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Letícia Brito – CESMAC 2020.2 Aula 2 Nefro – Professora Daniella Bezerra Barreira de filtração: endotélio fenestrado, membrana basal glomerular e os podócitos Os podócitos são o epitélio visceral. Eles ficam sobre a membrana basal Padrão de injúria glomerular ▪ Um glomérulo apenas → acometimento em todo esse glomeurulo → global ▪ Quando acomete parte de um glomérulo → segmentar ▪ Quando acomete mais de 50% de glomérulo → difuso ▪ Quando acomete menos de 50% de glomérulos → focal Mecanismos de lesão glomerular ▪ Imunológicos o MAIS COMUM → alto fluxo sanguíneo + estrutura dos capilares = maior interação com substâncias circulantes (antígenos ou anticorpos) ▪ Não Imunológicos o Alérgicos ou hipersensibilidade, endócrinos ou metabólicos, físicos, hematológicos ou vasculares, hereditários, infecção por bactérias, fungos, parasitas e vírus, neoplásicos, tóxicos Classificação ▪ Glomerulopatia primária – doenças primariamente renais Arteriola Aferente Arteriola Eferente Tubulo Distal Capsula de Bowman Acometimento Global Segmentar Difuso Focal Letícia Brito – CESMAC 2020.2 ▪ Glomerulopatia secundária o Doenças sistêmicas: DM, amiloidoses, LES, vasculites o Infecções: HIV, HBV, HCV, EBV, CMV, dengue, sífilis, malária, esquistossomose, glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica (GNDA), endocardite, bacteremia estafilocócica, pneumonia pneumocócica, COVID-19 o Neoplasias: adenocarcinoma (pulmão, mama, estômago, cólon), linfomas, leucemias, outros. o Drogas e toxinas: AINES, sais de ouro, penicilamina, heroína, mercúrio, picada de insetos. CONSUMO DO COMPLEMENTO NAS GLOMERULOPATIAS ▪ Se a patologia ela consome o sistema complemento, então ela vai ser hipocomplementêmica. Apresentação Clínica ▪ Edema, Proteinúria, Hipertensão arterial, Hematúria, Cilindrúria, Insuficiência Renal ▪ Podem ser facilmente reconhecidas em quase todos os pacientes com glomerulopatia primaria ou secundária: o Síndrome nefrótica o Síndrome nefrítica o Alterações urinárias assintomáticas o Glomerulonefrite rapidamente progressiva o Glomerulonefrite crônica Síndrome Nefrótica ▪ Síndrome Clínico-laboratorial decorrente do aumento da permeabilidade glomerular: o Proteinúria de 24horas >3,5g/1,73m2 Letícia Brito – CESMAC 2020.2 o Edema o Hipoalbuminemia o Hiperlipidemia o Em criança: proteinúria > 50mg/kg/dia ▪ Permeabilidade glomerular o A passagem de proteínas plasmáticas através da membrana basal glomerular é normalmente restrita por duas barreiras ▪ Barreira carga-seletiva: glicosaminoglicanos polianiônicos ▪ Barreira tamanho-seletiva: poros constitucionais da membrana que restringem a passagem de proteínas de tamanhos além de 150kd Letícia Brito – CESMAC 2020.2 Avaliação da síndrome em pacientes adultos ▪ Anamnese o Edema ▪ Discreto ou generalizado ▪ Derrames cavitários (pleural e ascite) o Urina espumosa o História familiar, drogas em uso, exposição a toxinas, sintomas de doença sistêmica (diabetes, lúpus, infecções) ▪ Investigação Laboratorial o Sumário de Urina ▪ Proteinúria ▪ Glicosúria → marcador de dano tubular ▪ Hematúria e leucocitúria o Proteinúria de 24 horas o Albumina sérica o Perfil lipídico o Ureia e creatinina o Investigação de eventual doença de base (secundária) ▪ Biopsia renal o Para diagnóstico da patologia glomerular o Para diagnóstico de SN secundária não-suspeitada o Para determinar a severidade da doença o Quase sempre fundamental para a escolha do tratamento o 3 fragmentos para a histologia Renal → MO, IF e ME Principais lesões patológicas associadas com síndrome nefrótica ▪ Doença de lesões mínimas ▪ Glomeruloesclerose segmentar e focal ▪ Glomerulonefrite membranosa ▪ Glomeurlonefrite membranoproliferativa ▪ Nefropatia por IgA ou Doença de Berger Edema ▪ A fisiopatologia da formação do edema na síndrome néfrotica é controversa, existino duas teorias para explica-la: “underfil” e “overflow” Letícia Brito – CESMAC 2020.2 ▪ Underfill o paciente é hipovolêmico e o overflow é hipervolêmico, e tem uma retenção primária de sódio. ▪ O overflow vai tolerar melhor o tratamento com o diurético. A melhor forma de controle é o peso diário em jejum, não pode ter mais que 1kg por dia Tratamento Síndrome Nefrítica ▪ Síndrome caracterizada pelo início súbito de hematúria, edema, hipertensão, oligúria ou mais raramente anúria e déficit de função renal. ▪ Ao contrário da síndrome nefrótica, o quadro se desenvolve rapidamente e está sempre associado a um aumento do volume intravascular. (overflow) ▪ Se desenvolve rapidamente e está sempre associado a um aumento do volume intravascular ▪ Sinais e sintomas o Edema: de grau variável (de discreto a anasarca) o Hipertensão arterial sistêmica o Sinais de congestão circulatória: edema pulmonar, hepatomegalia ▪ Exame de urina o Proteinúria (grau variável) o Hematúria ▪ Dismorfismo eritrocitário e cilindros hemáticos o Leucocitúria estéril ▪ Déficit de função renal ▪ Complemento ▪ Exames dirigidos à investigação da etiologia: pesquisa de anticorpos antiestreptocócicos, FAN, anti-DNA, pesquisa de HIV, HCV, HBV, crioglobulinas, ANCA, hemoculturas Causas ▪ Endocardite bacteriana ▪ Vasculites sistêmicas ▪ LES ▪ GNDA pós-estreptocócia ▪ Nefropatia por IgA Letícia Brito – CESMAC 2020.2 Glomerulonefrite Pós-estreptocócica ▪ História prévia de amigdalite, faringite ou impetigo ▪ Fisiopatologia o Doença mediada por imunocomplexos – depósitos de C3 e IgG na IF o Ativação da via alternada do complemento o Endostrepsina, NSAP e antígeno nefritogênico catiônico o Retenção aumentada de sódio – responsável pela maioria dos sintomas o Reabsorção aumentada de sódio – responsável pela memória dos sintomas o Reabsorção de sódio nos túbulos coletores ▪ Prognóstico excelente – recuperação completa em 3 a 4 semanas ( > 95% dos pacientes) ▪ Proteinúria – normaliza em até 30 dias ▪ Complemento – normaliza em 4 ou no máximo 12 semanas o C3 está reduzido em 90% o C4 é geralmente normal ou discretamente diminuído o Níveis de C3 reduzidos por períodos prolongados sugerem outra patologia ▪ Hematúria microscópica pode permanecer por 1 ou 2 anos sem nenhum significado prognóstico ▪ Tratamento o Sintomático – depende da severidade dos achados iniciais o Residencial – hospitalar – UTI ▪ Geral o Principal objetivo: controlar o balanço positivo de sódio e água e suas consequencias o Específico → tratamento da doença de base Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva ▪ Glomeurulonefrite acompanhada de perda progressiva da função renal num prazo de poucos dias a algumas semanas. ▪ Quadro Clínico e Laboratorial o Elevação rápida das escórias nitrogenadas, determinando uremia e necessidade de diálise o Investigação laboratorial ▪ EAS • Proteinúria variável • Hematúria de grande monta • Leucocitúria Letícia Brito – CESMAC 2020.2 ▪ Elevação de Uréia e Creatinia ▪ Investigação da doença de base ▪ Causas o Endocardite bacteriana o Vasculites sistêmicas o LES o GNDA pós-estreptocócica o Nefropatia por IgA o Síndrome do anticorpo anti-MBG ▪ Histopatologia o Formação de crescentes ▪ Celular ▪ Fibrocelular ▪ Fibrosa ▪ Tratamento o Pulsoterapia com metilprednisolona e ciclofosfamida o Afastar quadro infeccioso Alterações urinárias assintomáticas ▪ Presença de hematúria e/ou proteinúria e vários graus, persistentes, com função renal normal, com hipertensão ausente ou pouco frequente. ▪ Nefropatia IgA e GESF secundária ▪ Origem da hematúria o Glomerularo Não glomerular ▪ Exame de urina • Dismorfismo eritrocitário • Preteinúria • Cilindros hemáticos ▪ Cilindro Hemático o Altamente específico para hematúria de origem glomerular, porém pouco sensível o Formadas no interior dos túbulos renais = mucoproteínas de Tamm-Horsfall aprisionam hemácias Letícia Brito – CESMAC 2020.2 LES – Nefrite Lúpica ▪ Doença auto-imune multisstêmica crônica com desenvolvimento de focos inflamatórios em vários tecidos e órgãos do corpo ▪ Exacerbações e remissões ▪ Prevalência LES: 14 a 50 casos por 100.000 habitantes ▪ Mulheres jovens e raça negra ▪ Nefrite lúpica – manifestação clínica frequente do LES – 50 a 75% ▪ Prevalência renal > 90% ▪ Critérios clínicos e laboratoriais o ARA (American Rheumatism Association) ▪ Mínimo 4 critérios simultâneos ou sequenciais o Rash malar o Rash discoide o Fotossensibilidade o Úlceras da mucosa oral o Artrite não deformante o Serosite o Doença renal o Envolvimento de SNC o Alterações hematológicas (anemia, leucopenia, plaquetopenia) o Alterações imunológicas: células LE, anti-DNA, anti-Sm, VDRL falso-positivo o Fator antinucleo positivo Letícia Brito – CESMAC 2020.2 ▪ Nefrite Lúpica o Proteinúria Persistente > 500mg/dia e/ou o Cilindros celulares no sedimento urinário ▪ Patogênese o Múltiplos distúrbios imunológicos o Fatores desencadeantes ainda são desconhecidos o Nefropatia induzida por imunocomplexos ▪ Hiperatividade linfócitos B ▪ Formação de auto-anticorpos ▪ Depósito glomerular de imunocomplexos ▪ Ativação do sistema complemento o Fenômenos locais decorrentes da coagulação intravascular ▪ Patologia o Herterogeneidade de apresentação – 6 classes o Superposição de várias lesões o Transformação de uma determinada classe em outra o As manifestações clínicas dependem da natureza e da gravidade das lesões histológicas o Classificação morfológica relevante e clinicamente reproduzível ▪ OMS – modificada em 1994 ▪ International Society of nephrology – 2003 o Quatro padrões característicos Outras formas de envolvimento renal ▪ Nefrite intersticial o Associação com as lesões glomerulares mais ativas e graves o Pode ser a única manifestação da nefropatia lúpica ▪ Vasculopatias o Depósitos vasculares imunes o Vasculopatia necrosante não-inflamatória o Microangiopatia trombótica o Arterite necrosante Índices de atividade e cronicidade ▪ Valor prognóstico? Letícia Brito – CESMAC 2020.2 Avaliação Laboratorial ▪ Atividade lúpica: VHS, PCR, complemento, auto-anticorpos ▪ Atividade de nefrite lúpica o Complemento total o Complemento C3 o Anti-DNA ▪ Avaliação do sedimento urinário – “flare” nefrítico Prognóstico e Tratamento ▪ Dependem o Da lesão histológica o Do grau de comprometimento da filtração glomerular o Dos índices de atividade e cronicidade Vasculites ▪ O rim é alvo de uma variedade de vasculites sistêmicas, especialmente aquelas que afetam os pequenos vasos e dependendo do tipo de vaso envolvido pode originar uma larga variedade de manifestações Vasculites Pauci-Imunes ▪ Três entidades patológicas partilham de uma forma indistinta de vasculite necrotizante de pequenos vasos: o Granulomatose de Wegener ou Poliangeíte com granuloma o Síndrome de Churg-Strauss o Poliangeíte microscópica Letícia Brito – CESMAC 2020.2 ▪ Caracterizam-se por: o GN com formação de necrose e crescente o Ausência de depósitos de imunocomplexos na IF – pauci-imune o Presença de ANCA, sendo os mais frequentes o PR4 e o MPO ▪ Epidemiologia o Frequentes nas 5, 6 e 7ª décadas de vida o Pode ocorrer em qualquer idade o Discreto aumento da prevalência no sexo masculino o Maior incidência nos caucasianos ▪ 2,5/100.000 granulomatose de Weneger ▪ 2,5/1000.000 poliangeíte microscópica ▪ 1/100.000 Churg-Strauss ▪ Apresentação Clínica
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