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Aula 3 - Material didático II - Sistema esquelético - Tortora

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, 
TECIDO OSSEO 
. 
• • 
1 NTRO DUÇÃO Um osso é um órgão composto de diversos tecidos diferentes 
funcionando em conjunto: tecido ósseo, cartilagem, tecido conjuntivo denso, epité-
lio, tecido adiposo e tecido nervoso. O arcabouço de ossos e suas cartilagens cons-
titui o sistema esquelético. O tecido ósseo é um tecido vivo dinâmico e complexo, 
continuamente empenhado em um processo chamado rerrw<kW,-
ção - a formação de novo tecido ósseo e a degeneração do 
tecido ósseo antigo. Nos primórdios da exploração espa-
cial, homens saudáveis jovens, na plenitude da forma 
• 
fisica, retornavam de seus voos espaciais apenas para 
inquietar os médicos. O exame fisico dos astronautas 
revelava perda de até 20% da densidade óssea total, 
durante sua estada prolongada no espaço. O ambiente 
de gravidade zero do espaço, mais o fato de que os astro-
nautas viajavam em cápsulas pequenas que limitavam muito 
os movimentos por períodos prolongados, exercia tensão mínima 
nos ossos. Em contrapartida, atletas submetem os ossos a grandes for-
ças, o que exerce tensão significativa no tecido ósseo. Atletas mostram 
aumento da densidade óssea total. Como o osso é capaz de alterar-se 
em resposta a diferentes demandas mecânicas exercidas sobre 
ele? Por que os níveis de atividade intensa que exercem 
tensão no tecido ósseo melhoram muito a saúde ós-
sea? Este capítulo examinará os vários componen-
tes dos ossos, para ajudar a entender como os ossos 
se formam , como envelhecem e como o exercício 
afeta a densidade e a resistência dos ossos. O estu-
do da estrutura óssea e o tratamento dos distúrbios 
ósseos é chamado de osteologia ( osteo = osso; -logia = 
estudo do). • 
, 
• 
Você já imaginou por que a 
osteoporose afeta mais mulheres 
do que homens? 
SUMÁRIO 
6.1 Funções dos Ossos e do Sistema Esquelético, 164 
6.2 Tipos de Ossos, 164 
6.3 Anatomia do Osso, 16S 
6A Acidentes Ósseos. 167 
6.S Histologia do Tecido ósseo, 167 
• Tecido Ósseo Compacto, 169 
• Tecido Ósseo Esponjoso, 171 
6.6 Irrigação Sanguínea e Inervação do Osso, 172 
6.7 Formação do Osso, 173 
• Formação Inicial do Osso no Embrião e no Feto, 173 
• Ossificação lntramembranácea, 173 
6.1 FUNÇÕES DOS OSSOS E DO 
SISTEMA ESQUELÉTICO 
[!) OBJETIVO 
• Descrever as seis pri ncipais funções do sistema esque-
lético. 
O tecido ósseo compõe aproximadamente 18% do peso do 
corpo humano. O sistema esquelético desempenha várias 
funções básicas: 
1. Suporte. O esqueleto é o arcabouço esuutural do corpo, 
sustentando os tecidos moles e fornecendo pontos de 
fixação para os tendões da maioria dos músculos esque-
léticos. 
2. Proteção. O esqueleto protege os órgãos internos mais 
importantes contra lesão. Por exemplo, os ossos do crâ-
nio protegem o encéfalo, a coluna vertebral protege a 
medula espinal e a caixa torácica protege o coração e os 
pulmões. 
3. Assistência ao movimento. A maioria dos músculos esque-
léticos se fixa aos ossos; quando os músculos se contraem, 
tracionam os ossos para produzir movimento. 
4. Liberação e armazenamento mineral. O tecido ósseo ar-
mazena diversos minerais, especialmente cálcio e fósforo, 
que contribuem para a resistência dos ossos. O tecido 
ósseo armazena aproximadamente 99% do cálcio total 
do corpo. Conforme a demanda, os ossos liberam mine-
rais na corrente sanguínea para manter os equilíbrios 
minerais críticos e distribuir minerais a outras partes do 
corpo. 
5. Produção de eritrócitos. No interior de determinados 
ossos, um tecido conjuntivo chamado medula óssea 
vermelha produz eritrócitos, leucócitos e plaquetas, um 
processo chamado hemopoese (hem<>- a sangue; poesis- = 
criação) ou hematopoese. A medula óssea vermelha é 
composta por eritrócitos em desenvolvimento, adipó-
citos, fibroblastos e macrófagos em urna rede de fibras 
reticulares. A medula óssea vermelha é encontrada nos 
ossos em desenvolvimento do feto e em alguns ossos 
adultos, como os ossos do quadril, costcla.s, esterno, 
vertebras, crânio e extremidades do úmero e fêmur. Em 
um recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha e 
• Ossificação Endocondral, 174 
• Crescimento ósseo Durante a Lactância, a Infância 
e a Adolescência, 176 
• Remodelação óssea, 179 
6.8 Fraturas, 180 
6.9 Exercício e Tecido ósseo, 183 
6.10 Envelhecimento e Tecido ósseo, 184 
6.1 1 Fatores que Influenciam o Crescimento ósseo, 184 
Glossário, 186 
participa da hcmatopoese. Com o aumento da idade, 
grande parte da medula óssea se transforma em medula 
óssea amarela. 
6. Armazenamento de triglicerídios. A medula óssea 
amarela é composta principalmente de adipócitos, que 
armazenam triglicerídios. Os triglicerídios armazenados 
são reservas potenciais de energia química. 
./TESTE RÁPIDO 
1. Como o sistema esquelético atua no suporte, na proteção 
e na armazenagem de minerais? 
2. Descreva a função dos ossos na produção das células 
sanguíneas. 
6.2 TIPOS DE OSSOS 
[!) OBJETIVO 
• Classificar os ossos com base no formato e na localização. 
Os ossos são como urna biblioteca de informações sobre o 
corpo humano. Atuam como registro duradouro da vida do 
indivíduo, porque não se deterioram após a morte, como 
acontece com os tecidos moles. Consegue-se determinar, 
por exemplo, idade, estatura, sexo, saúde e raça apenas 
examinando o esqueleto. Tais informações são úteis para 
especialistas forenses na busca da identificação dos restos 
mortais de uma vítima ou para antropólogos que estudam 
esqueletos antigos. O formato de um determinado osso tam-
bém revela muito com relação ao seu papel funcional no 
corpo, como sua resistência e o tipo de forças a que foi 
submetido à medida que seus músculos se moviam. Cada 
pequena saliência, orifício, projeção ou crista em um osso 
conta urna história. 
Os 206 ossos individuais, em um esqueleto adulto, es-
tão disponíveis em urna variedade de formatos e t.amarthos. 
Eles variam em t.amartho, desde os pequenos ossos da ore-
lha, no crânio, até o fêmur, com aproximadamente 61 cm 
de comprimento cm um adulto. Os diversos formatos dos 
ossos são projetados para executar funções específicas. Os 
anatomistas reconhecem cinco tipos de ossos no esqueleto, 
com base no formato: longos, curtos, planos, irregulares e 
sesamoides (Figura 6.1 ). 
Figura 6.1 Tipos de ossos com base no formato. Os os-
sos não estão desenhados em escala. 
C~J &8 Os formatos dos ossos determinam amplamente 
suas f unções. 
Osso longo 
(úmero) 
Osso curto 
(trapezoide, carpo) 
Osso plano (esterno) 
../.. --
Osso irregular (vértebra) 
Osso sesamoide (patela) 
@ Que t ipo de osso basicamente protege e fornece uma 
ampla área de superfície para a fixação muscular? 
Ossos longos possuem maior comprimento do que lar-
gura, e consistem em uma diáfise (corpo) e um número 
variável de epífises ou extremidades. Os ossos longos são 
ligeiramente encurvados para obter resistência. Um osso 
encurvado absorve estresse do peso do corpo em diferen-
tes pontos, de modo que o peso é igualmente distribuído. 
Se tais ossos fossem retos, o peso do corpo seria distribuído 
irregularmente e o osso sofreria fratura facilmen te. Ossos 
longos consistem, em grande parte, em tecido ósseo compacto, 
que é denso e possui espaços menores, mas também con-
têm muito tecido ósseo esponjoso, que possui espaços maiores 
(Figura 6.4). Os ossos longos incluem o úmero, a ulna e o 
rádio, o fümur, a tíbia e a fíbula, os metacarpais, os metatar-
sais e as falanges (dos dedos da mão e do pé). 
Ossos curtos são relativamente cuboides e têm compri-
mento, largura e altura quase iguais, consistindo em subs-
tância esponjosa, exceto na superfície, onde existe uma ca-
mada fina de substância compacta. Exemplos de ossos cur-
tos são a maioria dos ossos carpais e tarsais. 
Ossos planos são geralmente finos e compostos de duas 
lâminas quase paralelas de substância compacta circun-
dando uma camada de substância esponjosa. As camadas 
de substância compacta são chamadas lâminas externa e 
interna. Nos ossos do crânio , a substância esponjosaé 
referida como díploe (Figura 6.6). Ossos planos propor-
cionam considerável proteção e fornecem áreas extensas 
para a fixação dos músculos. Os ossos planos incluem os 
ossos do crânio, que protegem o encéfalo; o esterno e 
6.3 ANATOMIA DO OSSO 165 
as costelas , que protegem os órgãos situados no tórax; e 
as escápulas. 
Ossos irregulares possuem formas complexas e não são 
agrupados em nenhuma das três categorias já descritas. 
Além disso, variam nas quantidades de substância esponjo-
sa e compacta que contêm. Tais ossos incluem as vértebras, 
determinados ossos da face e o calcâneo. 
Ossos sesamoides desenvolvem-se em determinados ten-
dões, nos quais há considerável atrito, compressão e es-
tresse físico . Nem sempre são completamente ossificados 
e medem de alguns milímetros a centímetros de diâme-
tro, exceto nas duas patelas, os maiores ossos sesamoides. 
Os ossos sesamoides variam em número de pessoa para 
pessoa, exceto as patelas, que estão localizadas no tendão 
do músculo quadríceps femoral (Figura 11.24a, b) e estão 
normalmente presentes em todos os indivíduos. Funcio-
nalmente, os ossos sesamoides protegem os tendões con-
tra uso excessivo e frequentemen te alteram a direção de 
tração de um tendão, o que aumenta a vantagem mecâni-
ca em uma articulação. 
Nos membros superiores, os ossos sesamoides geralmente 
ocorrem apenas nas articulações da face palmar das mãos. 
Dois ossos sesamoides frequentemente en contrados estão 
nos tendões dos músculos adutor do polegar e flexor curto 
do polegar, na articulação metacarpofalângica do polegar 
(Figura 8.6a). Nos membros inferiores, existem dois ossos 
sesamoides constantes, além das patelas; estes ocorrem na 
face plantar de cada pé, nos tendões do músculo flexor 
curto do hálux, na articulação metatarsofalângica do hálux 
(Figura 8.12b). 
Um tipo adicional de osso não é classificado pelo for-
mato, mas preferivelmen te pela localização. Os ossos su-
turais ou ossos wormianos (denominados assim em h ome-
nagem a um anatomista dinamarquês, O. Worm, que vi-
veu de 1588-1654) são ossos pequenos localizados nas 
suturas de determinados ossos do crân io (Figura 7 .5a) . 
O número de ossos suturais varia muito de pessoa para 
pessoa. 
./'TESTE RÁPIDO 
3. Dê exemplos de ossos longos, curtos, p lanos, irregula-
res e sesamoides, e expl ique a função de cada tipo de 
osso. 
6.3 ANATOMIA DO OSSO 
[!) OBJETIVO 
• Descrever as partes de um osso longo. 
Examinemos agora a estrutura de um osso usando o úmero 
como exemplo. Um osso longo típico consiste nas seguin-
tes partes (Figura 6.2): 
1. A diáfise é o corpo do osso - a parte princi pai cilíndrica 
longa do osso. 
2. As epífises são as terminações proximal e distal do 
osso. 
3. As metáfises são as regiões entre a diáfise e as epífises. Em 
um osso em crescimento, cada metáfise contém uma lâmina 
166 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
epifisial, uma camada de cartilagem hialina que permite o 
crescimento longitudinal da diáfise do osso (um processo 
descrito mais tarde neste capítulo) . Quando o crescimen-
to ósseo longitudinal cessa, aproximadamente entre os 
18 e os 21 anos de idade, a cartilagem na lâmina epifisial 
é substituída por osso e a estrutura óssea resultante é 
denominada linha epifisial. 
4. A cartilagem articular é uma fina camada de cartilagem 
hialina que recobre a parte da epífise na qual o osso 
forma uma articulação com outro osso. A cartilagem ar-
ticular reduz o atrito e absorve choques em articulações 
muito móveis. Como a cartilagem articular não possui 
pericôndrio nem vasos sanguíneos, o reparo de lesão é 
limitado. 
5. O periósteo (peri- = em torno) é uma bainha de tecido 
conjuntivo resistente e sua irrigação sanguínea associada, 
que circunda a superficie do osso em partes não reco-
bertas pela cartilagem articular. O periósteo é composto 
por uma lâmina fibrosa externa de tecido conjuntivo den-
so não modelado e uma lâmina osteogênica interna que 
consiste em células. Algumas das células permitem que 
o osso cresça em largura, mas não em comprimento. O 
periósteo também protege o osso, auxilia no reparo de 
fratura, ajuda na nurrição do tecido ósseo e atua como um 
ponto de fixação para ligamentos e tendões. O periósteo 
está fixado ao osso subjacente por fibras perfurantes (de 
Sharpey), feixes espessos de colágeno que se estendem 
do periósteo até a matriz extracelular óssea. 
Figura 6.2 Partes de um osso longo. O tecido ósseo esponjoso da epífise e da metáfise contém medula óssea verme-
lha, e a cavidade medular da diáfise, no adulto, contém medula óssea amarela. 
l (!)J iiii#I Um osso longo é recoberto por cartilagem articular nas faces articu lares de suas epífises proximal e distal e pelo 
periósteo em torno de todas as out ras partes do osso. 
Epllise 
proximal 
Metáfise 
Diál ise 
Metáfise 
Eplfise 
distal 
+--- Substância compacta 
~+--- Endósteo (reveste a 
cavidade medular) 
1--- Artéria nutricia 
Y--- Cavidade medular 
(contém medula óssea 
amarela nos adultos) 
-;-"*:--- Periósteo 
(a) Úmero parcialmente seccionado (osso do braço) 
@ Qual é a importância f uncional do períóst eo? 
Substância 
esponjosa 
ú mero 
FUNÇÕES 
' ~ .. '.. . ,. 
" 
--- Cavidade medular 
na diáfise 
(b) Úmero parcialmente seccionado 
1. Suporta os tecidos moles e fornece f ixação para os músculos esqueléticos. 
2. Protege os órgãos in ternos. 
3. Auxilia no movimento em conj unto com os músculos esqueléticos. 
4. Armazena e libera minerais. 
5. Contém medula óssea vermelha. que produz células sanguíneas. 
6. Contém medula óssea amarela, que armazena trigliceridios, 
uma reserva de energia quimica potencial. 
6. A cavidade medular, nos adultos, é um espaço cilíndrico 
oco no interior da diáfise contendo medula óssea amarela 
adiposa e numerosos vasos sanguíneos. Essa cavidade mi-
nimiza o peso do osso reduzindo o material ósseo denso 
onde é menos necessário. O projeto tubular dos ossos 
longos fornece resistência máxima com peso mínimo. 
7. O endósteo ( endtr = dentro) é uma fina membrana que 
reveste a cavidade medular. Contém uma única camada 
de células formadoras de osso e pouco de tecido conjun-
tivo. 
Usando o desenho de um osso longo como modelo, não 
é dificil compreender a estrutura de outros tipos de ossos. 
Cada um dos outros tipos de ossos - curto, plano, irregu-
lar e sesamoides - tem desenhos que se assemelham muito 
com a epífise de um osso longo. De fato, os ossos longos 
são os únicos ossos com uma diáfise e uma cavidade me-
dular. Os outros tipos de ossos possuem lâminas externas 
de substância compacta recobrindo um núcleo interno de 
substância esponjosa. 
./TESTE RÁPI DO 
4. Faça um d iagrama das partes de um osso longo e expli-
que as f unções de cada parte. 
6.4 ACIDENTES ÓSSEOS 
~ OBJETIVO 
• Descrever os principais acidentes ósseos e a função de 
cada um. 
Além de apresentar vários formatos, os ossos têm textu-
ras e con tornos externos d iferentes. Um exame mais mi-
nucioso da superficie de um osso é muito informativo . A 
superfície de um osso é marcada por inúmeras saliências, 
sulcos, endentações, projeções e orifícios. Esses aspectos 
característicos dos ossos são chamados acidentes ósseos 
ou pontos de referência ósseos e são aspectos estruturais 
adaptados para funções específicas. A maioria não existe 
por ocasião do nascimento, mas desenvolve-se mais tar-
de em resposta a determinadas forças e são mais proe-
minentes durante a vida adulta. Várias saliências, cristas 
ou áreas rugosas indicam os locais em que tecidos moles, 
como tendões e ligamentos, se fixam no osso. (Tendões ti-
picamente fixam músculo esquelético ao osso; ligamentos 
tipicamen te fixam um osso a outro osso.) Sulcos ou orifí-
cios indicam localizações nas quais nervos e vasos sanguí-
neos atravessam os ossos. Faces lisas indicam áreas de 
movimento entre ossos vizinhos. Em geral, uma depres-
são na face lisa em um osso acomoda uma projeção com 
face lisa de outro osso, para formar as faces articulares, 
de modo que os ossos consigamse encaixar. Em resposta 
à tensão exercida na superfície óssea, na qual tendões, 
ligamentos, aponeuroses e fáscia tracionam o periósteo 
do osso, osso novo é depositado, resultando em áreas ru-
gosas ou elevadas. 
Há dois tipos principais de acidentes ósseos: (1) de-
pressões e aberturas, que formam articulações ou permitem 
a passagem de tecidos moles (como vasos sanguíneos e 
6.5 HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO 167 
nervos) e (2) processos, projeções ou excrescências que (a) 
ajudam a formar articulações ou (b) atuam como pon-
tos de fixação para tecido conjuntivo (como ligamentos 
e tendões). 
A Tabela 6.1 descreve os diversos acidentes ósseos e for-
nece referências para ilustrações de cada um, que aparecem 
nos dois capítulos seguintes a este texto, nas descrições dos 
esqueletos axial e apendicular. 
./TESTE RÁPIDO 
5. Liste e descreva diversos acidentes ósseos e dê um exem-
plo de cada um. Cruze sua lista com a Tabela 6.1. 
6.5 HISTOLOGIA DO TECIDO 
ÓSSEO 
~ OBJETIVOS 
• Explicar por que o tecido ósseo é classificado como um 
tecido conjuntivo. 
• Descrever a composição celular do tecido ósseo e as 
funções de cada componente. 
• Delinear as diferenças f uncionais e estrut urais entre 
tecido ósseo compacto e esponjoso. 
• Descrever as características histológicas do tecido ósseo. 
Examinaremos agora a estrutura do osso no nível micros-
cópico. Como os outros tecidos conjuntivos, o osso, ou te-
cido ósseo, contém uma matriz extracelular abundante que 
circunda células esparsas. A matriz extracelular é forma-
da aproximadamente de 15% de água, 30% de fibras co-
lágenas e 55% de sais minerais cristalizados. (Ossos resse-
cados (ossos abióticos que são estudados em laboratório) 
são 60% minerais inorgânicos e 40% substâncias orgânicas 
por peso.] O mineral mais abundante é o fosfato de cálcio 
(Ca$(P04) 2), que se combina com outro sal mineral , o hi-
dróxido de cálcio [Ca(OH)2), para formar os cristais de hi-
droxiapatita (Caw(P0, )6 (0H) 2). Quando os cristais se for-
mam, combinam-se ainda com outros sais minerais, como 
carbonato de cálcio (CaCO$) e íons como magnésio, fluore-
to, potássio e sulfato. À medida que esses sais minerais são 
depositados no arcabouço formado pelas fibras colágenas 
da matriz extracelular, tornam-se cristalizados, e o tecido 
endurece. Esse processo, chamado calcificação, é iniciado 
pelas células formadoras de osso, chamadas oste-0blastos, e 
será descrito em breve. 
Antigamente pensava-se que a calcificação ocorria sim-
plesmente quando houvesse sais minerais suficientes para 
formar os cristais. Atualmente, contudo, sabemos que o 
processo ocorre apenas na presença de fibras colágenas. 
Os sais minerais começam a se cristalizar nos espaços 
microscópicos entre as fibras colágenas. Após o preen-
chimento dos espaços, os sais minerais se acumulam em 
torno das fibras colágenas. A combinação de sais crista-
lizados e fibras colágenas é responsável pelas caracterís-
ticas do osso. 
Embora a solidez de um osso dependa dos sais minerais 
inorgânicos cristalizados, a flexibilidade do osso depende de 
suas fibras colágenas. Como as vigas de metal de reforço no 
168 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
TABELA6.1 
Acidentes Ósseos 
ACIDENTES DESCRIÇÃO EXEMPLO 
DEPRESSÕES E ORIFICIOS: locais que permitem a passagem de tecidos moles (nervos, vasos sanguíneos, ligamentos, tendões) ou a 
formação de articulações 
Fi.ssu ra 
Fora me 
Fossa 
Sulco 
Meato 
Fenda estreita entre partes adjacentes dos ossos 
pelas quais passam nervos ou vasos sanguíneos 
Orifício através do qual passam vasos sanguíneos, 
nervos ou ligamentos 
Depressão rasa 
Sulco ao longo da superfície óssea que acomoda 
um \'llSO sanguíneo, nervo ou tendão 
Orifício tubuliforme 
Fissura orbital superior do esfenoide (Figuras 7.6f e 7.lOb) 
Canal óptico do esfenoide (Figuras 7 .6f e 7 .1 Ob) 
Fossa coronóidea do úmero (Figura 8.4a) 
Sulco intertubercular do úmero (Figura 8.4a) 
Meato acústico interno e externo do temporal (Figura 7.2a) 
PROCESSOS: projeções ou protuberâncias no osso que formam articulações ou pontos de fixação para tecido conjuntivo, como 
ligamentos e tendões 
Processos que formam articulações: 
Côndilo Protuberância arredondada grande, com 
Fóvea 
Cabeça 
superfície articular lisa na extremidade do osso 
Face articular ligeiramente convexa ou côncava 
plana e lisa 
Projeção articular geralmente arredondada 
apoiada no colo de um osso 
Processos que formam pontos de fixação para tecido conjuntivo: 
Crista proeminen te ou projeção alongada 
Côndilo lateral do fêmur (Figura 8. lOa) 
Face articular superior de uma vértebra (Figura 7.16a) 
Cabeça do fêmur (Figura 8.lOa) 
Crista 
Epicôndilo 
Lin ha 
Projeção normalmente enrugada acima do côndilo 
Margem (menos proeminente do que uma crista) 
Crista ilíaca do osso do quadril (Figura 8.8a) 
Epicôndilo medial do fêmur (Figura 8. lOa) 
Linha áspera do fêmur (Figura 8.1 Ob) 
Processo 
espinhoso 
Trocanter 
Tubérculo 
Tuberosidade 
ou crista estreita longa 
Projeção delgada acentuada 
Projeção muito grande 
Projeção arredondada de tamanho variável 
Projeção de tamanho variável que possui uma 
superfície rugosa 
concreto, as fibras colágenas e outras moléculas orgánicas 
conferem resistência à tração, que é a oposição ao estiramen-
to ou à separação. A imersão do osso em uma solução áci-
da, como o vinagre, dissolve seus sais minerais, tornando-o 
mole e flexível. Como você verá a seguir, as células ósseas, 
chamadas osteoclastos, produzem enzimas e ácidos que de-
compõem a matriz extracelular do osso. 
Existem quatro tipos de células no tecido ósseo: as cé-
lulas osteogênicas, os osteoblastos, os osteócitos e os osteo-
clastos (Figura 6.3). 
1. Células osteogênicas são células-tronco não especiali-
zadas, derivadas do mesênquima, o tecido a partir do 
qual todos os tecidos conjuntivos são formados. Elas 
são as únicas células ósseas que sofrem divisão celular; 
as células resultantes se tornam osteoblastos. As células 
osteogênicas são encontradas ao longo da parte interna 
do periósteo, no endósteo e nos canais no interior do 
osso que contêm vasos sanguíneos. 
2. Osteoblastos são células formadoras de osso. Elas sinteti-
zam e produzem fibras colágenas e outros componentes 
orgânicos necessários para formar a matriz extracelular 
do tecido ósseo, e iniciam a calcificação. À medida que 
Processo espinhoso de uma vértebra (Figura 7.16a) 
Trocanter maior do fêmur (Figura 8. lOa) 
1ubérculo maior do úmero (Figura 8.4a) 
Túber isquiático do osso do quadril (Figura 8.8b) 
os osteoblastos são recobertos com matriz extracelular, 
tornam-se aprisionados em suas secreções e transformam-
se em osteócitos. (Nota:. células com o sufixo -blasto, no 
osso ou em qualquer tecido conjuntivo, produzem matriz 
extracelular.) 
3. Osteócitos, células ósseas maduras, são as principais cé-
lulas no tecido ósseo e mantêm seu metabolismo diário, 
como a troca de nutrientes e resíduos com o sangue. 
Como os osteoblastos, os osteócitos não sofrem divisão 
celular. (Nota: células com o sufixo -cito, no osso ou em 
qualquer outro tecido, preservam o tecido.) 
4. Osteoclastos são células enormes, derivadas da fusão 
de até 50 monócitos (um tipo de leucócito), e estão 
concentradas no endósteo. A membrana plasmática do 
osteoclasto é muito dobrada, formando uma margem pre-
gueada no lado da célula orientada para a superfície do 
osso. Aqui a célula libera enzimas lisossômicas potentes 
e ácidos que digerem a proteína e os componentes mi-
nerais da matriz extracelular subjacente do osso. Essa de-
composição da matriz extracelular do osso, denominada 
reabsorção, é parte do desenvolvimento, do crescimento, 
da manutenção e do reparo normais do osso. (Nota: cé-
6.5 HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO 169 
Figura 6.3 Tipos de células no tecido ósseo. 
e~> &d Células ost eogênicas sofrem divisão celular e se desenvolvem nos ost eoblastos, que produzem a mat riz 
extracelular óssea. 
Originaria de uma linhagem celular óssea Originária de umalinha celular leucocitária 
~-Margem 
pregueada 
Célula osteogênica 
(evolui para um 
osteoblasto) 
Osteoblasto (forma a 
matriz extracelular 
óssea) 
Osteócito 
(mantém o 
tecido ósseo) 
Osteoclasto (atua na reabsorção, 
a decomposição da matriz 
eX1racelular óssea) 
CID 9.1rox CID 9.1sox 
Dr. Richard Kessel e 
Randy Kardon!Tissues 
CID S.626x 
Dr. Richard Kessel e Randy 
Kardontrassucs & 
OrgansNisuals Unlimited & Organs/Visuals Unlimited 
Q Por que a reabsorção óssea é importante? 
lulas com o sufixo -clasto, no osso, decompõem a matriz 
extracelular.) Os osteoclastos ajudam a regular o nível 
de cálcio no sangue em resposta a certos hormônios. Os 
osteoclastos também são as células-alvo para a terapia 
medicamentosa usada para tratar osteoporose. 
-. ~ •• CORRELAÇÃO CLÍNICA 1 Raquitismo~ 
·~ Osteomalacia 
Q 
Raquitismo e osteomalacia são duas formas da mesma 
doença, geralmente provocadas por deficiência de vitamina 
D, que resultam de calcificação inadequada da matri z ós· 
sea extracelular. Raquitismo é uma doença da infância, na 
qual os ossos em crescimento se tornam "moles" e são facil· 
mente deformados. Como o novo osso formado nas lâminas 
epifisiais não se ossifica, são comuns as pernas arqueadas e 
as deformidades do crânio, da caixa torácica e da pelve. A 
osteomalacia é a contraparte do raquitismo no adulto, ai· 
gumas vezes chamada raquitismo do adulto. O osso novo 
formado durante a remodelação não se calcifica, e a pes· 
soa sente dor espontânea e à compressão dos ossos, espe· 
cialmente no quadril e na perna. As fraturas ósseas também 
são consequências de traumatismos menores. A prevenção 
e o tratamento do raquitismo e da osteomalacia consistem 
na administração adequada de vitamina D e na exposição 
moderadas à luz solar. • 
Tecido ósseo Compacto 
O tecido ósseo compacto, também referido como osso den-
soou cortica4 é encontrado na superfície de um osso, mas 
também se estende mais profundamente. Forma a par-
te principal das diáfises dos ossos longos (Figura 6.2) . A 
olho nu, a substância compacta parece um material sóli-
do denso. No entanto, à microscopia óptica, a substância 
compacta é muito porosa, com uma abundância de espa-
ços e canais microscópicos. A substância compacta forne-
ce proteção e suporte e resiste às forças produzidas por 
peso e movimento. 
O tecido ósseo compacto é composto de unidades es-
truturais repetidas, chamadas ósteons ou sistemas de Ha-
vers. Cada ósteon consiste em lamelas dispostas concen-
tricamente em torno de um canal central (de Havers). 
Assemelhando-se aos anéis de crescimento de u ma ár-
vore, as lamelas concêntricas são lâminas circulares de 
matriz extracelular de diâmetro crescente, circundando 
uma rede pequena de vasos sanguíneos, vasos linfáticos 
e nervos, localizada no canal central (Figura 6.4a) . Essas 
unidades tubuliformes de osso geralmente formam uma 
série de cilindros paralelos que, nos ossos longos, tendem 
a correr paralelos ao eixo longo do osso. En tre as lamelas 
concên tricas encontram-se pequenos espaços, chamados 
lacunas (pequenos lagos), contendo osteócitos. Irradian-
do-se em todas as direções, a partir das lacunas, estão 
minúsculos canalículos que são preenchidos com líqui-
do extracelular. Nos canalículos existem prolongamen-
tos digitiformes delgados de osteócitos (ver suplemento 
à direita na Figura 6.4a). Osteócitos adjacentes comuni-
cam-se via junções comunicantes (ver Seção 3.2). Os ca-
nalículos conectam as lacunas entre si e com os canais 
centrais, formando um intrincado sistema em miniatura 
170 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
Figura 6.4 Histologia dos ossos esponj oso e compacto. (a) Cortes através da diáfise de um osso longo, a partir do 
periósteo adjacente, à direita, até a substância compacta, no meio, a substância esponjosa e a cavidade medular, à es-
querda. O detalhe, na parte direita superior, mostra um osteócito em uma lacuna. (b e c) Detalhes da substância es-
ponjosa. Ver parte (d) para uma microfotografia do tecido ósseo compacto e a Correlação Clínica na osteoporose, na 
Seção 6.7, em uma micrografia eletrônica de varredura do tecido ósseo esponjoso. 
C~J &9 O t ecido ósseo está disposto em lamelas concêntricas em t orno de um canal central (de Havers) na substância 
compacta e em lamelas dispostas irregularmente nas trabéculas da substância esponjosa. 
Substância - , 
compacta '!Jl!f: .. · ~·~·--- Cavidade medular 
Substância- ---""'· 
esponjosa 
Periósteo ---
Lamelas 
intersticiais Lamelas 
circunferenciais 
externas 
Lamelas 
concêntricas 
Canallcu los 
Osteócito 
Ver Figura 6.4b, c 
para detalhes 
Cavidade medular 
L 
Substância esponjosa 
Vasos 
Veia periosteal 
Artéria periosteal 
Camada fibrosa externa 
-- Camada osteogênica interna 
Canal central 
Canal perfurante 
Fibras perfurantes (de Sharpey) 
Substância compacta 
(a) Ósteons (sistemas de Havers) na substância compacta e trabéculas na substância esponjosa 
de canais in terconectados por todo o osso. Esse sistema 
fornece muitas vias para nutrien tes e oxigên io chegarem 
aos osteócitos e para a remoção de resíduos. 
Os ósteons no tecido ósseo compacto estão alinha-
dos na mesma d ireção e paralelos ao eixo longitudinal 
das diáfises. Como resultado, o corpo de um osso lon-
go resiste ao encurvamen to ou fratura, mesmo quando 
uma força considerável é aplicada em qualquer uma de 
suas extremidades. O tecido ósseo compacto tende a ser 
mais espesso naquelas partes do osso, nas quais as for-
ças são aplicadas relativamente em poucas d ireções. As 
linhas de tensão em um osso não são estáticas, alteran-
do-se quando a pessoa aprende a andar e em resposta à 
atividade física vigorosa repetida, como ocorre com um 
treinamen to de levantamen to de peso. As linhas de ten-
são em u m osso também se modificam em virtude das 
fraturas ou de deformidade física. Assim, a organização 
dos ósteons não é estática, mas se altera com o tempo, 
em resposta às demandas das atividades físicas exercidas 
sobre o esqueleto. 
As áreas entre os ósteons adjacentes contêm lamelas 
(lamelas intersticiais) , que também possuem lacunas com 
osteócitos e canalículos. As lamelas in tersticiais são frag-
mentos de ósteons mais velhos, que foram parcialmen-
te destruídos duran te a reconstrução ou o crescimento 
ósseo. 
Vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos provenientes 
do periósteo penetram na substância compacta através dos 
canais perfurantes transversos ou canais de Volkmann. Os va-
sos e nervos dos canais perfurantes se conectam com aque-
les da cavidade medular, do periósteo e de canais cen trais. 
Dispostas em torno de toda a circunferência interna e 
externa do corpo de um osso longo encontram-se lamelas, 
chamadas lamelas circunferenciais, que se desenvolvem du-
rante a formação óssea inicial. As lamelas circunferenciais 
diretamente abaixo do periósteo são chamadas larMlas cir-
6.5 HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO 171 
Canaliculos 
Espaço para 
a medula óssea 
vermelha 
Trabéculas """"""-- Osleoblaslos alinhados 
ao longo das ltabéculas 
do osso novo 
(b) Aspecto aumentado das ttabéculas da 
substância espof1osa 
(e) Detalhes de um corte em uma trabécula 
Lacuna 
Lamelas 
(d) Corte de diversos ósteons (sistemas de Havers) 
do fêmur (osso da coxa) e detalhes de um 6steon 
O Conforme as pessoas envelhecem, alguns canais centrais (de Havers) se tornam bloqueados. Que efeito isso teria 
sobre os osteócit os? 
curif erenciais externas, e estão conectadas ao periósteo por fi-
bras perfurantes (de Sharpey) . A5 lamelas circunferenciais 
que revestem a cavidade medular são chamadas lamelas cir-
cunfemiciais internas (Figura 6. 4a) . 
Tecido ósseo Esponjoso 
Ao contrário do tecido ósseo compaclo, o tecido ósseo es-
ponjoso, também chamado teci.do ósseo rtticular ou trabecu-
lar, não conLém ósteons (Figura 6.4b, c). O Lecido ósseo 
esponjoso está sempre localizado no inLerior do osso, pro-
tegido por uma cobertura de substância compacta. Consis-
te em lamelas que estão dispostas em um padrão irregularde colunas delgadas chamadas trabéculas. Entre as trabé-
culas encontram-se espaços visíveis a olho nu. Esses espa-
ços são preenchidos com medula óssea vermelha nos ossos 
que produzem eritrócitos e medula óssea amarela (tecido 
adiposo) em outros ossos. Ambos os úpos de medula óssea 
.... ,. . . 
contem numerosos pequenos vasos sangu1neos que 11T1gam 
os ostcóciLos. Cada trabécula consiste em lamelas concên-
tricas, osteócicos situados nas lacunas e canalículos que se 
irradiam para fora das lacunas. 
O tecido ósseo esponjoso consútui a maior parte do in-
terior dos ossos curtos, planos, sesamoides e irregulares. 
Nos ossos longos forma a parte central das epífises aba.ixo 
da película de substância compacta e forma uma margem 
estreita variável em torno da cavidade medular da diálise. 
A substância esponjosa está sempre recoberta por uma ca-
mada de substância compacta para proteção. 
À primeira vista, as trabéculas do tecido ósseo esponjoso 
parecem menos organizadas do que os ósteons do tecido ós-
seo compaclo. No entanto, estão precisamente orientadas 
ao longo das linhas de tensão, uma caracterísúca que ajuda 
os ossos a resisLir contra os estresses e a transferir força sem 
se quebrar. A substância óssea tende a localizar-se nas áreas 
em que os ossos são submetidos a uma tensão extremamen-
te acentuada ou nas quais as tensões são aplicadas a partir 
de muitas direções. A5 trabéculas só completam seu arrartjo 
final até a locomoção estar completamente aprendida. De 
fato, é possível alterar o arranjo conforme as linhas de ten-
são mudam em decorrência de uma fratura deficientemente 
cicatrizada ou de uma deformidade. 
O tecido ósseo esponjoso é diferente do tecido ósseo com-
pacto em dois aspectos. Primeiro, o tecido ósseo esponjoso é 
leve, o que reduz o peso total do osso. Essa redução do peso 
permite resposta mais imediata quando tracionado por um 
músculo esquelético. Segundo, as trabéculas do tecido ósseo 
esponjoso sustentam e protegem a medula óssea vermelha. 
172 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
Uma cin-
tigrafia óssea 
é um procedi-
mento diagnós-
t ico que t ira 
proveito do fato 
de que o osso é 
um tecido vivo. 
Uma pequena 
quantidade de 
um marcador 
rad ioativo, que 
é facilmente a b-
so rvi d o pelo 
osso, é injetada 
por via intra-
venosa. O grau 
de absorção do Área hipercaplante (área branca) em uma vértebra (câncer) 
marcador está 
relacionado com o fluxo sanguíneo para o osso. Uma câ-
mara gama mede a radiação emitida pelos ossos, e a infor-
mação é convertida em fotografia que pode ser lida como 
uma radiografia em um monitor. O tecido ósseo normal é 
identificado por uma cor cinza consistente em toda a sua 
extensão, por causa de sua absorção uniforme do marcador 
rad ioativo. Áreas mais escuras, hipercaptantes, são áreas de 
aumento no metabolismo que absorvem mais do marcador 
radioativo, em decorrência do aumento de fluxo sangufneo. 
As áreas hipercaptantes podem indicar câncer ósseo, conso-
lidação anormal de fraturas ou crescimento ósseo anormal. 
As áreas mais claras, chamadas de "áreas hipocaptantes", 
são áreas de metabolismo reduzido que absorvem menos 
do marcador radioativo em virtude da redução no fluxo 
sanguíneo. As áreas hipocaptantes podem indicar proble-
mas, como doença óssea degenerativa, desca lcificação ós-
sea, fraturas, infecções ósseas, doença de Paget e artrite 
reumatoide. Uma cintigrafia óssea detecta anormal idades 
3 a 6 meses antes das radiografias, expondo o paciente a 
menos radiação. Uma cintigrafia óssea é o padrão pararas-
treamento de densidade óssea, que é extremamente im-
portante para mulheres por causa da osteoporose. (Ver a 
Correlação Cli nica na Seção 6.7 para mais deta lhes com re-
lação à osteoporose.) • 
A substância esponjosa nos ossos do quadril, costelas, ester-
no e vértebras e as extremidades proximais do úmero e do 
remur são os únicos locais em que a medula óssea vermelha 
é armazenada, portanto o local em que ocorre a hematopo-
ese (produção de eritrócitos) nos adultos. 
~TESTE RÃPIDO 
6. Por que o osso é considerado um t ecido conjunt ivo? 
7. Explique as funções dos quatro t ipos de células no t ecido 
ósseo. 
8. Qual é a composição da mat riz extracelular do tecido 
ósseo? 
9. Indique as diferenças entre os t ecidos ósseos compacto 
e esponjoso com relação à aparência microscópica, à 
localização e à função. 
6.6 IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA E 
INERVAÇÃO DO OSSO 
00 OBJETIVO 
• Descrever a irrigação sanguínea e a inervação do osso. 
O osso é profusamente irrigado com sangue. Os vasos 
sanguíneos, que são especialmente numerosos em partes 
do osso contendo a medula óssea vermelha, penetram nos 
ossos a partir do periósteo. Consideremos a irrigação sanguí-
nea d e um osso longo usando a ubia madura, mostrada na 
Figura 6.5. 
Artérias periosteais, pequenas artérias acompanhadas 
por nervos, penetram na diáfise por numerosos canais per-
furantes (canais de Volkmann) e irrigam o periósteo e a 
parte externa da substância compacta (Figura 6.4a). Pró-
ximo do centro da diáfise, uma grande ar téria nutricia 
penetra na substância compacta em um ângulo oblíquo, 
através do forame nutrício (Figura 6.5) . O trajeto da arté-
ria pelo osso está sempre distante da extremidade de cres-
cimento dominante do osso. (Isso é verdadeiro para todos 
os ossos longos dos membros. Para ajudá-lo a aprender e 
a lembrar-se disso, use o seguinte dispositivo didático: ca-
nais nutrícios sempre "vão para o cotovelo e evitam o jo-
elho", indicando a orientação dos canais para longe do 
joelho, no remur, ubia e fíbula, e em direção ao cotovelo, 
Figura 6.5 Irrigação sanguínea de um osso longo ma-
duro, a tiõia. 
((!)J ffe'"'l O osso é rico de vasos sanguíneos. 
Eplfise 
Metãfise 
Diãfise 
~"""!o--~.....,.,.1111~--·•~- Cartilagem articular 
Artéria epifisaria 
Veia epilisãria 
----1-- Linha epifisial 
''"~. " 
Tibia parcialmente seccionada 
~-- Artéria metafisaria 
Veia metafisãria 
@ Por onde as artérias periosteais penetram no tecido 
ósseo? 
no úmero, ulna e rádio.) Ao penetrar na cavidade medu-
lar, a artéria nutrícia se divide cm ramos distal e proximal 
que seguem em direção a cada uma das extremidades do 
osso. Esses ramos irrigam tanto a parte interna do tecido 
ósseo compacto da diáfise quanto o tecido ósseo esponjo-
soe a medula óssea vermelha até as linhas (ou lâminas) 
epifisiais. A maioria dos ossos, como a ubia, tem apenas 
uma artéria nutrícia penetrando na diáfisc; outros, como 
o fêmur, têm várias artérias nutrícias. As extremidades dos 
ossos longos são irrigadas pelas "artérias metafisárias" e 
"epifisiais" que se originam das anérias que irrigam a ar-
ticulação associada. As artérias metafisárias penetram nas 
metáfises de um osso longo e, com a artéria nutrícia, ir-
rigam a medula óssea vermelha e o tecido ósseo das me-
táfises. As artérias epifisiais penetram nas cpífises de um 
osso longo e irrigam a medula óssea vermelha e o tecido 
ósseo das epífiscs. 
As veias que drenam o sangue dos ossos longos são evi-
dentes em três locais: ( 1) uma ou duas veias nutrícias acom-
panham a artéria nutrícia e saem do osso através da diáfise; 
(2) numerosas veias epifisiais e veias metafisárias acompa-
nham suas respectivas artérias e deixam o osso na epífise; 
e (3) muitas veias periosteais pequenas acompanham suas 
respectivas artérias e deixam o osso pelo periósteo. O peri-
ósteo que circunda o osso possui numerosos capilares lin-
fáticos e vasos linfáticos, mas nâo há indício de quaisquer 
vasos linfáticos no interior do tecido ósseo. 
Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que irri-
gam os ossos. O periósteo é rico em nervos sensitivos, al-
guns dos quais são responsáveis pela sensação de dor. Esses 
nervos são especialmente sensíveis à laceração ou à tensão, 
o que explica a dor aguda resultante de uma fratura ou de 
um rumor ósseo. Pela mesma ra?ão existe dor associada a 
biopsia da medula óssea vermelha por agulha. Nesse pro-
cedimento, uma agulha é inserida no meio do osso para re-
tirar uma amostra damedula óssea vermelha para exame 
microscópico; frequentemente detectam-se condições tais 
como leucemias, ncoplasias metastáticas, linfoma, doença 
de Hodgkin e anemia aplásica por meio de biopsia por agu-
lha da medula óssea vermelha. Sente-se dor à medida que a 
agulha penetra no periósteo. Sente-se pouca dor assim que 
a agulha ultrapassa o periósteo. 
~TESTE RÃPIDO 
1 O. Explique a localização e as funções das artérias nut rí· 
cias, dos forames nutridos, das artérias epifisiaís e das 
artérias periosteais. 
6. 7 FORMAÇÃO DO OSSO 
(!J OBJETIVOS 
• Diferenciar entre ossificação intramembranácea e ossi-
ficação endoncondral. 
• Explicar a importância dos diferentes tipos de forma-
ção óssea durante as diversas fases da existência de 
uma pessoa. 
• Descrever o processo de remodelação do osso. 
O processo pelo qual o osso se forma é chamado ossifica-
ção. A formação do osso ocorre em quatro situações prin-
6.7 FORMAÇÃO DO OSSO 173 
cipais: (1) a formação inicial dos ossos cm um embrião 
ou feto, (2) o crescimento dos ossos durante a Jactância, 
a in!ancia e a adolescência até que o tamanho dos ossos 
seja alcançado, (3) a remodelação do osso (substituiç.ão 
de osso velho por tecido ósseo novo durante toda a vida) 
e (4) o reparo de fraturas durante a vida. Estudaremos as 
três primeiras situações nesta seção; fraturas serão expli-
cadas na Seção 6.8. 
Formação Inicial do Osso no Embrião 
e no Feto 
Consideraremos primeiro a formação inicial do osso no em-
brião e no feto. O "esqueleto" embrionário é composto, no 
início, de mesênquima que tem a forma geral dos ossos. Es-
tes se comam os locais nos quais há formação de cartilagem 
subsequente e, em seguida, ocorre a ossificação. (Lembre-se 
de que o mesênquimaé um tecido conjuntivo encontrado, em 
grande parte, no embrião, e é o tecido a partir do qual se 
desenvolve a maioria dos outros tecidos conjuntivos.) Esse 
evento começa durante a sexta semana de desenvolvimen-
to embrionário e segue um dos dois padrões. 
Os dois métodos de formação do osso, nos quais ocor-
re a substituição de um tecido coajuntivo preexistente 
por osso, não produzem diferenças na estrutura dos os-
sos maduros, mas são simplesmente métodos diferentes 
de desenvolvimento do osso. No primeiro tipo de ossifi-
cação, chamado ossificação intramembranãcea, o osso 
forma-se diretamente no mesênquima, que está disposto 
em lâminas que se assemelham a membranas. No segun-
do tipo, a ossificação endocondral, o osso forma-se den-
tro da cartilagem hialina, que se desenvolve a partir do 
mesênquima. 
Ossificação lntramembranácea 
A ossificação intramembranácea é o mais simples dos dois 
métodos de formação do osso. Os ossos planos do crânio, 
a maioria dos ossos da fuce, a mandíbula e a parte medial 
da clavícula são formados dessa maneira. O restante dos os-
sos forma-se por meio da ossificação cndocondral, que será 
descrita posteriormente nesta seção. Além disso, as "áreas 
moles" (fontículos) que ajudam o crânio do feto a passar 
pelo canal de parto posteriormente endurecem conforme 
sofrem ossificação intramcmbranácea, o que ocorre como 
se segue (Figura 6.6): 
O Desenvolvimento do centro de ossificação. No local cm 
que o osso se desenvolverá, uma sinalização química es-
pecífica provoca a aglomeração e a diferenciação das 
células mesenquimais, primeiro cm células osteogênicas 
e, em seguida, em ostcoblastos. O local dessa aglomera-
ção é chamado centro de ossificação. Os osteoblascos 
produzem a matriz cxtracelular orgânica do osso até 
que estejam totalmente envolvidos por ela. 
6 Calcificação. Em seguida, a secreção de matriz cxtra-
celular cessa e as células, agora chamadas osteócitos, 
situam-se nas lacunas e estendem seus longos prolonga-
mentos citoplasmáúcos nos canalículos que se irradiam 
174 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
em todas as direções. Em alguns dias, cálcio e outros 
sais minerais são depositados e a matriz extracelular 
endurece ou se calcifica. 
© Formação de trabêculas. À medida que a matriz extra-
celular se forma, transforma-se em trabéculas que se 
fundem umas com as outras para formar a substância 
esponjosa em torno da rede de vasos sanguíneos pre-
sente no tecido. O tecido conjuntivo associado aos va-
sos sanguíneos nas trabéculas diferencia-se em medula 
óssea vermelha. 
O Desenvolvimen to do periósteo. Em conjunto com a 
formação das trabéculas, o mesênquima na periferia 
do osso condensa-se e transforma-se no periósteo. Fi-
nalmente, uma fina camada de substância compacta 
substitui as camadas superficiais da substância espon-
josa, mas esta permanece no centro. Grande parte 
do osso recém-formado é remodelada enquanto o 
osso é transformado na sua forma e no seu tamanho 
adultos. 
Ossificação Endocondral 
Embora a maioria dos ossos do corpo sej a formada por 
ossificação endocondral, o processo é mais bem observa-
do em um osso longo. A ossificação ocorre como se segue 
(Figura 6. 7): 
O Desenvolvimento do modelo cartilagíneo. No local em 
que o osso se formará, uma sinalização química especí-
Figura 6.6 Ossificação intramembranácea. As ilustrações O e a mostram um campo menor de visão em uma am-
pliação maior do que as ilustrações © e O. 
c~1 ª°'ª A ossif icação intramembranácea compreende a formação do osso no mesênquima disposto em lâminas que se 
assemelham a membranas. 
Osso plano 
do crânio 
Osteócito na lacuna 
O Calcificação: cãlcio e outros sais minerais 
são depositados e a matriz extracelular 
se calcifica (endurece) 
O Desenvolvimento do centro de ossificação: 
osteoblastos produzem matriz 
extraoelular orgânica 
Trabéculas da 
substância esponjosa 
~~~:~~:;i=~~~.__ Osteoblasto 
E) Formação das trabéculas: a matriz extracelular 
desenvolve-se nas trabéculas que se fundem 
para formar a substância esponjosa 
O Desenvolvimento do periósteo: 
o mesênquima na periferia do 
osso desenvolve-se no periósteo 
@ Que ossos do corpo se desenvolvem por meio da ossif icação intramembranácea? 
6.7 FORMAÇÃO DO OSSO 175 
Fig U ra 6. 7 Ossificação endocondral. Na parte (b) as áreas vermelhas representam ossos que estão em formação (cal-
cificados) , e as áreas cinzentas representam cartilagem (não calcificadas). 
C~J &8 Durante a ossificação endocondral, o osso gradualmente substitu i o modelo cartilagíneo. 
Eplfise 
proximal 
Pericóndrio ------"""'-~ 
==~ Cartilagem 
hialina 
Matriz 
extracelular 
descalcificada 
Matriz 
eXlracelular 
descalcificada 
Matriz 
eXlracelular 
calcificada 
Diálise Artéria 
nutrícia 
~;M·....i;[- Centro de 
ossificação 
primária 
Periósteo 
Eplfise 
distal 
o 
Matriz 
extracelular 
calcificada 
Desenvolvimento do modelo 
cartilag1neo: células 
mesenquimais se tomam 
oondroblastos, que formam 
o modelo cartilagineo. 
o Crescimento do modelo cartilagineo: 
o crescimento ocorre 
por divisão celular 
dos oondrócitos. 
o 
;;;;-- Substância 
esponjosa 
Cavidade --~~ 
medular 
Desenvolvimento do centro de 
ossificação primaria: nesta região 
da diàfise, o tecido substituiu grande 
parte da cartilagem. 
o Desenvolvimento da cavidade medular: 
a decomposição óssea 
pelos osteoclastos 
forma a cavidade medular. 
~---;;;;;::=.;~-- Cartilagem 
articular 
Centro de 
ossificação 
secundária 
.i..J-"'\'~ ~~~~*~- Substância esponjosa 
to-""-;-- Matriz 
extracelular 
descalcificada 
:#!';--"':--'+- Lâmina 
epifisial 
Desenvolvimento dos centros 
de ossificação secundaria: 
o Formação da cartilagem articular e (b) Feto com 15 semanas. As àreas vermelhas representam ossos em formação 
(calcificados). As áreas cinzentas 
representam cartilagem (descalcificada). 
estes ocorrem nas epifises do osso. 
da lâmina epifisial: ambas as estruturas 
consistem em cartilagem hialina. 
(a) Sequência de eventos 
@ Se radiografias dos ossos da perna de uma est rela do basquete, com 18 anos de idade, mostram claramente as 
lâminas epifisiais mas nenhuma linha epifisial, é provável que sua altura aumente? 
fica provoca a aglomeração das células mesenquimais 
na forma geral de um futuroosso e, em seguida, o seu 
desenvolvimen to em condroblastos. Os condroblastos 
produzem matriz extracelular cartilagínea, produzindo 
um modelo cartilagíneo que consiste em cartilagem hia-
lina. Uma cobertura, chamada pericôndrio, desenvolve-
se em torno do modelo cartilagíneo. 
f) Crescimento do modelo cartilagíneo. A partir do mo-
mento em que os condroblastos se entranham na ma-
triz extracelular da cartilagem são chamados de con-
drócitos. O modelo cartilagíneo cresce em compri-
mento, por divisão celular contínua dos condrócitos, 
acompanhada por secreção adicional de matriz extra-
celular cartilagínea. Esse tipo de crescimento, deno-
176 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
minado crescimento intersticial (endógeno), resulta 
em um aumento no comprimento. Por outro lado, o 
crescimento da cartilagem, cm espessura, ocorre em 
virtude principalmente do acréscimo da deposição 
de material de matriz extra.celular na superfície da 
cartilagem do modelo por novos condroblastos que 
se desenvolvem a partir do pcricôndrio, em um pro-
cesso chamado crescimento aposicional (exógeno), 
indicando crescimento da face externa (descrito a 
seguir). 
À medida que o modelo cartilagíneo cresce, os con-
drócitos na sua região média hipertrofiam-se e a matriz 
extra.celular adjacente começa a calcificar-se. Outros 
condrócitos no interior da cartilagem em calcificação 
morrem, porque os nutrientes não se difundem sufi-
cientemente rápido pela matriz extra.celular. Confor-
me esses condrócitos morrem, os espaços deixados para 
trás pelos condrócitos mortos se fundem em pequenas 
cavidades, chamadas lacunas. 
© Desenvolvimento do centro de ossificação primária. 
A ossificação primária prossegue para dentro, a partir 
da face externa do osso. Uma artéria nutrícia penetra 
no pericôndrio e no modelo cartilagíneo em calcifi-
cação, por um foramc nutrício na região média do 
modelo cartilagíneo, estimulando as células osteo-
gênicas no pericôndrio a diferenciar-se em osteo-
blastos. Assim que o pcricôndrio começa a formar o 
osso, torna-se conhecido como periósteo. Próximo 
do meio do modelo, capilares periosteais crescem no 
interior da cartilagem calcificada em desintegração, 
induzindo o crescimento de um centro de ossifica-
ção primária, uma região na quaJ tecido ósseo subs-
tituirá a maior parte da carti lagem. Os osteoblastos, 
então, começam a depositar a matriz extracelular 
óssea sobre os resquícios da cartilagem calcificada, 
formando as trabéculas da substância esponjosa. A 
ossificação primária difunde-se a partir dessa locali-
zação central em direção às extremidades do mode-
lo cartilagíneo. 
O Desenvolvimento da cavidade medular. Conforme o 
centro de ossilicação primária cresce em direção às ex-
tremidades do osso, os ostcoclastos decompõem algumas 
das trabéculas da substância esponjosa recém-formada. 
Essa atividade deixa uma cavidade, a cavidade medular, 
na diáfise. Por fim, grande parte da parede da diáfise é 
substituída por substância compacta. 
@ Desenvolvimento dos centros de ossificação secundá-
ria. Quando ramos da artéria cpifisária penetram nas 
epífises, os centros de ossificação secundária se de-
senvolvem, normalmente por volta da época do nas-
cimento. A formação óssea é semelhante àquela que 
ocorre nos centros de ossificação primária. No entan-
to, nos centros de ossificação secundária a substância 
esponjosa permanece no interior das epífises (nenhu-
ma cavidade medular é formada). Ao contrário da os-
sificação primária, a ossificação secundária prossegue 
para fora, do centro da epífise para a face externa do 
osso. 
@ Formação de cartilagem articular e da lâmina epifisial. 
A cartilagem hialina que recobre as epífises se toma a 
cartilagem articular. Antes da idade adulta, a cartilagem 
hialina permanece entre a diáfise e a epífise como a lâ-
mina epifisial, a região responsável pelo crescimento 
longitudinal dos ossos longos, que você aprenderá a 
segwr. 
,/TESTE RÁPIDO 
11. Quais são os principais eventos da ossificação intra-
membranácea e da ossificação endocondral? Quais 
são as semelhanças? Quais são as diferenças? 
Crescimento ósseo Durante a Lactância, a 
lnfâncja e a Adolescência 
Durante a Jactância, a infância e a adolescência, a espessu-
ra dos ossos do corpo aumenta graças a crescimento apo-
sicional, e o comprimento dos ossos longos aumenta por 
crescimento intersticial. 
Cresciment,o em Comprimenw 
O crescimento de um osso longo compreende: (1) cresci-
mento intersticial da cartilagem no lado epifisial da lâmina 
epifisial e (2) substituição da carti lagem com osso por ossi-
ficação no lado diafisário da lâmina cpifisial. 
Para compreender como um osso cresce em comprimen-
to, precisamos conhecer alguns dos detalhes da estrutura da 
lâmina epifisial (Figura 6.8). A lãmina epifisial é uma cama-
da de cartilagem hialina na metáfise de um osso em cresci-
mento que consiste em quatro zonas (Figura 6.8b): 
' I. Zona de cartilagem em repouso. E a mais próxima da 
epífise e consiste em pequenos condrócitos dispersos. O 
termo em repouso é usado porque as células não participam 
do crescimento do osso. Em vez disso, ancoram a lâmina 
epifisial à epífise do osso. 
2. Zona de cartilagem em proliferação. Condrócitos um 
pouco maiores, dispostos como uma pilha de moedas, 
sofrem crescimento intersticial conforme se dividem e 
produzem matriz extracelular. Os condrócitos nessa zona 
se dividem para substituir aqueles que morrem no lado 
diafisário da lâmina epifisial. 
3. Zona de cartilagem hipertrófica. Essa camada é composta 
por condrócitos maiores, em amadurecimento, dispostos 
em colunas. 
4. Zona de cartilagem calcificada. A zona final da lâmina 
epifisial tem apenas algumas células de espessura e consis-
te, em grande parte, em condrócitos mortos, em virtude 
da calcificação da matriz cxtracclular cm torno deles. 
Os osteoclastos dissolvem a cartilagem calcificada, e os 
osteoblastos e capilares provenientes da diáfise invadem 
a área. Os osteoblastos depositam matriz extra.celular 
óssea, substituindo a cartilagem calcificada (ossificação 
endocondral). Como resultado, a zona da cartilagem 
calcificada toma~e a "nova diáfise", que é firmemente 
"cimentada" ao resto da diáfise do osso. 
A atividade da lâmina epifisial é a única forma que a epí-, 
fise possui para crescer em comprimento. A medida que o 
Figura 6.8 A lâmina epifisial é uma lâmina de cartila-
gem hialina na met.áfise de um osso em crescimento. A 
lâmina epifisial aparece como uma faixa escura entre as 
áreas calcificadas mais brancas nas radiografias mostradas 
na parte (a). 
(dlJ d±' A lâmina epifisial permite o crescimento 
longitudinal do osso. 
(a) Radiografia mosttandO a làmina eplfisial do fêmur de uma 
aiança com 3 anos de idade 
-- Fêmur 
--LÂMINA 
EPIFISIAL 
'--- Tibia 
~;.+.--- Osso da diálise 
em desenvolvimento 
--- Zona de cartilagem 
calcificada 
--- Zona de cartilagem 
hipertrôfoca 
--- Zona de cartilagem 
em proliferação 
;;;;----- Zona de cartilagem 
Lado eplfisârlo CD 400x 
(b) Hlstologla da lâmina eplfisial 
em repouso 
@ Que atividades da lâmina epifisial respondem pelo 
crescimento longitudinal da diâfise7 
osso cresce, os condrócitos proliferam no lado epifisário da 
lâmina. Novos condrócitos substiruem os antigos, que são 
destruídos por calcificação. Portanto, a cartilagem é subs-
tituída por osso no lado diafisário da lâmina. Dessa manei-
ra, a espessura da lâmina epifisial permanece relativamente 
constante, mas o osso no lado diafisário aumenta em com-
primento. Se uma fratu.ra óssea danifica a lâmina epifisial, 
o osso fraturado pode ficar mais curto do que o normal as-
6.7 FORMAÇÃO DO OSSO 177 
sim que se atingir a estatura adulta. Isso ocorre porque o 
dano à cartilagem, que é avascular, acelera o fechamento 
da lâmina epifisial em virtude da cessação da divisão celu-
lar cartilagínea, inibindo dessa forma o crescimento longi-
tudinal do osso. 
Quando a adolescência termina (por volta dos 18 anos de 
idade nas mulheres e dos 21 anos nos homens).as lâminas 
epifisiais se fecham; isto é, as células da cartilagem epifisial 
param de se dividir, e o osso substitui toda a cartilagem res-
tante. A lâmina epifisial desaparece, deixando uma estru-
tura óssea chamada linha epifisial. Com o aparecimento 
da linha epifisial, o crescimento do osso cm comprimento 
cessa completamente. 
O fechamento da lâmina epifisial é um processo gradual, 
e o quanto ocorre é útil na determinação da idade óssea, na 
previsão da altura no adulto e no estabelecimento da idade 
por ocasião da morte, a partir dos restos mortais do esque-
leto, especialmente em lactentes, crianças e adolescentes. 
Por exemplo, uma lâmina epifisial aberta indica uma pessoa 
mais jovem, enquanto uma lâmina cpifisial parcial ou com-
pletamente fechada indica uma pessoa mais velha. Devemos 
nos lembrar de que o fechamento da lâmina epifisial, em 
média, ocorre 1 a 2 anos mais cedo nas mulheres. 
Nos ossos longos dos membros, o crescimento longitudi-
nal não ocorre igualmente nas extremidades dos ossos; uma 
das extremidades é sempre a extremidade de crescimento 
dominante. A extremidade de crescimento dominante é 
sempre direcionada para longe do ângulo de orientação do 
forame nutrício, siruado na diáfise. Consequentemente, as 
extremidades do fêmur, da tíbia e da fíbula em direção ao 
joelho são as lâminas epiíisiais de crescimento dominantes, 
e as extremidades do úmero, ulna e rádio, nas extremidades 
opostas ao cotovelo, são as lâminas epifisiais de crescimento 
dominantes (Figura 6.2). 
Crescimento em &pes.sura 
Como a cartilagem, a espessura (diâmetro) do osso se deve 
ao crescimento aposicional (Figura 6.9a): 
O Na superficie do osso, as células pcriosteais se dife-
renciam em osteoblastos, que produzem as fibras co-
Iágenas e outras moléculas orgânicas que formam a 
matriz extracelular óssea. Os ostcoblastos tornam-se 
envoltos pela matriz extracclular e se tornam osteó-
citos. Esse processo forma cristas ósseas nos dois lados 
de um vaso sanguíneo pcriostcal. As cristas aumentam 
lentamente e criam um sulco para o vaso sanguíneo 
periosteal. 
f) Fínalmente, as cristas se unem e se fundem, e o sulco tor-
na-se um túnel que envolve o vaso sanguíneo. O periósteo 
inicial toma-se, agora, o endóstco que reveste o túnel. 
0 Os osteoblastos no endósteo depositam matriz extracelular 
óssea, formando novas lamelas concêntricas. A formação 
de lamelas concêntricas adicionais prossegue para dentro, 
em direção ao vaso sangu.íneo pcriosteal. Dessa forma, o 
túnel é preenchido, e um novo ósteon é criado. 
O À medida que um ósteon se forma, os osteoblastos sob 
o periósteo depositam novas lamelas circunferenciais, 
178 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
Figura 6.9 Crescimento ósseo n a espessura. 
C©J &# À medida que tecido ósseo novo é depositado na superfície externa do osso pelos osteoblastos, o t ecido ósseo 
que reveste a cavidade medular é destruído pelos osteoclastos no endósteo. 
Cristas periosteais 
~Periósteo 
f --,.""-=::---- Vaso sanguineo 
\ Y<'\ 
O Cristas no periósteo criam sulco para 
os vasos sanguineos periosteais. 
o Os osteoblastos no endósteo desenvolvem 
novas lamelas concêntricas para dentro, 
em direção ao centro do túnel, formando 
um novo ósteon. 
periosteal 
Sulco 
O As cristas periosteais se fundem, formando 
um túnel revestido por endósteo. 
Canal central 
(de Havers) 
o 
} 
Lamelas 
circunferenciais 
Novo ósteon 
(a) Detalhes microscópicos 
O osso cresce para fora à medida que os 
osteoblastos, no periósteo, formam novas 
lamelas circunferenciais. A formação do ósteon 
se repete conforme novas cristas periosteais 
se dobram sobre os vasos sanguineos. 
Osso formado 
pelos osteoblastos 
Recém-
nascido 
Cavidade 
medular 
Criança Adulto jovem Adulto 
(b) Alterações microscópicas 
@ Como a cavidade medular aumenta em espessura durante o crescimento? 
aumentando ainda mais a espessura do osso. À medida 
que vasos sanguíneos periosteais adicionais se tornam 
envolvidos como na etapa O, o processo de crescimen-
to prossegue. 
Lembre-se de que à medida que tecido ósseo novo é 
depositado na face externa do osso, o tecido ósseo que 
reveste a cavidade medular é destruído pelos osteoclastos 
no endósteo. Dessa maneira, a cavidade medular se ex-
pande à medida que o osso aumenta em espessura (Fi-
gura 6.9b). 
~TESTE RÁPIDO 
12. Descreva cada uma das zonas da lâmina epifisial e suas 
funções. 
13. Quais são as diferenças entre os crescimentos int ersti-
cial e aposicional? 
14. Qual é a importância da linha epifisial? 
Remodelação Ossea 
O osso, assim como a pele, forma-se antes do nascimen-
to, mas se renova con tinuamente depois. A remodelação 
óssea é a substituição contínua de tecido ósseo velho por 
tecido ósseo novo. Esse processo inclui a reabsorção ós-
sea, a remoção de minerais e fibras colágenas dos ossos 
pelos osteoclastos, e a deposição óssea, além de minerais 
e fibras colágenas do osso pelos osteoblastos. Portan to, a 
reabsorção óssea resulta na decomposição da matriz extra-
celular óssea, e a deposição óssea resulta em sua formação. 
A qualquer momento, cerca de 5% da massa óssea total do 
corpo estão sendo remodelados. A renovação para o teci-
do ósseo compacto é de aproximadamente 4% ao ano, e 
para o tecido ósseo esponjoso é por volta de 20% ao ano. 
A remodelação também ocorre em velocidades diferen-
tes em variadas regiões do corpo. A parte distal do fêmur 
é substituída aproximadamen te a cada quatro meses. Ao 
contrário, o osso em certas áreas da diáfise do !emur não 
será substituído completamente duran te a vida do indiví-
duo. Mesmo após os ossos atingirem seus tamanhos e for-
mas adultos, o osso velho é continuamente destruído e 
novo tecido ósseo é formado em seu lugar. A remodelação 
também remove o osso danificado, substituindo-o por te-
cido ósseo novo. A remodelação pode ser estimulada por 
fatores como exercício, modificações no estilo de vida e 
alterações na alimentação. 
A remodelação possui diversos outros benefícios. Visto 
que a resistência do osso está relacionada com o grau de ten-
Osteoporose, redução da densidade óssea, afeta 
1 O mi lhões de pessoas por ano nos Estados Unidos. Além 
disso, 18 milhões de pessoas têm baixa massa óssea (osteo-
penia), o que as coloca em risco de osteoporose. O problema 
básico é que a reabsorção óssea supera a deposição óssea. 
Em grande parte isso se deve à perda de cálcio pelo corpo -
mais cálcio é perdido na urina, nas fezes e no suor do que é 
absorvido da al imentação. A massa óssea é tão reduzida que 
os ossos se quebram, muitas vezes espontaneamente, sob as 
tensões mecânicas do dia a dia. Por exemplo, uma fratura 
do quad ril pode resultar simplesmente do fato de a pessoa 
se sentar muito rapidamente. Nos EUA, a osteoporose cau-
sa mais de 1,5 milhão de fraturas por ano, principalmente 
nos quadris, punhos e vértebras. A osteoporose afeta todo 
o sistema esquelético. Além das fraturas, a osteoporose pro-
voca o encurtamento das vértebras, redução da altura, ci· 
tose e dor óssea. 
6.7 FORMAÇÃO DO OSSO 179 
são a que é submetido, se o osso recém-formado for subme-
tido a cargas intensas, se tornará mais espesso e, consequen-
temente, mais resistente do que o osso velho. Além disso, o 
formato de um osso é alterado para dar suporte apropriado 
com base em determinados padrões de tensão que sofre du-
rante o processo de remodelação. Finalmente, o novo osso 
é mais resisten te à fratura do que o osso velho. 
Ortodontia é o ramo da odontologia relacionado com 
a prevenção e a correção do alinhamento defeituoso dos 
den tes. O movimen to dos dentes por meio de dispositivos 
ortodônticos exerce pressão sobre o osso que forma os alvéo-
lo. Em resposta à pressão, os osteoclastos remodelam os 
alvéolos, de modo que os dentes possam ser corretamente 
alinhados. 
~TESTE RÁPIDO 
15. O que é remodelação óssea? Por que ela é importante? 
-~- CORRELAÇÃO CLÍNICA 1 Doença de Paget 
Existe um delicado equilíbrio entre as ações dos osteo-
clastos e dos osteoblastos. Sehá formação de muito tecido 
novo, os ossos se tornam anormalmente espessos e pesa-
dos. Se há deposição de muito material mineral no osso, o 
excesso pode forma r protuberâncias espessas sobre o osso, 
chamadas esporões, que interferem com o movimento nas 
articulações. A perda excessiva de cálcio ou de tecido enfra· 
quece os ossos, que podem se parti r, como ocorre na osteo-
porose, ou podem tornar-se muito flexíveis, como no raqui· 
tismo e na osteomalacia. Na doença de Paget há prolife-
ração excessiva de osteoclastos, de modo que a reabsorção 
óssea ocorre muito mais rapidamente do que a deposição. 
Em resposta, os osteoblastos tentam compensar, mas o novo 
osso é mais fraco, porque tem uma proporção maior de par-
te esponjosa do que compacta, mineralização reduzida, e 
a matriz extracelular recém-sintetizada contém proteínas 
anormais. O osso recém-formado, especialmente aquele da 
pelve, membros, vértebras inferiores e crânio, é quebradiço 
e fratura facilmente. • 
A osteoporose afeta basicamente pessoas idosas e de meia· 
idade, 80% das quais são mulheres. Mulheres idosas sofrem de 
osteoporose mais frequentemente do que os homens por duas 
razões: (1) os ossos das mulheres são menos compactos do que 
os dos homens e (2) a produção de estrogênios nas mulheres 
diminui drasticamente na menopausa, enquanto a produção 
do principal androgênio, a testosterona, nos homens mais ido-
sos decli na de modo gradual e pouco. Estrogênios e testoste· 
rona estimulam a atividade dos osteoblastos e a síntese da 
matriz óssea. Outros fatores de risco para o desenvolvimento 
de osteoporose incluem história familiar da doença, ancestrais 
europeus ou asiáticos, biotipo {pessoas magras e/ou pequenas), 
sedentarismo, tabagismo, a li mentação deficiente em cálcio e 
vitamina D, mais de dois drinques por dia e o uso de determi· 
nados medicamentos. 
A osteoporose é diagnosticada pela história famil iar e 
pela densitometria óssea. Realizado como uma radiografia, 
180 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
o teste mede a densidade óssea, além de ser usado também 
para confirmar um diagnóstico de osteoporose, determinar 
a velocidade de perda óssea e monitora r os efeitos do tra-
tamento. 
As opções de tratamento para osteoporose são variadas. 
Com relação à nutrição, a a limentação rica em cálcio é im· 
portante para a redução do risco de fraturas. A vitamina D 
é necessária para a utilização de cálcio pelo corpo. Demons-
trou-se que, em termos de exercício, a execução de exercícios 
com peso mantém em forma a massa óssea. Esses exercícios 
incluem caminhada, corrida, subida de escadas, jogo de tê· 
nis e dança. 
Exercícios de resistência, como o levantamento de peso, tam-
bém aumentam a resistência óssea e a massa muscular. 
Medicamentos usados para t rata r a osteoporose são ge-
ralmente de dois tipos: (1 ) antirreabsortivos diminuem a 
progressão da perda óssea e (2) formadores de osso pro-
movem o aumento da massa óssea. Entre os medicamentos 
antirreabsortivos estão (1) bifosfonatos, que inibem os osteo-
clastos; (2) moduladores seletivos dos receptores estrogénicos, 
que imitam o efeito dos estrogênios sem os efe itos colatera is 
indesejáveis, e (3) reposição de estrogênio (TRE), que repõe 
o estrogênio perd ido durante e após a menopausa e te rapia 
de reposição hormonal (TRH), que repõe estrogênios e pro-
gesterona perdidos durante e após a menopausa. A TRE aju-
da a manter e a aumentar a massa óssea após a menopausa. 
6.8 FRATURAS 
~ OBJETIVO 
• Descrever o processo de reparo de frat uras. 
Uma fratura é qualquer ruptura no osso. As fraturas são de-
nominadas de acordo com sua gravidade, formato ou posi-
ção da linha de fratura ou até mesmo com o nome do mé-
dico que primeiro as descreveu. Alguns dos tipos comuns 
de fraturas estão descritos na Tabela 6.2. 
Em alguns casos, um osso sofre fratura sem ruptura vi-
sível. Uma fratura por estresse é uma série de fissuras mi-
croscópicas no osso que se formam sem indício de lesão 
a outros tecidos. Em adultos sadios, fraturas por estresse 
resultam de atividades vigorosas, como corrida, salto ou 
dança aeróbica. Fraturas por estresse são muito doloro-
sas e também resultam de condições que comprometem 
a calcificação óssea normal, como a osteoporose. Aproxi-
madamente 25% das fraturas por estresse comprometem 
O tratamento das fraturas varia de acordo com a 
idade, o tipo de fratura e o osso comprometido. As metas 
finais do tratamento de fratura são o real inhamento dos 
f ragmentos do osso, a imobilização para manter o reali-
nhamento e a restauração da função. Para que os ossos se 
unam adequadamente, as extremidades fraturadas têm de 
ser a linhadas. Esse processo é chamado de redução. Na 
redução fechada, as extremidades fraturadas de um osso 
C3)3ox 
(A) Osso normal 
m 30x 
(B) Osso com osteoporose 
Comparação do tecido ósseo esponjoso de (A) um adulto j ovem 
normal e (B) uma pessoa com osteoporose. 
Mulheres em TRE apresentam discreto aumento do risco de 
AVC e coágulos sanguíneos. A TRH também ajuda a manter 
e a aumentar a massa óssea. Mulheres em TRH têm aumen-
to do risco de cardiopatia, câncer de mama, AVC, coágulos 
sanguíneos e demência. 
Entre os medicamentos formadores de osso está o para-
tormônio (PTH), que estimula a produção de osso novo pe-
los osteoblastos. Outros medicamentos estão em desenvol-
vimento. • 
a tíbia. Embora as radiografias muitas vezes não revelem 
fraturas por estresse, estas aparecem claramente em uma 
cin ti grafia óssea. 
O reparo de uma fratura óssea compreende as seguintes 
fases (Figura 6.1 O): 
O Formação do h ematoma de fratura. Os vasos sanguí· 
neos que cruzam a linha da fratura são rom pidos. À 
medida que o sangue extravasa das extremidades rom-
pidas, ocorre a formação de uma massa de sangue (ge-
ralmente coagulado) em torno do local da fratura. Esse 
coágulo, chamado de hematoma de fratura, geralmente 
se forma entre 6 e 8 horas após a lesão. Como a circu-
lação do sangue cessa no local em que o hematoma de 
fratura se forma, os osteócitos adjacentes morrem. Tu-
mefação e inflamação ocorrem em resposta aos osteó-
citos mortos, produzindo mais restos celulares. Fagóci-
tos (neutrófilos e macrófagos) e osteoclastos começam 
a remover o tecido necrosado ou lesado dentro e em 
são al inhadas por manipulação e a pele permanece intac-
ta. Na redução aberta, as extremidades fraturadas de um 
osso são a linhadas por procedimento ci rúrg ico que usa dis· 
positivos de fixação interna, como parafusos, placas, pinos, 
bastões e fios. Após a redução, um osso fratu rado pode ser 
mantido imobi lizado em gesso, tipoia, tala, atadura e lásti· 
ca, disposit ivo de fixação externa ou uma combinação des-
ses dispositivos. • 
6.8 FRATURAS 181 
TABELA6.2 
Algumas Fraturas Comuns 
FRATURA DESCRIÇÃO ILUSTRAÇÃO RADIOGRAFIA 
Aberta 
(Composta) 
Cominutiva 
As extremidades fraturadas do osso 
se projetam através da pele. Ao 
contrário, uma fratura fechada 
(simples) não rompe a pele. 
O osso é estilhaçado, esmagado ou 
fragmentado no local do impacto e 
fragmentos ósseos menores se situam 
entre os dois fragmentos principais. 
Em galho verde Uma fratura parcial, na qual um lado 
do osso é fraturado e o outro lado 
se encurva; semelhante à maneira 
como um galho fino verde se quebra 
de um lado, enquanto permanece 
inteiro no outro, mas encuniado; 
ocorre principalmente em crianças, 
cuj os ossos não estão completamente 
ossificados e contêm mais material 
orgânico do que inorgânico. 
torno do hematoma de fratura. Esse estágio pode du-
rar várias semanas. 
6 Formação do calo fibrocartilagíneo. Fibroblastos prove-
nientes do periósteo invadem o local da fratura e pro-
duzem fibras colágenas. Além disso, as células prove-
nientes do periósteo se desenvolvem em condroblastos 
e começam a produzir um calo fibrocartilagíneo, uma 
massa de tecido que consiste em fibras colágenas e car-
tilagem que une as extremidades quebradas do osso. A 
formação do calo fibrocartilagíneo leva aproximada-
mente três semanas.Rãdio--
Ulna --
Ulna--' 
Rádio--' 
Ossos --' 
do carpo 
(Continua) 
€) Formação do calo ósseo. Em áreas mais próximas de te-
cido ósseo saudável bem vascularizado, as células osteo-
gênicas se tornam osteoblastos que começam a produ-
zir trabéculas de substância esponjosa. As trabéculas se 
unem às partes mortas e vivas dos fragmentos do osso 
original. Com o tempo, a fibrocartilagem é convertida 
em substância esponjosa, e o calo é, então, chamado 
de calo ósseo. O estágio de calo ósseo dura aproxima-
damente três a quatro meses. 
O Remodelação óssea. A fase final do reparo da fratura é 
a remodelação óssea do calo. As partes mortas dos frag-
182 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
TABELA 6.2 CONTINUAÇÃO 
Algumas Fraturas Comuns 
FRATURA DESCRIÇÃO ILUSTRAÇÃO RADIOGRAFIA 
Impactada 
de Pott 
de Colles 
Uma extremidade do osso fraturado 
é tracionada para dentro da outra 
extremidade. 
Fratura da extremidade distal 
da fibula, com lesão grave da 
sindesmose tibiofibular. 
Fratura da extremidade distal do 
rádio, na qual o fragmento distal é 
deslocado posteriormente. 
mentos originais do osso fraturado são gradualmente 
reabsorvidas pelos osteoclastos. A substância compacta 
substitui a substância esponjosa em torno da periferia da 
fratura. Algumas vezes, a consolidação é tão completa 
que a linha de fratura é imperceptível, mesmo em uma 
radiografia. Contudo, uma área espessa na superfície 
do osso pode permanecer como indício da consolida-
ção de uma fratura. 
Tibia 
Fibula 
Ossos 
do tarso 
Radio---
Ulna ---
Ossos ---
docarpo 
Embora o osso tenha irrigação sanguínea substancial, a 
consolidação algumas vezes demora meses. O cálcio e o fós-
foro necessários para fortalecer e endurecer o novo osso são 
depositados apenas gradualmente e os osteócitos crescem 
e se reproduzem lentamente. 
./'TESTE RÁPIDO 
16. Defina uma frat ura e resuma as fases compreendidas 
no reparo da f ratura. 
6.9 EXERCICIO E TECIDO ÓSSEO 183 
Figura 6.10 Fases envolvidas no reparo de uma fratura óssea. 
( <!'J &d O osso consolida mais rapidamente do que a cartilagem porque sua irrigação sanguínea é mais abundante. 
ósteon ---...-Z 
-- Periósteo 
~--- Substância compacta 
~~~~':----- Substância esponjosa 
Vaso sangu1neo 
O Formação de hematoma de fratura 
Substância - ----+': 
esponjosa 
1 
Osteócito 
' ' O Formação do calo ósseo 
--- Hematoma de fratura 
O Formação do calo fibrocartilag1neo 
1 
li 
' Substância -----;:l;'-+-+-
compacta nova q 
O Remodelação óssea 
Q Por que algumas vezes são necessários meses para a cicatrização de uma fratura? 
6.9 EXERCÍCIO E TECIDO ÓSSEO 
~ OBJETIVO 
• Descrever como o exercício e a tensão mecânica in-
fluenciam o tecido ósseo. 
Dentro de determinados limites, o tecido ósseo possui a 
capacidade de alterar sua resistência em resposta a cargas 
diferentes. Quando submetido à tensão, o tecido ósseo se 
torna mais resistente pelo aumento da deposição de sais 
minerais e da produção de fibras colágenas pelos osteo-
blastos. Sem a tensão mecânica, o osso não se remodela 
normalmente, porque a reabsorção ocorre mais rapida-
mente do que a formação óssea. Pesquisa mostra que ten-
sões intermitentes de alto impacto influenciam intensa-
mente a deposição óssea quando comparadas com lesões 
constantes de baixo impacto. Consequentemente, correr 
e pular estimulam mais o crescimento do osso do que ca-
minhar. 
As principais tensões mecânicas que atuam sobre o osso 
são aquelas resultantes da tração dos músculos esqueléti-
cos e da atração da gravidade. Se uma pessoa está acamada 
ou com um osso engessado em decorrência de fratura, a 
resistência dos ossos não submetidos à tensão diminui, em 
resultado da perda de minerais pelo osso e da redução na 
184 CAPITULO 6 • TECIDO ÓSSEO 
quantidade de fibras colágenas. Os astronautas submetidos 
à microgravidade do espaço também perdem massa óssea. 
Nos dois casos a perda óssea pode ser drástica - até um 1 % 
por semana. Por outro lado, os ossos dos atletas, que são 
intensa e repetitivamente submetidos à tensão, tornam-se 
bem mais espessos do que aqueles dos astronautas ou de 
não atletas. Atividades de sustentação de peso, como cami-
nhada ou levantamento de peso moderado, ajudam a for-
mar e conservar a massa óssea. Adolescentes e adultos jovens 
devem praticar exercícios regulares de sustentação de peso 
antes do fechamento das lâminas epifisiais, para ajudar na 
formação da massa óssea total, antes de sua inevitável redu-
ção com o envelhecimento. No entanto, pessoas de todas as 
idades podem e devem reforçar seus ossos praticando exer-
cícios de sustentação de peso. 
~TESTE RÃPIDO 
17. Como as t ensões mecânicas ref orçam o t ecido ósseo? 
6.10 ENVELHECIMENTO E 
TECIDO ÓSSEO 
[!) OBJETIVO 
• Descrever os ef eitos do envelheciment o sobre o tecido 
ósseo. 
Desde o nascimento até a adolescência, mais tecido ósseo é 
produzido do que perdido durante a remodelação do osso. 
Nos adultos jovens, as taxas de deposição e reabsorção óssea 
são quase as mesmas. À medida que a concentração de este-
roides sexuais diminui durante a meia-idade, especialmente 
nas mulheres após a menopausa, ocorre redução da massa 
óssea porque a reabsorção óssea supera a deposição óssea. 
Na velhice, a perda de osso por reabsorção pelos osteoclas-
tos ocorre mais rapidamente do que o ganho de osso pelos 
osteoblastos. Em primeiro lugar, como os ossos das mulhe-
res são menores e menos compactos do que os dos homens, 
a perda de massa óssea na velhice tipicamente exerce maior 
efeito adverso nas mulheres. Esses fatores contribuem para 
uma incidência maior de osteoporose nas mulheres. 
Existem dois efeitos principais do envelhecimento sobre 
o tecido ósseo: perda de massa óssea e fragilidade. A perda 
de massa óssea é consequência da desmineralização, a per-
da de cálcio e de outros minerais pela matriz extracelular 
TABELA6.3 
Resumo dos Fatores que Afetam o Crescimento Ósseo 
FATOR COMENTARIO 
MINERAIS 
óssea. Essa perda geralmente começa após os 30 anos de 
idade nas mulheres, acelera-se acentuadamente por volta 
dos 45 anos, com a diminuição dos níveis de estrogênio, e 
continua até 70 anos, quando até 30% do cálcio nos ossos 
são perdidos. Assim que a perda óssea começa nas mulhe-
res, aproximadamente 8% da massa óssea são perdidos a 
cada 10 anos. Nos homens, a perda de cálcio tipicamente 
só começa depois dos 60 anos, e aproximadamente 3% da 
massa óssea são perdidos a cada 1 O anos. A perda de cálcio 
pelos ossos é um dos fatores que contribuem para a osteo-
porose. 
O segundo efeito principal do envelhecimento sobre o 
sistema esquelético, a fragilidade, é consequência da redu-
ção da síntese proteica. Lembre-se de que a parte orgânica 
da matriz óssea, principalmente as fibras colágenas, confe-
re ao osso sua resistência à tração. A perda da resistência à 
tração faz com que os ossos se tornem muito quebradiços 
e suscetíveis a fraturas. Em algumas pessoas idosas, a sínte-
se de fibra colágena diminui, em parte, em decorrência da 
redução na produção do hormônio de crescimento huma-
no. Além de aumentar a suscetibilidade a fraturas, a perda 
de massa óssea também leva a deformidade, dor, rigidez, 
perda de altura e perda dos dentes. 
~TESTE RAPIDO 
18. O que é desmineralização, e como ela afeta a função 
do osso? 
19. Que alterações ocorrem na parte orgânica da mat riz 
extracelular óssea com o envelhecimento? 
6.11 FATORES QUE INFLUENCIAM 
O CRESCIMENTO ÓSSEO 
[!) OBJETIVO 
• Explicar por que minerai s, vit aminas e hormônios são 
important es no cresciment o ósseo. 
O crescimento ósseo no jovem , a remodelação óssea no 
adulto e a consolidação de fratura nos ossos dependem de 
diversos fatores. Entre esses fatores estão minerais (como o 
cálcio e o fósforo) , vitaminas (A, C, D, K, B12), hormônios 
(como o hormônio do crescimento humano, hormônios 
tireóideos e hormônios sexuais) , exercício e envelhecimen-
to. Estes estão descritos na Tabela 6.3. 
Cálcio e fósforo 
Magnésio 
Fluoreto 
Manganês 
VITAMINAS

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