o atleta deva transpor. 11 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 2 Você já viu ou praticou alguma prova de arremesso ou de lançamento? Onde? Qual? Resposta pessoal. 3. Você poderia dar alguns exemplos de pro- vas de arremesso ou de lançamento dispu- tadas no atletismo? Espera-se que o aluno cite pelo menos um tipo de prova de arremesso ou lançamento do atletismo: arremesso de peso, lançamento de martelo, lançamento de dardo ou lançamen- to de disco. 4. Você saberia listar os nomes dos implemen- tos que os atletas arremessam e lançam em provas de atletismo? Espera-se que o aluno cite pelo menos um ou dois dos im- plementos utilizados nas provas de arremesso e lançamento do atletismo: martelo, peso, disco ou dardo. 5. O que precisamos fazer para que os lança- mentos ou os arremessos alcancem maior distância? Espera-se que o aluno associe a técnica de execução ao bom desempenho/resultado, relacionando também com algumas características pessoais de quem realiza os movimentos. Etapa 1 – Circuito de obstáculos Organize, nos limites de uma quadra ou área correspondente, um circuito formado por obstáculos diversos (caixas de papelão de tamanhos variados, cordas ou bastões apoia- dos sobre cones ou garrafas PET preenchidas com areia), cordas delimitando zonas de sal- to e/ou arcos utilizados como referência para as passadas até os obstáculos. Procure incluir obstáculos com alturas e formatos variados e próximos das medidas oficiais, para motivar ou desafiar os alunos. Solicite que experimentem maneiras di- ferentes de ultrapassar os obstáculos e que procurem não tocá-los, deslocá-los ou der- rubá-los. Etapa 2 – Correr e saltar sem derrubar os obstáculos Após algumas passagens pelo circuito, su- gira aos alunos que percorram o trajeto o mais rápido possível sem que toquem ou derrubem os obstáculos. Em seguida, eleve a altura de alguns obstáculos e proponha aos alunos que tentem ajustar os movimentos para ultrapas- sá-los, sem saltá-los nem tocá-los, procurando apenas passar próximo a eles. Para finalizar esta etapa, sugira aos alu- nos que comentem em grupo as dificuldades e as facilidades encontradas na realização das tarefas. Aproveite também para discutir com os alunos as dificuldades e adaptações para realização das tarefas por pessoas com deficiência, por exemplo, visual. Professor, oriente os alunos a rea- lizarem a “Pesquisa em grupo”, que consta no Caderno do Aluno. Vamos saber um pouco mais sobre as pro- vas de atletismo? Reúna-se com seu grupo e, com o auxílio de seu professor, escolha uma ou duas das ques- tões sugeridas a seguir e faça uma pesquisa. Para realizá-la, vocês podem visitar alguns sites e pesquisar em revistas e jornais ou livros na biblioteca da escola ou na biblioteca públi- ca mais próxima. Vejam algumas sugestões de sites: f Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: <http://www.cpb.org.br/>. Acesso em: 9 out. 2013. f Confederação Brasileira de Atletismo. Dis- ponível em: <http://www.cbat.org.br>. Acesso em: 23 maio 2013. f Federação Paulista de Atletismo. Disponí- vel em: <http://www.atletismofpa.org.br/>. Acesso em: 23 maio 2013. 12 f PUCRS – Campus Uruguaiana. Disponí- vel em: <http://www.pucrs.campus2.br/>. Acesso em: 23 maio 2013. f Revista Atletismo. Disponível em: <http:// www.revistaatletismo.com/index.php/ artigos-tecnicos> Acesso em: 23 maio 2013. Questões para pesquisa Como surgiram as provas de corrida com barreiras e com obstáculos? Segundo informações disponíveis no site da CBAt, as provas de corrida com barreiras surgiram na Inglaterra, em meados do sé- culo XIX, possivelmente como tentativa de imitar as competições hípicas. No início, usavam-se, como barreiras, toras enterradas no solo. Quanto às corridas com obstáculos, sabe-se que a primeira foi realizada em Edimburgo, na Escócia, em 1928. E as provas de arremesso e de lançamento? Como eram praticadas essas provas nas Olimpíadas da Grécia Antiga? Relativamente aos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, a pri- meira prova da qual se tem notícia é uma corrida cujo per- curso se estendia por cerca de 192 m. Posteriormente, foram incluídas outras provas, além da corrida: pentatlo, lançamen- to de disco, salto em distância, lançamento de dardo, luta li- vre, boxe, pancrácio (mistura de boxe e luta livre), corrida de bigas e corrida de cavalos. Como evoluíram as regras nessas provas? Das Olimpíadas da Grécia Antiga às Olimpíadas da Era Moderna, uma mudança significativa foi a inclusão das mulheres no atletis- mo, vetadas na Antiguidade. Foram também adicionadas outras provas: arremesso de peso, corridas de revezamento, marcha atlética (masculina e feminina), heptatlo/pentatlo feminino, salto com vara, salto em altura, salto triplo, lançamento de martelo e decatlo. Foram excluídas as provas de: luta livre, pancrácio, corrida de bigas e corrida de cavalos. Algumas respostas específicas sobre como provas antigas se apresentam hoje: t�corrida: as corridas de 192,27 m evoluíram para corridas de 100 m, 200 m, 400 m, 800 m, 1 500 m (masculina), 3 000 m (feminina), 5 000 m (masculina), 10 000 m, 100/110 m com barreiras, 400 m com barreiras, 3 000 m com obstáculos (mas- culina) e revezamentos 4×100 m e 4×400 m; t�pentatlo: na GréciaAntiga a prova era composta de: salto em distância, corrida, lançamento de dardo e disco e luta li- vre. O pentatlo moderno, inspirado nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, inclui: hipismo (concurso de saltos), esgrima (espada), natação (200 m livre), tiro esportivo (pistola de ar 10 m) e corrida (3 000 m). No atletismo moderno temos: t�decatlo masculino composto de dez provas: corridas de 100 m, 400 m e 1 500 m e de 110 m com barreiras; saltos em distân- cia, em altura e com vara; arremesso de peso, lançamento de disco e de dardos; t�pentatlo feminino composto de cinco provas: corridas de 200 m e de 80 m com barreiras, saltos em distância e em altu- ra, arremesso de peso; t�heptatlo feminino composto de sete provas: corridas de 200 m, 800 m e 100 m com barreiras, saltos em distância e em altura, arremesso de peso e lançamento de dardo. Na arte, que expressões artísticas (esculturas, pinturas etc.) podem ser associadas a essas provas? Exemplo de escultura: Discóbolo, obra de Míron, século V a.C. Dis- ponível em: <http://greciantiga.org/img/index.asp?num=0783>. Acesso em: 5 set. 2013. Quais são as melhores marcas nessas provas? Professor, note que alguns recordes já podem ter sido me- lhorados em competições recentes. No caso de dúvida, veri- fique os sites indicados neste volume. Melhores marcas nessas provas Provas Masculino Feminino Corridas 100 m 9.58 10.64 200 m 19.19 21.88 400 m 44.06 48.83 800 m 1:42.01 1:55.45 1 500 m 3:29.47 3:56:55 13 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Como são praticadas essas provas nas Pa- ralimpíadas? Nas Paralimpíadas participam atletas com deficiência física e visual. As provas são organizadas segundo o grau de defi- ciência dos atletas, a partir de uma classificação funcional. No atletismo são realizadas as provas de corridas, arremessos, lançamentos e saltos. Que tipos de corrida fazem parte das pro- vas combinadas (decatlo e heptatlo)? t� decatlo: corridas de 100 m, 400 m e 1 500 m e de 110 m com barreiras; t� heptatlo: corridas de 200 m, 800 m e 100 m com barreiras. Quais as principais características das pro- vas quanto às solicitações das capacidades fí- sicas dos atletas? t�corridas de velocidade: velocidade; t�corridas de longa distância: resistência; t�corridas com barreiras: velocidade; t�corridas com obstáculos: resistência; t�corridas de revezamento: velocidade; t�arremessos e lançamentos: força; t�saltos: força e velocidade. Provas Masculino Feminino Corridas 1 500 m 3:29.47 3:56:55 110 m com barreiras 13.04 – 100 m com barreiras – 12.21 400 m com barreiras 47.91 52.34 4×100 m 37.31 40.82 4×200 m 1:20.32 1:27,46 4×400 m 2:57.86 3:15,17 Saltos em distância 8.74 m 7.10 m em altura 2.35 m 2.08 m triplo 17.73 m 15.14 m com vara 6.01 m 5.06 m Arremesso de peso 22.16 m 21.07 m Lançamentos de disco 71.64 m 66.40 m de dardo 91.28 m 68.92 m Fonte: International Association of Athletics Federations. Disponível em: <http://www.iaaf.org/statistics/toplists/inout=o/age=n/season=2009/sex=W/all=n/legal=A/disc=4X4/detail.html>. Acesso em: 9 out. 2013. Há diferenças entre as capacidades físicas nas provas de corrida com barreiras e nas de corrida com obstáculos para adultos? Sim. As corridas com barreiras são de curta distância (100 m/110 m, 200 m e 400 m), e a capacidade física predomi- nante necessária para essas provas é a velocidade. As corri- das com obstáculos percorrem uma distância de 3 000 m, portanto, são de longa duração, de modo que a capacidade predominante necessária é a resistência. Etapa 3 – Vencendo as barreiras e compreendendo as vivências Pergunte aos alunos se eles reconhecem a relação entre variação na velocidade e dis- tâncias percorridas entre as barreiras e obs- táculos, se associam características pessoais dos corredores às exigências na ultrapassa- gem e se percebem quais são as dificulda- des para transpor barreiras e obstáculos em atividades da vida cotidiana. Forme grupos de alunos (misturando meninas e meninos), distribua imagens de pessoas ou atletas re- alizando saltos sobre barreiras ou obstácu- 14 los e peça para que os grupos identifiquem e analisem algumas características das provas em questão. É importante que as imagens se- lecionadas facilitem a tarefa de identificação e análise a ser realizada. Estimule-os para que relacionem as pró- prias situações vivenciadas com as imagens: altura das barreiras e obstáculos, vestimentas, condições dos locais das provas, característi- cas das pessoas, expressões faciais, entre ou- tros, para enriquecer o repertório individual. Etapa 4 – Modificações e regras relacionadas às corridas com barreiras e obstáculos Peça para os alunos levantarem, na inter- net ou em outras fontes, informações sobre as modificações das barreiras e obstáculos e as alterações nas regras ao longo da evo- lução das corridas. Os dados coletados po- derão ser referidos nas etapas seguintes. É importante sugerir aos alunos alguns sites, livros ou locais para orientar a pesquisa. Provas com barreiras Provas com obstáculos Feminina Masculina Feminina e masculina Feminina e masculina 100 m 110 m 400 m 3 000 m Nessas provas, há dez barreiras a serem transpostas; o que varia é a distância entre elas. Há diferença de altura nas provas femininas e masculinas e não é permitido apoiar os pés nas barreiras. Nessas provas, há cinco obstáculos a serem transpostos. Há diferença de altura nas provas femininas e masculinas e é permitido apoiar os pés nas barreiras. Neste momento, após a realização da pesqui- sa e da discussão, você poderá considerar a ati- vidade “Divulgando o resultado da pesquisa”, sugerida no Caderno do Aluno, para elaboração de um mural ou de uma história em quadrinhos, para fins de instrumento de avaliação. Para encerrar este conteúdo, solicite que, para a próxima aula, os alunos realizem a atividade “Lição de casa” e leiam a seção “Você sabia?”. Figura 2 – Corrida com obstáculos masculina. Figura 3 – Corrida com barreiras feminina. © A lb um /A kg -I m ag es /L at in st oc k © K ev in R . M or ri s/ B oh em ia n N om ad P ic tu re m ak er s/ C or bi s/ L at in st oc k 15 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 �&HQWUR�GH�JUDYLGDGH Ação:�R�DWOHWD�WUDQVS}H�D�� EDUUHLUD�HP�YH]�GH�VDOWi�OD� (QWUH�DV�EDUUHLUDV��R�DWOHWD�Gi�WUrV� SDVVDGDV�FRP�RV�MRHOKRV�DOWRV�� XVDQGR�D�PHVPD�SHUQD�GH�DWDTXH�HP� WRGDV�DV�EDUUHLUDV� 2�DWOHWD�LQLFLD�D�FRUULGD�GD�PHVPD�PDQHLUD� TXH�R�YHORFLVWD�H�VXSHUD�XP�Q~PHUR�GHWHU� PLQDGR�GH�EDUUHLUDV� BARREIRAS 6mR�PXLWR�OHYHV�H�VXD�DOWXUD�YDULD� VHJXQGR�D�FRUULGD� Saída 2�YHORFLVWD�GHL[D�RV�WDFRV�FRP� XP�IRUWH�LPSXOVR��PDQWpP�R� WURQFR�LQFOLQDGR�H�SHUWR�GR�VROR� Aceleração -RHOKRV�SDUD�FLPD��EUDoRV� PRYHQGR�VH�UDSLGDPHQWH�GH� FLPD�SDUD�EDL[R��FRUSR�HUJXLGR� Passada 2�YHORFLVWD�HVWi�UHOD[DGR� H�FRUUH�D�WRGD�YHORFLGDGH� VREUH�D�SRQWD�GRV�SpV� Chegada 2�WURQFR�GHYH�FUX]DU�D�OLQKD� GH�FKHJDGD�SDUD�JDQKDU� CORRIDAS COM BARREIRAS �100 m barreira��PXOKHUHV�� �400 m barreira �110 m barreira��KRPHQV�� �3 000 m obstáculos CORRIDAS DE VELOCIDADE �100 m rasos� �200 m rasos� �400 m rasos ��R�SDVVR ��R�SDVVR ��R�SDVVR Há diferenças entre as corridas de velocidade e as corridas com barreiras? Você sabia? Divulgando os resultados da pesquisa O atletismo é uma das modalidades espor- tivas que vem projetando o Brasil nas compe- tições internacionais, por isso merece maior divulgação. De posse das informações que vocês pesquisaram, conversem com os cole- gas dos outros grupos e troquem informações com eles. Que tal fazer uma reportagem, uma HQ(história em quadrinhos) ou um mural para divulgar um pouco mais as provas dessa modalidade esportiva? Eu sou o artista... o poeta... o escritor... Você fez pesquisas sobre as corri- das com barreiras e com obstácu- los e também sobre lançamentos e arremessos. Faça uma seleção de imagens (da internet, de revistas ou de jornais) sobre corri- das com barreiras e com obstáculos, lança- mentos e arremessos. Caso prefira, desenhe você mesmo as imagens. Escolha a forma que desejar para expressar a mensagem do conjunto das imagens que você selecionou ou desenhou sobre as provas de atletismo estudadas neste volume. Pode ser um desenho, uma história em quadrinhos, um poema, uma história, uma maquete, a letra de uma música ou outra forma de expressão. Peça ajuda a professores e amigos se for necessário. Após a realização desta atividade, convi- de outros colegas de turma para fazer uma sessão de apresentação dos trabalhos criados por vocês. Fonte: ISTOÉ Online. Set. 2000. © A gê nc ia I st oé 16 Deve-se atentar para a boa utilização de todo material empregado nas aulas de atletismo, principal- mente, quando fazemos adaptações para que os alunos possam saltar e transpor barreiras e obstáculos com segurança. Aproveite mais esse momento para que os alunos com alguma deficiência possam de- monstrar todas as suas potencialidades. Portanto, é importante que eles elaborem, com você, as estratégias de utilização dos materiais. Os alunos costumam ser “destemidos”, por isso, é preciso conscientizá-los de que, para testar seus “limites”, também precisam pensar na segurança. Da mesma forma, essa recomen- dação vale para arremessos e lançamentos. É sempre prudente alertar: “Cuidado! Lá vem um disco, um dardo (lança) e uma bola pesada!”. As provas de campo, de arremessos e lançamentos masculinas e femininas têm diferenças quan- to aos implementos utilizados. Por exemplo, o martelo usado pelos homens pesa 7,26 kg e o usado pelas mulheres pesa 4 kg. Confira as características desses implementos. Fonte: ISTOÉ Online. Set. 2000. A EQUIPE Todas as provas acontecem na zona central do estádio. 1 O DISCO 'H�PDGHLUD�RX�¿EUD�GH�YLGUR�� FRP�ERUGD�VXDYH�GH�PHWDO� 3 O MARTELO 3HVR�������NJ Comprimento GR�FDER��GH �����D������P Empunhadura: �����FP�SRQWD Diâmetro: de 10 a ������FP��UHYHVWLGD� de ferro sólido RX�FKXPER� 2 O DARDO De metal ou madeira. +RPHQV������P������J 0XOKHUHV������P������J 4 O PESO 'H�DoR��ODWmR�RX�PHWDO�VyOLGR�� QmR�PHQRV�PDFLoR�TXH�R�DoR� Jaula: SDUD�JDUDQWLU�D� VHJXUDQoD�GRV�HVSHFWDGRUHV��R� lançamento é realizado dentro GH�XPD�MDXOD�GH�SURWHomR��$� MDXOD�WHP�XPD�DEHUWXUD�GH���o em frente dos lançadores. 3LVWD�GH�LPSXOVR�����P Ponta de metal Homens ����NJ ���FP ��NJ 10 cm Mulheres 1 3 2 4 Homens ���FP ��NJ Mulheres ���FP ��NJ © A gê nc ia I st oé 17 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO Figura 4 – Corrida com obstáculos. © C on ex ão E di to ri al Após a atividade relacionada às corridas com barreiras e obstáculos, solicite aos alu- nos uma análise sobre as dificuldades indi- viduais em sua realização, além de sugestões de variações para minimizar tais dificulda- des. Observe a participação dos alunos na discussão. Poderá ser avaliada, também, a apresentação das pesquisas solicitadas. Tomando por base as características gerais ATIVIDADE AVALIADORA de medidas (formato, peso, tamanho, altura etc.) das barreiras e dos obstáculos, os alunos poderão formar grupos para elaborar e cons- truir tais implementos. Os próprios alunos poderão apresentar alguns critérios para avaliar os materiais con- feccionados segundo sua praticidade e origina- lidade (criatividade), bem como em relação ao ambiente, entre outros aspectos. Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu- nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, pro- fessor, que novas Situações de Aprendiza- gem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra maneira. Tais estratégias podem ser desenvolvidas durante as aulas ou em outros momentos, individual- mente ou em pequenos grupos, com todos os alunos ou apenas os que apresentaram dificul- dades. Por exemplo: f roteiro de estudos com perguntas nortea- doras elaboradas por você, para poste- rior apresentação por escrito; 18 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 BOLA ARREMESSADA AO CESTO OU AO GOL f apreciação e análise de filmes ou documentá- rios, orientadas por você, professor; f apreciação e registro, por parte do aluno, de movimentos próprios e dos colegas; f pesquisas em sites ou em outras fontes, para posterior apresentação e análise; f elaboração e apresentação (desenhos ou maquetes) de pequenos circuitos de cor- ridas com barreiras e obstáculos, a partir de referenciais e elementos sugeridos por você, professor; f resolução de outras situações-problema, não contempladas na Atividade Avaliadora, re- ferentes a técnicas e táticas das corridas com barreiras e obstáculos; f atividade-síntese de um determinado con- teúdo em que as várias atividades serão refeitas e discutidas posteriormente (por exemplo: circuito que contemple diferen- tes provas de corridas com barreiras e obstáculos); f avaliação com questões de múltipla escolha referentes à história e à evolução técnica das provas com barreiras e obstáculos, ou elabo- ração, por parte dos alunos, de um jogo de perguntas e respostas. Perceber a realização de determinados movimentos não é uma tarefa simples se não formos incentivados e sensibilizados a fazê- -lo. Arremessar e lançar são movimentos que caracterizam algumas modalidades esporti- vas, como o basquetebol ou o handebol, por exemplo, mas como perceber, identificar e associar os movimentos arremesso e lança- mento caracte rísticos do atletismo e presentes em outras modalidades esportivas? Os alunos realizarão diferentes possibilidades de arre- messos e lançamentos com bolas de diversos tamanhos e pesos, além de outros objetos como argolas e bambolês. Em seguida, serão motivados a analisar e comparar as provas de arremesso e lançamentos do atletismo e a per- ceber os diferentes estilos do Se-Movimentar, considerando as possíveis adaptações de espa- ços e materiais como forma de compreender a evolução da técnica e das regras. Conteúdo e temas: adaptação e adequação de espaços e materiais para a prática de arremesso e lan- çamentos; formas e estilos de deslocamentos para o arremesso e lançamentos; arremesso de peso e lançamentos de disco, dardo e martelo: processo histórico, evolução técnica e principais regras. Competências e habilidades: identificar os princípios técnicos relacionados às provas de arremesso e lançamentos; identificar e perceber a presença das diferentes possibilidades de arremesso e lança- mentos em outras modalidades esportivas; identificar diferentes formas de arremesso e lançamen- tos; reconhecer qual estilo de arremesso permite maior facilidade de execução; apontar diferenças e semelhanças entre as três modalidades de lançamentos; adaptar e selecionar locais para realizar os diferentes tipos de arremesso e lançamento. Sugestão de recursos: bolas diversas – de borracha, de folhas de jornal, de tênis, basquetebol, futsal, voleibol, handebol, medicine ball; bastonetes de giz; argolas; arcos ou bambolês; frisbee; corda; cabos de vassouras. 19 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 2 Etapa 1 – Quero ver quem consegue! Pergunte aos alunos: É possível que uma pessoa posicionada de costas, em relação à ta- bela do basquete ou à trave do handebol, acertea cesta ou o gol? Como tais arremessos podem ser realizados? Sugira aos alunos que se organizem em dois grupos. Inicialmente, os integrantes de cada grupo, posicionados de costas para a tabela de basquete ou para o gol do hande- bol, próximos ao centro da quadra, tenta- rão acertar a cesta ou o gol arremessando diferentes tipos de bola (basquetebol, fut- sal, vôlei, handebol, borracha ou folhas de jornal). Oriente-os para que os arremessos sejam realizados acima da cabeça, com am- bas as mãos. Solicite aos alunos que identifiquem qual pé posicionado à frente lhes permite maior apoio no momento do arremesso. Após experimentar distâncias variadas e diferentes tipos de bola, os alunos tentarão novos arremessos. Na primeira tentativa, eles devem ficar de frente para a cesta ou para o gol, executando o arremesso por so- bre a cabeça e, posteriormente, a partir do tórax (passe de peito). Oriente-os para que recuperem as bolas so- mente após todas terem sido arremessadas, para que não sejam atingidos durante a atividade. Solicite aos alunos a elaboração de varia- ções na realização da atividade, estabelecen- do novas metas ou alvos para os arremessos. Etapa 2 – Jogo das argolas e lanças Utilizando arcos, bambolês, argolas ou mangueiras cortadas e presas em forma de círculos, cabos de vassouras ou folhas de jor- nal enroladas, proponha aos alunos que ex- perimentem diferentes formas de lançamento tentando acertá-los ou encaixá-los em alvos como cones, garrafas PET cheias de areia, bo- las, postes de voleibol ou varas fixadas ao chão, distribuídos na quadra ou pátio. Após livre experimentação, sugira varia- ções quanto ao distanciamento em relação aos alvos e algumas propostas de deslocamen- tos, como a realização de semigiros (seme- lhante ao que ocorre no lançamento de disco) e giros completos (como no lançamento de martelo) e também a corrida com um objeto em punhado (como no lançamento de dardo), permitindo aos alunos identificar a melhor forma de atingir a meta. Dentre os implementos ou objetos a se- rem manipulados, o disco é o que pode oferecer ao aluno maior dificuldade no que se refere à “técnica”, mas isso pode ser su- perado quando desafios são lançados aos alunos: O dardo foi lançado como uma lança, como se estivéssemos caçando? O martelo foi lançado como se estivéssemos atingindo um objeto no ar? O peso, como se estivéssemos arremessando uma pedra para bem longe? E como se deve lançar o disco? Na utilização do dardo, é importante que os alunos sejam auxiliados a perceber a re- lação entre o corredor de lançamento (área de lançamento) e a área ou o alvo. Pode-se relacionar a velocidade, a força e o equilí- brio necessários antes, durante e após a exe- cução. Na falta do objeto específico, o aluno poderá simular o lançamento de dardo com objetos que permitam perceber a trajetória do dardo e comparar com outros objetos lançados anteriormente, para verificar se há diferença. Por exemplo: Qual é a diferença ao lançar uma bola e um cabo de vassoura? Que tipos de ajuste são necessários para cada tipo de lançamento? Os objetos manipulados 20 sofrem interferência de que tipo? Há diferença entre manipular e lançar uma bola e um cabo de vassoura? Não há por que temer o ensino do lança- mento de martelo, se forem estabelecidas as orientações de segurança, pois é um dos im- plementos mais fáceis de ser adaptado. Essa é uma das provas que requer intervenção de sua parte quanto ao nível de complexidade no momento de execução, com combinação de giros e lançamentos. Por isso, é importante sugerir diferentes formas de giros, orientar para percepção dos movimentos axiais, pro- por a execução de giros com apenas uma das mãos pelo lado direito e depois, pelo esquer- do, bem como lançamentos sem giros e com giros com a mão direita, com a mão esquerda e com ambas as mãos (alternando saída pelo lado direito e lado esquerdo). Uma possibili- dade de vivência prática é utilizar uma bola de handebol dentro de uma sacola plástica (fixada com um nó). Segurando nas alças, o aluno poderá realizar as variações sugeridas até a execução do lançamento. Em relação ao arremesso de peso, pode-se colocar o aluno de costas para a rede de voleibol, com uma bola sobre o ombro, amparada pela mão correspondente. Peça para o aluno executar meio giro e arremessar a bola por cima da rede. Além de sugerir essas práticas, é preciso fazer questionamentos a todo momento, tais como: Quais são as capacidades físicas envolvi- das na realização do lançamento do “martelo”? O movimento ou lançamento realizado pode ser comparado ao movimento de lançamento do dardo ou arremesso do peso? Quais são as semelhanças e as diferenças? Nas competições esportivas oficiais para ambos os gêneros, as provas dessa modali- dade são constituídas de: arremesso de peso, lançamento de disco, lançamento de martelo e lançamento de dardo. Etapa 3 – Perceber e compreender o arremesso Procure questionar os alunos se conseguem identificar quais estratégias são necessárias para arremessar mais longe ou mais alto e também se percebem as dificuldades que en- contram ao arremessar ou lançar e a que as atribuem. Sugira aos alunos que observem e relacio- nem as semelhanças e as diferenças entre o arremesso realizado no atletismo e os arremessos realizados em outros esportes, para posterior análise em grupo. Feminino Masculino Adaptação Imagem Peso 4 kg 7,26 kg Bolas ou medicine ball. Nas competições oficiais, cada atleta tem direito a três arremes- sos. Os arremessos são realizados dentro de uma área própria com 2,13 m de diâmetro. © P la ne t N ew s A rc hi ve /S SP L /G et ty I m ag es 21 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Feminino Masculino Adaptação Imagem Disco 1 kg e 18 cm de diâmetro 2 kg e 22 cm de diâmetro Tampas redondas de vasilhas plásticas ou um frisbee. Nas provas oficiais, cada lançador tem direito a três lançamentos. O lançamento é realizado dentro de um círculo com 2,5 m com uma “gaiola” de proteção de, aproximadamente, 4 m de altura. Martelo 4 kg 7,26 kg Bola amarrada a uma corda ou presa dentro de uma meia. É constituído por cabeça (esfera concreta), cabo e empunhadura. Aqui também há uma “gaiola” de segurança a fim de proteger os es- pectadores. Dardo 600 g e compri- mento entre 2,20 m e 2,30 m 800 g e compri- mento entre 2,60 m e 2,70 m Cabo de vassoura ou folhas de jornal enroladas. Os lançamentos de dardo são rea- lizados em um corredor com 4 m de largura e, aproximadamente, 36,5 m de comprimento. O dardo é constituído por cabeça (ponta que atinge o chão primeiro), corpo e empunhadura (local onde o lançador manipula e segura o dardo). © D im it ri I un dt /T em pS po rt /C or bi s/ L at in st oc k © P at ri k G ia rd in o/ C or bi s/ L at in st ok © J un T su ki da /A flo S po rt /L at in st ok 22 Etapa 4 – Olha o arremesso! Olha o lançamento! Lá vem bola! Oriente os alunos a formarem dois grupos (preferencialmente, com meninas e meninos) dispostos em lados opostos de uma quadra de voleibol, ou área correspondente, em cujo centro serão dispostas bolas pesadas (bolas de exercício, medicine ball, bolas de basque- te ou de futsal). A partir da linha central, se- rão traçadas duas linhas (uma de cada lado), distantes de 3 a 4 metros do centro, as quais limitarão a chamada “zona de tiro”. Os inte- grantes de cada equipe, de posse de bolas mais leves que as do centro (de borracha, de tênis ou de meia), tentarão deslocar (lançar ou ati- rar) asbolas localizadas no centro para além do limite da zona de lançamento ou de tiro do lado adversário. Todas as vezes que as bolas do centro ultrapassarem os limites da zona de tiro, deverão ser recolocadas no centro. Uma alternativa para esta atividade é ofere- cer alvos móveis aos “atiradores”, fazendo que bolas de basquete ou de handebol atravessem o centro da quadra ou do pátio, rolando no chão ou quicando. Cordas ou bastonetes de giz podem ser úteis para demarcar os arremessos feitos pelos alu- nos, para que estes tenham a noção de quanto estão conseguindo acertar e, assim, estabelecer metas individuais e coletivas (grupos), além de perceber a influência de certas capacidades fí- sicas nos arremessos de peso (essa informação será útil também para os lançamentos). O lançamento de disco e o arremesso de peso apresentam uma particularidade no que se refere às mulheres. Em meados da década de 1920, essas provas contaram, pela primeira vez, com a participação feminina, fato que coincide com o movimento de emancipação deflagrado na França (berço do movimento). A prova feminina de lançamento de disco foi incluída nos Jogos Olímpi- cos de Amsterdã, em 1928. No Brasil, qual é o histórico do lançamento de disco? Quando essa mo- dalidade começou a ser praticada? Vocês já ouviram falar da famosa estátua Discóbolo, de Míron? Figura 5 – Discóbolo, de Míron. © P ir oz zi /A lb um /a kg -i m ag es /L at in st oc k 23 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Provas combinadas Corridas com barreiras e obstáculos, arremessos, lançamentos e saltos Feminina – Heptatlo Masculina – Decatlo 1o dia: 100 m com barreiras, salto em al- tura, arremesso de peso e 200 m rasos. 2o dia: salto em distância, lançamento de dardo e 800 m rasos. 1o dia: 100 m rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400 m rasos. 2o dia: 110 m com barreiras, arremesso de disco, sal- to com vara, lançamento de dardo e 1 500 m rasos. Professor, instrua os alunos para que rea- lizem as atividades “Desafio!” e “Você apren- deu?”, que constam no Caderno do Aluno, Etapa 5 – Perceber e compreender o lançamento Procure questionar os alunos se conseguem identificar: as estratégias necessárias para lançar mais longe ou as dificuldades que en- contram ao lançarem e a que as atribuem; as diferenças ou semelhanças entre os três tipos de lançamentos do atletismo; as diferenças ou semelhanças entre os lançamentos do atletis- mo com os realizados em outras modalidades esportivas e que características dos objetos lançados (peso, formato e dimensão) influen- ciaram os resultados conquistados por meni- nas e meninos. Sugira aos alunos que observem e relacio- nem semelhanças e diferenças entre os lança- mentos realizados no atletismo e aqueles ob- servados em outros esportes, para posterior análise em grupo. Professor, aproveite e apresente, durante a Situação de Aprendizagem, informações re- ferentes à existência das provas combinadas (masculinas e femininas), que podem servir como possibilidades a serem vivenciadas em um festival na escola. Tais informações permi- tem aos alunos tomar conhecimento de outras provas do atletismo que contemplam as vivên- cias realizadas. As fotos a seguir são relacionadas às seguintes provas do atletismo: Desafio! ( A ) lançamento de martelo. ( B ) corrida com obstáculos. ( C ) arremesso de peso. Indique nos parênteses a letra correspondente a cada imagem: ( D ) lançamento de disco. ( E ) lançamento de dardo. ( F ) corrida com barreiras. para retomar o que foi estudado sobre o tema “Esporte – Modalidade individual: Atletismo”. 24 1. ( C ) 2. ( F ) 3. ( A ) 4. ( B ) 5. ( B ) 6. ( F ) 7. ( E ) 8. ( D ) © B . P ep on e/ ze fa /C or bi s/ L at in st oc k © J un T su ki da /A flo S po rt / L at in st oc k © B oh em ia n N om ad P ic tu re m ak er s/ C or bi s- L at in st oc k © D im it ri I un dt /T em pS po rt / C or bi s/ L at in st oc k © P ho to lib ra ry /L at in st oc k © M ic ha el S te el e/ G et ty I m ag es © M ar k A . J oh ns on / C or bi s/ L at in st oc k © P at ri ck G ia rd in o/ C or bi s/ L at in st oc k 25 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 1. Nas corridas com barreiras, os atletas: I – têm que saltar as barreiras; II – só são desclassificados quando derru- bam, deliberadamente, uma barreira; III – transpõem um total de 10 barreiras; IV – masculinos percorrem 110 metros ou 400 metros. Dessas alternativas, estão corretas: a) I e II apenas. b) II e III apenas. c) III e IV apenas. d) I e IV apenas. e) I, II, III e IV. 2. A corrida com obstáculos: I – inclui saltar fossos com água; II – tem 3 000 m; III – não tem raias específicas; IV – é prova tanto masculina como feminina. Dessas alternativas, estão corretas: a) I, II e III apenas. b) II, III e IV apenas. c) I, III e IV apenas. d) I, II e IV apenas. e) I, II, III e IV. 3. Entre as provas combinadas (decatlo e heptatlo) estão as de corrida com barreira. Corresponde a um dos eventos do decatlo: a) 100 m com barreira. b) 110 m com barreira. c) 400 m. d) 800 m. e) 3 000 m com obstáculos. 4. Dos objetos citados, qual é usado na prova denominada arremesso? a) peso. b) dardo. c) martelo. d) disco. 5. Entre as diferentes provas de arremesso e lançamento, a que tem a marca mundial de maior distância é a de: a) peso. b) dardo. c) martelo. d) disco. ATIVIDADE AVALIADORA Poderão ser analisadas a apresentação e a discussão das pesquisas solicitadas sobre as semelhanças e as diferenças entre os arremes- sos e lançamentos realizados no atletismo e em outras modalidades esportivas. Ao término das vivências relacionadas, observe a participação dos alunos na ela- boração de outras atividades associadas ao tema, adequando-as aos espaços alternati- vos presentes na escola. 26 PROPOSTA DE SITUAÇÕES DE RECUPERAÇÃO f pesquisas em sites ou em outras fontes, para posterior apresentação e análise; f resolução de outras situações-problema, não contempladas na Atividade Avaliado- ra, referentes a técnicas e táticas do arremes- so e dos lançamentos; f atividade-síntese de um determinado con- teúdo em que as várias atividades serão refeitas em uma única aula e discutidas posteriormente (por exemplo: circuito que contemple diferentes possibilidades de ar- remesso e lançamentos); f avaliação com questões de múltipla esco- lha referentes à história e à evolução téc- nica das provas com barreiras e obstáculos ou elaboração, por parte dos alunos, de um jogo de perguntas e respostas. Professor, leia agora com a classe a seção “Aprendendo a aprender”, do Caderno do Aluno. Procure mos- trar aos seus alunos que se trata de um texto com informações extras, o qual não está diretamente ligado às Situações de Aprendizagem. Caso haja necessidade, você pode contextualizar a informação utilizan- do-se de seus próprios conhecimentos. Durante o percurso pelas várias etapas da Situação de Aprendizagem, alguns alu- nos poderão não apreender os conteúdos da forma esperada. É necessário, então, professor, que novas Situações de Apren- dizagem sejam propostas, permitindo ao aluno revisitar o processo de outra manei- ra. Tais estratégias podem ser desenvol- vidas durante asaulas ou em outros mo- mentos, individualmente ou em pequenos grupos, envolvendo todos os alunos ou apenas os que apresentaram dificuldades. Por exemplo: f roteiro de estudos com perguntas nortea- doras elaboradas por você, para posterior apresentação por escrito; f apreciação e análise de filmes ou documentá- rios, orientadas por você; f apreciação e registro, por parte do aluno, de movimentos próprios e dos colegas; f elaboração e apresentação (pode-se optar por registro escrito, representação gráfica, produção de artefato audiovisual etc.) de exercícios e jogos que envolvam o arremes- so e os lançamentos, a partir de referenciais e elementos sugeridos pelo professor; A criatividade dos alunos na elaboração ou confecção de materiais e implementos alter- nativos, a serem utilizados nos lançamentos, também poderá ser avaliada. Verifique se os alunos têm condições de adaptar objetos do cotidiano e criar ou re- criar os implementos para os lançamentos e arremessos. Sugira materiais adaptados: sa- cos com areia amarrados com corda (mar- telo), cabos de vassoura e folhas de jornal enroladas (dardo), tampas redondas de reci- pientes plásticos (disco). Considerando as distâncias alcançadas pe- los implementos lançados no atletismo, orien- te os alunos a pesquisar possíveis espaços em sua escola onde seja possível realizá-los. A partir da identificação das características gerais (formato, peso, tamanho etc.) dos obje- tos utilizados nas provas de arremesso e lança- mentos, proponha aos alunos que se agrupem para a confecção desses objetos utilizando material alternativo. As adaptações podem ser avaliadas, pois fazê-las requer dos alunos a mobilização dos conhecimentos elaborados durante a Situação de Aprendizagem. 27 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Para você não perder a postura! Neste volume, vamos dar dicas muito importantes para você, que é estudante e carrega a responsabilidade (ou seja, a sua mochila) nas costas. São algumas dicas para você não perder a postura e aprender a organizar e trans- portar a mochila. Ao preparar a sua mochila, procu- re colocar os objetos mais pesados no fundo e tente distribuir o peso de forma equilibrada, sem deixar todo o peso só de um lado. Distribua-o bem! Caso existam repartições internas, coloque o que for mais pesado na parte que ficar próxima ao corpo. Agora observe na figura a melhor ma- neira de transportar a sua mochila. Efeito das formas de carregar a mochila sobre a coluna vertebral Figura 1 – Mostra a forma correta de car- regar a mochila: mantendo o peso equilibrado pelas duas al- ças colocadas nos ombros. Figura 2 – Mostra a mochila transpassada de um lado ao outro. É a segun- da opção mais indicada. Figura 3 – Procure evitar esta forma de transportar a mochila. Exige muitas compensações para man- ter o equilíbrio, o que provoca alterações na postura. A mochila não deve causar dores ou in- cômodos ao corpo. Se isso ocorrer, signifi- ca que o peso é superior ao que você pode transportar. O melhor mesmo é evitar carregar uma carga superior a 10% do seu peso corporal. Exemplo: se você pesa 50 kg, o peso da mochila, ou de outra carga que você trans- portar, não deve ser superior a 5 kg. Uma alternativa é optar por malas escolares com rodinhas. São as mais in- dicadas. Evite carregar objetos desnecessários ou substitua-os por materiais mais leves. Outra dica é procurar alternar o braço de transporte. E lembre-se de cuidar bem da sua coluna! Ela vai acompanhar você por toda a vida! 1 2 3 © C on ex ão E di to ri al 28 RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA Livros KUNZ, Elenor. Reflexões didáticas a partir de práticas concretas. In: ______. Transforma- ção didático-pedagógica do esporte. 7. ed. Ijuí: Unijuí, 2006. p. 117-151. O capítulo sugere uma ressignificação das experiências com o atletismo, na intenção de que os alunos su- perem os limites das vivências. MATTHIESEN, Sara Q. (Org.). Atletismo se aprende na escola. Jundiaí: Fontoura, 2005. Sistematização das experiências de um gru- po de estudos, cuja preocupação é estudar e ressignificar pedagogicamente o atletismo no cotidiano das aulas de Educação Física. MATTHIESEN, Sara Q.; GINCIENE, Guy. His- tória das corridas. Jundiaí: Fontoura, 2013. Este volume é o primeiro da coleção “História do atle- tismo: da teoria à aplicação”, destinada aos inte- ressados no atletismo, em particular, os professo- res de Educação Física. Relaciona as histórias das corridas, dos saltos, arremessos e lançamentos. ORO, Ubirajara. Iniciação ao atletismo no Brasil: problemas e possibilidades didáticas. In: KIRSCH, August; KOCH, Karl; ORO, Ubira- jara. Antologia do atletismo. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984. Apresenta critérios para o trabalho pedagógico com o atletismo em di- ferentes faixas etárias, permitindo contextua- lizar a modalidade esportiva nas várias séries/ anos da Educação Básica. SCHMOLINSKY, Gherardt. Atletismo. Lis- boa: Estampa, 1982. Apresenta métodos de treinamento para diferentes provas do atle- tismo, com indicações que variam desde a iniciação à modalidade esportiva até exigên- cias mais rigorosas de rendimento. Dissertação ARAÚJO, Ana C. Correr, saltar, lançar, dia- logar: uma reflexão sobre corpo e aprendi- zagem nas aulas de Educação Física. Natal, 2005. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Disponível em: <http:// ftp.ufrn.br/pub/biblioteca/ext/bdtd/AnaCA. pdf>. Acesso em: 10 set. 2013. Discute as relações de aprendizagem sobre diferentes movimentos característicos das provas de atletismo na prática pedagógica da Educa- ção Física em uma escola pública. Artigos FARIA, Nuno Miguel R. P. A execução do arco no lançamento do dardo. Lisboa: Instituto Superior Técnico. Trabalho de Biome cânica do Movimento, 2005/2006. Disponível em: <http://pdfcast.org/pdf/ dardo>. Acesso em: 24 maio 2013. Procura identificar as principais fases de um lan- çamento, analisando-as com base em con- ceitos de biomecânica. MATTHIESEN, Sara Q. Atletismo para crianças e jovens: relato de uma experiência educacional na Unesp-Rio Claro. Lecturas: Educación Física y Deportes, Buenos Aires. v. 10, n. 83. 2005. Disponível em: <www. efdeportes.com/efd83/unesp.htm>. Acesso em: 24 maio 2013. Relato de experiência que, entre outras coisas, procura desmistificar, por meio de uma prática educativa, a imagem transmitida pela mídia que, na maioria das vezes, faz do atletismo um esporte para pou- cos e bem-dotados campeões. 29 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Sites Comitê Paralímpico Brasileiro. Disponível em: <http://cpb.org.br/>. Acesso em: 9 out. 2013. Apresenta informações sobre diferentes mo- dalidades paralímpicas, dentre elas, as provas de atletismo. Confederação Brasileira de Atletismo. Dis- ponível em: <www.cbat.org.br>. Acesso em: 24 maio 2013. Apresenta informações sobre o histórico das provas, regras oficiais, ídolos brasileiros, recordes nacionais, mun- diais e olímpicos, artigos técnicos e normas antidoping. Portal do Professor/Ministério da Educação. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec. gov.br/index.html>. Acesso em: 1 ago. 2013. Apresenta informações e sugestões sobre cen- tenas de temas de aulas sobre o atletismo. Filmes Campeões! Espanha, 1990. 13 min. Televisión de Catalunya. Disponível no Acervo da Secre- taria da Educação do Estado de São Paulo. Série de 39 programas que apresenta as bases técnicas de várias modalidades esportivas, com regras e treinamentos específicos. Para atletismo, consulte o no 35 – Atletismo: bar-reiras e obstáculos. Carruagens de fogo (Chariots of fire). Dire- ção: Hugh Hudson. EUA, 1981. 123 min. Os melhores corredores da Inglaterra iniciam sua busca pela glória nos Jogos Olímpicos de 1924. O sucesso honra sua pátria, mas para dois corredores a honra em questão é pessoal: um judeu inglês rico que estuda em Cambridge e o filho de um missionário escocês. Destaque para antológica cena final, com os atletas cor- rendo na praia. Duro aprendizado (Higher learning). Dire- ção: John Singleton. EUA, 1995. 127 min. Estudante recebe bolsa como atleta para ingressar no Ensino Superior e busca apro- veitar a oportunidade de ser o primeiro membro de sua família a cursar a univer- sidade. Durante o curso, enfrenta diversos problemas e tem de decidir se vale a pena seu esforço nas provas acadêmicas além das provas de atletismo. 30 As lutas e as artes marciais (budo) apre- sentam, em suas origens, características atribuídas à sobrevivência, ao exercício fí- sico, ao treinamento militar, à defesa e ao ataque pessoal, além das implicações das tradições culturais, religiosas e filosóficas. Com o surgimento de outras necessidades e o desenvolvimento de novas técnicas, o ser hu- mano atribuiu outro significado às lutas, as quais, hoje, passam por um processo de es- portivização. As lutas orientais são originárias de paí- ses como Índia, China, Japão e Coreia. Em sua formação, tinham um caráter voltado tanto para a defesa da nação quanto para a do próprio praticante. Com o passar dos anos, principalmente após o contato dessas lutas com o Ocidente, surgiram alguns mes- tres que perceberam nelas potenciais pos- sibilidades educativas, como autodomínio, superação de limites, aumento de concen- tração, exercício físico e atividades de lazer, situações que vão muito além dos preceitos observados em sua origem. Drigo e colaboradores (2005) apresentam alguns aspectos que podem ser utilizados para diferenciar luta e artes marciais. As artes mar- ciais, para esses autores, são práticas corporais de ataque e defesa, podendo ser também ca- racterizadas como lutas. A principal diferen- ça entre as duas é que os praticantes de artes marciais, principalmente as de origem orien- tal, consideram que os conteúdos da cultura de origem da atividade teriam uma orientação filosófica que determinaria a sua diferença pe- rante as lutas. Atualmente, percebemos que, em boa parte dos filmes a que assistimos sobre lu- tas de origem oriental, é preservada a ima- gem do mestre, o qual, por sua vez, apresen- ta uma postura de educador, ensinando aos seus “discípulos” vários preceitos que vão além da própria prática da luta, ou seja, li- ções que serviriam para a vida. A expansão do caratê e de outras lutas é percebida em desenhos animados, brin- quedos, jogos de cartas e tabuleiros e nos mangás, histórias em quadrinhos conheci- das pelo público adolescente que aprecia o gênero. Nesse sentido, as artes marciais pos- suem um caráter introspectivo que pode ser muito benéfico à educação. As metas sem- pre dizem respeito aos limites, às possibi- lidades e às peculiaridades de cada indiví- duo em ação. Apesar de, aparentemente, o foco estar no oponente, o objetivo dessa prática é olhar e transformar a si mesmo, independentemente do outro. Para o pra- ticante, é como se o “inimigo” fosse ele mesmo, com seus limites, medos, defeitos e fraquezas. A evolução desse “eu” depende do treinamento contínuo, da ação ininter- rupta de lapidar a integralidade do ser. A seleção das lutas como conhecimento a ser ensinado e discutido na escola ainda é recente, e muitas discussões surgem em rela- ção à forma ideal como o assunto deve ser tratado. Mas há muitas possibilidades de apresentação das lutas na escola, median- te uma abordagem intencional, de caráter pedagógico, já que o ambiente escolar é um dos espaços onde os alunos experimentam, vivenciam, criticam, compreendem e atri- buem significados às suas experiências no âmbito da Cultura de Movimento. TEMA 2 – LUTA: CARATÊ 31 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Um pouco da história do caratê O caratê tem sua origem ligada à ilha de Okinawa, atualmente uma província japonesa localizada no extremo sul do país. A localiza- ção estratégica de Okinawa caracteriza uma peculiaridade das tradições culturais mais próximas da China do que do próprio Japão. Preceitos culturais, filosóficos e religiosos também influenciaram o caratê e outras for- mas de combate no Japão. A palavra japonesa karate, derivada do termo original to te, significa “mãos vazias”. A luta tem como característica a utilização das mãos, dos pés, dos braços e de qualquer outra parte do corpo como arma de defesa pessoal. No século XVI, Okinawa foi inva- dida e perdeu sua independência. Ninguém podia portar ou utilizar armas, fato que pode ser considerado importante para o surgimen- to do caratê. Por volta de 1920, Gichin Funakoshi (1868- 1957) levou o caratê à capital, Tóquio. Após conviver com outros mestres e inúmeros prati- cantes de aiquidô, judô e quendô, Funakoshi tornou-se professor em escolas de Tóquio. Ele foi o responsável pela divulgação da luta por todo o território japonês. A colônia japonesa foi responsável pela introdução do caratê no Brasil em meados da década de 1950. O Estado de São Paulo foi o primeiro a ter contato com essa luta, que, anos depois, se expandiu para outros Esta- dos brasileiros. Identificando o caratê O caratê é praticado em um local chama- do dojo (que significa “lugar onde se estuda o caminho”), e seus praticantes usam o gui, uma roupa de algodão composta por uma calça e uma blusa (semelhante a um quimo- no), amarrada por uma faixa colorida (que simboliza o nível de conhecimento do pratican- te). Atualmente, o aprendizado das técnicas é dividido em três elementos: f kihon (técnica fundamental) – base, defe- sas, socos e pontapés; f katas (exercícios ou movimentos formais, com “um ou dois inimigos imaginários”). Esses exercícios apresentam cinco caracte- rísticas: 1) sequência: movimentos e dire- ção dos golpes; 2) respiração: alternância entre momentos de inspiração e expira- ção, com intensidades diferentes; 3) com- binações e tempo: sequência de movimen- tos combinados que dão “vida” ao kata; 4) forma e significado: posição dos golpes (mãos e pés) e significado da intenção de cada movimento; 5) olhos: significam con- centração e indicam a direção de execução dos movimentos e golpes; f kumite (combate) – no qual se utilizam as técnicas do kihon e dos katas. Os estilos ou escolas de caratê apresen- tam diferentes combinações e aplicações das técnicas, utilizando força, velocidade e re- sistência, percebidos na movimentação das mãos e dos pés. As condutas para praticar o caratê são baseadas no respeito mútuo. Al- guns movimentos do esporte assemelham-se aos de animais em seus hábitats. No quadro a seguir, são apresentadas algumas particularidades das cinco escolas predominantes ou estilos que constituem o caratê moderno: Goju-Ryu, Shotokan, Shi- to-Ryu, Wado-Ryu e Shorin-Ryu. As dife- renças entre os estilos estão relacionadas às suas origens. 32 © I lia n/ A la m y/ G lo w I m ag es Figuras 6 e 7 - Golpes de caratê. © M ar k B ou lt on /A la m y/ G lo w I m ag es Figura 8 - Aula de caratê. © M it ch D ia m on d/ A la m y/ G lo w I m ag es 33 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 Alguns estilos (escolas) de caratê Goju-Ryu: o nome advém de go (força) e ju (flexibilidade). Esse estilo foi desenvolvido pelo mestre Chojun Miyagi e a técnica aqui empregada lança mão do bloqueio para conferir mais rapidez ao ataque,exigindo muita resistência e força. Shotokan: desenvolvido pelo mestre Gichin Funakoshi quando divulgou o caratê nas outras partes do Japão. Seus alunos criaram a Japan Karate Association, que passou a ser o berço do estilo. Em japonês, shotokan significa “academia de shoto”; e shoto é “o som que o vento faz quando passa no pinheiro”, pseudônimo utilizado pelo mestre Funakoshi para assinar suas poesias. É um estilo com bases mais amplas, de movimentação rápida e com grande aproveitamento da movimentação dos quadris, sendo o equilíbrio uma habilidade muito importante. Shito-Ryu: criado por Kenwa Mabuni, é caracterizado por uma grande riqueza de movimentos (katas) que combinam velocidade, agilidade, força e contração muscular. Wado-Ryu: significa estilo do caminho da paz e foi criado pelo mestre Hironori Otsuka. Di- fere dos demais estilos por usar o mínimo de esforço, imobilizações, esquivas e golpes de im- pacto com os membros, além de arremessos e projeções. O bloqueio como técnica de defesa é transformado em movimento de ataque. Shorin-Ryu: tem suas origens no caratê de Sokon Matsumura. Shorin significa “floresta de pinheiros”. Caracteriza-se por sugerir a respiração mais natural possível e por suas bases (posturas) mais altas. Possibilidades interdisciplinares Professor, o tema “Luta” poderá ser desenvolvido de modo integrado com as disciplinas de História e Geografia, na medida em que envolve conteúdos relacionados à história e à origem do caratê em diferentes contextos. Converse com os professores responsáveis por essas disciplinas em sua escola. Essa iniciativa facilitará a compreensão dos conteúdos de forma mais global e integrada pelos alunos. 34 SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 IDENTIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO A RESPEITO DO CONCEITO DE LUTA A luta é um elemento cultural que causará certo estranhamento nos alunos com pouca experiência no assunto. No entanto, será de- safiador descobrir as possibilidades de am- pliar os conhecimentos referentes às lutas. Os alunos serão motivados a trocar informações e apreciar imagens. O contato com diferentes modalidades de lutas em vários contextos da vida cotidiana (desenhos animados, filmes, se- riados de TV, novelas, história em quadrinhos, videogames, jogos de tabuleiros, de cartas etc.) é um fato que não podemos desconsiderar. Partindo desse pressuposto, das adaptações cabíveis e das condutas dos grupos, os alunos realizarão golpes de ataque e defesa e viven- ciarão outros aspectos peculiares do caratê. Conteúdo e temas: processo histórico do caratê; semelhanças e diferenças do caratê em relação a outras lutas; a questão do gênero no caratê; sequência de movimentos característicos do caratê; condutas pessoais e interpessoais; elaboração de sequência criativa de movimentos. Competências e habilidades: expressar opiniões a respeito dos termos briga, violência, sobrevi- vência e luta, relacionando-os com outras condutas do cotidiano; apreciar, identificar e compa- rar as diferenças entre uma luta e outra e compreender o processo histórico de desenvolvimento do caratê; reconhecer e valorizar as diferentes características pessoais e interpessoais a partir do caratê, a fim de compreender e comparar os variados estilos dessa luta. Sugestão de recursos: imagens de diferentes lutas; quimonos (ou roupões de banho); filmado- ra; aparelho de DVD. Desenvolvimento da Situação de Aprendizagem 3 Oriente a turma na leitura e na produção da atividade “Para co- meço de conversa”. Para que o aluno realize a atividade “Pesquisa em grupo”, oriente-o a consultar o material sugerido na seção “Para saber mais”. Neste volume, além das provas de atle- tismo, você vai ter a oportunidade de enri- quecer seu conhecimento sobre o tema lu- tas. Para essa aproximação com o tema foi escolhido o caratê, cuja palavra japonesa karate, que vem do termo to te, significa “mãos vazias”. As lutas, enquanto práticas esportivizadas como as que conhecemos hoje, são muito re- centes e resultam do surgimento de novas téc- nicas e das necessidades da própria humani- dade ao longo de sua história. No passado, as lutas e as artes marciais (budo) estavam asso- ciadas à sobrevivência, ao exercício físico, ao treinamento militar, à defesa e ao ataque pes- soal, entre outros motivos, sofrendo diferentes influências culturais, religiosas e filosóficas. As lutas orientais tiveram origem em paí- ses como Índia, China, Japão e Coreia, sendo utilizadas tanto para a defesa da nação quan- to para a do próprio praticante. Alguns mes- tres perceberam, entretanto, que por meio das lutas era possível trabalhar o autodomínio, a 35 Educação Física – 7ª série/8º ano – Volume 1 superação de limites, o aumento da concen- tração, além do exercício físico e sua utiliza- ção como atividade de lazer, o que trouxe o caráter educativo à sua prática. Atualmente, boa parte dos filmes que tratam das lutas de origem oriental exibe mestres com postura de educador, que ensinam a seus “discípulos” muito mais que a prática da luta, isto é, ensi- nam lições para a vida. Mas qual é a diferença, afinal, entre as ar- tes marciais e as lutas? Seriam a mesma coisa? Segundo os praticantes das artes marciais, principalmente as de origem oriental, elas se diferenciam das lutas porque têm uma orien- tação filosófica nos conteúdos de sua cultura de origem. Tendo por base essas informações e o que você já aprendeu em aula, vejamos o que você sabe a respeito desse tema: 1. Cite um filme a que você tenha assistido e que trata de artes marciais. Resposta pessoal. 2. Quais destas palavras representam os três elementos do aprendizado das técnicas do caratê? ( X ) kihon. ( ) dojo. ( X ) katas. ( ) gui. ( X ) kumite. O caratê moderno é constituído por cinco escolas predominantes ou estilos, cujas diferenças estão baseadas em suas origens. São elas: Goju-Ryu, Shotokan, Shito-Ryu, Wado-Ryu e Shorin-Ryu. Com um ou dois amigos da sala, listem o maior número de palavras relacionadas às lu- tas e às artes marciais que vocês conseguem lembrar. A seguir, agrupem-nas segundo cate- gorias. Exemplo: capacidades físicas exigidas; nomes das modalidades de lutas e dos golpes; país de origem e transformações; graus, vesti- mentas, acessórios etc. Tendo por base essa lista, escrevam a res- peito do caratê e de sua relação com outras lutas, como judô, jiu-jítsu, sumô, kung fu, tae kwon do, aikido, capoeira etc. Se desejarem, ilustrem a redação com mangás e outras figu- ras, como as apresentadas a seguir. Espera-se que os alunos consigam resgatar conhecimentos trabalhados em séries anteriores ou que foram vivenciados por eles fora da escola (em clubes, academias ou vistos em filmes, lidos em revistas etc.), para estabelecerem as relações solicitadas na pesquisa. © A bs od el s/ G et ty I m ag es © A bs od el s/ G et ty I m ag es 36 Etapa 1 – O que é luta? Procure fazer uma “tempestade de ideias” ou uma chamada temática com os alunos para que falem a respeito do tema, por exemplo, uma palavra que se associe à luta. Poderão surgir ex- pressões do tipo: briga, violência, sobrevivência, judô, caratê, sumô, práticas orientais, treina- mento, concentração, defesa pessoal, jiu-jítsu, vale-tudo, força, agilidade, agressão, “coisa pra homem”, capoeira, disciplina, ringue, boxe, fra- turas, cabo de guerra, lesões, socos, pontapés (chutes), quimono, faixa preta, nomes de golpes, de atletas ou de filmes que abordem o tema. As informações coletadas podem ser agrupa- das em categorias: nomes das modalidades de lu- tas e dos golpes, origem e história das lutas (país de origem e transformações), características das lutas (princípios, categorias, vestimentas, acessó- rios), capacidades
Compartilhar