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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL Curso de Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural Métodos de valoração económica ambiental Discentes: Docente: Dulcídia Max Jaime Matimele Eng. Sosdito Estevão Mananze Ribeiro Vasco Nhambi Roque José Frio Sandra Luciano Mute Vilankulo, Maio de 2019 Índice Conteúdo Página I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 1.1. Contextualização .................................................................................................................. 1 1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 2 1.2.1. Geral: ................................................................................................................................ 2 1.2.2. Específicos: ...................................................................................................................... 2 1.3. Metodologia ......................................................................................................................... 2 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 4 2.1. A Valoração Económica Ambiental .................................................................................... 4 2.1.1. Valor económico total do recurso natural ........................................................................ 4 2.1.2. Métodos de valoração económica ambiental ................................................................... 6 2.1.2.1. Métodos Indirectos ....................................................................................................... 6 2.1.2.1.1. Métodos de função de produção ................................................................................... 7 2.1.2.1.1.1. Método da produtividade marginal ........................................................................... 7 2.1.2.1.1.2. Métodos de Mercado de Bens Substitutos ................................................................ 8 2.1.2.2. Métodos Directos ........................................................................................................ 14 2.1.2.2.1. Métodos de função de demanda ................................................................................. 14 2.1.2.2.1.1. Método dos bens complementares .......................................................................... 15 2.1.2.2.1.1.1. Método de preços hedónicos ............................................................................... 16 2.1.2.2.1.1.2. Método do custo de viagem ................................................................................ 18 2.1.2.2.1.2. Método da valoração contingente (MVC) .............................................................. 19 2.1.2.2.1.2.1. Procedimentos requeridos para aplicação deste método ..................................... 21 2.1.2.2.1.2.2. Ranqueamento contingente ................................................................................. 23 2.2. Valoração económica do rio Limpopo recorrendo ao uso do método de valoração contingente .................................................................................................................................... 24 III. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ........................................................................... 26 3.1. Conclusão ........................................................................................................................... 26 3.2. RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................ 27 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 30 Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 1 I. INTRODUÇÃO 1.1. Contextualização Conforme MOTTA (1998), determinar o valor económico de um recurso ambiental é estimar o valor monetário deste em relação aos outros bens e serviços disponíveis na economia. Para MAY (1995), a valoração de um ecossistema tem como principais objectivos a determinação dos custos e dos benefícios de sua conservação. A valoração económica é um importante critério no processo de tomada de decisão, para um desenvolvimento sustentável e a definição de políticas ambientais. É feita por meio de métodos que captam e atribuem valores para os bens e serviços gerados pelo meio ambiente, tornando-se possível aos órgãos competentes e aos tomadores de decisão a base para a implementação de políticas de conservação e preservação dos recursos naturais e ambientais (FARIA & NOGUEIRA, 1998). Os métodos de valoração ambiental são importantes de serem estudados, pois além de dimensionar os impactos ambientais internalizando-os à economia, também evidenciam custos e benefícios da expansão da actividade humana. Ter uma ideia do valor do ambiente\ natural e incluí-lo na análise económica é uma tentativa de corrigir as tendências negativas do livre mercado (FARIA & NOGUEIRA, 1998). Cada método de valoração apresenta suas limitações na captação dos diferentes tipos de valores do recurso ambiental. A melhor escolha deverá considerar, o objectivo da valoração, a\ eficiência do método para o caso específico e as informações disponíveis para o estudo. No processo de análise devem estar claras as limitações metodológicas, e as conclusões restritas às informações disponíveis (RIBEIRO, 2009). Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 2 1.2. Objectivos 1.2.1. Geral: Estudar os Métodos de valoração económica ambiental. 1.2.2. Específicos: Descrever a valoração Económica Ambiental; Identificar e descrever os métodos de valoração económica ambiental; Demonstrar as expressões matemáticas de cada método de valoração económica ambiental; Apresentar as vantagens e desvantagens de alguns métodos de valoração económica ambiental; Apresentar um protocolo para a valorização económica de… com base no método…; Apresentar recomendações de alguns métodos de valoração económica ambiental. 1.3. Metodologia Com base nos objectivos que se pretendem alcançar, usou-se o método qualitativo. Para obtenção de dados usou-se: a pesquisa bibliográfica e a discussão pelos membros do grupo, visto que: a) Pesquisa Bibliográfica - Para a discussão de conceitos - chave, que atribuem o cunho da cientificidade do trabalho, foi exequível recorrer ao método bibliográfico, pois o mesmo possibilitou a obtenção dos instrumentos e obras de referência que permitiram a sistematização teórica da pesquisa e ter noções básicas de alguns conceitos ligados ao tema. Segundo GIL (2008), este método procura dar explicações do assunto abordado, a partir de referências teóricas publicadas em documentos, com objectivo de traçar as linhas gerais do trabalho. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 3 b) Discussão pelos membros do grupo - Este método consistiu na discussão pelos membros do grupo com objectivo de filtrar a informação ou melhor, selecção da melhor informação para se colocar no trabalho. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 4 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. A Valoração Económica Ambiental Todas as espécies de animais e vegetais dependem dos serviços ecossistémicos dos recursos naturais para sua existência. Essa importânciatraduz-se em valores associados aos bens ou recursos ambientais, que podem ser valores morais, éticos ou económicos (FARIA & NOGUEIRA, 1998). A valoração económica de recursos ambientais pode ser entendida como um conjunto de técnicas que tem como propósito ordenar opções excludentes, implicando na determinação do valor económico de um recurso ambiental, o que significa estimar o valor monetário do recurso ambiental em relação aos outros bens e serviços disponíveis na economia (MOTTA, 1998). Valoração ambiental busca avaliar economicamente o valor de um recurso disponível, que estaríamos dispostos a abrir mão de maneira a obter uma melhoria de qualidade ou quantidade do recurso ambiental (PEARCE, 1993). Apesar dos avanços nas técnicas de valoração económica do meio ambiente, existem variações nos valores estimados para os mesmos bens. E ainda existem muitas controvérsias nas questões de equidade associadas à determinação de valor entre grupos sociais distintos, afectados por um mesmo dano ambiental. (ROMEIRO, 2004). As técnicas de valoração económica ambiental buscam medir as preferências das pessoas por um recurso ou serviço ambiental, o que está recebendo “valor” não é o meio ambiente ou o recurso natural, mas as preferências das pessoas em relação a mudança de qualidade ou quantidade ofertada do recurso, que são traduzidas em medidas de bem-estar. Estas podem ser interpretadas como a disposição a pagar (DAP) de um indivíduo por uma melhoria ou incremento no recurso ambiental ou como a disposição a aceitar (DAA) uma piora ou decréscimo na oferta do recurso (RANDALL, 1987). 2.1.1. Valor económico total do recurso natural O Valor económico total do recurso natural compreende o somatório do valor de uso e do valor de não-uso. O valor de uso também é um somatório de valores, compreende a soma dos valores de uso directo, indirecto e de opção, já o valor de não-uso é compreendido como o valor de existência (MOTTA, 1998). Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 5 Segundo FARIA & NOGUEIRA (1998), a atribuição de valor económico a recursos ambientais pode ser resumida da seguinte forma: Valor de Uso (VU): valor que os indivíduos atribuem a um recurso natural pelo uso no presente ou seu potencial uso no futuro. Pode ser subdividido em: valor de uso directo, valor de uso indirecto e valor de opção: Valor de Uso Directo (VUD): Apropriação directa de recursos naturais, via extracção, visitação ou outra actividade de produção ou consumo directo (MOTTA, 1997). O valor de uso directo é aquele derivado do consumo directo do recurso natural, considerando que este pode ter usos distintos e, assim, ter vários valores de uso Directo; Valor de Uso Indirecto (VUI): Benefícios indirectos gerados pelas funções ecossistêmicas (MOTTA, 1997). O valor de uso indirecto é aquele advindo das funções ecológicas do recurso natural; Valor de Opção (VO): Intenção de consumo directo ou indirecto do bem ambiental no futuro (MOTTA, 1998). O valor de opção reflecte a quantia que os consumidores estão dispostos a pagar pra manter o recurso para o uso futuro do mesmo. Valor de Não-uso (VNU): valor dissociado do uso, expressando o valor intrínseco do uso e reflectindo o seu valor de existência: Valor de Existência (VE): Valores não associados ao consumo, e que se referem a questões morais, culturais, éticas ou altruísticas em relação à existência dos bens ambientais (MOTTA, 1998). Assim, o Valor Económico do Recurso Natural (VERA) é expresso matematicamente da seguinte forma (MOTTA, 1997): Entretanto, um tipo de uso pode excluir outro tipo de uso do recurso ambiental. Portanto, deve-se tomar o devido cuidado de não somar valores mais de uma vez. Assim, o primeiro passo na determinação do VERA seria identificar estes conflitos de uso e em seguida determinar os valores (MOTTA, 1998). Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 6 2.1.2. Métodos de valoração económica ambiental O método de valoração estima os valores económicos para os recursos naturais, simulando um mercado hipotético para estes bens sem preço definido. Não se trata de transformar um bem ambiental num produto de mercado, mas sim mensurar as preferências dos indivíduos sobre as alterações em seu ambiente (PEARCE, 1993). Cada método de valoração apresenta limitações na obtenção dos diferentes possíveis valores do recurso ambiental. A escolha do método de valoração económica do meio ambiente depende do objectivo da valoração, das hipóteses consideradas, da quantidade de dados disponíveis e do conhecimento científico a respeito da dinâmica ecológica e do objecto a ser analisado (RIBEIRO, 2009). Os principais métodos de valoração económica ambiental são classificados de diferentes maneiras nas literaturas. Geralmente são classificados como métodos directos e métodos indirectos, observados e hipotéticos, ou baseados em função da produção e função da demanda (CAVALCANTI, 2002). 2.1.2.1. Métodos Indirectos Os Métodos Indirectos de Valoração estimam o valor de um bem ambiental, indirectamente por meio de uma função de produção. Os métodos indirectos de valoração estimam o valor de um recurso ambiental indirectamente através de uma função de produção. O objectivo é calcular o impacto de uma alteração marginal do recurso ambiental na actividade económica, utilizando como referência produtos no mercado que sejam afectados pela modificação na provisão do recurso ambiental (MÉRICO, 1996). O impacto económico sofrido na produção deste produto será uma estimativa dos benefícios embutidos no recurso ambiental. Estes métodos exigem o conhecimento da relação entre a alteração ambiental e o impacto económico na produção, que pode ser calculado directamente no preço de mercado do produto afectado ou num mercado de bens substitutos (MÉRICO, 1996).Os métodos indirectos de valoração são divididos em dois outros subgrupos: o método de produtividade marginal e o método de mercado de bens substitutos. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 7 2.1.2.1.1. Métodos de função de produção Segundo MOTTA (1998), este método é uma das técnicas de valoração mais simples, por isso mesmo, largamente utilizada. Através deste método, observa-se o valor do recurso ambiental, pela sua contribuição como insumo ou factor na produção de um outro produto industrializado. Verifica-se o impacto do uso do recurso ambiental em uma actividade económica. Para uma melhor percepção, suponha uma função produção P, onde o seu nível de produção é dado por: Onde: Y - corresponde aos insumos privados; e R – corresponde aos recursos ambientais de preço zero. Calcula-se a variação de P frente a uma variação da quantidade/qualidade do recurso ambiental R utilizado como insumo para o produzir P. Considerando pP e pY, os preços P e Y, a função do lucro na produção de P seria: Segundo MOTTA (1997), O produtor ajusta assim a utilização do seu insumo de forma a maximizar o seu lucro. Assumindo que a variação de Z é marginal e, portanto, não altera seu preço, a variação de lucro seria: e Neste caso, segundo CAVALCANTI (2002), estima-se a variação do produto decorrente da variação da quantidade de bens e serviços ambientais do recurso ambiental utilizado na fabricação do produto industrializado. Este método é empregado quando é possível obter preços de mercado para a variação do produto industrializado ou de seus substitutos. Deste método, são reconhecidas duas variantes: método da produtividade marginal e método dos bens substitutos. 2.1.2.1.1.1. Método da produtividade marginal Para SILVA (2003), o método de produtividade marginal atribui valorao uso da biodiversidade relacionando a quantidade ou a qualidade de um recurso ambiental directamente à produção de outro produto com preço definido de mercado. O papel do recurso ambiental no processo Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 8 produtivo será representado por uma função dose-resposta (DR), que relacionam o nível de fornecimento do recurso ambiental ao nível de produção respectivo do produto no mercado. Esta função mensura o impacto no sistema produtivo, dada uma variação marginal no fornecimento do bem ou serviço ambiental, e a partir desta variação, estimar o valor económico de uso do recurso ambiental. O método de produtividade marginal estima apenas uma parcela dos benefícios ambientais, e os valores tendem a ser subestimados. Os valores de existência, como a preservação das espécies não fazem parte das estimativas, pois a função de produção capta apenas os valores de uso do recurso ambiental (MAIA, 2002). Segundo MOTTA (1997), o método da produtividade marginal assume que pP é conhecido e o valor económico de R (VER) seria: Neste método, utilizando novamente a função de produção P = F(Y,R), considera-se que o valor económico do recurso ambiental R é um valor de uso dos bens e serviços ambientais e que para calculá-lo é preciso determinar a correlação de R em F e a variação do nível de estoque e de qualidade de R em razão da produção do próprio P ou de outra função de produção, por exemplo, de T (MOTTA, 1998). Para isso, estimam-se as funções de dano ambiental (funções dose- resposta - DR), representada como: 1 2 Onde X1, X2,... são as variáveis que junto com o nível de estoque ou qualidade Q do recurso natural afectam a disponibilidade de R. Assim: Dessa forma, as funções DRs relacionam a variação do nível de estoque ou qualidade de R, com o nível de danos físicos ambientais provocados com a produção de P ou T para identificar o decréscimo da disponibilidade de R para a produção de P (DEBEUX, 1998). 2.1.2.1.1.2. Métodos de Mercado de Bens Substitutos Conforme MOTTA (1998), na hipótese de variações marginais de quantidade de um produto industrializado, devido à variação do bem ou serviço ambiental, outros métodos que utilizam preços de mercado podem ser adoptados com base nos mercados de bens substitutos para o Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 9 produto e para o serviço ambiental. Estes métodos são importantes para os casos onde à variação do produto industrializado, embora afectada pelo bem ou serviço ambiental, não oferece preços observáveis de mercado ou são de difícil mensuração. Casos típicos são aqueles em que os produtos são também um bem ou serviço ambiental consumido gratuitamente. Existem também os considerados substitutos perfeitos, como por exemplo, o gás liquefeito de petróleo (GLP), que pode substituir o gás natural quando há escassez mantendo o nível de bem-estar dentro da expectativa dos usuários. Segundo MAIA (2002), Por meio da expressão, se uma função da produção P = f (Y, R), R tem em S seu substituto perfeito, a função de produção pode ser demonstrada em: Onde a perda de uma unidade de R pode ser compensada por uma quantidade constante de S. Sendo P constante, uma unidade a menos de R será compensada por uma quantidade a mais de S e a variação de R passa a ser valorada pelo preço de mercado de S. O P, sendo um bem ou serviço ambiental sem preço de mercado, poderia ser substituído por S, se não houvesse função de produção ou dose-resposta a disposição (SILVA, 2003). Da mesma forma, os indivíduos nas suas funções de utilidade podem encontrar substitutos perfeitos para o produto P que consomem quando sua disponibilidade se altera devido a variação de R. Logo: Onde U(P+S,Y1,...,Yn) é denominada como uma função de produção familiar e Y os bens da cesta de consumo familiar. No caso, U pode ser também expressa por uma função de gastos (ou dispêndios) familiar. Assim, reduzindo uma unidade de P devido a , o valor de uma unidade de P será PS. Neste caso: Portanto, existirá um cs positivo na função de gastos dos indivíduos equivalente a ps . Note que estes métodos também admitem que variações de R ou P não alteram preços dos seus substitutos e, portanto, não induzem a variações do excedente do consumidor e produtor (MOTTA, 1998). Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 10 Vantagens Este método é uma importante ferramenta para mensurar a variação na produtividade decorrente de uma variação dos factores de produção utilizados no processo produtivo, pois ele valora o recurso ambiental através da sua contribuição como insumo na produção de um bem final (SILVA, 2003). Desvantagens Uma das grandes desvantagens são as dificuldades na sua aplicação devido a indisponibilidade de dados ambientais, uma vez que este método mostra-se dependente de tais dados, o que muitas vezes impede que ele seja aplicado (SILVA, 2003). Além disso, ele estima apenas uma parte dos benefícios ambientais, de modo que os valores tendem a ser subestimados, sendo que os valores de existência, como no caso da preservação de espécies, não são estimados, já que a função de produção capta apenas os valores de uso do recurso ambiental (SILVA, 2003). Dessa forma, com base em mercados de bens substitutos podemos generalizar quatro métodos que são normalmente de fácil aplicação, como segue: a) Custo de reposição: este método se baseia na avaliação dos gastos que seriam necessários para repor a capacidade reprodutiva de um recurso natural que tenha sido degradado, de maneira a restabelecer a qualidade ambiental inicial. Esses custos podem ser interpretados como o valor da degradação ambiental. Seriam, então, os valores reais, a preços de mercado, de alternativas tecnológicas capazes de, pelo menos em parte, restaurar serviços ambientais que eventualmente tenham sido destruídos, provocando a diminuição no fluxo desses serviços. Este método usa o custo de reposição como uma aproximação da variação da medida de bem-estar em função do recurso ambiental (PEARCE, 1993). Suas estimativas são baseadas em preços de mercado tanto para repor quanto para reparar o bem ou serviço danificado, acreditando que um recurso natural possa ser perfeitamente substituído. Como são poucas as características do bem ambiental que serão repostas, as estimativas são Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 11 subestimadas. Mas nos fornece uma aproximação dos prejuízos económicos causados pela alteração na provisão do recurso natural (CAVALCANTI, 2002). Vantagens A grande vantagem desse método é a possibilidade de restauração do dano ambiental causado, de modo que esse custo passa a ser uma medida para beneficiar a sociedade e o meio ambiente com um todo, com a tentativa de reparar o impacto para que o bem alcance a sua forma original. Visando a promoção do desenvolvimento sustentável (MAY, 1995). Desvantagens O valor dos recursos tende a ser superestimado neste método, uma vez que, por haver muitas maneiras de estimar o custo de reposição, utiliza-se geralmente a mais fácil e directa, entretanto mais custosa (MAY, 1995). Além disso, a validade dos resultados obtidos depende da inclusão dos custos relevantes e dos factores envolvidos na reposição de um bem ambiental. Sendo que nesse método só se considera os custos necessários para a reparação do dano ambiental (MAY, 1995). A ausência de algum factor pode prejudicar o método e os seus resultados alcançados para a recuperação do meio ambiente (MAY, 1995). b) Custos evitados ou Gastos defensivos: Este método estima os gastos que seriam incorridos embens substitutivos sem alterar a quantidade consumida ou a qualidade do recurso. O bem substituto não deve gerar outros benéficos aos indivíduos além de substituir o recurso ambiental analisado e deve ser um substituto perfeito do recurso ambiental (CAVALCANTI, 2002). Os custos evitados são utilizados em estudos de mortalidade e morbidade humana. Nestes cálculos o valor humano é estimado pelos ganhos previstos ao longo da vida da pessoa, atentando para sua produtividade presente e sua expectativa de vida. As estimativas tendem a ser subestimadas, pois desconsideram uma série de factores. Porém é um método de fácil aplicação, pois os dados necessários para sua implementação são obtidos através de observações de mercados estabelecidos (CAVALCANTI, 2002). Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 12 Vantagens O método é importante, pois considera a percepção ambiental do indivíduo para valorar, ou seja, ele gasta de maneira preventiva e defensiva, a fim de evitar os danos ambientais. Também tem contribuído na realização de estudos sobre a avaliação da mortalidade e morbidade humanas e assim como na implicação da poluição sobre a saúde populacional (HANLEY E SPASH, 1993). Desvantagens Uma das desvantagens é a subestimação de suas estimativas, uma vez que eles desconsideram uma série de factores, como os comportamentais, onde não se avalia o valor que o indivíduo dá a vida ou a saúde dos outros (HANLEY E SPASH, 1993). A falta de informações sobre os benefícios de um bem ambiental pode influenciar negativamente nos resultados do método. c) Custo de controlo: Baseia-se na utilização de preços de mercado de gastos potenciais, relacionando-os com o bem natural, ao estabelecer padrões de qualidade ambiental e estimar o custo monetário para se manter ou alcançar esses padrões estabelecidos. Uma vez escolhido o padrão ambiental a ser utilizado, são examinados os vários meios de se atingirem esses padrões, avaliando-se os custos de capital e de operação de diferentes tecnologias e métodos de controlo ambiental (MOTTA, 1997). Por impor limite ao consumo presente de capital natural, o controle da degradação ajuda na manutenção do nível sustentável de exploração, permitindo o uso dos recursos naturais pelas gerações futuras (HANLEY & SAPCH, 1993). Ou seja, o controle da degradação limita o consumo presente, porém ele mantém um nível sustentável de exploração e aumenta os benefícios da população a longo prazo. O custo de controlo reflecte os gastos incorridos para evitar a variação do bem ambiental e manter a qualidade dos benefícios gerados à sociedade. Os incentivos ao controle ambiental geram alguns benefícios, sendo necessário um estudo muito preciso para identificação de todos eles. Como não existe um consenso sobre o nível apropriado para sustentabilidade, as pessoas Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 13 encontram sérios problemas para ajustar os custos aos benefícios marginais, e determinar o nível máximo de provisão do recurso natural (CAVALCANTI, 2002). d) Custo de oportunidade: a preservação de um recurso ambiental resulta num custo que deve ser medido para permitir a partilha entre os diversos agentes que aproveitam os benefícios da conservação. Toda preservação trás um custo de oportunidade das actividades económicas que poderiam estar sendo desenvolvidas na área de protecção. O custo de oportunidade reflecte as perdas económicas da população em razão das restrições de uso dos recursos ambientais. O benefício da conservação seria o valor de uso directo do recurso ambiental, estimado pela receita perdida em função da não utilização do sítio pra outras actividades económicas (CAVALCANTI, 2002). A estimativa da oportunidade de exploração deve sempre levar em conta uma possível diminuição do capital ambiental no decorrer do tempo, que também é uma oportunidade de geração de renda futura. Danos irreversíveis sobre espécies de plantas e animais acabarão reduzindo a longo prazo a renda gerada pela exploração (CAVALCANTI, 2002). Vantagens Corresponde a um importante mecanismo para a valoração ambiental, pois possibilita a mensuração dos custos e benefícios da exploração ambiental, de modo a assegurar a sustentabilidade ambiental, para que as gerações futuras possam desfrutar dos recursos naturais. Mensurando assim as perdas económicas necessárias para garantir a protecção ambiental (HANLEY & SAPCH, 1993). Desvantagens A maior limitação do MCO está no fato da subestimação diversos serviços ecossistémicos associados ao meio ambiente, assim como os seus reais benefícios à população. Uma vez que este método geralmente considera apenas os valores relacionados a exploração económica, desconsiderando aspectos ambientais importantes para a valoração (HANLEY & SAPCH, 1993). Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 14 2.1.2.2. Métodos Directos Os métodos directos procuram inferir as preferências individuais por bens ou serviços ambientais a partir de perguntas feitas directamente às pessoas, e estes estabelecem suas preferências em relação ao recurso ambiental (MOTTA,1997). Os métodos directos de valoração estimam o valor económico do recurso ambiental a partir da própria disposição a pagar da população para bens e serviços ambientais. Estes métodos partem do pressuposto que a variação da quantidade ou da qualidade do recurso ambiental irá afectar os padrões de bem-estar das pessoas. Com a variação de bem-estar, podemos estimar a disposição a pagar das pessoas para evitar; ou a disposição a receber para aceitar as alterações do ambiente (RIBEIRO, 2009). 2.1.2.2.1. Métodos de função de demanda Os métodos de função de demanda consideram que uma variação na disponibilidade de um recurso ambiental R altera o nível de bem-estar das pessoas, sendo possível mensurar essa alteração através da disposição a pagar (ou aceitar) das pessoas em relação a essa variação de R. O valor económico de uma variação de E é dado pela variação do excedente do consumidor (ΔEC), sendo necessário para tal identificar a função de demanda D para E (MOTTA,1998) Analiticamente, tem-se a seguinte expressão: ∫ Onde P1 e P2 são as medidas da disposição a pagar (ou aceitar) por uma variação da disponibilidade de E. Identificada a função da demanda (D) por um recurso, o valor de uma variação do recurso seria dado pela variação do excedente do consumidor (ΔEC), tal que (MOTTA,1997): Segundo MOTTA (1997), mercados de bens e serviços privados complementares a bens e serviços ambientais podem ser utilizados para mensurar o valor de uso de um recurso ambiental. Apesar de ser difícil identificar bens perfeitamente complementares, adopta-se a hipótese – quando a demanda de um bem privado cai pra zero, o valor do bem complementar cai também Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 15 para zero – assim podemos generalizar que, existe uma função utilidade (U), onde X é a quantidades de bens privados e Q é o bem ou serviço natural não valorado no mercado complementar a X, na seguinte forma: Assim, torna-se possível estimar indirectamente a demanda de Q e, então, as medidas de variação do excedente do consumidor, as variações de Q1 para Q2 podem ser estimadas com a área entre as curvas de demanda. Duas variantes deste método podem ser generalizadas: método dos bens complementares (preços hedónicos e custo de viagem) e método da valoração contingente. 2.1.2.2.1.1. Método dos bens complementares Para MOTTA (1998), bens perfeitamente complementares são aqueles consumidos em proporções constantes entre si. Dessa forma, uma análise que recorra aos mercados destes bens ou serviços privados complementarespode gerar informações sobre a demanda do bem ou serviço ambiental relacionado com estes. Os métodos de mercado de bens complementares estimam o valor dos recursos naturais por intermédio do valor de outros bens e serviços com preço no mercado. Como demonstrado em DEBEUX (1998), o valor dos bens complementares são aqueles consumidos em proporções constantes entre si. Seguindo esta orientação, dada uma função de utilidade: Onde: Q corresponde ao recurso natural sem valor de mercado complementar a X, que representa um vector de quantidades de bens que estão no mercado. Q influi na demanda de X, e Q pode ser calculado a partir da estimativa da demanda de X para vários níveis de Q. Através da fundamentação teórica demonstrada acima, os métodos dos preços hedónicos e do custo de viagem, que compõem o método de mercado de bens complementares podem ser discutidos de forma adequada (MOTTA, 1998). Segundo MOTTA (1998), maximizando U sujeito a restrição orçamentária Y=PX, permite que diversos pontos da demanda individual de Xi em X sejam identificados, tal que: Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 16 Como Q influencia a demanda ordinária de , então, estimando a demanda de para vários níveis de Q, é possível estimar indirectamente a demanda de Q. Daí medidas de variação do excedente do consumidor marshalianas de variações de Q’ para Q’’ podem ser estimadas como a área entre as curvas de demandas (P,Q’,Y) e (P,Q”,Y). 2.1.2.2.1.1.1. Método de preços hedónicos O método de Preços Hedónicos identifica os atributos e as características de um bem privado, onde esses atributos sejam complementares a bens ou serviços ambientais, sendo assim possível estimar o preço implícito do atributo ambiental no preço de mercado. O preço de propriedade é um bom exemplo, de forma que o indivíduo pode esclarecer sua disposição a pagar, de acordo com atributos ambientais existentes na propriedade. Com a aplicação deste método torna-se possível avaliar o preço de um atributo ambiental na formação de um preço observável de um bem composto (MOTTA, 1998). O método utiliza uma regressão de quadrados mínimos ordinários para ajustar o preço da residência às diversas características que possam inferir no seu valor. Além das características estruturais, como a área construída e o número de cómodos, e das características ambientais do local de construção, também farão parte do modelo econométrico os índices socioeconómicos da região, e outras variáveis que possam influenciar o valor da residência (RIBEIRO, 2009). Segundo (MAIA, 2002), por meio da função hedónica de preço pode-se estimar o valor dos atributos de um ou vários bens e serviços ambientais implícitos no valor de um bem privado. Ao assumir que P é o preço de uma propriedade, a função hedónica de seus atributos Ambientais é dada por: Onde, = Atributos da propriedade i; = Nível do bem ou serviço ambiental R da propriedade i. O preço de R é então dado por e Pr a disposição a pagar por uma variação de R. Segundo CAMPOS (2003), estas variáveis são importantes pois diminuem possíveis vieses na estimativa, e permitem futuras partições da população que tendem a melhorar a precisão do modelo ao simular segmentações do mercado, muito comuns nos casos de variáveis como etnia e Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 17 padrão social. A função de preços hedónicos, relacionando o preço de uma residência i às suas características, será expressa por: Onde, – Preço da residência i - Características estruturais da residência i (cómodos, área construída, etc.) - Características socioeconómicas da região onde a residência está localizada (índices sociais, etnia, etc.) - Características ambientais da região (poluição sonora, proximidade de parques, etc.) O coeficiente de cada variável no modelo determina a relação entre a característica e o preço da propriedade, e será o indicador para a estimativa de seus benefícios na área residencial (CAMPOS, 2003) Após estimarmos a função de preços hedónicos, devemos escolher a característica ambiental de interesse para encontrarmos seu preço implícito. Isto será feito isolando-se os demais atributos do modelo através da derivada parcial do preço da residência em relação à variável . Numa área i, onde a quantidade do serviço seja constante, e as características socioeconómicas dos moradores sejam , a curva de demanda inversa pelo serviço será dada por: Com a identificação dos grupos de moradores e com o cálculo da curva de demanda inversa , será possível estimar para cada grupo o excedente dos consumidores referentes a uma variação discreta de . O excedente total será dado pela agregação destes excedentes parciais (MOTTA, 1998). Mesmo com toda esta série de dificuldades, o método de preços hedónicos pode fornecer uma boa estimativa caso a característica estudada seja quantificável e facilmente detectada pelos proprietários, que assim poderão expressar indirectamente sua disposição a pagar pelo recurso no preço de sua residência (CAMPOS, 2003) Vantagens Uma das suas principais vantagens desse método é que ele possibilita a mensuração do preço implícito do atributo ambiental no preço de mercado, por meio da Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 18 complementaridade entre o valor do bem económico e os seus atributos, ou seja, das suas características peculiares (MOTTA, 2008). Ainda segundo o autor, este método permite avaliar o preço implícito de um atributo ambiental na formação de um preço observável de um bem composto. Possibilitando que se conheça o real comportamento do mercado pela observação da variação dos preços. Sendo este método bastante detalhado, muito intuitivo e considera os preços de mercado. Pelo seu carácter detalhado evidencia claramente as suas imperfeições (FARIA & NOGUEIRA, 1998). Desvantagens Este método considera apenas os valores de uso (directo, indirecto e de opção), desses atributos relacionados a habitação, não utiliza os valores de não uso (FARIA & NOGUEIRA, 1998). Outro aspecto negativo é que as informações obtidas muitas vezes não são satisfatórias. Os preços da habitação podem ser enviesados e até subestimados por aspectos como os fiscais e a avaliação dos impactos ambientais pode não ser satisfatória, devido externalidades que muitas vezes não afectam significativamente as propriedades afectadas (CAMPOS, 2003). Também enfatiza que o MPE não internaliza as modificações ocorridas nos recursos ambientais (FARIA & NOGUEIRA, 1998). 2.1.2.2.1.1.2. Método do custo de viagem De acordo com MOTTA (1998), este método é o mais indicado para a estimação de demanda por bem ou serviço ambiental, com base na demanda de actividade recreação, associadas complementarmente ao uso do bem ou serviço ambiental que pode ser, por exemplo, um sítio natural. A curva de demanda destas actividades pode ser construída com base nos custos de viagem ao sítio natural, onde o bem ou serviço ambiental é oferecido. Basicamente, o custo de viagem representa o custo de visitação do sítio natural (ROMEIRO & MAIA, 2008). Quanto mais longe do sítio de viagem seus visitantes vivem, menos uso deste (menor número de visitas) é esperado que ocorra porque aumenta o custo de viagem para visitação. Para MOTTA (1997), os que vivem mais próximos ao sítio tenderão a usá-lo mais, na medida em que o preço Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 19 implícito de utilizá-lo, o custo de viagem, será menor. As zonas residenciais são definidas por distâncias ao sítio natural e, neste sentido, deve ser conhecidaà população e outras variáveis socioeconómicas zonais, como: renda per capita, distribuição etária, perfil de escolaridade, entre outras (SILVA, 2003). Para se calcular o valor recreacional de um sítio, faz-se uso de procedimentos econométricos. É possível identificar, através de pesquisa de campo por amostragem, os visitantes, frequência e custo de viagem das visitas, idade, endereço residencial, renda, escolaridade, etc. (FARIA & NOGUEIRA, 1998). Segundo DEBEUX (1998), a partir destes dados, pode-se estimar a taxa de visitação Vi de cada zona residencial da amostra, e correlacioná-la em termos estatísticos com os dados de custo médio de viagem de cada zona residencial CV da amostra e as outras variáveis socioeconómicas, utilizadas como proxis para indicar preferências da zona em questão Si. Segue a seguir a expressão: Onde, - Taxa de visitação; - Custo de viagem; S - Variáveis socioeconómicos. Segundo MOTTA (1997), o benefício gerado pelo sítio aos seus visitantes, representado pela variação do excedente do consumidor ( ), seria então: ∫ Onde p é o valor da taxa de admissão de entrada ao parque (p=0 se a entrada é gratuita). 2.1.2.2.1.2. Método da valoração contingente (MVC) Segundo RIBEIRO (2009), o método da valoração contingente é uma técnica que se utiliza de pesquisas com a finalidade de encontrar valores percebidos pelas pessoas sobre o ambiente. Quando se deseja conhecer o valor percebido para uma bela vista, ar puro, segurança, entre outros, faz-se pesquisas com pessoas para a identificação dos valores. O método avalia o que as Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 20 pessoas estão dispostas a pagar por um benefício ambiental ou o que estão dispostas a aceitar para tolerar um custo ambiental. De acordo com MOTTA (1998), a grande vantagem do MVC em relação aos outros métodos, é que pode ser aplicado em um espectro de bens ambientais mais amplos. Sua limitação está no fato de captar valores ambientais que indivíduos não entendem, ou mesmo desconhecem. Enquanto algumas partes do ecossistema possam não ser percebidas como geradoras de valor, elas podem, entretanto, ser condição necessária para a existência de outras funções de produção. O (MVC) procura mensurar monetariamente o impacto no nível de bem-estar dos indivíduos decorrente de uma variação quantitativa ou qualidade dos bens ambientais. Para tanto, utiliza-se dois indicadores de valor, a Disposição a Pagar (DAP) e Disposição a Aceitar (DAA), que dizem respeito, respectivamente, o quanto os indivíduos estariam dispostos a pagar para obter uma melhoria de bem-estar, ou quanto estariam dispostos a aceitar para compensar perdas de bem- estar. Segundo DEBEUX (1998), o cálculo e a estimação dos benefícios obedecem a diferentes modalidades em função da forma de obtenção de valor. Para lances livres que produzem uma variável contínua de lances, o valor da DAP ou da DAA pode ser estimado directamente por técnicas econométricas. Para as escolhas denominadas dicotómicas ou com mais de um valor que produzem um indicador discreto de lances, a DAP ou DAA é estimada por uma função de distribuição das respostas afirmativas correlacionadas com uma função de utilidade indirecta, geralmente logística. Pela função: Onde: - Visitas; - Renda; - Factores sociais ou outras variáveis explicativas; - Parâmetro de qualidade ambiental do bem a ser valorado. A partir da média dos valores DAP ou DAA obtidos, multiplicada pelo total da população, obtém-se o valor económico total do bem ambiental, ou mais precisamente, da alteração de sua disponibilidade. Para a autora, esta técnica é de extrema importância para a análise económica do Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 21 meio ambiente, pois é a única que tem potencialmente a capacidade de captar o valor de existência do bem ambiental. 2.1.2.2.1.2.1. Procedimentos requeridos para aplicação deste método Segundo MOTTA (1997), para a pesquisa de campo na aplicação do método da valoração contingente, estes são os passos a seguir: 1º Estágio: Definição da Pesquisa e do Questionário O objecto de Valoração - determinar qual o recurso ambiental a ser valorado e que parcela do valor económico está se medindo. É importante especificar com clareza o bem ou serviço Ambiental para que o entrevistado entenda, com maior precisão possível, qual é a alteração de disponibilidade (qualidade ou quantidade) do recurso que está sendo questionada. Para tal, é preciso também determinar quem utiliza o recurso e quem deve pagar ou ser compensado. A Medida de Valoração - decidir qual será a forma de valoração entre as duas variações básicas: Disposição a pagar (DAP) - como um pagamento para medir uma variação positiva de disponibilidade; ou Disposição a receber (DAA) - como uma compensação por uma variação negativa. A Forma de Eliciação - definir a forma de eliciação do valor. As principais opções são: Lances livres ou forma aberta (“open-ended”) - onde o questionário apresenta a seguinte questão: “quanto você está disposto a pagar?”. Referendo (escolha dicotómica) - onde o questionário apresenta a seguinte questão: “você está disposto a pagar R$ X”? A quantia X é sistematicamente modificada ao longo da amostra para avaliar a frequência das respostas dadas frente a diferentes níveis de lances. Esta forma de eliciação é a mais usada actualmente e é considerada preferível em relação à eliciação aberta porque: Permite menor ocorrência de lances estratégicos dos entrevistados que procuram defender seus interesses ou beneficiarem-se da provisão gratuita do bem (“o problema do carona”); e Aproxima-se da verdadeira experiência de mercado que geralmente define suas acções de consumo frente a um preço previamente definido. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 22 Referendo com acompanhamento (mais de um valor) - recentemente, observa-se a utilização de uma outra forma mais sofisticada de escolha dicotómica. Conforme a resposta dada à pergunta inicial, é acrescida uma segunda pergunta iterativa. Por exemplo, se o entrevistado responde que está disposto a pagar R$ X será perguntado em seguida se pagaria R$ 2X (ou R$ 0,5X se respondeu “não” na pergunta inicial). O Instrumento (ou veículo) de Pagamento - definir o instrumento de pagamento ou compensação com que a medida de DAP ou DAA será realizada. A Forma de Entrevista - definir como será a aplicação do questionário. Recomenda-se que as entrevistas sejam pessoais e que permitam um controlo por meio da amostra das entrevistas, além de uma fiel compreensão do questionário e suas respostas. Dessa forma, pesquisas domiciliares são mais recomendáveis, embora geralmente mais custosas, que o uso de telefone ou correio. O Nível de Informação - determinar qual o conteúdo das informações que devem ser prestadas no questionário de forma a transferir, realisticamente, a magnitude das alterações de disponibilidade do recurso ambiental em valoração. Neste caso, há que se definir formas de apresentação que podem ser desde um texto lido pelo entrevistador até ao uso de fotos e desenhos ilustrativos das alterações. Os Lances Iniciais - no caso do método referendo, ou mesmo para os outros de cartão de pagamentos e leilão, é preciso determinar um intervalo de valores monetários que variem do máximo ao mínimo da DAA ou DAP. Por exemplo, a DAP na qual 100% dos entrevistados rejeitariam e a DAP que 100% dos entrevistados aceitariam. Estes pontos seriam os dois extremos da curva de demanda e um conjunto de valores intermédios entre eles seria utilizado na pesquisa. As Pesquisas Focais - o modo mais prático e eficientepara estabelecer estes pontos extremos de máximo e mínimo da demanda é a adopção de pequenas pesquisas de eliciação abertas, realizadas em alguns grupos focais que representem uma parcela do universo a ser questionado. Estas pesquisas focais são também uma oportunidade para testar ou avaliar todos os itens anteriores acima. 2º Estágio: Cálculo e Estimação Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 23 Pesquisa-Piloto e Pesquisa Final - sempre que possível, deve-se proceder a uma pesquisa piloto antes da pesquisa final para testarem o questionário desenvolvido. Sugere-se, que nesta pesquisa sejam testadas algumas alternativas que dependem, significativamente, da percepção dos entrevistados (por exemplo: conteúdo e apresentação de informação, instrumento de pagamento, etc.) e outras questões que afectam a logística da pesquisa (por exemplo: a dificuldade de acesso aos entrevistados, a confiabilidade dos dados amostrais, etc.). Cálculo da Medida Monetária - no caso de um experimento baseado na escolha dicotómica, a média é obtido pelo cálculo do valor esperado da variável dependente (DAP ou DAA). Para questionários com eliciação aberta, o valor médio é obtido directamente com a aplicação directa de técnicas econométricas de regressão para validar o resultado. Uma curva de lances livres pode ser estimada para investigar os determinantes das respostas de DAP. Normalmente, a curva de lances correlacionará os lances (DAPi) como uma função das visitas (Qij), da renda (Yi), de factores sociais como educação (Si) e outras variáveis explicativas (Xi). Um parâmetro da qualidade ambiental do lugar (Ej) também pode ser incluído. A Agregação dos Resultados - a partir da média (ou mediana) da DAP ou DAA, o valor económico total é estimado multiplicando esta média pela população afectada pela alteração de disponibilidade. Isto requer decisões como, por exemplo, optar entre dados por família ou individuais e distinguir a população relevante para o valor total do recurso. 2.1.2.2.1.2.2. Ranqueamento contingente Neste método, as pessoas analisam várias possibilidades, cada qual descrevendo uma situação diferente ou alternativas hipotéticas, com relação ao bem ambiental e outras características que seriam argumentos na função utilidade do entrevistado. (BORGER, 2000). Esses indivíduos organizam suas escolhas em ordem de preferência e os valores relativos aos recursos podem ser inferidos a partir desse ranqueamento contingente, utilizando-se as taxas marginais de substituição entre qualquer das características e o recurso ambiental. Se algum dos outros bens ou características tiver preço de mercado, é possível calcular a disposição do entrevistado a pagar pelo recurso ambiental. Esse método é aplicável em situações em que o Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 24 cenário hipotético poderia ser pouco compreendido pelos entrevistados. A lógica para sua utilização é que os indivíduos teriam maior facilidade em expressar suas preferências (ORTIZ, 2003). 2.2. Valoração económica do rio Limpopo recorrendo ao uso do método de valoração contingente O Rio Limpopo é um dos principais rios da província de Gaza, cuja qualidade da água está comprometida pela disposição de lixo doméstico e o uso desapropriado pela população das margens. Investimentos para melhoria da qualidade das suas águas, bem como na construção de infra-estruturas de irrigação e limpeza do mesmo, se fazem necessários para o bem do meio ambiente e para uma melhor qualidade de vida da população. Olhando para esta problemática, o grupo optou por estimar o valor ambiental dado pela população dos arredores para sua preservação, através da aplicação do Método de Valoração Contingente (MVC), bem como avaliar as diferenças de percepção ambiental considerando a estratificação das pessoas de acordo com a sua relação ou influência do recurso ambiental avaliado, considerando sua localização geográfica. A recolha de dados foi estabelecida mediante a utilização de questionários, utilizando-se do método. Os entrevistados dividiram-se em três grupos de interesse: Marginal Afectado (MA), com um total de 25 entrevistados, considerando-se aqueles que residem próximo ao rio e já sofreram de alguma maneira com os impactos relacionados às enchentes e inundações; Marginal Não Afectado (MNA), onde foram entrevistadas 19 pessoas, aquelas que residem próximo ao curso do rio, porém não sofrem problemas directos com a sua influência; Distantes do Rio (DR), 9 pessoas entrevistadas, aquelas que residem distante do curso da água aqui relacionado e não sofrem influência directa. Foram atribuídas como variáveis explicativas para as entrevistas Idade, género, Escolaridade e Renda. Os resultados demonstraram a Disposição a Pagar (DAP) negativa para 61% dos entrevistados, sendo que 48% foram caracterizados como um “voto contra (protesto) ”. O valor do benefício individual estimado pela regressão logística foi de 2,45 MT considerando toda a amostra e de Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 25 19,68 quando foram retirados os votos contra (protesto), indicando-se uma forte influência destes nos resultados. Na primeira situação, com os votos contra (protesto), os entrevistados distantes do rio (DR) diferenciaram-se dos demais caracterizados por aqueles com uma idade maior e do sexo feminino. Entretanto, sem os votos contra (protesto), os grupos avaliados são diferentes entre si. Nesta situação, o grupo DR caracteriza-se pela maior escolaridade e renda, conferindo maior disposição a pagar, o que reflecte maior percepção ambiental. Constatou-se que os grupos MA e DR apresentaram comportamentos semelhantes quanto ao DAP, com 48% e 42,42% de respostas “positivas”, respectivamente. Por outro lado, o grupo MNA foi o que apresentou menor contribuição, com 72,46% respondendo “negativamente”. Considerando a análise das respostas dos entrevistados relacionadas aos problemas e benefícios proporcionados pelo rio, fica evidente que os moradores não percebem seus atributos ambientais como um recurso natural, quer seja pelas funções ambientais ou pelas funções adversas relacionadas à água, o que explica a alta percentagem de respostas “negativas” ao método referendum e alta incidência de “votos contra (protesto)”, delegando ao poder público a responsabilidade para a preservação do mesmo. Assim, caracterizam-se as dificuldades relacionadas à preservação de rios, em função do que eles representam para a população. Os objectivos deste estudo foram efectivados, uma vez que foi estimado o valor ambiental dado pela população que reside aos arredores para a preservação do Rio Limpopo e houve avaliação das diferenças de percepção ambiental considerando a estratificação das pessoas de acordo com sua relação ou influência do recurso ambiental avaliado. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 26 III. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 3.1. Conclusão A valoração económica tem grande importância na tomada de decisão quanto ao maneio dos recursos ambientais. Porém, a valoração ambiental pode não encontrar somente um valor que o represente, mas o importante é haver uma clareza sobre qual valor se pretende mensurar. De forma geral os métodos de valoração económica ambiental ainda são pouco conhecidos e utilizados. É importante dar-se a devida atenção aos métodos de valoração, pois pode ser uma ferramenta útil para auxiliar os responsáveis pelas decisões de políticas públicas na tomada de decisões. Na comparação desses valores com os valores de aplicações alternativas dos recursos disponíveis, poderão ser escolhidos os projectos com maiores potencialidades de ganho em termos de bem-estar social.Cada um dos métodos de valoração económica apresentados possui vantagens e deficiências. Os métodos de valoração são ferramentas de auxílio para atribuir um valor monetário a determinado conjunto de bens ou serviços ambientais. Percebe-se que há vários métodos que podem ser utilizados no processo de valoração, porém a escolha do método mais adequado vai depender das especificações de cada caso, e de uma revisão de estudos anteriores que se adaptem ao caso analisado. Mas pode-se concluir que entre todos os métodos, o Método de valoração Contingente é o único capaz de obter valores de não uso de bens e serviços ambientais. Pode-se concluir que a valoração económica de recursos ambientais nas operações e na tomada de decisões é um factor estratégico que proporciona uma visão mais completa dos custos e benefícios, o qual são informações de grande importância para promover o desenvolvimento sustentável de maneira mais eficiente e eficaz. É importante e relevante que sejam desenvolvidos trabalhos que estimem o valor económico dos recursos naturais e, com isso, atingir a condição de sustentabilidade na utilização/consumo dos mesmos. A exploração sem limite dos recursos naturais tem como consequência à degradação da qualidade dos serviços gerados pelo meio ambiente, e a queda do nível de bem-estar dos indivíduos envolvidos. E a atribuição de valores a estes bens e serviços ambientais é uma forma de tornar possível a órgãos competentes e a tomadores de decisão implantar políticas de conservação preservação dos recursos naturais e Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 27 ambientais. O valor dos recursos naturais pode também servir como parâmetro para a determinação do valor de taxas e/ou multas por danos ambientais causados ao meio ambiente. 3.2. RECOMENDAÇÕES Recomendações do método da produtividade marginal: De acordo com MOTTA (1997), embora o método da produtividade marginal ofereça indicadores monetários bastante objectivos e com base em preços observáveis de mercado, o analista deve ter cuidado para que as mensurações, aparentemente triviais, não se tornem enviesadas e vazias de conteúdo económico. Para evitar tais situações, recomenda-se: Analisar se o preço de mercado do bem ou serviço privado, o qual está sendo utilizado para a valoração, reflecte o seu custo de oportunidade (preço-sombra). Caso não reflicta, realizar os ajustes de forma a corrigir estes preços; Determinar o impacto em termos de produção, devido à variação da disponibilidade do recurso ambiental, para avaliar a hipótese de preços inalterados. Caso existam evidências sobre significantes alterações de produto que afetariam o nível de preço, o analista deve procurar avaliar possíveis variações do excedente do consumidor; Avaliar criteriosamente a confiabilidade das funções de produção e de dano e da base de dados que serão utilizadas. Evitar utilizar em um local as funções estimadas para um outro local, dado que as condições ambientais ou de oferta de recursos ambientais são quase sempre distintas. Note que cada função reflete a tecnologia local e sua base de recursos ambientais; Oferecer uma dimensão clara e específica da parcialidade das estimativas dos valores de uso estimados em relação a outros valores de uso e não-uso que fazem parte do valor económico total, mas que não foram estimados; Realizar, sempre que possível, análises de sensibilidade com parâmetros que afectam os resultados. Recomendações do método de preços hedónicos: De acordo com MOTTA (1997), o método dos preços de propriedade é recomendável somente nos casos: Onde existe alta correlação entre a variável ambiental e o preço da propriedade. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 28 Em que é possível avaliar se todos os atributos que influenciam o preço de equilíbrio no mercado de propriedades, em análise, podem ser captados. Caso contrário, procure considerar a adopção de outros métodos. Em que as hipóteses adotadas para cálculo do excedente do consumidor, com base nas medidas estimadas do preço marginal do atributo ambiental, podem ser realistas. Caso contrário, procure apresentar estimativas alternativas para cada hipótese. Recomendações do Método do custo de viagem: De acordo com MOTTA (1997), para contornar ou minimizar estes problemas o analista deve: Realizar um levantamento de dados bastante abrangentes e dispor de instrumental econométrico sofisticado. Utilizar o método do custo de viagem somente para a estimação de valores de uso de sítios naturais, embora quase sempre restrito ao objectivo de avaliar os benefícios recreacionais. Observar que, embora esta seja uma cobertura bastante restrita das estimativas do valor económico, o MCV é um instrumento valioso para definir e justificar acções de investimentos em sítios naturais, inclusive para orientar formas de contribuição, tais como, taxas de admissão, serviços de alimentação e outros. Avaliar, antes de aplicar o MCV, se as informações disponíveis permitem captar todos os factores que estão influenciando as visitas ao parque. Cuidar para que a apresentação dos resultados explicite as hipóteses de valoração do custo/tempo de viagem e também as hipóteses utilizadas para mensurar o excedente do consumidor. Mais uma vez, estimativas alternativas sob outras hipóteses devem, sempre que possível, ser apresentadas. Recomendação de método da valoração contingente: De acordo com MOTTA (1997), o Painel reconheceu a validade do método da valoração contingente como o único método capaz de captar valores de existência, mas incluiu diversas recomendações para sua elaboração. As mais importantes estão abaixo relacionadas28: Amostra probabilística é essencial. Evitar respostas nulas. Usar entrevistas pessoais. Treinar o entrevistador para ser neutro. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 29 Os resultados devem ser apresentados por completo com desenho da amostra, questionário, método estimativo e base de dados disponível. Realizar pesquisas-piloto para testar questionário. Ser conservador adoptando opções que subestimem a medida monetária a ser estimada. Devido a recomendação anterior, usar DAP ao invés de DAA. Usar método referendo. Oferecer informação adequada sobre o que está se medindo. Testar o impacto de fotografias para avaliar se não estão gerando impactos emocionais que possam enviesar respostas. Identificar os possíveis recursos ambientais substitutos que permanecem inalterados. Identificar com clareza a alteração de disponibilidade do recurso. Administrar tempo de pesquisa para evitar perda de acuidade das respostas. Incluir qualificações para respostas sim ou não. Incluir outras variáveis explicativas relacionadas com o uso do recurso. Ver se as informações do questionário são aceitas como verdadeiras pelos entrevistados. Entrevistados devem ser lembrados da sua restrição orçamentária, i.e., que sua DAP resulta em menor consumo de outros bens. O veículo de pagamento deve ser realista e apropriadas as condições culturais e económicas. Questões específicas devem ser incluídas para minimizar o problema da Parte-Todo. Evitar o uso do ponto inicial em jogos de leilão e no cartão de pagamento. Métodos de valoração económica ambiental Maio de 2019 UEM-ESUDER C.E.R 4º Nível Página 30 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORGER, F. G. (200). A técnica de avaliação contingente como instrumento de gestão de projectos ambientais: avaliação da segunda fase do Projeto Tietê. Economia Aplicada. CAMPOS, J. J. F. (2003). Valoração econômica de danos ambientais: o caso dos derrames de petróleo de São Sebastião. Tese de doutorado. Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. UniversidadeEstadual de Campinas, SP. CAVALCANTI, C. (2002). 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