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Aula 2 - Resumo desenvolvimento humano

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Desenvolvimento Humano e Social 
Aula 2
Capitalismo Fordista
Depois do capitalismo industrial/revolução industrial na Inglaterra, ocorre uma transformação muito importante: capitalismo fordista.
O capitalismo fordista (EUA) 1920-1970: momento entre duas guerras mundiais, mas nos EUA havia uma economia muito forte nesse período. Havia também uma racionalidade muito grande sendo gerada na administração e nos princípios da produção industrial. Henry Ford foi uma das pessoas que fez a análise de uma produção realmente eficiente – produzir o máximo no menor período de tempo. Elaborou a linha de produção (filmes do Chaplin mostram muito isso). Ford observa que colocar uma pessoa fazendo o mesmo movimento diversas vezes ao dia, de forma mecânica, faz com que ele produza muito. Além disso, há uma diminuição dos gastos, fazendo com que os produtos sejam mais baratos. Assim, nasce no capitalismo Fordista uma sociedade de consumo em massa que acontece primeiro nos EUA. 
Henry Ford estava muito preocupado com os direitos dos trabalhadores, então ele garantia um salario mínimo e direitos básicos. Nesse momento, houve um fortalecimento dos sindicatos, que faziam pressão e conseguiam estabelecer os direitos mínimos. 
O capitalismo fordista produziu um novo tipo de homem, mais racional e disciplinado. Isso porque, nas fábricas, existiam regras muito claras e forte vigilância para que esses empregados obedecessem as regras. 
Esse processo começou nos EUA, mas se expandiu por todo o mundo. Os trabalhadores assimilaram essa disciplina e muitos acabavam trabalhando nessas fábricas durante todas as suas vidas. Ao obedecer as regras, eles melhoravam suas posições e permaneciam nas empresas por toda sua vida. 
Esse modelo de capitalismo entrou em crise no fim da década de 1970, porque a Europa e o Japão, depois da guerra, começaram a melhorar sua economia e começaram a competir com os EUA. O mercado interno da Europa e Japão já estavam ficando saturados e eles buscavam concorrência em outros mercados, fazendo com que a produtividade diminuísse, e também problemas fiscais principalmente nesses três países. 
Nesse momento do capitalismo flexível, o Estado tinha muitos gastos com questões sociais. Por isso, o capitalismo fordista também é chamado de capitalismo organizado: havia uma situação de pleno emprego, certo conforto dentro do trabalho (contanto que obedecessem a disciplina que era considerada rígida por muitos), tinham serviços essenciais garantidos (com um gasto muito grande do Estado). 
Com a diminuição da produtividade e o gasto excessivo do Estado, veio a crise. Existem outros pontos que definem essa crise do capitalismo fordista e do inicio do capitalismo flexível, mas aqui focaremos só nessa informação, além do fato de ter havido um boom tecnológico, o que faz com que os transportes se tornem muito comuns e mais baratos. Assim, muitas empresas começaram a perceber que ficava mais barato deslocar a produção dela para países onde o trabalho era mais barato, como por exemplo, a China. O trabalho mais barato é um trabalho com menos direitos. O capitalismo flexível herdou coisas do capitalismo fordista, como os benefícios aos trabalhadores, mas isso fez com que o trabalho ficasse mais caro. Essa flexibilização da produção começou a gerar o capitalismo flexível.
No Brasil, desde a Era Vargas, existem uma série de leis trabalhistas e nós também sofremos com essa transformação do capitalismo, porque o nosso trabalho aqui também é considerado caro. 
Com as mudanças fundamentais no trabalho, ocorreu o desemprego e o subemprego, principalmente nos trabalhadores menos qualificados em países em que se considera o trabalho caro. Entre os trabalhadores mais qualificados, houve um aumento muito grande de competitividade, porque com essa flexibilização, a melhoria das tecnologias e conhecimentos, é necessário cada vez mais qualificação desses trabalhadores, além de necessitar que as pessoas fossem geograficamente móveis.
Neoliberalismo e consequências sociais
O Neoliberalismo foi o sistema econômico que deu base para esse novo capitalismo flexível, para que ele se tornasse mais dinâmico, para que os fluxos de capital também se tornassem mais fáceis. As grandes corporações começaram a se deslocar por todo o mundo e então foi necessário um sistema econômico que desse uma dinamicidade a esses capitais.
O neoliberalismo nasceu em NY como uma alternativa a essa crise que estava sendo muito forte aqui no final da década de 70. Ele tem uma base tanto nas organizações do comércio nos EUA quanto na Academia Norte-Americana para justificar essa nova corrente filosófica (na verdade é de 1940, mas se tornou muito forte no final da década de 60). Essa corrente filosófica se baseava na ideia de estado mínimo – o Estado deveria ser enxugado ao máximo e diminuir os seus gastos com o social, ou seja, educação, saúde e ajudas sociais. 
Nesse momento, houve um aumento muito grande da desigualdade social. Essa desigualdade aparece muito forte nas grandes cidades e é nesse momento que as periferias começam a crescer muito não só no Brasil, em são Paulo, como na Europa e EUA. Essa periferização das cidades faz com que a violência também cresça muito, crescendo também o numero de pessoas na prisão. Esse crescimento das prisões acontece também no mundo todo, principalmente nos EUA que é campeão de numero de prisões; no Brasil também tivemos esse aumento muito grande e, a partir da década de 90, vemos o aumento da violência do crime organizado. 
Essas são as consequências na parte mais pobre, mas há também uma outra característica muito forte que está aliada a esse crescimento da competititvidade. Além dessa competitividade e da necessidade de que as pessoas fossem geograficamente moveis, elas passam a ter uma perspectiva de que não é necessário ficar num emprego por muito tempo, mas sim se vincular a projetos de sucesso. 
As mudanças principais, principalmente no trabalho mais qualificado, é que as pessoas passam a não ter muita clareza de como devem agir para melhorar sua imagem e melhorar dentro de uma determinada empresa, ou seja, as regras também são flexíveis (diferentemente do capitalismo fordista). 
Richard Sennett – escritor de livro importante. Fez uma pesquisa em diversas empresas com altos cargos e percebe que essas pessoas se sentem à deriva, que não sabem exatamente como devem se portar para ter segurança no trabalho. Ele diz então que há uma “corrosão do caráter”.
Isso tudo gera um outro problema que caracteriza esse momento contemporâneo, que é a crise da política. Para que a politica seja forte é necessário que as pessoas produzam conflitos sociais, mas para produzi-los, elas devem saber seu lugar social. Há essa dificuldade no homem contemporâneo. A partir do momento em que ele acha seu lugar social, pode lutar pelo que quer e assim deixar a politica mais dinâmica. 
Propriedade Agrária no Brasil
Falamos muito sobre como foi o capitalismo nos EUA e na Europa, como se deu esse processo nos sistemas econômicos nesses países. E no Brasil? Bom, a gente vai pular desse tema de Capitalismo para propriedade agrária. Por que? A maneira como foi desenvolvendo o capitalismo no nosso país foi principalmente através da colonização e das capitanias hereditárias que formavam grandes latifúndios. Esse sistema de grandes latifúndios que se baseava a colonização é algo que se mantem ate hoje no nosso país.
Quais são as consequências disso além de termos um agronegócio muito forte? Em primeiro lugar, nos temos um país com uma extensão territorial imensa que sempre foi comandada por esses grandes proprietários de terra. Começou com as capitanias, mas isso se desenvolveu também no império, na república e hoje também temos isso muito forte no campo. 
Essa estrutura de poder que estava presente ali desde a colonização é uma consequência é que esses grandes proprietários de terra tinham muito poder politico também e eram os responsáveis por manter uma certa ordem. Eram aquelas pessoas que, de certa forma, mandavam naquela porção de terra. Outra questãoé: quem tentava sempre mudar esse status? Mudar essa característica? 
Com apenas algumas pessoas mandando, acabava havendo muita violência. Nosso pais é caracterizado por uma violência muito grande no campo e até hoje isso é muito forte. 
Outro ponto importante é a desvalorização da Agricultura Familiar, que é baseada em pequenas propriedades e é responsável por 70% dos produtos que nós realmente consumimos. 
Outro ponto importante, como consequência dessa questão agrária é que nós temos como base a produção de produtos com pouco valor agregado, ou seja, agente acaba não produzindo e não valorizando tanto a ciência e a tecnologia para produzir produtos com alto valor agregado. 
Com isso, a gente tem uma base de como é o nosso capitalismo brasileiro. Por ter essas pessoas vinculadas aos grandes latifúndios, elas sempre buscaram conservar seu poder. Os autores que estudam nosso capitalismo mostram que sempre há mudanças mas com uma certa conservação. 
Capitalismo no Brasil
Como consequência social, nosso país acabou tendo uma violência endêmica desde seu princípio, desde a colonização. Além da violência muito forte que a gente percebe claramente com a escravidão, há uma violência relacionada aos homens livres.
No livro “homens livres na sociedade escravocrata”, ela relata que havia uma massa de homens livres nessa sociedade que não tinha emprego assalariado porque o sistema econômico não tinha como sustentar. Muitos desses homens então ficavam com uma certa porção de terra, mas não conseguiam assimilar essa racionalidade que está presente em um estado liberal e a disciplina que o trabalho produz no trabalhador. Esses homens livres brasileiros tinham como base uma vivencia que estava muito vinculada também a violência. 
No livro “Raízes do Brasil”, ele diz que “o brasileiro é um cordial”. O que significa isso? O brasileiro sempre tenta estabelecer em suas relações uma relação de familiaridade; muitas vezes não consegue entender que é importante um certo distanciamento para preservar relações como de trabalho ou mesmo um cargo público.
Muitos autores defendem que no Brasil há uma combinação de patrimonialismo com a ordem racional-legal (Weber).
O direito à terra e a terra por direito
Além dessas características, também temos algumas consequências e problemas sociais relacionados aos indígenas e quilombolas. Para manter essa porção de terra muito grande, muitos índios foram dizimados. E mesmo hoje em dia, eles precisam da terra para que possam garantir a permanência, preservar seus valores e manter sua dignidade. 
Além disso, os quilombolas eram escravos que fugiram da casa grande e conseguiram se estabelecer nos quilombos, que eram lugares de resistência onde eles podiam estabelecer seus cultos religiosos, as suas danças típicas e vários outros ritos. 
Os quilombos eram esses centros de refúgios para negros livres, isso tem a ver com todo o legado de escravidão que temos. Para muitos, é difícil entender todas as consequências que sofremos hoje em dia, em função da escravidão porque a “escravidão acabou a muito tempo atrás”.
Para entender isso, a gente tem que olhar com muito cuidado a história. Por exemplo, a historia do Rio de Janeiro, que é uma cidade que foi capital do império e é fundamental para entendermos como os negros acabaram sofrendo um afastamento social impedindo com que eles pudessem desenvolver suas habilidades. Depois do fim da escravidão, muitos negros não tinham onde morar e não tinham emprego, então acabavam ficando em cortiços. Um cortiço muito importante era o Cabeça de Porco, que foi dizimado e as pessoas retiradas de lá para que o Rio de Janeiro pudesse se tornar uma cidade aos moldes de Paris. As pessoas de lá, em sua maioria negros, não tinham para onde ir e assim surgiram as favelas.

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