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Aula 01
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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
CURSOS DE LICENCIATURAS LETRAS E PEDAGOGIA
Aula 01
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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
PROF. RENATO DORNELLAS
AULA 1
O NASCIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA
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Objetivos:
Identificar os fatores de ordem cultural, política, econômica e social que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga.
Explicar a diferença entre o discurso mítico-religioso e o discurso filosófico.
Compreender em que sentido o pensamento filosófico rompe com a tradição mítico-religiosa.
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CULTURA OCIDENTAL
Os três pilares da nossa cultura:
Cultura Greco-Romana
Judaísmo
Cristianismo
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Filosofia - Definição
Filosofia (do grego philos - que ama + sophia - sabedoria, « que ama a sabedoria ») é a investigação crítica e racional dos princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao homem.
Segundo Marilena Chauí, Filosofia é a Fundamentação Teórica e Crítica dos Conhecimentos e das Práticas.
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FUNDAMENTO
“É uma palavra que vem do Latim e significa uma base sólida ou o alicerce sobre o qual se pode construir com segurança.
Do ponto de vista do conhecimento: a base ou o princípio racional que sustenta uma demonstração verdadeira.
Fundamentar: encontrar, definir e estabelecer racionalmente os princípios, as causas e condições que determinam a existência, a forma e os comportamentos de alguma coisa, bem como as leis ou regras de suas mudanças”
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TEORIA
“Contemplar uma verdade com os olhos do espírito”, isto é, uma atividade puramente intelectual de conhecimento.
Fundamentação Teórica: determinar pelo pensamento, de maneira, lógica, metódica, organizada e sistemática o conjunto de princípios, causas e condições de alguma coisa.
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CRÍTICA
“A capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente; o exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem pré-julgamento e a atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística e científica”.
Fundamentação Crítica: “examinar, avaliar e julgar racionalmente os princípios, as causas e as condições de alguma coisa (de sua existência, de seu comportamento, de seu sentido e de suas mudanças)”.
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Nascimento da Filosofia na Grécia Antiga (Séc. VI a.C.)
Você sabe onde fica a Grécia? 
Na Idade Antiga, compreendia uma vasta região denominada Magna Grécia. 
Havia, portanto, um enorme número de cidades e de colônias Gregas na região do Mar Mediterrâneo.
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Assim como os demais povos, os gregos tinham as suas crenças e as suas práticas religiosas. 
A religião e o mito eram as fontes originárias de conhecimento. 
Através da religião e dos relatos míticos, os gregos tinham as respostas fundamentais para as grandes questões da existência. 
Colocar a figura da deusa Atena.
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A linguagem mítica vale-se da metáfora, da alegoria, do símbolo, do arquétipo.
A partir do século VI a. C, surgem alguns sábios que propõem uma outra forma de pensar e de explicar o mundo valendo-se de argumentos racionais. 
Nasce o pensamento filosófico-científico.
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DEUSES DA MITOLOGIA
GREGA E ROMANA
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Fatores que contribuíram para o surgimento da Filosofia na Grécia Antiga
O nascimento da polis (cidade-estado) no  séc. VIII a.C., provocou grandes transformações na Grécia antiga. 
A polis se faz pela autonomia da palavra (logos), não mais da palavra mágica dos mitos (mythos). 
O logos, diferente do mythos, trata-se da palavra racional, argumentativa, geradora da discussão, do conflito e do consenso. 
O saber deixa de ser sagrado e torna-se objeto de discussão. 
Os cidadãos da polis, vão à ágora (praça pública) para debaterem os problemas de interesse comum e para decidirem os rumos da cidade.
Tal mentalidade liberta os homens das ideias de pré-determinação e dos desígnios divinos que lhes impunham o destino do qual não poderiam escapar. 
A política permite aos cidadãos debaterem e traçarem o seu próprio destino em praça pública.
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A Filosofia, tendo como fundamento a razão (logus), estabeleceu uma nova forma de interpretação da realidade. 
Se antes os fenômenos eram governados por leis divinas, quase inacessíveis aos humanos, com o pensamento racional, é possível conhecer as causas ou princípios que explicam o mundo e, com isso, conferir previsibilidade e controle sobre os fenômenos da natureza e da sociedade humana. 
Já não são mais os deuses que governam o mundo e os humanos, mas sim leis intrínsecas às coisas. 
Tais leis dão-se a conhecer ao espírito humano que se utiliza da razão para trazê-las à luz. 
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Fatores Políticos
O surgimento e a consolidação da democracia grega em torno da pólis. 
A cidade-estado grega era o espaço legítimo e legitimador de sua liberdade, a ponto de o Estado tornar-se horizonte ético do homem grego. 
Esta é a base da sua cidadania: os cidadãos eram a finalidade última do Estado, o bem do Estado era seu próprio bem, sua liberdade, sua grandeza. 
Quem era considerado Cidadão na Grécia Antiga? A cidadania na pólis grega era excludente. Eram considerados cidadãos, apenas os homens (varões) que possuiam bens ou riquezas. 
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Fatores Religiosos
Os gregos conseguiram alcançar um patamar de liberdade religiosa muito elevado em relação a outros povos da Ásia Menor e do Oriente Próximo. 
Enquanto em outras nações o poder religioso, aliado às monarquias de cunho tributário, servia para legitimar o Estado absoluto e o poder do rei, algumas cidades-estado da Grécia construíram uma relativa liberdade, baseada na autoridade do Pater Familias (o Pai de Família, dono de terras, casa, bens, escravos e mulher) que participava em diversas instâncias da vida pública. 
A religião grega não se baseava num livro Sagrado, como os judeus, por exemplo. Portanto, não tinham dogmas a serem defendidos, ortodoxia (interpretação correta das verdades religiosas), nem heresias (desvios doutrinários), ou uma casta sacerdotal. Estava aberto o caminho para o livre pensar.
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Fatores Econômicos
O florescimento das cidades-estado deveu-se principalmente ao desenvolvimento da indústria artesanal e do comércio. 
Antes disso, a Grécia era predominantemente agrária, sendo dominada politicamente por grandes proprietários de terras. 
O crescimento industrial e comercial fez florescerem as cidades, fazendo surgir novos atores sociais - os grandes comerciantes, por exemplo - que começavam a dominar o cenário político e ameaçar o poder da nobreza fundiária. 
Vale notar que tais mudanças ocorreram primeiro nas colônias gregas da Ásia Menor (em Mileto, principalmente), expandido-se, depois, para a região da Itália Meridional, chegando, então, ao centro da Grécia, em Atenas. Isto, porque, estando longe do controle central, puderam desenvolver instituições políticas autônomas e desenvolver um comércio próprio.
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A Teogonia e a Cosmogonia
Os gregos cultuavam muitos deuses (politeísmo). Estes múltiplos deuses estão no mundo e fazem parte dele. 
Não desenvolveram a ideia de um deus-criador, transcendente, absolutamente separado do mundo criado, cuja existência deriva e depende inteiramente dele. 
Os deuses gregos nasceram no mundo. A geração dos deuses deu-se ao mesmo tempo da geração do universo. 
Os deuses e o mundo, a partir de uma espécie de caos primordial, foram diferenciando-se, ordenando-se, até tomarem a sua forma definitiva de cosmo organizado. 
A gênese dos deuses e do mundo operou-se a partir de Potências primordiais, como o Caos e Gaia (terra), donde saíram, ao mesmo tempo e no mesmo movimento, o mundo, tal como pode ser contemplado pelos humanos, e os deuses que presidem a ele invisíveis na sua morada celeste. 
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Há, portanto, o divino no mundo, assim como o mundano nas divindades. O homem grego vive num mundo cheio de deuses e, por isso, não
separa natureza e sobrenatureza, como dois domínios opostos. 
A religião dos gregos não se apoiava num Livro sagrado, fonte da revelação divina para os humanos; não havia uma verdade que se encontrasse, de uma vez por todas, vertida em texto; em conseqüência, também não havia dogma ou ortodoxia, nem profetas ou messias, tampouco uma casta sacerdotal. 
Talvez, por causa destas características da religião dos gregos, vigorava grande liberdade para pensar e para divergir, fundamental para a Filosofia.
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A fonte de conhecimento sobre os deuses: seus nomes, suas genealogias, seus atributos, suas aventuras, seus respectivos poderes, seu modo de agir, as honras que lhes eram devidas e etc. 
Tais saberes sobre os deuses eram veiculados por narrativas eminentemente orais. 
Esta tradição oral foi escrita por Hesíodo (séc. VII a.C.) em textos que ficaram conhecidos como Teogonia e Cosmogonia (respectivamente, a origem dos deuses e a origem do mundo).
Esta tradição de base oral constitui o que chamamos de mito.
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A linguagem mítica
O mito se expressa em linguagem poética, rica em metáforas e analogias.
A palavra metáfora vem do latim metaphòra (metáfora), por sua vez trazido do grego metaphorá ("mudança, transposição"). O prefixo met(a)- tem sentido de "no meio de, entre; atrás, em seguida, depois". O sufixo -fora (em grego phorá) designa 'ação de levar, de carregar à frente'.
Metáfora é o emprego da palavra, fora do seu sentido normal, ou seja, um sentido figurado, portanto, é uma figura de linguagem.
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A linguagem metafórica provoca uma busca por parte do aprendiz que para compreendê-la é necessário ultrapassar o modelo convencional de pensamento e a mente se supera na busca do entendimento. 
As metáforas abrem a porta para a dimensão simbólica, ajudam na percepção dos múltiplos significados que co-existem em uma só imagem. Os símbolos sugerem que algo pode ser compreendido além da sua aparência óbvia e imediata.
Leia a íntegra da peça Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, no site: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/prometeu.html 
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FILOSOFIA PRÉ-SOCRÁTICA
Os primeiros filósofos são conhecidos como filósofos pré-socráticos, muito mais por questões de objeto de investigação de seu pensamento filosófico-científico do que por razões de ordem cronológicas. 
Primeiramente esses filósofos, também chamados de "naturalistas" ou filósofos da physis (natureza - entendendo-se este termo não em seu sentido corriqueiro, mas como realidade primeira, originária e fundamental, ou o que é primário, elementar e persistente, em oposição ao que é secundário, derivado e transitório), tinham como escopo especulativo o problema cosmológico e buscavam o princípio (ou arché) das coisas.
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Arché
Para os filósofos pré-socráticos, a arché (origem), seria um princípio que deveria estar presente em todos os momentos da existência de todas as coisas; no início, no desenvolvimento e no fim de tudo. Princípio pelo qual tudo vem a ser.
Cada um dos filósofos pré-socráticos sugeriu um elemento primordial ou princípio ou causa de todas as coisas que compõem a realidade física. 
Tales de Mileto: A água 
Anaximandro de Mileto : O apeíron
Anaxímenes de Mileto : O ar
Xenófanes de Cólofon : A terra
Heraclito de Éfeso : O fogo
Pitágoras de Samos : O número
Demócrito de Abdera : O átomo
Empédocles de Agrigento: os quatro elementos (terra, água, fogo e ar)
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Num segundo momento, com tal problemática entrando em crise, surge a sofística, e o foco da filosofia muda do cosmo para o homem e o problema moral. Este tema, trataremos na próxima aula, abordando o tema “Sócrates e os Sofistas”.
A grande percepção dos gregos pré-socráticos foi a compreensão de que as causas explicativas do mundo estão presentes no próprio mundo. Portanto, através dos elementos primordiais (água, terra, fogo, ar etc) é possível explicar a realidade, sem a necessidade de apelo às forças divinas, sobrenaturais, extra-mundanas.
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Atividades Complementares
Recomendamos que você possa pesquisar sobre a Mitologia Grega, numa enciclopédia, em sites da internet, e mesmo em livros específicos que tratam da temática. 
Assistir ao Filme “300”, Direção: Zack Snyder, Estados Unidos, 2006.
Sinopse: Em 480 antes de Cristo, durante a famosa batalha de Thermopylae, o rei de Esparta, Leônidas (Gerard Butler), lidera seu exército contra o avanço dos Persas, comandados por Xerxes (Rodrigo Santoro). Na História, a batalha ficou marcada por ter inspirado toda a Grécia a se unir, o que ajudou a solidificar o conceito de democracia que se conhece hoje.
Nos veremos também nos fóruns do Fórum Temático I que terá como primeira questão de debate: “Que novo modelo de educação se inicia na Grécia Antiga com a passagem do pensamento mítico/religioso para o pensamento filosófico-científico dos filósofos pré-socráticos e dos filósofos clássicos: Sócrates, Platão e Aristóteles?”. Faça uma pesquisa na internet sobre a “Paidéia” grega.
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