Buscar

A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO A PARTIR DO CONCEITO DE TRABALHO ALIENADO EM MARX

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ANÁLISE DO FILME "A CLASSE OPERÁRIA VAI AO PARAÍSO A 
PARTIR DO CONCEITO DE TRABALHO ALIENADO EM MARX" 
 
 
 
O Filme A classe operária vai ao Paraíso se passa na Itália e é um filme muito 
bom para quem está estudando sobre Marx. O filme restringe sua análise a forma 
de produção exercida pelos trabalhadores nas fábricas de peças, e as 
consequências desse trabalho. É apresentado ao longo do filme quatro 
momentos da alienação descritos na análise de Marx: 
O primeiro o homem se aliena dos resultados do seu trabalho, dos objetos sob 
a forma de mercadoria, da materialidade em geral. O operário Lulu se encontra 
em sua casa cercado de objetos sem utilidade e sem valor, que depois de 
adquiridos não podem ser consumidos nem sequer revendidos, que dirigem a 
sua vida e dos quais não pode sequer usufruir. O status de vida ambicionado por 
sua companheira sacrifica até a convivência no ambiente do lar, tornado por 
brigas constantes. Na civilização burguesa é mais importante conservar os 
objetos do que satisfazer os seres humanos. No diálogo entre Lulu e seu 
companheiro Militina, no momento que este, variando em sua “loucura”, reflete 
sobre à utilidade das peças que produziam. Daí referencia-se a utopia: o muro 
que precisa ser derrubado, possibilitando o acesso ao paraíso para todos os 
operários. 
O segundo momento de alienação é quando o homem se auto aliena no 
processo de trabalho. O processo de trabalho não é a realização, mas a negação 
do homem. Aqui ele se sente objeto e não sujeito. O operário-modelo Lulu 
escraviza-se ao ritmo repetitivo das máquinas, esforçando-se para cumprir cotas 
de produção e superar os demais operários. 
O terceiro momento o homem se aliena em relação à finalidade do seu trabalho. 
O resultado do dia de trabalho de um operário é uma porção de objetos que lhe 
são estranhos, indiferentes. O operário é considerado louco porque não 
consegue ver o sentido humano daquilo que faz, o que torna o seu trabalho 
desumano. Militina, explica a Lulu que a sua loucura foi diagnosticada quando 
questionou a direção da fábrica o destino daquilo que produziu. Por que produziu 
parafusos durante a vida inteira? Para onde iam os parafusos? A visita de Lulu 
a Militina proporciona uma coleção de frases de efeito, que são um dos 
momentos altos do filme. O quarto momento se dá sob o capitalismo, o operário 
deve se contentar em vender a sua força de trabalho ao capitalista e adquirir em 
troca a possibilidade do consumo, sem o direito de questionar para que trabalha 
e porque deve consumir o que lhe é oferecido. Ele tem um papel na sociedade, 
o qual lhe cabe cumprir. Não lhe é dado opinar, decidir, escolher, propor nada, 
visto que a administração da sociedade está totalmente fora de seu alcance, 
entregue a um mecanismo distante e impessoal. Lulu não sabe nem sequer 
quem é o proprietário da fábrica. 
 
Continuando o filme ocorre um acidente onde culmina na demissão dele. Na 
condição de desempregado, ele conscientiza-se da própria alienação, e 
paulatinamente se integra na atuação sindical, que culmina na sua readmissão 
ao emprego. Mas ele não é mais o mesmo operário modelo e não tem mais as 
mesmas ilusões de realização dentro do consumismo. Ele aprende que é preciso 
derrubar um “muro”, metáfora das condições sociais capitalistas, que separam 
os indivíduos da sua humanidade. É preciso superar a alienação 
Lulu afirma que: A fábrica funciona se nós estivermos lá dentro. Mas se nós 
ficamos aqui fora, os dirigentes vão fazer o que, lá dentro? Percebe-se que o uso 
de meios não pacíficos, deslegitimou o movimento grevista, que tem como 
propósito o prejuízo do empregador por meio da paralisação e a solução dos 
problemas com diálogo, sem danificar ou ameaçar à propriedade e à pessoa.

Outros materiais