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Thamirys Cavalcanti Gastroenterologia – P6 Litíase biliar Fatores de risco: 4 F’s (female, fat, family e forty) – sexo feminino, obesidade, histórico familiar e idade > 40 anos Female (Mulher) Forty > 40 anos Fat (Sobrepeso) Family (Multiparidade) Quadro clínico: Pode ser assintomático Sintomas brando: Náuseas, vômitos, plenitude pós prandial (empachamento), icterícia. Dor em: Hipocôndrio direito e epigástrio e irradia para a escápula. Diagnóstico: · Anamnese · Exame físico · Exames de imagem: Radiografia simples: Cálculos radiopacos (bilirrubinato de cálcio – 10-15% dos cálculos de colesterol e mistos, 50% dos cálculos pigmentados); Parede da vesícula em porcelana (calcificação); pneumobilia (fistula biliodigestiva); colecistite enfisematosa (ar dentro da parede da vesícula – infecção por anaeróbios) Ultrassom: Sensibilidade 98% - padrão ouro; imagens hiperecogênicas, moveis ou fixas com sombra acústica posterior; vesícula distendida, hiperecogênica, paredes espessadas e halo hipoecogênico (colecistite aguda); identifica cálculos > 3mm. Sombra acústica posterior – ocorre sempre que há um cálculo. Dificulta visualização quando o colédoco passa por trás do duodeno (presença de gás) ou quando o paciente está com muitos gases Espessamento de parede de vesícula: hepatopata crônico. Tomografia computadorizada: Demonstra cálculos na vesícula e vias biliares, acuidade inferior a US, habitualmente utiliza quando a US se mostra inconclusiva. CPRE (Colangiopancreatografia endoscopia retrograda): Visualização contrastada das vias biliares e ducto pancreático, fins terapêuticos, complicações (pancreatite, colangite...) Indicação: Quando precisa abrir a papila pra tirar um cálculo que está na via biliar. Obstrução de colédoco. Precisa de contraste, pode causar uma pancreatite. Não é indicado. Colangioressonância: Não precisa de contraste, a bile serve de contraste. Individualiza a vesícula e as vias biliares. Indicado ao ser visualizado vias biliares dilatadas. Outros exames menos frequentes: Colecistograma oral (desuso), colangiografia endovenosa (desuso), colagiografia peroperatória e cintilografia biliar (proscrito). Tratamento: - Tratamento cirúrgico? - Não tratar? Colelitíase biliar Colecistectomia Bilelitogênica: Bile com maior probabilidade de formar cálculo. Não tratar: Em torno de 20% pode ter alguma forma de complicação, Ex: colecistite, pancreatite, cólica biliar. Principais complicações: · Colecistite aguda: Calculo impactado no infundíbulo e/ou ducto cístico (processo inflamatório agudo). Dor intensa e constante no abdômen superior, pode apresentar febre. · Coledocolitíase: Migração de cálculo da vesícula para o ducto colédoco (icterícia e agressão às células do fígado). · Pancreatite aguda: Obstrução causada pelos cálculos ou a reação à sua migração e passagem pela papila de Vater (dor abdominal tipicamente em barra, náuseas e vômitos) · Colangite aguda: (e abscesso hepático) · Fistula biliar: Secundária à colecistite aguda, processo inflamatório (aderência de estruturas vizinhas – duodeno e cólon – à vesícula biliar); erosão de cálculos através da parede da vesícula e dos órgãos adjacentes geram as fistulas. · Íleo biliar: Forma-se uma fístula colecistojejunal, com passagem de cálculo biliar que irá se impactar na porção mais distal do íleo, gerando um quadro de obstrução intestinal ao nível do delgado. · Síndrome de Bouveret (mais rara): forma-se uma fístula colecistoduodenal, com passagem de cálculo biliar que irá se impactar no bulbo duodenal, gerando um quadro de obstrução pilórica · Síndrome de Mirizzi – Obstrução do ducto hepático comum por um cálculo biliar, causando icterícia obstrução, inflamação e necrose. · Neoplasia de vesícula- vesícula cronicamente inflamada e com cálculos no seu interior, a maioria das neoplasias de vesículas estão associadas a colelitíase. · Vesícula “em porcelana”: corresponde à calcificação difusa da parede da vesícula, facilmente diagnosticada à radiografia simples de abdome (figura abaixo) – achado similar a uma casca de ovo. A vesícula em porcelana é fator de risco para o surgimento de Ca de vesícula biliar. · Litíase intra-hepática: Doença inflamatória crônica. · Micro cálculos: Ecoendoscopia – indicada quando a clínica sugere colelitíase mas os exames tradicionais não mostram nada.
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