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MARÍLIA ARAÚJO – P3 MEDICINA ATIVIDADE DE FARMACOLOGIA (CASOS CLÍNICOS) 1. Paciente A.C após uma cirurgia plástica foi medicada e aconselhada a usar VARFARINA como anticoagulante. Uma semana após, devido dores, rigidez, calor local, vermelhidão e inchaço nas juntas causado pela artrite reumática se automedica com CETOPROFENO. Logo após, passou a apresentar pequenas hemorragias. Como se explica esse acontecimento mediante o uso de um anticoagulante? O cetoprofeno tem alta afinidade pelas proteínas plasmáticas, concorrendo com a varfarina na ligação com essas proteínas. Com essa concorrência, a quantidade de varfarina livre (não ligada as proteínas plasmáticas) aumenta, aumentando assim sua atividade. Como a varfarina é um fármaco de baixo índice terapêutico, o aumento de sua fração livre pode resultar facilmente em toxicidade que pode ser refletida através de pequenas hemorragias resultante do efeito anticoagulante exacerbado. 2. Paciente J.P, 36 anos dá entrada no hospital devido a uma infecção bactericida causada pela Mycobacterium leprae (hanseníase) e lhe é receitado DAPSONA, VO, 100 mg/dia + 600 mg/dia de RIFAMICINA, durante 2 anos (lhe é recomendado também o uso da Dapsona durante 10 anos). Devido a intensidade do medicamento é recomendado que administre o medicamento com alimentos. Por quê? O pH gástrico é de grande importância na absorção dos medicamentos, associado com a refeição há uma alteração, alcalinizando o pH estomacal, favorecendo medicamentos de caráter básico. Alimentos como leite, além de melhorar a tolerância aos fármacos, favorecem a absorção desses fármacos básicos, pois não permite ou diminui sua ionização. 3. Paciente alérgica a penicilina faz automedicação da TETRACICLINA (fármaco de caráter ácido) de forma abusiva para o tratamento da Sífilis ocorrendo assim uma intoxicação que a levou ao hospital com hipersensibilidade e super infecção. O que pode ser feito? Para eliminar um fármaco de caráter ácido deve-se aumentar a excreção de substâncias ácidas, pode usar NaHCO3. Com isso, a eliminação do medicamento pela urina aconteceria de forma mais rápida e teria uma menor absorção, já que a eliminação acontece quando o medicamento está ionizado e a absorção quando ele está não-ionizado. 4. Para o tratamento de um paciente com tuberculose pulmonar, uma das drogas receitadas foi RIFAMPICINA, VO, com dose única. Ao ser apresentadas as interações medicamentosas, foi frisado bastante a necessidade de se utilizar outros tipos de prevenção sexual além anticoncepcional. Qual a relação entre um medicamento para tuberculose e a possibilidade de gravidez? A rifampicina é um fármaco que atua como agente indutor de alguns medicamentos como os anticoncepcionais (agente induzido), pois aumenta a biotransformação dessa droga. Com isso, há uma redução da concentração plasmática e a eliminação torna-se mais rápida, podendo ocorrer uma diminuição da eficácia dos anticoncepcionais, aumentando as chances de uma gravidez indesejada. 5. Paciente M.S, 25 anos, possuidora de sinusite inicia o tratamento com AMOXILINA, VO, 875 mg, 12-12 h; porém por ser época de festa, ela pergunta ao médico se pode fazer uso de MARÍLIA ARAÚJO – P3 MEDICINA bebida alcoólica durante o fim de semana pois ouve falar que “corta o efeito”. Isso é verdade? O uso crônico de etanol produz a indução do sistema enzimático hepático, o que poderia causar o aumento da velocidade de metabolização da amoxicilina, levando a possibilidade de atingir concentração subterapêutica, comprometendo a eficácia do tratamento. Entretanto, ao que aparenta o caso, a paciente faria uso esporádico devido ao momento festivo, se a ingestão de álcool for aguda, poderia então reduzir o metabolismo da amoxicilina, tendo em vista a competição entre o álcool e o fármaco pelo mesmo sistema enzimático, gerando nesse caso uma redução da eliminação do fármaco, o que poderia gerar um aumento de efeitos adversos ou tóxicos, já que o fármaco estaria sendo acumulado devido ao metabolismo reduzido. Outro ponto a ser considerado com o uso do etanol é alteração da diurese causada tanto pela inibição da liberação do ADH pela hipófise posterior, quanto pela sobrecarga usual de volume que acompanha a ingestão alcoólica (bebidas de baixo teor alcoólico, como cerveja, por exemplo), acelerando a excreção renal de fármacos ativos. Tendo em vista as diversas interferências farmacocinéticas citadas não é recomendado estar em tratamento para uma doença infecciosa e utilizar álcool com objetivo recreacional.
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