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ECONOMIA BRASILEIRA
Industrialização:
Milagre, dívida e alta inflação:
Estabilização:
MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR - Desenvolvimento voltado para fora:
Auge e ruptura durante a República Velha:
Foi a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial, desde a época colonial, passando pelo período imperial.
Cada período foi marcado por um produto que dava dinâmica ao Balanço de Pagamentos: ciclo do açúcar, do ouro, do café, etc.
Vulnerabilidade das economias agroexportadoras:
Alto peso do setor externo na economia;
Renda nacional e dinamismo da economia dependiam das exportações.
Mas as exportações ficavam fora de controle do governo, que dependiam de:
Condições mercado internacional;
Concorrência de outros países;
Comércio dominado por empresas estrangeiras. 
Diferenças nas estruturas de produção e consumo:
	Agro-exportadores:
Exportações: variável-chave na determinação da renda.
Pauta de exportações concentrada (produtos primários).
Consumo interno dependente de importados.
Base produtiva e de consumo diferentes.
	Países centrais:
Exportações importam tanto quanto o investimento interno.
Pauta de exportações e consumo similares.
Consumo interno atendido parcialmente por importados.
Base produtiva e de consumo similares.
Flutuações de preços:
Condições da demanda mundial (ciclos da economia mundial);
Condições da oferta no Brasil (geadas, pragas, etc.);
Defasagem entre o plantio e a colheita.
Essas oscilações de preços repercutiam na economia interna, gerando instabilidade.
Deterioração termos de troca:
Termos de troca: Relação entre os preços de exportação e importação.
Segundo alguns economistas, existiria uma tendência dos preços de produtos agrícolas caírem frente aos manufaturados: deterioração dos termos de troca. 
Perspectivas de crescimento relativamente inferior das economias agroexportadoras frente às economias industrializadas.
Outros fatores influenciam nessa piora:
Características da demanda:
Elasticidade demanda-renda: Produtos primários < 1
 Produtos manufaturados > 1
Estrutura do mercado:
 Oligopólios no mercado de produtos manufaturados. 
 Concorrência perfeita no mercado de produtos primários.
 
 Porém não há consenso sobre o tema
Ciclos e impactos sobre a economia:
Fases de ascensão (queda) do preço internacional do café -> Impacto positivo (negativo) no resto da economia -> Cresce (diminui) lucratividade setor cafeeiro -> Boa parte dos lucros (não) são reinvestidos no próprio setor -> Aumenta (diminui) o volume de emprego.
Crise da economia agroexportadora e intervenção estatal:
 
O que podia fazer o Estado para minimizar impacto dos períodos de queda de preços?
Desvalorização cambial.
Política de valorização do café.
Mas ao longo do tempo viriam efeitos: estes instrumentos eram eficientes no curto prazo para proteger o setor, mas tinham efeitos negativos no longo prazo.
Efeitos da desvalorização cambial:
Positivo: Mantinha a rentabilidade da cafeicultura e portanto, do nível de emprego da economia.
Negativo: “Camuflava” os sinais do mercado (tendência de superprodução de café); Encarecia produtos importados (socialização das perdas).
Política de valorização do café:
Retenção de parte da oferta na forma de estoques.
Política seria similar às praticas atuais de regulação de mercado agrícolas via: 
Política de preços mínimos;
Estoques reguladores.
Problemas das políticas de valorização do café:
Expectativas de que o próprio processo fosse revertido (diminuição da oferta), mas era mais difícil a medida que a estocagem ocorresse acomodação.
A política acentuava a tendência de superprodução e outros países, atraídos pelos altos preços, entravam no mercado.
Economia brasileira e Grande Depressão:
A rentabilidade da cafeicultura atraia recursos para o setor acentuando o problema da superprodução.
Em 1930, dois fatores repercutiram negativamente na economia:
Economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história;
Supersafra de café.
Resultados: Preços café despencaram e governo precisou queimar parte dos estoques.
 atitude prékeynesiana 
Industrialização e agroexportação:
Vulnerabilidade do modelo agroexportador traz à tona a necessidade da industrialização.
A indústria brasileira teve início no final do século XIX, mas foi a partir dos anos 30 que passou a ser meta da política econômica.
Antes dos anos 30 as indústrias existentes surgiram à margem da economia cafeeira para atender necessidades incipientes dos consumidores.
Origens da indústria no Brasil:
Duas correntes explicam a origem da indústria no período agroexportador:
Teoria dos choques adversos: indústria surge como uma resposta às dificuldades de importação em certos períodos (1ª Guerra Mundial e Grande Depressão).
Industrialização induzida por exportações: a indústria crescia durante a expansão da cafeicultura que elevavam renda e portanto, base de consumo.
De onde vinham os investimentos industriais?
Seria um vazamento do capital da cafeicultura com o intuito de atender necessidades do próprio setor.
Economia brasileira: antes e hoje.
Antes:
Grande Depressão (1929).
Câmbio fixo.
Não existia Banco Central (Sumoc). 
Política monetária sujeita a ingerência política. 
Crescimento econômico em função do mercado externo.
Não existiam fontes de financiamento à produção. 
Depois:
Crise financeira em 2008.
Câmbio flutuante.
Banco Central com autonomia.
Política monetária independente. 
Crescimento econômico depende do mercado interno.
Mercado de capitais mais desenvolvido. 
Industrialização por substituição de importações: 1930-1990
Crise de 1930:
Foi um momento de ruptura do modelo econômico.
A Industrialização passa a substituir o modelo agroexportador.
O processo de industrialização seguido no período (1930-1990) foi chamado de processo de substituição de importações (PSI).
Como se manifestou a crise de 1930 no país?
Forte queda na demanda de café no mercado mundial e, conseqüentemente, queda de preço.
Reversão dos fluxos de capitais externos.
Resultado: redução da entrada de moeda estrangeira cria problemas no Balanço de Pagamentos (BP).
Deslocamento da demanda:
Problemas do Balanço de Pagamentos (exportações de café) é enfrentado via controle das divisas e ou/desvalorização.
O que provocou uma alteração dos preços relativos: desvalorização torna bens importados mais caros e reduz o preço dos bens nacionais aumenta a competitividade da produção nacional.
A desvalorização foi uma forma de proteção à indústria.
A resposta a crise de 30 provocou um deslocamento do centro dinâmico: a demanda externa deixa de ser o principal determinante do nível de renda do país e o mercado interno ganha espaço. Desta forma, a indústria ganha espaço para crescer.
Sobre esse processo, Furtado (1989) afirmou que “a economia havia encontrado estímulo dentro dela mesma para anular os efeitos depressivos vindos de fora e continuar crescendo, mas também havia conseguido fabricar parte dos materiais necessários à manutenção da expansão de sua capacidade produtiva”. 
Proteção ao PSI:
Como as crises externas afetavam o Balanço de Pagamentos, quais seriam as respostas? Alguma forma de proteção à indústria nacional principalmente através do câmbio ou restrição às importações. 
a) Desvalorização – Crise cambial de 1930; 
b) Licenças de importação;
c) Taxas múltiplas de câmbio;
d) Tarifas.
Hoje em dia muitas dessas práticas seriam condenadas pela OMC.
Características do PSI:
Industrialização fechada: o objetivo é atender demanda do mercado doméstico.
Realizada por etapas: problemas no Balanço de Pagamentos estimulava a produção interna. O estopim de uma nova etapa sempre seria o estrangulamento externo (teoria dos choques adversos). 
Qual a lógica da teoria dos choques adversos?
Problemas no BP gera escassez de divisas -> controle de importações ou sobre o câmbio -> problemas para importar bens industriais estimula produção interna -> o próprio crescimento da demanda provocaria outros estrangulamento externo.Qual a lógica da teoria dos choques adversos?
Que estimularia produção de outros bens. 
Observação: Para entender esse efeito “multiplicador” é bom fazer referência a classificação dos bens industriais (bens intermediários, de capital e consumo).
A cada novo estrangulamento externo (às vezes por causa do próprio crescimento da demanda) se repete de novo este processo.
Devemos salientar 2 pontos: 
Política considerada heterodoxa. O país não seguiu uma política ortodoxa no sentido de depender do impulso externo para se recuperar que era a lógica do modelo agroexportador. 
Revolução de 30: fortalecimiento do Estado Nacional e a ascensão de novos grupos ao poder o que permitiu colocar a industrialização como meta prioritária e um projeto nacional de desenvolvimento. 
Problemas deste modelo: 
Tendência ao desequilíbrio externo em função de: 
Política cambial favorecia transferência de renda entre setores (confisco cambial).
Indústria pouco competitiva (ineficiente).
Elevada demanda por importados. 
Resultado: Menor geração de divisas acentuavam o desequilíbrio externo. O PSI precisaria do capital externo (dívida externa e/ou investimento direto). 
Aumenta a participação do Estado:
Arcabouço institucional conveniente á indústria: legais, institucionais, burocráticos.
Infraestrutura básica (transporte e energia). No início, em caráter emergencial, para eliminar pontos de estrangulamento. No pós-guerra, visão de longo prazo. 
Intermediário financeiro.
Fornecimento de insumos básicos. Estado entrava em áreas de alto riscos/capital: CSN, CVRD, Petrobrás, Hidrelétricas.
Aumento da participação do Estado na economia gerava tendência ao déficit público com impacto sobre inflação.
Concentração da renda: 
Desestímulos à agricultura e estrutura fundaria gerava êxodo rural.
Investimento industrial capital intensivo, economias de escalas, oligopolios permitiam altos lucros.
Escassez de fontes de financiamento:
Lei de usura desestimulava poupança e inibia a formação de um mercado de capitais. 
Sem mercado de capitais desenvolvido, Estado assume papel de intermediário financeiro (BB e BNDE).
Agricultura a serviço da indústria?
Liberação de mão de obra reduzindo custos.
Fornecimento de alimentos e matéria prima.
Transferência de capital.
Geração de divisas.
Porém não há consenso sobre o papel da agricultura no PSI.
Em geral, os problemas criados pelo PSI perduraram na economia até década 90, quando se inicia um novo modelo, com abertura da economia e redução do Estado:
 Dívida externa;
Indústria pouco competitiva;
Problemas de BP;
Inflação alta;
Estado grande demais. 
Hoje, de uma forma ou outra, estes problemas tem diminuído, mas ainda persiste um associado: excessivo gasto público com impacto na dívida pública e carga tributária.
PSI – GOVERNOS:
O processo de substituição de importações (PSI) e pós-guerra: 
a) Modernização autoritária (1930-1945) - Governo Vargas;
b) Pós-guerra: Superação da crise e Governo Provisório. Dutra e 2º Governo Vargas;
c) Plano de Metas (1956-1960) - Visão de longo prazo de JK.
1930 - 1945 – Mudanças econômicas e políticas:
Resquícios do modelo agroexportador e seus problemas (vulnerabilidade) e início da substituição de importações.
1930 – 1934: Economia se ajusta ao impacto da Grande Depressão, que trouxe desequilíbrio ao Balanço de Pagamentos (BP) e atritos com credores da dívida externa.
Revolução de 30 – revolta com base na população urbana, burocracia militar e civil assim como industriais reação ao poder dos Barões do Café.
1930 - 1945 – Respostas a essas mudanças:
Ajustes: Sustentação da demanda interna (compra governamentais de café), desvalorização e controle de importações, propiciando mudanças nos preços relativos, favorecendo a indústria nacional, segundo Furtado.
Governo Federal centraliza compras do café relegando o poder de São Paulo, o que reflete uma reorganização das forças internas.
Resultado: recessão relativamente curta
As medidas do governo brasileiro contra a crise de 1929 estimularam a indústria que apresentou altas taxas de crescimento mais rapidamente (contrário ao resto das economias).
Estado Novo (1937 - 1945):
Cenário político pouco democrático, marcado pelo Golpe de Estado (1937), fechamento do Congresso e extinção partidos políticos.
Mas cenário econômico foi bem sucedido. Grandes empreendimentos, como a Usina de Volta Redonda, Lloyd Brasileiro, Hidrelétrica Paulo Afonso, CVRD.
Fortalecimento o setor público: aumenta grau de intervenção na economia. Grandes mudanças no mercado de trabalho (CLT, justiça do trabalho e salário mínimo) e na rede proteção social.
1945 - Várias revoltas, volta de partidos políticos e fim de censura impressa encerram este período.
Pós-guerra - mudanças no cenário externo:
Consolidação do domínio dos Estados Unidos (EU), único país em condições de sustentar mercados mundiais. 
Bretton Woods (1944) dita normas sobre sistema monetário mundial e aumenta domínio dos EU sobre economia mundial. Nascem o FMI e Bird.
Doutrina Truman - Guerra Fria - Divergências políticas, econômicos e ideológicas entre EU e antiga URSS. Medidas para conter expansão do comunismo.
Governo Dutra 1946 - 1951 – Ilusão de divisas:
Dois momentos: 
Início com idéias liberais e ortodoxas, grande preocupação com a inflação que, na prática, não foram bem sucedidas.
Seguidas com uma política mais expansionista (fiscal e monetária).
Ilusão de divisas problemas no BP obrigaram a adotar controle seletivo sobre importações, mas que beneficiou a indústria.
Plano Salte (Saúde, alimentação, transporte e energia) – sem sucesso.
Final do Governo: Crescimento, pressões inflacionárias e recorrência do desequilíbrio financeiro do setor publico.
2º Governo Vargas:
Do governo anterior, herda a retomada do processo inflacionário e déficit fiscal. No cenário externo, prevalecem expectativas positivas do mercado do café e mudança de atitude dos EU em relação ao Brasil que dá origem a CMBEU - Comissão Mista Brasil - Estados Unidos.
Projeto do Governo dividido em 2 partes: 
 Saneamento das finanças públicas o que reforçaria ação de política monetária restritiva atacaria inflação. 
 Empreendimentos e realizações.
A CMBEU era fundamental para o sucesso da 2ª fase do projeto do Governo, pois:
 Financiamento externo asseguraria superação dos gargalos da infra-estrutura;
 Diminuição pontos de estrangulamentos incentivaria a entrada de capitais externos.
Apesar da retórica nacionalista, GV favorecia fluxo de capitais externo.
Mas: evolução situação cambial (1951-1952) e, posteriormente, a modificação nas relações Brasil – EU, abortariam os planos do Governo.
Apesar de alguns avanços no campo econômico (Estado produtor: Petrobrás, Eletrobrás...) não teve sucesso para reduzir inflação. Aumento de movimentos sociais leva a uma reforma ministerial.
Fazenda Osvaldo Aranha
Trabalho João Goulart
Aranha privilegia o ajuste cambial. São introduzidos leilões cambiais. No início, a política foi bem sucedida para equilibrar setor externo e melhorar as contas do Estado. Mas a seca no Nordeste, eleições e ameaça de bancarrota do Governo SP, terminaram elevando os gastos públicos.
Para piorar:
Aumento de 100% do salário mínimo iria contra objetivo deflacionário das medidas de Aranha.
Proposta Goulart causou forte polêmica, mas foi promulgada por Vargas.
Ao longo do tempo, política de valorização do preço do café tinha criado ressentimentos entre países consumidores. Condições no mercado de café (geada, queda de safra em outros países) propiciaram aumento de preços, que foram o estopim para um boicote nos EU ao consumo do café brasileiro, reduzindo as exportações do país. 
E para arrematar...
Vargas assumiu Governo sob um clima de grandes expectativas que não foram cumpridas. 
Sem apoio da população (desde os mais abastados até os menos favorecidos) nem dos militares, entrou no isolamento político agravado pelo atentado na Rua Toneleros. Houve pressões para que renunciasse ao governo.
Efêmero Governo do Café Filho (1954 - 1955):Há certo vazio entre as analises históricas que vão desde o suicídio de Vargas até a posse de JK. Apesar do período tão curto, repercute a atuação de Eugene Gudin (Fazenda). Crítico das propostas desenvolvimentistas, partidário da ortodoxia e com grande prestígio na comunidade internacional.
Suas medidas ortodoxas criaram sérios problemas:
Crise de liquidez: liquidação de bancos e aumento de falências e concordatas de empresas;
Confisco cambial: pagava-se um câmbio inferior para o café, o que não acontecia com outros produtos de exportação.
Dos anos dourados para estagnação (1955 - 1964):
Plano de Metas (1956-1960) – Democracia com desenvolvimento;
Plano Trienal – Estagnação e ruptura.
Plano de Metas (1956 - 1960):
Considerado o mais completo e coerente conjunto de investimentos implementado em um ambiente político aberto e democrático.
Vai além do processo de substituição de importações, já que não era apenas “uma resposta tópica a um estrangulamento externo, mas a busca de promover a montagem de uma estrutura industrial integrada”. 
Visão de longo prazo
Plano de Metas – objetivos:
Estabelecer bases de uma indústria madura, em especial no segmento de duráveis. Atacar pontos de estrangulamento na infra-estrutura e bens intermediários. Outros setores seriam pontos de germinação (investimentos geravam demanda para outros investimentos).
Fundamentado nos estudos BNDE-Cepal (FURTADO) e do extinto CMBEU, identificava uma demanda reprimida por duráveis.
Este segmento teria um grande potencial interindustrial.
Plano de Metas:
VIABILIDADE:
Infra-estrutura (investimentos em estatais);
Eliminar pontos de estrangulamentos;
Financiamento e transferência de tecnologia.
INSTRUMENTOS:
Políticas de desenvolvimento;
Política Cambial e atração do capital externo.
Plano de Metas: Balanço
Uso de técnicas de planejamento (matriz insumo-produto) garantiram a coerência do Plano. Metas atingidas de forma satisfatória levando a mudanças estruturais da base produtiva e maior integração entre setores econômicos.
 Mudanças estrutura produtiva;
 Diversificação investimentos;
 Economia mais integrada.
Brasília (BSB) – meta mudancista:
Início: de forma gradual (15 anos) e autofinanciável;
Final: virou meta de JK;
Quanto custou BSB?
Maior símbolo de JK – projeto revolucionário em todos os sentidos: desenvolvimento econômico, urbano.
Plano de Metas – problemas:
Pressões inflacionárias devido à:
a) Falta de definição de mecanismos de financiamento aumentou emissões de moeda. Na ausência de um BC, suas funções foram fragmentadas entre várias instituições (em especial BB).
b) Ampliação da participação do Setor Público aumentava gastos. 
Problema agravado com a construção de Brasília.
Políticas fiscal e monetárias foram passivas e a serviço do processo de industrialização.
c) Câmbio subsidiado – preços não cumpriam papel orientar decisões.
d) Pouca atenção à agricultura.
Rápido crescimento acentuava limites do modelo de substituição de importações.
 Deterioração do balanço de pagamentos;
 Aumento da dívida externa;
 Concentração de renda: manutenção da estrutura agrária (latifúndios) e estímulo à indústria de capital intensivo.
Consciência de problemas inflacionários, mas tentativas de reduzir crédito/emissão de moeda: sem sucesso.
MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA
Pósguerra – crescimento e piora do processo inflacionário:
PIB e IGP- Var % anual (média governos)
Inflação - teoria econômica:
Em geral, processos inflacionários são associados a uma economia aquecida. Em particular, um excesso de gasto público contribui para isso.
 Teoria Quantitativa da Moeda: Estabelece uma relação direta entre a moeda e o lado real da economia. Afirma que a quantidade disponível de moeda determina o nível de preços.
 Inflação de demanda: Ocorre quando há excesso de demanda agregada (DA) em relação a produção disponível de bens e serviços. Diz-se “dinheiro demais à procura de poucos bens”. Associada ao “pleno emprego”.
 Inflação de custos: É associada a uma inflação tipicamente de oferta. Neste caso a demanda permanece inalterada, mas os custos de certos insumos considerados importantes aumentam: as altas dos custos são repassados aos preços dos produtos.
Depois, nos anos 80s, ganhou força de que inflação brasileira teria outra causa (tese da inflação inercial).
Plano Trienal: ruptura – Quadros/Goulart:
Anos 60 - fortes mudanças na sociedade brasileira.
Em termos políticos - passagem da democracia para regime militar.
Em termos econômicos – início de crise, que depois seria revertida a meados da década.
1ª Grande crise da fase industrial:
Como surge a crise? (Gremaud et ali):
Política conjuntural:
Forte instabilidade política sintetiza dificuldade de manter equilíbrio entre setores radicais. Tentativas de melhorar cenário econômico (Plano Trienal) fadado ao fracasso.
Quadros inaugura uma política externa independente – seguida por Goulart, que balançaram relações com os EU.
Crise do populismo:
Expressa dificuldades de conciliar apoio das bases populares sem afetar interesses do setor empresarial.
Econômico – conjuntural: 
Plano de Metas provocou aceleração inflacionária, indisciplina fiscal e deterioração Balanço de Pagamentos.
Estas condições aliadas a uma política econômica anti-inflacionária e conjuntura climática adversa acentuam ainda mais o cenário recessivo. 
Plano Trienal:
Apesar de ser elaborado por Furtado, da escola da Cepal, tinha um diagnóstico bastante ortodoxo. Inflação seria causada por excesso de demanda via gasto público. 
Medidas: Correção preços defasados (eliminação subsídios), redução déficit publico e crédito. Renegociação de compromissos internacionais.
Agonia da 3ª República. Sinais de recessão revertem medidas anteriores: volta subsídios, aumento salários (mínimo e do funcionalismo público) Fracasso na política de estabilização. 
Econômico - Estrutural Estagnação:
Perda do dinamismo do PSI evidencia ainda mais problemas da industrialização (concentração de renda, tendência desequilíbrio externo, Estado grande demais,..) - Esgota-se o potencial do PSI, pois cada vez mais há menos produtos a serem substituídos, aumenta a rigidez da pauta de importação e há limites de demanda (dependência do mercado interno)
Crise cíclica própria do sistema industrial.
Quadro institucional travava crescimento e possibilidades de crescimento.
Início dos governos militares e o PAEG (1964 - 1967): Solução autoritária à crise política e econômica. 
Vamos ver:
Diagnóstico sobre inflação no início da década de 60, segundo o PAEG, e política utilizada para enfrentá-las.
Principais dificuldades institucionais que afligiram a economia brasileira no inicio da década 60 e as reformas promovidas no inicio do governo militar. 
Objetivos do PAEG - Programa de Ação Econômica do Governo: 
“Conter” processo inflacionário; 
Atenuar desequilíbrios setoriais e regionais; 
Aumentar investimento e nível de emprego; 
Corrigir tendência ao desequilíbrio externo. 
Estratégia: 
Política econômica baseada em 2 linhas de atuação:
I - Políticas anti-inflacionárias Emergencial 
II - Eliminar entraves ao crescimento Estrutural 
Não muito diferentes dos objetivos de qualquer governo. A diferença é a visão pouco ortodoxa sobre a inflação: como controlá-la sem traumas? 
I - Políticas anti-inflacionárias:
Diagnóstico da inflação: Excesso de demanda e de moeda em circulação conter demanda.
Redução déficit público (diminuição de despesas e aumento de receita). Inflação corretiva (aumento de tarifas públicas);
Restrição do crédito + aperto monetário quebradeira. 
Política salarial. “Regras Salariais” com o objetivo de romper expectativas e conter reivindicações arrocho salarial.
 
 Segundo Simonsen: “Uma fórmula desse tipo tem a vantagem de substituir um infindável jogo de greves e pressões por um simples calculo aritmético” . 
Inflação e salário mínimo real:
II - Reformas Institucionais: tributária, monetária e comércio exterior
Preocupação pela ausência de mecanismos de financiamento adequadose para defesa contra inflação.
 Por que não existia um mercado de capitais? 
Lei de usura; 
Lei de inquilinato; 
Desordem tributária.
A correção destes problemas reduziriam necessidades de emissão monetária e portanto, pressões inflacionárias
Entre as reformas, destaca-se uma solução “mágica” para inflação:
Independentemente do diagnostico da inflação, ressalta-se a forma peculiar de lidar com o problema no sentido de:
Seria possível conviver com a inflação => Mal inevitável do acelerado desenvolvimento brasileiro; 
Custos seriam reduzidos com política mais gradual. 
A - Reforma tributária:
Correção monetária para tributos (desestimula atrasos) garantia de arrecadação. 
Redefinição do espaço tributário entre esferas do Governo. Alteração no sistema tributário (impostos cascata substituídos por VA) - Novos impostos (IPI, ICMS e ISS). 
Fundos de transferência intergovernamentais (Fundos de participação dos Estados e Municípios). 
Centralização de decisões de legislação tributária (sem guerra fiscal). 
Fundos parafiscais (FGTS, PIS) – Poupança compulsória. 
Inflação corretiva.
Correção monetária: Solução de curto prazo que depois seria um grande problema
A correção monetária foi favorável ao saneamento das finanças públicas e facilitava o combate à inflação (dívida financiada pelo público e não com emissão de moeda). 
Foi iniciada uma efetiva política de dívida pública. A ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) foi fundamental => dívida mais longo prazo. 
Entretanto, criou-se o caminho para o crescimento da dívida pública e para a generalização do processo de indexação. 
B - Reforma monetário-financeira: Como era regida a política monetária antes do PAEG 
Sumoc - Superintendência de Moeda e do Crédito - (1945): surge por ratificação dos Tratados de Bretton Woods (Banco Mundial e FMI). 
Conselho SUMOC normativo; 
Sumoc Controle/fiscalização; 
		BB Executor 
Tesouro Emitia moeda.
Funções BC fragmentadas - BB (mistura de banco comercial e autoridade monetária) seria um empecilho para uma política monetária independente. 
B - Reforma monetário-financeira: 
Correção monetária e criação da ORNT; 
Financiamento imobiliário: SFH e BNH; 
Lei 4595 – Marco institucional para ter política monetária independente: CMN e Bacen.
Porém, a criação do BC foi “incompleta”. O BB continuou funcionando como autoridade monetária, pois era depositário das reservas voluntárias dos bancos privados, entre outros. 
Da multiplicidade de funções do BB, surge a conta movimento1, que era uma fonte de financiamento às operações de natureza fiscal não captadas pelas estatísticas de contas públicas. 
A situação de aparente tranqüilidade fiscal de fato resultava do não registro de forma completa do comportamento das contas públicas. 
A conta movimento transformou-se em uma fonte de recursos para suprir a maioria dos movimentos dos empréstimos do governo que estivessem fora do orçamento tradicional. 
Pouca transparência das finanças públicas.
 1 - Permitia a BB creditar-se no BC de qualquer quantia relacionada a atividades da União ou para fins de políticas públicas. Foi extinta em 1986. 
C - Reforma na política externa:
Comércio exterior – estimular e diversificar exportações com incentivos fiscais; 
Mercado de câmbio – unificação; 
Atração de capitais. 
Balanço do PAEG:
Positivo: redução na inflação
Conseguiu reduzir drasticamente taxa de inflação (100% para média 20% em 1969) e elevar PIB (0,6% em 1963 para 9,8% em 1968);
Criou as bases para crescimento econômico posterior (milagre econômico).
Negativo: distorções permanentes
Correção monetária que alimentaria inflação (tese de inflação inercial destacada nos anos 80);
Finanças públicas pouco transparentes;
Aumento da dívida pública.
Milagre Econômico - 1967-1973:
País alcançou taxas de crescimento econômico sem precedentes
Prevaleceu um novo diagnóstico sobre os problemas econômicos do País
Contexto político:
Castelo Branco Costa e Silva Médici 
Ministro Relevante: Delfim Netto- artífice do Milagre
O que deixou o Paeg?
Novo regime recebeu uma economia em recessão, mas também iniciou mudanças profundas na condução da política econômica e credibilidade restaurada, com destaque para:
Reforma financeira
Reforma setor externo – permitiu aproveitar bonança da economia mundial
Melhora das finanças públicas: aumento arrecadação (correção monetária), novas formas de financiamento (títulos públicos indexados)
Inflação: novo diagnóstico
O Paeg partia do suposto de que a inflação estava associada a um excesso de demanda. Nova equipe coloca o foco nos custos: por causa desse novo enfoque foram relaxadas as políticas de contenção da demanda.
A política salarial não foi alterada. Ao final, salários fazem parte dos custos das empresas
Política antinflacionaria:
Delfim Netto (USP) manteve, em linhas gerais, a política de combate a inflação, com certas mudanças: 
  Ênfase sobre o componente de custos em vez da demanda 
 Combate à inflação teria que ser conciliado com crescimento 
Objetivos:
Acelerar desenvolvimento -> Pressão política exigia retomada do crescimento para legitimar o regime militar
Conter inflação -> Receituário antinflacionario muda: controle de preços, ataque de forma gradual, regra salarial (arrocho salarial) 
Crescimento econômico:
Foi usado crédito, incentivos fiscais e atenção aos desequilíbrios regionais para diminuir o êxodo rural.
Destaque para políticas setoriais: 
a) Agropecuária: Criam-se incentivos como Empréstimos do Governo Federal (crédito subsidiado), garantia de preços, pesquisa (Embrapa)
Resultado: Modernização com aumento mecanização, expansão fronteira agrícola (Centro-Oeste) maior encadeamento agroindústria. Destaque para a expansão da soja e menor participação do café. 
Diversificação exportações
b) Indústria: estimulada por política cambial, incentivos fiscais e crédito. Produção de duráveis e bens de capital. 
Crédito ao consumidor favoreceu demanda duráveis
Política cambial e incentivos elevou exportações manufaturados
Construção civil favorecida pelo sistema financeiro habitacional e grandes obras públicas.
c) Aceleração taxa de investimento no triênio de 15% (1971) para 21% (1973), graças à expansão das estatais, concessão desgovernada de incentivos
Consequências do crescimento:
Com forte crescimento econômico, pressões inflacionárias seriam inevitáveis (em torno de 20%) -> Tolerância -> Governo passa a controlar preços e até tabelar mas não reduz drasticamente níveis inflacionários.
Política monetária/Setor Financeiro:
Visão de setor financeiro ineficiente levou a controle de juros (teto) e incentivar a concentração bancária que permitiria ganhos de escala e redução de custos financeiros oligopólio 
Aumenta oferta de crédito oficial (BNDE, BB, Caixa Econômica) a áreas específicas (habitação, consumidor, agropecuária)
Fundo 157 estímulo mercado de ações e financiamento de longo prazo 
Política Fiscal (1):
Novo governo beneficiou-se das reformas tributárias e administrativas do Paeg.
Centralização das decisões de alocação de recursos: UF e municípios subordinados ao Governo Central
Expansão estatais
Aumentou renúncia fiscal (em torno de 20% da arrecadação). 
Com maior participação do Estado, crescentes investimentos públicos e sacrifício fiscal como foi possível manter equilíbrio das contas públicas?
Até 1968 déficit do Tesouro era financiado pelas Autoridades Monetárias, mas com a criação da ORTN, aumentou confiança o que permitiu emitir títulos públicos de prazo mais longo financiamento déficit público 
O que gerava um aparente equilíbrio das Contas Públicas. 
Porém, nem todos os gastos públicos eram bancados pelo Tesouro. Juros, correção monetária eram contabilizados no “orçamento monetário” 
Política Regional:
I PND -Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (1972-74)
Se definiu formalmente uma política nacional de desenvolvimento regional. Atenção especial ao Nordeste e Amazônia
Seca do Nordeste – solução fora da região. São deslocados grandescontingentes de Nordestinos para Amazônia
Outros projetos: Transamazônica; Cuiabá- Santarém. Aumentam recursos para Sudam, Sudene 
Setor Externo (1):
Crescimento econômico acompanhado por equilíbrio balanço de pagamentos. Em função de:
Fatores internos: política cambial e incentivos às exportações
Fatores externos: Crescimento econômico mundial, evolução favorável termos de troca e aumento de liquidez internacional
Balança comercial: aumento das exportações assim como diversificação da pauta e destinos (Europa)
Aumento das importações (em especial, bens de capital). Continuava proteção importados nos demais segmento produção nacional 
Apesar da política de comércio exterior, o coeficiente de abertura foi baixo em relação a outros países (economia fechada).
Conta de Capital – Entrada investimento externos e aumento de endividamento
Setor Externo - Dívida Externa:
A dívida externa bruta cresceu 20% enquanto a líquida 10% acumulação de reservas/sobre-endividamento 
Onda de endividamento explicado por condições atrativas do mercado internacional. Além de: Resolução 63, estatais e empréstimos transnacionais-matriz 
Apesar de maior endividamento, expansão reservas era bem vista pelas autoridades, aproveitando liquidez internacional (Euromercados). Mas taxas de juros eram flutuantes
Defesa do Milagre:
Economia registrou maiores taxas de crescimento da história (em média 11%ªª) assim como altos níveis de investimentos. 
Processo foi favorecido pelos ajustes institucionais e financeiros do Paeg e pelo fato de empresas estar com capacidade ociosa. Além de expansão do crédito, arrocho salarial e aumento da dívida externa 
Críticas ao milagre:
Teoria do bolo (Belíndia= Belgica + India, Crítica Prof. Bacha)- Concentração de renda
Pouca transparência das contas públicas disfarçaram pressões inflacionárias
Aumento dívida externa
Modernização agrícola concentração fundiária piora distribuição renda
Concentração bancária 
Fracasso política regional
II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) - 1975-1979 - crescimento com dívida:
	O período foi caracterizado pelo crescimento com endividamento. Os anos 70 foram marcados por uma grande instabilidade da economia mundial. Entre os choques negativos podemos citar a desvalorização do dólar dos EUA e o 1º choque de petróleo. O período também é conhecido como de "marcha forçada", pois o governo optou por manter os planos de crescimento apesar das mudanças adversas na conjuntura internacional.
	Vamos dividir os anos 80 (década perdida) em 2 momentos: 1º crise da dívida externa e depois o fracasso dos planos contra inflação (planos heterodoxos).
	Crise da dívida externa, período de forte tensão, pois os ajustes internos tinham o objetivo de cumprir compromissos externos. 
"Por considerar que o Brasil poderia crescer mesmo com a crise da dívida, Delfim Netto "czar da economia" priorizou o ajuste da economia brasileira para o pagamento do serviço da dívida às novas condições externas apesar de seus custos domésticos. No final de 1982 o Brasil continuou o pagamento do serviço da dívida externa apesar de suas baixas reservas e da falta de ingresso de recursos externos. Mas, dada a falta de divisas disponíveis para o pagamento da dívida, o governo usou as reservas em ouro do país com essa finalidade, sob os protestos do Congresso Nacional e da imprensa. Na ocasião, foram vendidas e transformadas em divisas que pagaram os empréstimos brasileiros cinqüenta e três toneladas de ouro brasileiro estocado no exterior (em custódia ou aplicado), correspondentes a 69% das reservas brasileiras em ouro. ....".
Anos 70: contexto mundial conturbado:
Acaba Acordo de Bretton Woods (1971) –EUA rompem paridade US$-Ouro origina instabilidade monetária e pressões inflacionárias no mundo todo
1o Choque petróleo (1973) detonado pelo conflito árabe-israelense. Preços petróleo quadruplicaram desequilíbrios contas externas países consumidores
Vale lembrar contexto internacional favorável durante o Milagre: 
Expansão comércio internacional 
Elevação preços produtos primários (commodities em alta
Alta liquidez (Euromercados)
Trade-off : ajustar ou crescer? 
AJUSTAMENTO: Contenção da demanda interna. Opção logo no início. Simonsen adota políticas monetárias e fiscal restritivas. Porém quebra de banco (Halles) cria clima desconfiança o que obriga ao Bacen a aumentar liquidez 
MANTER CRESCIMENTO: Aproveitar liquidez mercados internacionais (Petrodólares).
Escolha pelo crescimento:
Escolha condicionada pelo cenário político:
Geisel (facção castelista) substitui Médici (linha dura)
Pressões para maior abertura política e melhorar distribuição de renda.
Transição, para ser tranqüila, exigia bons resultados econômicos manter crescimento 
Crítica : Visão ingênua de que crise seria curta e Brasil seria uma “ilha”
II PND – Objetivos:
Transformar o Brasil numa “potência emergente” entrando nos padrões do 1o mundo
Substituição de importações. Foco muda de bens duráveis para indústria de base (siderurgia, fertilizantes,...). Energia (Itaipu, nuclear, prospecção de petróleo).
Elevar exportações – modernização e expansão fronteira agrícola
Ampliar mercado interno revisão regras salariais 
Instrumento: Estado-Empresário:
Crescimento sustentado pela expansão das estatais que gerariam demanda, que por sua vez estimularia o setor privado
Além desse incentivo, o setor privado teria outros como: crédito IPI, depreciação acelerada, isenção importações , reservas de mercado para novos empreendimentos (Lei de informática)
Projetos de grande porte e indústrias intensivas em energia elétrica (aço, alumínio)
Financiamento do Plano:
Estatais restrição ao financiamento interno e contenção das tarifas públicas (para segurar inflação)
Endividamento externo (petrodólares*) Estatização da dívida
Setor privado crédito subsidiado de agências oficiais. Bndes assumiu recursos do PIS-PASEP. Mas também teria acesso ao financiamento externo (transferência de dívida para o Bacen) 	Ciranda financeira 
(*)Excesso de recursos países petroleiros inundaram mercados financeiros 
Balanço: Crescimento, inflação e endividamento 
Investimento público desempenhou papel anti-cíclico, evitando uma desaceleração acentuada das taxas de crescimento do produto.
Não foram atingidas metas de crescimento mas expansão do PIB foi razoável (em média, 6,5% ªª)
Altos níveis inflação (em torno, 42 % ªª) maior que observada no Milagre (em média, 22% ªª)
Aumento da dívida externa pública
Limites: Por que não seria possível repetir a façanha do Milagre?
Autoridades contavam de maneira irrealista com condições favoráveis da conjuntura internacional. Resto do mundo adotou medidas recessivas o que afetaria exportações brasileiras
Vale lembrar que crescimento econômico do Milagre foi favorecido pela ocupação da capacidade ociosa provocada pelo ajuste PAEG. Depois do Milagre economia estaria no pleno emprego. Altas taxas de crescimento exigiriam maiores esforços de investimento
Resultado: Metas ambiciosas demais
Endividamento externo
CRISE DA DÍVIDA - 1981-84: anos 80s “números fracassos e os poucos êxitos“, Edmar Bacha.
Final dos anos 70 - Piora cenário externo:
Desvalorização do US$ (1971) e 1º choque de petróleo (1973) já tinha afetado a economia mundial, criando pressões inflacionárias e recessão
Outros choques negativos:
1979 – 2o choque petróleo 
Mudanças na política macroeconômica países industrializados. Preocupação com inflação leva ao aumento da taxa de juros e piora condições de financiamento externo. 
O que explica a disparada dos juros internacionais? 
Revisão da política econômica dos Estados Unidos, que adotou uma política monetária restritiva Déficit contas externas refletia perda de competitividade dos EU 
Por que os EU estavam perdendo mercados? 
Segundo corrente mais liberal, o excesso de intervenção estatal na economia: impostos demais desestimulava investimentos privados e provocou aumentou custos deprodução
Além dos efeitos inflacionários da alta do preço do petróleo
Nova política EU: Supply side economics 
Propostas:
Redução do tamanho do Estado
Reduzir custos e incentivos aos investimentos: ênfase nas condições de oferta (contrário aos keynesianos preocupados com a demanda)
Lógica: Empresas recuperariam competitividade, melhorando PIB e aumentando arrecadação
 
Brasil: choques domésticos
No Brasil, piora cenário interno: 
Deterioração situação fiscal: Cai carga tributária, aumentam volume transferências, principalmente juros dívida interna, déficits estatais
Choque de oferta (petróleo no mercado internacional e agricultura em queda), déficit fiscal maior inflação
Solução: Volta de Delfim Netto, com a ilusão de reeditar o Milagre 
Simonsen /Volta de Delfim Netto:
Correção preços relativos (reajuste tarifas públicas, MAXIDESVALORIZAÇÂO de 30% do cruzeiro, prefixação da correção monetária e cambial em 50% e 45%) 
Resultado: Aceleração inflacionária para 100%ªª que junto à piora cenário externo elevou déficits contas externas com impacto sobre reservas cambias.
=
Maior vulnerabilidade externa
Brasil -Coeficiente de vulnerabilidade1externa, 1968-1989
Opção de Ajuste Voluntário:
Fracasso da política de Delfim Netto aumentou discurso pró-ortodoxia. ajuste implicava receituário clássico desacelerar
Pressão para reduzir necessidades de US$: controle da absorção interna (consumo + investimento)
Adoção de fortes medidas recessivas como: Contenção salários e controle gasto público
Se a política de ajuste voluntário era claramente recessiva por que não foi procurado o FMI desde o início?
FMI- Objetivo de ajudar países com problemas de curto prazo no balanço de pagamentos, condicionado a ajustes internos. As exigências levam a desaceleração da atividade econômica. 
 Acordo com o FMI seria um reconhecimento do fracasso da política econômica. Seria um sinal de fraqueza que minaria o já frágil suporte político do governo.
Crise da dívida:
Crise de confiança em nível mundial. A insolvência da Polônia e da Argentina junto à moratória mexicana (1982) provocou a quebra de fluxos financeiros aos PVDs (países em desenvolvimento).
No Brasil, os sacrifícios internos das autoridades eram insuficientes para equilibrar contas externas (serviço da dívida externa). 
Não teve jeito Brasil precisou do FMI (aval para pagar dívida)
Acordos com FMI (1983):
Como sempre, recomendações recessivas: 
 Contenção da demanda (redução do déficit público, aumento dos juros para reprimir credito, queda salário real) 
Estimular setor externo: intensa desvalorização e estímulo às exportações
Ao longo da década de 80 houve vários acordos. Várias cartas de intenções sinalizavam dificuldades para cumprir receituário do FMI. 
Resultados: 	Positivos: superávit balança comercial 								Negativos: grande recessão. 
Medidas melhoraram balança comercial:
... mas provocaram estagflação (Recessão + Inflação):
Ajuste  para  o  pagamento  do  serviço  da  dívida, apesar de seus custos domésticos
AJUSTAMENTO EXTERNO FOI BEM SUCEDIDO!
No entanto, FMI advertia que o sucesso do ajuste externo não seria duradouro se o governo não contornasse gastos públicos para reduzir inflação.
Inflação alta seria um sintoma do nível de desequilíbrio interno
Tese de inflação inercial:
Inflação inercial: aumento de preços em função dos aumentos passados e da tentativa dos agentes recuperarem, sistematicamente, as perdas reais. 
Isso era possível dada a pratica generalizada da indexação dos contratos Uso generalizado da correção monetária.
Tolerância a instabilidade de preços levava a que determinados choques ou impulsos, tendem a propagar-se e elevar-se com rapidez. 
Choques transitórios viravam permanentes
PLANOS HETERODOXOS - 1985-1992:
	Na década de 80 surge uma nova  teoria para explicar o processo inflacionário no Brasil  (tese de inflação inercial), desenvolvida no departamento de Economia da PUC assim como na Unicamp.
	A lógica do processo inflacionário no Brasil  seria que, na medida em  que se todos os agentes econômicos (empresas, famílias e governo) buscassem uma forma de defender sua renda com o uso  da correção monetária , os aumentos de preços ficavam automáticos e permanentes. Ao final, era uma luta pela distribuição do "bolo econômico".
Maiores níveis inflacionários (Segundo FMI isso refletia outros desequilíbrios):
O que complica qualquer processo de estabilização.
Inflação cria incerteza. Logo, além da desconfiança dos agentes econômicos devemos ressaltar:
Mudança cenário político: pressões políticas e sociais
Economia relativamente fechada (pouco competitiva)
Inflação: teoria econômica:
Em geral, processos inflacionários são associados a uma economia aquecida. Em particular, um excesso de gasto público contribui para isso
Teoria Quantitativa da Moeda -Estabelece uma relação direta entre a moeda e o lado real da economia. Afirma que a quantidade disponível de moeda determina o nível de preços.
Inflação de demanda-Ocorre quando há excesso de demanda agregada (DA) em relação a produção disponível de bens e serviços. Diz-se “dinheiro demais à procura de poucos bens”. Associada ao “pleno emprego”
Inflação de custos -É associada a uma inflação tipicamente de oferta. Neste caso a demanda permanece inalterada, mas os custos de certos insumos considerados importantes aumentam; as altas dos custos são repassados aos preços dos produtos.
Inflação no Brasil:
Mas no Brasil, independentemente do estado da economia (expansão ou recessão) aumentos de preços continuavam.
Agentes econômicos conseguiam repassar para seus preços os choques que afetavam sua renda. Inclusive o próprio governo
Em meados dos anos 80 ganhava força a tese da inflação inercial. Sobressaíram 2 correntes acadêmicas:
A) Inercialista (PUC-RJ): Mecanismos de indexação (correção monetária sobre preços, salários, ativos reais) perpetuavam o aumento de preços. Existiam 2 propostas: 
Choque heterodoxo (Lopes): congelamento depois descompressão
Moeda indexada (Larida): Desindexação da economia por meio de uma indexação total sincronização dos ajustes de preços 
B) Pós-Keynesianos (Unicamp) – Tavares e Belluzo: Formação de preços pode ser dividida entre aqueles flexíveis (sujeitos às condições do mercado) e rígidos (setores mais oligopolizados). Este último determina um mark up sobre custos (preservar lucros)
Durante anos 80, 2 componentes de custos (câmbio e juros) trouxe maior incerteza. Empresas colocavam um mark up cada vez maior. Indexação propagava estes aumentos.
Da ortodoxia para heterodoxia:
Ao longo desse período houveram várias tentativas para redução abrupta da inflação (planos heterodoxos) intercalados por período de controles ortodoxos (via instrumentos monetários, mas associada ao livre mercado)
No caso da visão heterodoxa, o diagnóstico dos planos era comum: inflação inercial e como principal instrumento o congelamento de preços.
Independentemente do Plano o balanço seria de mais perdas do que ganhos. Estabilidade no curto prazo seguidos por piora da inflação levaram a um comportamento preventivo dos agentes econômicos (empresas e consumidores)
Condições economia antes do Plano Cruzado:
Cenário político complicado: Sarney assumiu governo com resultado da fusão de várias correntes. 
Cenário econômico: recuperação atividade econômica depois da recessão, contas externas equilibradas mas inflação em torno de 200% ªª
Obviamente que inflação virou o alvo da política econômica
 
Plano Cruzado (1986) Principais medidas:
Nova moeda (cruzado substitui cruzeiro)
Reajuste salarial + abono. Gatilho (inflação>20%)
Congelamento de preços (economia com grande dispersão de preços)
 Tablita para conversão de valores de contratos
Resultados:
Queda abrupta da inflação trouxe bônus políticos para o governo além de promover “movimento cívico” 
Mas explosão do consumo pressionou diversos mercados, sobretudo aqueles com preços defasados ou com alta elasticidade renda. Escassez,ágio, filas 
Resposta do governo: Subsídios, liberação importados e operações policiais de confisco que deram “pontos” ao governo 
Resposta do mercado: maquiagem de produtos, mudança de embalagem, alterações das especificações. 
Juros negativos fuga para a Bolsa, dólar paralelo, evasão de capitais, complicando as contas externas. 
Resposta Governo: Cruzadinho – tímido pacote fiscal. Compulsório sobre a gasolina, automóveis e passagens aéreas. 
Imobilismo por causa das próximas eleições, mudanças constituição e desconfiança da população: expurgo de alguns preços para evitar ação do “gatilho” 
Depois das eleições Cruzado II
Quando o congelamento foi abandonado, indexação e inflação voltaram piores. País perde reservas - MORATÓRIA (fev/1987) 
Balanço final: Euforia Frustração 
Sem metas monetárias a oferta de moeda é endógena. 
Reforma fiscal prévio ao lançamento do plano sem efeito: baseada no aumento de imposto de renda sobre ganhos de capitais das operações financeiras. 
 Descaso com o Setor externo. Autoridades suponham que estabilização e crescimento atrairia fluxos externos. 
Congelamento é complicado, tanto se for temporário quanto se durar por muito tempo. 
Dos Planos Heterodoxos ao Plano Real:
Governo Sarney (mar/85 a mar/90):
Marcado por sucessivos planos com objetivo de estabilizar inflação
Cruzado (1986)
Bresser (1987)
Verão (1988) – “Feijão com arroz”
Ao longo desse período, a Constituição de 1988 e eleições complicavam ainda mais as tentativas de estabilização
Grande descontrole fiscal – emissão de títulos públicos com prazos menores. 
Dívida interna dominava o cenário: políticas fiscal e monetária ficaria reféns da mesma
Papel da moeda na economia:
Moeda: ativo mais líquido possível.
Funções específicas que o distingue de outros ativos:
Meio de troca: facilita a troca de bens e serviços
Padrão de medida: serve para comparar valores
Reserva de valor: pode ser guardado para uso posterior
Inflação alta “destrói” as funções da moeda. No Brasil, a moeda era usada apenas como meio de troca Agentes econômicos preferiam ter outro tipo de ativos que preservasse seu valor, além de ter liquidez. Uma alternativa era comprar títulos públicos O que elevava continuamente a dívida pública.
Como se defender da inflação? 
O sistema financeiro oferecia depósitos bancários que tinham como contrapartida títulos públicos e privados (overnight). Observar que essa forma de manter a moeda tinha alta liquidez (resgate diário) com rendimento superior a inflação. Servia como reserva de valor e padrão de medida.
Se moeda nacional não cumpria as funções, uma opção era US$
Plano Collor:
Objetivo: Acabar com a inflação
 Diagnóstico: Crescente liquidez dos haveres financeiros não monetários. (em função da “fragilidade financeira do Estado”)
Clima desconfiança dos agentes econômicos: O BC era obrigado a rolar diariamente os títulos públicos, o que perpetuava a inflação.
Indexação diária dos ativos influenciava preços e câmbio que passavam para indexação plena
Como quebrar essa fragilidade?
No âmbito econômico:
Congelamento de preços (medida já desacreditada) e desindexação salários
Câmbio flutuante
Nova moeda
Sequestro de ativos -> deixar de rolar a dívida pública o que provocou uma drástica redução liquidez 
Lógica: BC poderia fazer política monetária ativa ao invés de ficar a mercê do mercado financeiro
Como complemento, no âmbito institucional:
Reforma administrativa e fiscal (reduzir tamanho do Governo)
Abertura economia- Fim modelo substituição importações
Confisco:
Entre todas as medidas foi a traumática. 
Todas as aplicações financeiras que ultrapassasse certo limite (cerca de U$1 200 no câmbio da época) foram bloqueados por 18 meses, remuneradas pela correção monetária + 6%ªª 
Balanço do Plano:
Ajuste fiscal: Houve superávit, mas graças a redução dos gastos com a rolagem da dívida pública em função do confisco
Setor externo: piora saldo balança comercial
Reforma administrativa: frustrada pois corte funcionários públicos precisava de alteração constituição. Autarquias são fechadas
Privatização – sem a grandes avanços
Escândalos políticos provocaram o impeachment 
 Itamar Franco assume presidência 
Política econômica indefinida. Troca de vários Ministros da Fazenda até FHC assumir 
Plano Real:
Diagnóstico: Desajuste das contas públicas(1) sem ignorar o problema da inflação inercial=> leitura fiscalista da inflação
Solução: Ajuste fiscal e reforma monetária segundo a proposta Larida. Simulação de uma hiperinflação com o convívio de 2 moedas: uma “boa” e outra “ruim” 
(1) Déficit fiscal seria bem superior ao informado pelo governo. Orçamento aprovado embutia uma previsão inflacionaria menor à observada, com despesas fixas nominalmente, mas receitas corrigidas Efeito Tanzi às avessas 
Implementação:
1) Ajuste fiscal. Corte de despesa, aumento de impostos, diminuição temporária das transferências federais
2) Indexação completa da economia
Sistema bimonetário:
URV: unidade de conta
Cruzeiro real: moeda de troca
3) Depois de um tempo (alinhamento de preços), veio a reforma monetária: conversão da URV na nova moeda: R$ 
Contexto do Plano Real:
Em relação ao Plano Cruzado, existiam condições mais benignas:
Maior nível de reservas e melhor situação fiscal
Pais estava inserido no fluxo de capitais externos 
 Maior grau de abertura comercial aumenta nível de concorrência o que evitaria repasse de preços em mercados concentrados (oligopólios) 
Consenso de Washington: No âmbito externo discussão de como melhorar economias subdesenvolvidas. 
Solução: amplas reformas como disciplina fiscal, abertura economia , flexibilizar mercado de trabalho, desregulamentação mercados, reforma jurídica e política, redes de proteção social 
“Havia um certo esgotamento e uma frustração muito grande pela incapacidade do país em controlar a inflação”. Logo, o Plano que seria implementado seria uma última tentativa. 
Mesma equipe que trabalhou no Plano Cruzado conheciam principais riscos
Medidas preanunciadas, sem surpresas. 
Como evitar tentativas de repasses de preços? 
Ancora monetária: política monetária restritiva para desestimular demanda e especulação.
Ancora cambial: câmbio fixo (bandas cambiais)
Valorização do R$ em relação á moeda estrangeira + abertura comercial. Medida favorecida, pois país estava com reservas
Entrada de importados reprimia tentativas de empresas aumentar preços 
Âncora cambial:
Taxa de Câmbio Real – R$/US$
(Base: Junho de 1994 = 100) 
Efeitos positivos do Plano Real:
Estabilidade preços
Crescimento
Aumenta eficiência da indústria
Melhora distribuição da renda
Mudanças institucionais
Menores níveis inflacionários:
Queda da taxa de inflação, mas não de forma abrupta 
Maior nível de atividade econômica:
Apesar de política monetária restritiva houve um aumento da demanda e portanto, crescimento. Demanda foi impulsionada por:
Aumento do poder aquisitivo das classes mais pobres
Ilusão monetária
Queda da inflação aumenta previsibilidade da renda futura o que estimula o mercado de crédito (parcelas fixas) 
Composição índices de preços: impacto diferenciado no orçamento segundo renda familiar 
Apreciação cambial + entrada maciça de importados permitiu uma redução dos preços de bens comercializáveis (tradeables) produtos que pesam mais no orçamento de classes de renda baixa 
 No entanto, aumentou muito preços dos serviços (non tradeables) aluguel, serviços públicos –privatizados- alimentação fora de casa itens que pesam mais no orçamento da classe média 
Mudanças institucionais – prós e contras: 
Privatizações estatais e bancos públicos- melhora eficiência econômica
Abertura e menor proteção empresas nacionais (falência, aumento do desemprego e informalidade)
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
Aberta a discussão sobre:
Reforma previdência
Reforma mercado trabalho 
Problemas do Plano Real:
Déficits comerciais e problemas no balanço de pagamentos
Crise bancária
Piora déficit fiscal
Aumenta dívida pública
Piora condições mercado de trabalho (informalidade)
Setorexterno:
Déficits crescentes da balança comercial: câmbio valorizado + demanda aquecida estimulou importações e deprimiu exportações
No curto prazo, situação não seria preocupante pois país estava com reservas. Mas choques externos complicaram a situação.
Efeito Tequila (1995) – 1o ataque especulativo contra o R$
Crise mexicana destacava fragilidade das contas externas. Mas liberação do câmbio poderia trazer de volta a inflação (economia aquecida e temor de memória inflacionária) 
Balança comercial deficitária:
Crise bancária:
Inflação alta facilitava a atividade bancária. Muitas instituições não conseguiram se ajustar a baixa inflação Quebra de bancos (1995). 
BC cria programa de ajuda (PROER): facilitou fusões e entrada banca estrangeira
Re-estruturação dos bancos estaduais para depois privatizá-los.
Governo terminava assumindo rombos dos bancos (déficit quase-fiscal). Situação trouxe incertezas sobre o impacto das medidas nas contas públicas. 
Piora condições no mercado de trabalho:
Aumenta nível de desemprego
Aumenta informalidade
Contas públicas:
Aumento déficit primário apesar da maior carga tributária. Maiores despesas em função de déficit da previdência, rigidez gastos (constituição ’88), reconhecimento dos esqueletos (ajustes patrimoniais), re-estruturação sistema financeiro e bancos públicos
Aumento da dívida pública – Entrada de US$- atraídos pelo Selic - aumentavam reservas no BC. Porem isso tem um impacto expansionista sobre a oferta monetária o que obrigava ao BC esterilizar esses US$ , vendendo título públicos
Diferencial de juros refletia os riscos de mudança cambial e expectativas negativas dos agentes econômicos 
Vulnerabilidade – choques externos:
Sucessivos choques externos:
Crise mexicana (1995)
Crise asiática (1997)
Crise russa (1998)
1999- desvalorização R$ - é adotado o câmbio flutuante
A INÉRCIA E A INDEXAÇÃO:
Inércia (física)- Resistência que todos os corpos materiais opõem à modificação do seu estado de movimento (Aurélio)
Inflação inercial – inflação adquire certa autonomia (ou inércia) onde a inflação do período passado determina a inflação atual.
De onde vem a inércia? Dos indexadores como a correção monetária para corrigir impostos e títulos, US$, índices de preços, salário mínimo, etc.
 Plano heterodoxo: Programa de estabilização que não se restringe a métodos convencionais de acabar com a inflação
Plano ortodoxo: Programa de estabilização baseado exclusivamente no controle da moeda e dos gastos (os chamados fundamentos) para acabar com a inflação. 
 Extraído de: http://www.goassociados.com.br/Economes/Glossario%20Geral/P.html 
Reforma monetária em 2 estágios
1) Padrão		2) Meio de troca
 Todos os preços reajustados pelo mesmo indexador e freqüentemente (diário)
 
Pós estabilização de preços – FHC:
1º Governo FHC:
Redução de preços, mas também redução crescimento econômico
Foram surgindo vários desequilíbrios macroeconômicos: 
Perdas de reservas
Aumento desemprego- piora “qualidade” postos de trabalho
Deterioração balança comercial
Aumento da relação dívida pública/PIB
Piora no ambiente macroeconômico:
2º Governo FHC - Revisão do Plano Real:
	Um primeiro governo sacramentado pelo fim da inflação e o seguinte marcado por várias perturbações na economia nacional e internacional que obrigaram a rever as chamadas âncoras do Plano Real. Apesar das mudanças foi preservada a principal herança do Plano: a estabilidade de preços.
Crises internacionais precipitam mudanças política econômica e acordo com o FMI:
a) Política cambial- Desvalorização “controlada” não deu certo. Mudança no BC. Overshooting -e adotado câmbio flutuante
b) Política monetária – Metas inflacionárias. Taxa de juros influenciaria demanda que por sua vez , “controlaria preços”
c) Política fiscal- Redução gastos com juros e o aumento arrecadação
Tripé da nova política econômica
Metas de inflação + câmbio flutuante + superávit primário
2º Governo FHC (Fiscal):
Aumento arrecadação: CPMF + Cofins + ICMS (Ufs) + contribuição inativos . Cresce carga tributária (29,3% em 1998 para 35,8% em 2002)
Desvinculação de receitas da União (DRU) para contrapor compromissos Constituição 1988
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)- limites aos gastos de pessoal em todas as esferas do governo. Limites endividamento
Reforma previdência - novos critérios. Fator previdenciário – tempo de contribuição vs contribuição por tempo de serviço
Renegociação dívidas estaduais – eliminação bancos estaduais
Fim do 2º Governo FHC:
Mudança de política teria consistência macroeconômica que levaria ao crescimento. Mas conjunção fatores negativos no final do mandato frustrou crescimento e aumentou instabilidade econômica. 
Crise na Argentina
Ataques terroristas nos EU
Crise energética
Nesse contexto seriam decididas as eleições (2001).
EFEITOS POSITIVOS DO PLANO REAL: 
Estabilidade preços
Crescimento
Aumenta eficiência da indústria
Melhora distribuição da renda
Mudanças institucionais 
Heranças do governo FHC:
Estabilização – 1o com âncora cambial e monetária e depois com o sistema de metas 
 Reformas:
a.       Privatizações; agências reguladoras; fim monopólio estatal (petróleo e telecomunicações) 
b.       Mudança no tratamento do capital estrangeiro 
c.       Saneamento do sistema financeiro 
d.       Reforma (parcial) previdência social 
e.       Renegociação das dividas estaduais 
f.        Lei de Responsabilidade Fiscal
Pós estabilização de preços – Lula:
	O primeiro governo (2003-2006) foi uma continuação da política econômica implementada pelo governo FHC, depois de várias crises internacionais (o chamado tripé macroeconômico) de meta inflacionária, cambio flutuante e superávit fiscal.
	O segundo (2006-2010) cria diferenciais em relação ao período anterior, em especial, com a ampliação dos programas de transferência de renda e fortalecimento do mercado interno. Destacam-se as ações para enfrentar o "crash" de 2008
Eleições de 2002:
Período eleitoral “perturba” economia em função do discurso histórico da oposição – no caso o PT: contra pagamento juros, criticas ao regime inflação, questionamento privatizações, ...
Mudança de discurso Confiança
Escolha de Palocci (coordenador programa governo)
Compromisso com estabilidade Preservar políticas de FHC
Depois das eleições:
Foi mantida diretoria BC. Só muda presidente (Armínio Fraga) mas substituto também é ligado ao setor financeiro (Henrique Meirelles)
1º Governo Lula - (2003-2006):
Contexto externo positivo favorece exportações: aumento preço commodities, crescimento economia mundial. Aumento de reservas cambiais
Cumprimento metas superávit fiscal com folga (mas carga tributária alta) . 
Mudança perfil dívida: retirada títulos atrelados ao US$ - aumenta títulos pré-fixados
Melhora ritmo de crescimento (2004) graças tanto à expansão mercado interno quanto exportações
Aumento do consumo das famílias explicado por:
Expansão programas assistenciais
Expansão crédito (micro crédito e consignado)
Clima de confiança aumenta produção e investimentos 
Nova lei de falências reduziria risco de financiamento às empresas
Expansão investimento (construção e máquinas e equipamentos) 
Expansão descansa sobre mercado doméstico: consumo família + investimentos privados
 
Política relativamente conservadora em relação à intervenção estatal na economia assegurou a retomada dos controles monetário, cambial e fiscal depois do "ataque especulativo" que precedeu as eleições de 2002; 
SINAL PARA O MERCADO: o governo não buscaria soluções mágicas para os velhos problemas.
 Destaque para política da redução do endividamento externo e acumulação de reservas cambiais (US$ 55 bilhões (2005) US$ 241 bilhões (2009) 
Predominância neoliberal: Continuação do tripé regime de metas da inflação, câmbio flutuante e superávit primário
2o Governo Lula - (2006-2009):
Continua tripé Metas de inflação + câmbio flutuante + superávit primário, predomina maior participação estatal
Fortalecimento mercado interno: Inclusão social (aumento das transferênciasde renda aos mais pobres e elevação real do salário mínimo); aumento de contratações e aumentos salários para o funcionalismo público; crédito consignado.
Estado mais ativo na promoção do desenvolvimento econômico
Cresce investimento público: PAC
País ganha “investment grade”
Crise financeira internacional (2008):
Crise justifica a maior participação do Estado aumento gasto público. 
Defesa de idéias Keynesianas
Objetivo: preservar o sistema financeiro nacional e manter o nível de atividade econômica.
Crise 2008: Principais medidas:
A política de acumulação de reservas internacionais iniciada em 2006 formaram um colchão de segurança, reduzindo a vulnerabilidade externa que abatia o país quando os mercados internacionais entravam em turbulências.
Maior liquidez ao sistema financeiro (reduçao dos depósitos compulsórios) e uso dos bancos públicos para expandir o crédito
Corte substancial na taxa Selic (de 13,75% para 8,75%) 
Redução impostos (IPI)sobre setores escolhidos discricionariamente 
Crescimento sustentado ou vôo da galinha?
Por que o Brasil cresce pouco?
Apesar da expansão do PIB e maior nível de investimentos, muitos analistas questionam a sustentabilidade desse crescimento.
Crescimento longo prazo depende do PIB potencial (associado à investimento e produtividade)
Quais seriam os limitantes ao crescimento?
Taxa de juros alta
Incerteza regulatória (ex. energia elétrica) inibiria investimentos
Elevada carga tributária
Baixo investimentos em infraestrutura (portos, estradas, aeroportos)– CUSTO BRASIL
Agenda inacabada: reforma da previdência – reforma tributária – reforma trabalhista 
Baixa qualificação mão de obra (educação básica)
Economia brasileira antes e hoje:
Grande Depressão (1929) 
Câmbio fixo 
Sem BC (Sumoc + BB) 
Política monetária sujeita a ingerência política 
Crescimento econômico em função do mercado externo 
Sem fontes de financiamento internas
Crise financeira 2008 
Câmbio flutuante 
BC com autonomia (política monetária independente)
Crescimento econômico depende do mercado interno 
Mercado de capitais mais desenvolvido
Plan1
	Cenário 1:	 	Preços são reajustados pelo mesmo valor
	Dia reajuste	Abril	Correção monetária	 Maio 	Preço relativo é mantido: 1 sálario = 2 aluguéis
	Apto 1	1	100	30% (IGP)	130	2
	Apto 2	25	100	30% (IGP)	130	2
	Salário	20	200	30% (INPC)	260
	Cenário 2	: Dispara o câmbio (choque) que afeta IGP mais do que INPC
	Dia reajuste	Abril	Correção monetária	 Maio 	Preço relativo é alterado: 1 sálario = 1,87 aluguél
	Apto 1	1	100	50% (IGP)	150	1.87
	Apto 2	25	100	50% (IGP)	150	1.87
	Salário	20	200	40% (INPC)	280
	Cenário 3	:	 Comportamento diferenciado de preços + congelamento
	Dia reajuste	Abril	Correção monetária	 Maio 	Correção monetária	Congelamento dia 20/junho	Preço relativo	Dadas diferentes datas de reajuste, congelamento 	aumentava ainda mais a dispersão	 	de preços.
	Apto 1	1	100	80% (IGP)	180	80% (IGP)	324	1.39
	Apto 2	25	100	80% (IGP)	180	80% (IGP)	180	2.5
	Salário	20	200	50% (INPC)	300	50% (INPC)	450
	Cenário 4	 - Todos os preços reajustados pelo mesmo indexador e frequentes (diário)
	Data	URV (padrão de medida)	Crz$/ URV = US$	Crz$ (meio de troca)
	2-Jan	10	50	500	Todos os preços teriam uma indexação diária --> Indexar para desindexar
	2-Feb	10	250	2500
	2-Mar	10	500	5000
	2-Apr	10	700	7000
	2-May	10	1200	12000
	1-Jun	10	2750	27500
	1o de junho 1URV=1 US$ = R$	nova moeda (R$)
	2-Jun	10
Plan2
Plan3
Plan1
	Cenário 1:	 	Preços são reajustados pelo mesmo valor
	Dia reajuste	Abril	Correção monetária	 Maio 	Preço relativo é mantido: 1 sálario = 2 aluguéis
	Apto 1	1	100	30% (IGP)	130	2
	Apto 2	25	100	30% (IGP)	130	2
	Salário	20	200	30% (INPC)	260
	Cenário 2	: Dispara o câmbio (choque) que afeta IGP mais do que INPC
	Dia reajuste	Abril	Correção monetária	 Maio 	Preço relativo é alterado: 1 sálario = 1,87 aluguél
	Apto 1	1	100	50% (IGP)	150	1.87
	Apto 2	25	100	50% (IGP)	150	1.87
	Salário	20	200	40% (INPC)	280
	Cenário 3	:	 Comportamento diferenciado de preços + congelamento
	Dia reajuste	Abril	Correção monetária	 Maio 	Correção monetária	Congelamento dia 20/junho	Preço relativo	Dadas diferentes datas de reajuste, congelamento 	aumentava ainda mais a dispersão	 	de preços.
	Apto 1	1	100	80% (IGP)	180	80% (IGP)	324	1.39
	Apto 2	25	100	80% (IGP)	180	80% (IGP)	180	2.5
	Salário	20	200	50% (INPC)	300	50% (INPC)	450
	 Todos os preços reajustados pelo mesmo indexador e frequentemente (	diario	) 
	Data	URV (padrão de medida)	CR$/ URV = US$	CR$ (meio de troca)
	30-Jan	10	50	500
	30/fev	10	250	2,500
	30-Mar	10	500	5,000
	30-Apr	10	700	7,000
	30-May	10	1,200	12,000
	30-Jun	10	2,750	27,500
	1	o	 /julho : 	1 URV= US$ 1 = R$ 1	Nova moeda (R$)
	2-Jul	10	10
Plan2
Plan3

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