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João Vitor Freire – MEDUNIMET7 Habilidades Médicas VIIi – 2021.2 BRADIARRITMIAS Por definição... ▪ Bradicardia* → FC <60bpm (mas, sintomas geralmente aparecem quando <50bpm); ▪ Bradicardia sinusal fisiológica? Sim. Ex: atletas, durante o sono, pessoas vagotônicas; ▪ 2 processos fisiopatológicos principais – mais comum em idosos e pessoas com comorbidades, relacionados com processos degenerativos: Disfunção do nó sinusal (ritmo com problema) → Doença do nó sinusal (DNS – ritmo com problema + sintomas); Bloqueios Atrioventriculares (BAVs) – 1ºgrau, 2ºgrau (Mobitz I e Mobitz II) e 3º grau (BAVT). *Bradiarritmia é raro em crianças – Quando ocorre, pensar em Lúpus Neonatal (BAVT congênito). ETIOLOGIAS CAUSAS INTRÍNSECAS × ISQUEMIA – IAM leva a isquemia e lesão no sistema de condução; × Degeneração idiopática – com a idade; × Doenças de depósito – ex: amiloidose; × Iatrogenica pós-cirúrgica – principalmente cirurgias valvares; × Doenças infecciosas – endocardite, chagas, lyme. CAUSAS EXTRÍNSECAS × Uso de medicamentos – antiarrítmicos – BB, BCC, Amiodarona; × Hipotireoidismo – reduz metabolismo e pode reduzir FC; × Distúrbios hidroeletrolíticos – K e CA; × SAHOS; × HIC – tríade de Cushing (bradipneia, hipertensão e bradicardia); × Hipotermia; × Hipersensibilidade do seio carotídeo – compressão do seio carotídeo e relação com nervo vago; QUADRO CLÍNICO PA = DC X RVP /// DC = VS X FC Quando tenho Bradicardia → PA = DC X Res. Vasc. Periférica /// DC = Vol. Sistólico X ↓ FC Consequência: ↓PA = ↓DC X RVP /// ↓DC = VS X ↓ FC Ou seja, quadro clínico relacionado com hipotensão... × Intolerância aos esforços; × Dispneia; × Tontura; × Síncope (Sd. Stokes-Adams). João Vitor Freire – MEDUNIMET7 Habilidades Médicas VIIi – 2021.2 TIPOS DE BRADIARRITMIAS: DOENÇA DO NÓ SINUSAL (DNS) 1) BRADICARDIA SINUSAL - Bradicardia; - Onda P positiva em D1 e AVF: sinusal; 2) BLOQUEIO SINOATRIAL - Bradicardia; - Pausas, P-P duas a três vezes do ciclo básico normal; 3) PAUSA SINUSAL - Bradicardia; - Pausa não múltipla - grande. 4) SÍNDROME BRADICARDIA-TAQUICARDIA - Pausa sem atividade seguida de ritmo taquicárdico. João Vitor Freire – MEDUNIMET7 Habilidades Médicas VIIi – 2021.2 TIPOS DE BRADIARRITMIAS: BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES (BAVs) 1) BAV 1ª GRAU Bloqueio no Nó-AV - Bradicardia; - Uma onda p para cada QRS; - Onda P distante do QRS, PR>200ms (5q). MACETE: “AQUELE PLANTONISTA QUE SEMPRE CHEGA 20 OU 30 MINUTOS ATRASADO, MAS QUE NUNCA FALTA.” 2.1) BAV 2º GRAU – MOBTZ I Bloqueio no feixe de His (ou nos ramos) - Bradicardia; - Ondas P bloqueadas, que não geram QRS; - Aumentos nos intervalos PR até que bloqueia – “dá aviso antes de bloquear”. MACETE: “É A PESSOA QUE CHEGA NO PLANTÃO SEMPRE COM ATRASOS MAIORES. NO PRIMEIRO DIA É DE 20 MINUTOS, DEPOIS DE 30 MINUTOS, 40 MINUTOS E ASSIM POR DIANTE. ATÉ QUE UM BELO DIA ELE SIMPLESMENTE NÃO APARECE.” João Vitor Freire – MEDUNIMET7 Habilidades Médicas VIIi – 2021.2 2.2) BAV 2ª GRAU – MOBITZ II - Bloqueio abaixo do feixe de His. - Bradicardia; - PR fixo, “não dá aviso”, de repente bloqueia. MACETE: “É O PLANTONISTA QUE SEMPRE CHEGA NA HORA CORRETAMENTE ATE UM DIA, SEM AVISO PRÉVIO ALGUM OU SEM QUALQUER JUSTIFICATIVA, FALTA.” 3) BAV 3º GRAU – BLOQUEIO AV TOTAL (BAVT) - Total desconexão entre átrio e ventrículo – cada um tem seu período de condução e um não conversa com o outro; - Bradicardia; - Intervalos P-P e R-R regulares; MACETE: “AQUELE PLANTONISTA COMPLETAMENTE DESCONECTADO DA ESCALA. QUANDO É O DIA DE DESCANSAR, CHEGA PONTUALMENTE PARA DAR PLANTÃO. QUANDO É O DIA DELE COBRIR O PLANTÃO, FALTA SEM AVISAR A NINGUÉM.” João Vitor Freire – MEDUNIMET7 Habilidades Médicas VIIi – 2021.2 TRATAMENTO × AVALIAÇÃO HEMODINÂMICA PACIENTE INSTÁVEL? AUSÊNCIA DE CAUSAS REVERSÍVEIS APARENTE? *BAV 1ª GRAU OU MOBITZ I? 0) MOVE! –> Monitorização, oxigênio (se necessário), acesso venoso e exames (ECG); 1) ATROPINA* – 1mg EV (dose total 3mg); 2) Se não responder a Atropina – Marcapasso transcutâneo OU Adrenalina (2-10mcg/min em bomba de infusão contínua) OU Dopamina (2-20mcg/kg/min em BIC) – aumentam a FC; 3) Marcapasso transvenoso. *MOBITZ II ou BAVT? 1) MOVE! –> Monitorização, oxigênio (se necessário), acesso venoso e exames (ECG); 2) Marcapasso transcutâneo OU Adrenalina (2-10mcg/min em BIC) OU Dopamina (2-20mcg/kg/min em BIC) – aumentam a FC; 3) Marcapasso transvenoso; 4) Considerar marca-passo definitivo (Mobitz II e BAVT). OBS: BAVs avançados (Mobitz II e BAVT) respondem mal a Atropina. Como são bloqueios “mais baixos”, abaixo do feixe de His (onde não tem inervação parassimpática), a chance de responder a Atropina é baixa. *Qual o mecanismo de ação da atropina? Ação anticolinérgica, inibe o SNA parassimpático. Por que isso é importante? Entender o motivo de Mobitz II e BAVT não responderem bem a Atropina. PACIENTE ESTÁVEL? × Investigar causas reversíveis; × Avaliar internação (geralmente Mobitz II e BAVT precisam); × Programação de Marca-passo definitivo se necessário (geralmente Mobitz II e BAVT precisam). MARCA-PASSO TRANSCUTÂNEO (MPTC) X MARCA-PASSO TRANSVENOSO (MPTV) MPTC: procedimento de emergência, técnica não invasiva e de instalação quase imediata; Desvantagens: é necessário alta energia de estimulação para vencer a impedância transtorácica e chegar ao miocárdio. Além disso, exige sedação contínua e sua eficácia diminui após algumas horas. MPTV: deve ser passado por profissional habilitado, de preferencia na sala de hemodinâmica; Requer acesso venoso central (preferência -Jugular direita); Pode ser mantido por mais tempo que o MPTC, com energias de estimulação muito menores e não requer sedação (maior conforto para o paciente). As principais complicações estão relacionadas aos riscos na passagem: pneumotórax, hemotórax, perfuração do septo, infecções, etc. Sinais de instabilidade hemodinâmica? 5Ds! • Desconforto respiratório; • Dor torácica típica (Angina?); • Diminuição da PA; • Diminuição da Perfusão; • Desmaio (Síncope)/ Diminuição do nível de consciência (Glasgow <15). (1 critério é suficiente, mas, geralmente, aparecem juntos)
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