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Somestesia e sensibilidade

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Somestesia e sensibilidade 1: Classificação dos sentidos 
O sistema somatossensorial ou sensorial somático é a condição que permite ao ser vivo experimentar sensações nas partes distintas do seu corpo. Os receptores do sistema somatossensorial se encontram repartidos pelo corpo todo, servem para detectar os estímulos mecânicos, químicos e físicos.  Sensações somáticas mecanorreceptivas, sensações termorreceptivas e a sensação da dor (nocicepção).
Detecção e transmissão das sensações táteis
As sensações táteis são as que detectam o toque, a pressão e a vibração. São conhecidos cerca de seis tipos diferentes de receptores táteis.
Corpúsculos de Meissner: São encontrados em regiões não pilosas da pele (pele glabra) sendo abundantes nas pontas dos dedos, nos lábios, nas plantas dos pés e em outras partes da pele capazes de discernir características especiais de sensações de tato. Tais corpúsculos se adaptam rapidamente após o estímulo, sendo, portanto, muito sensíveis ao movimento de objetos leves sobre a superfície da pele e também à vibração de baixa frequência.                  
Discos de Merkel: São encontrados na ponta dos dedos e em algumas outras áreas. São responsáveis em detectar um toque contínuo de objeto contra a pele, sendo importantes na determinação da textura do que é sentido.
Órgão terminal piloso: Situado próximo ao pelo, estimula a fibra nervosa basal, de modo a detectar o contato inicial do movimento de objetos sobre a superfície do corpo.
Órgãos terminais de Ruffini: Estão localizados nas camadas mais profundas da pele e nas cápsulas das articulações. São terminações que se adaptam muito pouco, sendo importantes para a sinalização de estados contínuos de deformação da pele e dos tecidos mais profundos, como sinais pesados e contínuos de tato e sinais de pressão. Nas articulações ajudam a sinalizar o grau de rotação das mesmas.
Corpúsculos de Pacini: Situados em camadas mais profundas da pele, são estimulados por movimentos rápidos dos tecidos, vibrações e mudanças de pressão e respondem num intervalo de tempo de poucos centésimos de segundo. São importantes para detectar a vibração dos tecidos ou outras alterações rápidas do estado mecânico dos tecidos.                        
Corpúsculos de Krause: São os receptores térmicos responsáveis pela sensação de frio. Situam-se nas regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas, como ao redor dos lábios e dos genitais.
Existem também as terminações nervosas livres, encontradas em toda parte da pele e em muitos outros tecidos. Tais sensores são sensíveis aos estímulos mecânicos, térmicos e, especialmente, aos dolorosos. São formados por um axônio ramificado envolvido por células de Schwann.
Quase todos os receptores sensoriais do tato transmitem seus sinais pelas fibras nervosas de condução rápida. Por outro lado, os tipos mais imprecisos de sinais, como a pressão indistinta, o tato mal localizado e as cócegas, são transmitidos por fibras nervosas muito mais lentas.
Algumas áreas da pele apresentam alto grau de sensibilidade, como os lábios e a ponta dos dedos. Por meio dessas áreas são recolhidas informações detalhadas quanto à forma, à textura, à dureza e à temperatura daquilo que é tocado. Isso ocorre porque nessas regiões existe grande número de receptores sensoriais. Mesmo o menor estímulo é capaz de ativar alguns receptores. A ponta dos dedos e os lábios são regiões mais sensíveis da pele, por terem um elevado número de terminações nervosas (até 2000/cm2). Se fosse desenhar uma pessoa com base na sua capacidade de percepção da pele, as pontas dos dedos e os lábios seriam bem maiores, em comparação com as outras partes. A pele possibilita examinar ativamente os objetos com as mãos para verificar características como a textura, o peso e a forma dos objetos. Possibilita, também, sensações agradáveis como a brisa, um cafuné carinhoso, além de outras sensações, como cócegas.
Sensibilidade térmica: Os termoceptores são terminações nervosas livres que possuem campos receptivos de cerca de 1 mm de diâmetro na superfície da pele. Duas sensações térmicas distintas  (frio e calor) são detectadas por receptores diferentes. Os receptores de frio estão localizados no estrato basal da epiderme e estão ligados a fibras A, mielinizadas, de diâmetro médio, embora alguns deles façam contato com fibras C, não mielinizadas e de diâmetro pequeno. Temperaturas entre 10°C e 40°C ativam os receptores de frio. Os receptores de calor, que não são tão abundantes quanto os receptores de frio, estão localizados na derme e estão ligados a fibras C não mielinizadas e de diâmetro pequeno; eles são ativados em temperaturas entre 32°C e 48°C. Os receptores de frio e de calor se adaptam rapidamente após o início de um estímulo, porém, como dito anteriormente, eles continuam a gerar impulsos com frequências menores durante um estímulo prolongado. Temperaturas abaixo de 10°C e acima de 48°C ativam principalmente os receptores de dor e não os termoceptores, que produzem sensações dolorosas.  
 Sensibilidade dolorosa: A dor é indispensável para a sobrevivência. Ela exerce função protetora, pois sinaliza condições nocivas e que possam danificar os tecidos. Do ponto de vista médico, a descrição subjetiva e a indicação do local de dor podem ajudar a identificar a causa de uma doença. Os nociceptores, os receptores de dor, são terminações nervosas livres encontradas em todos os tecidos do corpo, exceto no encéfalo. Estímulos térmicos, mecânicos ou químicos intensos podem ativar os nociceptores. A irritação ou a lesão tecidual liberam substâncias químicas como prostaglandinas, cininas e íons potássio (K+) que estimulam os nociceptores. A dor pode persistir mesmo após a remoção do estímulo doloroso porque as substâncias químicas que medeiam a dor permanecem e esses receptores apresentam pouca adaptação. Condições que desencadeiam a dor incluem distensão excessiva de uma estrutura, contrações musculares prolongadas, espasmos musculares ou isquemia (fluxo sanguíneo inadequado em um órgão).  
Sensibilidade proprioceptiva: A sensibilidade proprioceptiva também é chamada propriocepção. A propriocepção permite que o indivíduo reconheça quais partes do corpo pertencem a si. Elas também permitem que nós saibamos onde nossa cabeça e nossos membros estão localizados e como eles estão se movendo, mesmo que nós não olhemos para eles, de modo que possamos caminhar, digitar ou nos vestir sem utilizar os olhos. A sinestesia é a percepção dos movimentos corporais. As sensações proprioceptivas surgem em receptores chamados de proprioceptores. Os proprioceptores localizados nos músculos (especialmente os músculos posturais) e nos tendões nos informam a respeito do grau de contração muscular, da quantidade de tensão nos tendões e das posições das articulações. As células ciliadas da orelha interna monitoram a orientação da cabeça em relação ao chão e a posição durante os movimentos. Como os proprioceptores se adaptam lentamente e apenas um pouco, o encéfalo recebe continuamente impulsos nervosos relacionados com a posição das diferentes partes do corpo e faz ajustes para garantir a coordenação.  Os proprioceptores também permitem a discriminação do peso, a capacidade de avaliar o peso de um objeto. Esse tipo de informação ajuda a determinar o esforço muscular necessário para a realização de uma tarefa. Por exemplo, quando você pega uma sacola em um shopping, você percebe rapidamente se ela contém livros ou penas e, então, você exerce a quantidade correta do esforço para levantá-la.  
Aqui nós discutiremos três tipos de proprioceptores: os fusos musculares dentro dos músculos esqueléticos, os órgãos tendíneos dentro dos tendões e os receptores cinestésicos articulares dentro das cápsulas das articulações sinoviais. 
Os receptores táteis estão localizados na pele ou na tela subcutânea.
Sistema epicrítico e suas características 
É responsável pela percepção do tato fino, da propriocepção consciente, propiciando uma somatotopia precisa, com campos receptores pequenos e unimodais, formados principalmentepor mecanorreceptores ligados a fibras periféricas Ia, Ib e Aβ, ligando-se a neurônios de segunda ordem nos núcleos da coluna dorsal e núcleo principal do trigêmeo, utilizando feixes da coluna dorsal. 
Via Coluna dorsal-lemnisco medial 
Este transmite os sinais ascendentes até o bulbo principalmente pelas colunas dorsais da medula espinhal, depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado oposto no bulbo, seguem pelo tronco encefálico para o tálamo pelo lemnisco medial. É composto por grossas fibras mielinizadas com velocidades de 30 a 110 m/s, apresenta alto grau de organização espacial, isto é, a informação que tem que ser transmitida rapidamente e com fidelidades temporal e espacial são transmitidas pelo sistema dorsal-lemnisco medial, os tipos de informações está limitado a sensações discriminativas das modalidades sensoriais mecanorreceptivas.
Estímulo mais forte faz com que mais neurônios disparem. Estímulo fraco provoca o disparo apenas dos neurônios mais centrais. Cada receptor sensorial possui um campo de recepção do estímulo que corresponde a sua área de inervação. Orientação Espacial das Fibras Nervosas no Sistema da Coluna Dorsal–Lemnisco Medial Devido ao cruzamento dos lemniscos mediais no bulbo, o lado esquerdo do corpo é representado no lado direito do tálamo, e o lado direito do corpo no lado esquerdo do tálamo.
Córtex somatossensorial, áreas somestésicas e funções 
Há receptores  que respondem apenas a estímulos passageiros (Pacini e de Meissner), ou seja, só quando o estimulo está sendo aplicado ou removido ou variando constantemente. Esses são conhecidos como receptores de adaptação rápida pois se o estimulo perdurar, teremos a sensação de que o estimulo está ausente. Outros receptores (Merkel e de Ruffini) respondem continuamente à presença de estímulos, por isso, são chamados de receptores de adaptação lenta. Cada receptor envia a informação para o cérebro, separadamente, por meio de uma via rotulada de neurônios. As sensações somáticas da cabeça e do resto do corpo chegam ao sistema nervoso central até as áreas cerebrais do córtex (córtex somatossensorial). Nas áreas associativas do córtex, é que realmente, ficamos sabendo sobre as características dos objetos que examinamos com as mãos ou que interage com a superfície da pele. Nas áreas associativas do córtex, é que realmente, ficamos sabendo sobre as características dos objetos que examinamos com as mãos ou que interage com a superfície da pele.
LOBO PARIETAL: Posterior ao sulco central. Áreas estruturalmente distintas, referidas como áreas de Brodmann, do córtex cerebral humano. Observe, especificamente, as áreas 1,2 e 3, que constituem a área somatossensorial primária I, e as áreas 5 e 7, que constituem a área de associação somatossensorial.
Camadas: Os sinais sensoriais aferentes excitam inicialmente os neurônios da camada IV (camada granular interna); em seguida, o sinal se espalha em direção à superfície do córtex e também em direção às camadas mais profundas ;
As camadas I (camada molecular) e II (camada granular externa) recebem sinais aferentes inespecíficos e difusos , provenientes dos centros subcorticais , que facilitam regiões específicas do córtex. Estas aferências controlam principalmente o nível gera l de excitabilidade das respectivas regiões estimuladas;
Os neurônios das camadas II e III ( camadas de células piramidais pequenas) enviam axônios para áreas relacionadas no lado oposto do córtex, através do corpo caloso;
Os neurônios das c amadas V ( camada de células piramidais grande s) e VI (camada de células fusiformes ou polimórficas) enviam axônios para estruturas encefálicas subcorticais e medulares . Os da camada V são geralmente maiores e se projetam para áreas mais distantes , tais como gânglios da base, tronco cerebral e medula espinha l, onde controlam a transmissão de sinais . A partir da camada VI, um número especialmente grande de axônios se projeta para o tálamo, fornecendo assim sinais a partir do córtex que interagem e ajudam a controlar os níveis de excitação dos sinais sensoriais aferentes que entram no tálamo.
Funções: A excisão bilateral ampla dessa área, torna a pessoa incapaz de: A pessoa é incapaz de localizar discretamente as diferentes sensações em diferentes partes do corpo. Entretanto, ela pode localizar estas sensações grosseiramente, como localizá-las em uma das mãos , em uma região do corpo ou em um a das pernas . assim, fica claro que o tronco cerebral, o tálamo e algum as regiões do córtex cerebral, que normalmente não são consideradas como envolvidas com as sensações somáticas, podem realizar algum grau de localização; Analisar diferentes graus de pressão sobre o corpo; Avaliar o peso dos objetos ; Avaliar os contornos e as formas dos objetos (estereognosia); Avaliar a textura dos materiais. 
Áreas somatossensoriais I e II: A razão para essa divisão é que, em cada uma dessas áreas, existe uma orientação espacial separada e distinta, representativa das diferentes partes do corpo. Pouco se sabe sobre a função da área somatossensorial II. Sabe-se que os sinais entram nessa área vindos do tronco cerebral, conduzindo informações de ambos os lados do corpo.
As áreas 5 e 7, que constituem a área de associação somatossensorial, desempenham papeis importantes na interpretação dos significados mais profundos da informação sensorial, dentre as áreas sensoriais
Discriminação de dois pontos 
Método usado frequentemente para testar a discriminação tátil é o de determinar para a pessoa a chamada capacidade discriminatória de “dois pontos”. Nesse teste, duas agulhas são pressionadas levemente contra a pele ao mesmo tempo, e a pessoa relata se estão sendo percebidos dois pontos de estimulação ou apenas um ponto. Nas pontas dos dedos, a pessoa pode distinguir normalmente dois pontos separados mesmo quando as agulhas estão tão próximas quanto 1 a 2 milímetros. Entretanto, nas costas, as agulhas usualmente têm de estar à distância de pelo menos 30 a 70 milímetros, para que dois pontos separados possam ser detectados. A razão para essa diferença é o número diferente de receptores táteis especializados nas duas áreas.
Sentidos de posição
Chamados de sentidos proprioceptivos: Sentido de posição estática/Sentido de velocidade do movimento. Estiramento dos músculos -> Medula espinal e coluna dorsal -> Decifração dos angulações articulares -> Determinação da posição. Detecção pelos Corpúsculos de Pacini, Terminações de Ruffini e fuso muscular.
Patologias correlacionadas com o sistema protopático
Autismo, Hanseníase (Ver resumo PBL)
Somestesia e sensibilidade 2: Sistema protopático e suas características 
É responsável pelo tato grosseiro, a termossensibilidade e a dor, com campos receptores grandes e polimodais, formados principalmente por mecanorreceptores, termorreceptores e quimiorreceptores, ligados a fibras Aδ e C, ligando-se a neurônios de segunda ordem nos cornos dorsais e núcleo espinal do trigêmeo, utilizando feixes da coluna ântero-lateral.
Sistema anterolateral:
Após entrar na medula espinhal pelas raízes nervosas dorsais, fazem sinapse nos cornos dorsais da substancia cinzenta medular e cruza para o lado oposto da medula ascendendo pelas colunas anterior e lateral da medula espinhal, elas terminam em todos os níveis do tronco cerebral e no tálamo. Este esta composto por fibras mielinizadas finas e q vai de uma velocidade de até 40 m/s, a informação que não precisa ser transmitida rapidamente e sem fidelidade especial e temporal são transmitidas pelo sistema anterolateral, essas são: amplo espectro de modalidades sensoriais: dor, calor, frio e sensações tateis não discriminativas grosseiras.  A via anterolateral transmite sinais da medula para o encéfalo que não são necessários  localização precisa da fonte do sinal e nem discriminação da intensidade. = dor, calor, frio, cócegas, coceira, prurido, tato grosseiro. 
Quimiorreceptores e termorreceptores
Quimiorreceptor: Receptor sensitivo que detecta a presença de uma determinada substância.  Estão localizados na línguae no nariz e são responsáveis, respectivamente, pelos sentidos do paladar e do olfato.
Termoceptores: São sensíveis à temperatura da pele. Os dois tipos de termoceptores da pele são os receptores para frio (corpúsculos de Krause) e para calor (corpúsculos de Ruffini). Ambos são de adaptação lenta, embora rápidos quando a temperatura da pele muda rapidamente.
Termossensibilidade
Variação de temperatura. Possibilita o controle da temperatura corporal; Componente consciente e inconsciente; receptores distribuídos pela superfície cutânea, mucosas e vísceras; Sistema protopático: fibras Aδ e C.
Dor e mecanismo fisiológico
Várias são as maneiras de definir os tipos de dor. Elas são classificadas de acordo com o local de origem, intensidade, tipo de fibras neurais envolvidas, dentre outras. A dor rápida é descrita por meio de vários nomes alternativos, como dor pontual, dor em agulhada, dor aguda e dor elétrica. Essa dor caracteriza-se por um caráter de alerta e proteção, de início súbito, de fácil localização e de duração previsível. A dor lenta possui vários nomes, como dor em queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor nauseante e dor crônica. Este tipo de dor geralmente está associado à destruição tecidual. Ela pode levar a um sofrimento prolongado e insuportável e pode ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos do corpo. A dor somática origina-se na pele e em outras camadas superficiais do corpo. É uma dor bem localizada ao local da lesão tecidual. A dor visceral origina-se nos órgãos internos, é geralmente difusa e mal localizada. Os estímulos produtores dessa dor diferem dos que produzem dor superficial, devido à insensibilidade que alguns órgãos têm a estímulos, como esmagamento e corte, que são muito eficazes na pele. Inflamação, isquemia e falta de oxigênio são alguns exemplos de estímulos promotores de dor para a grande maioria dos órgãos internos. A percepção da dor envolve mecanismos anátomo-fisiológicos, pelos quais um estímulo nocivo capaz de gerá-la é criado e transmitido por vias neurológicas a partir de receptores da dor. os principais receptores do músculo esquelético são mecanoceptores e nociceptores, embora os de termossensibilidade ou quimiossensibilidade possam também ser estimulados. As articulações estão associadas a vários tipos de receptores sensoriais, tais como os mecanoceptores de adaptação rápida (Corpúsculos de Pacini) e lenta (terminações de Ruffini) e nociceptores. Os receptores viscerais são escassos. Os poucos estão geralmente envolvidos em reflexos e têm pouco a ver com a experiência sensorial, porém, ficam ativos após sensibilização por lesão ou inflamação. As fibras sensoriais que enviam informações para o sistema nervoso central a partir dos receptores dolorosos específicos são classificadas como fibras aferentes, enquanto as fibras motoras que se projetam a partir do SNC para grupos de músculos específicos são classificadas como fibras eferentes. As fibras aferentes, que partem dos diversos tipos de receptores sensitivos, têm diferentes velocidades de propagação, baseadas no diâmetro da fibra e do grau em que a fibra é embainhada pelas células de sustentação de Schwann. Com essas características, classificam-se as fibras A como as que possuem velocidade maior de condução e fibras C as mais lentas, não mielinizadas. Definido o tipo e intensidade da sensibilidade dolorosa, o impulso nervoso é propagado pelas fibras específicas e segue uma sequência ordenada de eventos neurofisioanatômicos, que envolve neurônios de primeira, segunda, terceira e quarta ordens em determinada via sensorial.
As terminações periféricas dos neurônios de primeira ordem (aferente primário) formam um receptor sensorial, respondendo a um estímulo sensitivo doloroso, transduzindo e transmitindo informação elétrica local codificada ao sistema nervoso central (SNC). O neurônio de segunda ordem recebe informação dos neurônios de primeira ordem e transmite a informação ao tálamo. A informação é transmitida por meio de circuitos locais de processamento neural e pelas propriedades biofísicas dos neurônios de segunda ordem, caracterizada pelo potencial de ação gerado. O neurônio de terceira ordem de uma via sensorial reside em um dos núcleos sensoriais no tálamo. Para isso, há uma propagação continuada do potencial de ação na medula espinhal. Os neurônios de quarta ordem nas áreas sensoriais receptivas apropriadas do córtex cerebral processam ainda mais a informação, fazendo com que essa informação sensorial resulte em percepção, modificando os sinais de entrada e fazendo com que os centros cerebrais superiores continuem o processo de compreensão da dor e do local de lesão. Para que ocorra essa sequência de eventos, há um processo contínuo de elaboração de diferentes potenciais de ação gerados a partir de um impulso elétrico. Pela ação desse estímulo, que pode ser de natureza elétrica, térmica, química ou mecânica, um receptor é excitado, e cria-se esse impulso. Pela ação do impulso observa-se a passagem do estado de repouso para o de atividade ou, ainda, a intensificação da atividade preexistente. A fibra nervosa normal e em repouso mostra-se polarizada (carga elétrica menos positiva no interior da membrana e mais positiva no exterior da membrana). No entanto, quando o nervo é estimulado a membrana neuronal é despolarizada, adquirindo, portanto, carga elétrica positiva em seu interior em relação à membrana externa (marcadamente pelo influxo de íons Na+ ). Durante um breve espaço de tempo após o impulso inicial um novo impulso não será conduzido em razão da despolarização. Após esse breve tempo, aproximadamente 1,5 milésimos de segundo, o nervo volta a polarizar-se, marcadamente pelo efluxo de íons K+ (e pode conduzir novamente um impulso).
Nociceptores
Respondem a estímulos que ameaçam produzir lesões ao organismo. As duas principais classes são os nociceptores mecânicos Aδ, compostos por fibras aferentes mielinizadas delgadas e os polimodais-C, supridos por fibras não-mielinizadas. Os primeiros respondem a estímulos mecânicos fortes, enquanto os polimodais-C, além deste, respondem a estímulos térmicos e químicos.
Farmacologia envolvida na dor aguda e crônica
Algumas vias endógenas de analgesia não utilizam neurotransmissores opioides. Uma forma de comprometer uma via não-opioide é por meio de certas formas de estresse, forma esta chamada de analgesia induzida por estresse. A ação analgésica dos opioides dá-se em sítios espinhais e supra-espinhais. Eles inibem a transmissão ascendente dos estímulos nociceptivos, provenientes do corno dorsal da medula espinhal, e ativam as vias de modulação da dor, que descendem do mesencéfalo pelo bulbo ventromedial e chegam ao corno dorsal da medula espinhal. Em resumo, essas substâncias atuam no sistema nervoso central, agindo sobre os receptores naturais das endorfinas e encefalinas, bloqueando a mensagem nociceptiva. Várias são as situações patológicas onde o sistema de informação sensitiva é acometido, gerando patologias importantes e, até mesmo, severas nas pessoas. Podemos citar hiperalgesias distintas, devido à estimulação exacerbada de um pequeno estímulo nocivo, seja por sensibilidade excessiva ou extrema facilitação da transmissão sensorial. Tanto o acometimento da sensibilidade dos nervos periféricos, responsáveis por transmitir as sensações de dor e variações de temperatura para a medula óssea e para o encéfalo, quanto interpretações anormais dos estímulos dolorosos, que se associam a certos quadros de disfunção autônoma e transtorno do metabolismo das catecolaminas, podem ocasionar no indivíduo danos teciduais irreparáveis, devido a essa anormalidade de sensibilidade, como queimaduras graves e amputações.

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